Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Sophie

Ninguém apareceu, só os primos Zander estavam ali. Éden estava com a cabeça sobre os joelhos, abraçando as próprias pernas. Seu rosto estava escondido, mas Sophie podia ouvir seus soluços. Cori estava sentada em um banco com as mãos soltas sobre o colo, seu olhar era terrivelmente vazio.

Imene estava sentada no chão com os cotovelos apoiados nos joelhos e enrolando os dedos nos cabelos. Sophie estava de pé apoiada em uma parede, ainda formulando o que aconteceu naquela base. O tio Tyr morto, tia Dani também, a mãe de Sophie tentando salvar o irmão mais velho a todo custo, todo mundo esquecendo que tinham que segurar Magnólia para que pudessem prendê-la e eles desaparecendo.

Ela estava levantando lentamente, os soldados da Imperatriz estavam quase recuando quando uma aura roxa se enrolou em volta de Magnólia, da mãe e dos tios de Sophie e desapareceu com eles. Ela nem teve tempo de pensar sobre quando sentiu as mãos de alguém segurando seus braços e a levando para longe.

Agora, ela estava na nave principal da Imperatriz Miriam Minori. Nunca pensou que chegaria a entrar naquela belezinha, parte dela queria explorar tudo, ver os motores, o sistema de navegação, tudo. Mas, Sophie não tinha energia para isso.

"Ele disse que daria certo." Ela lembra das últimas palavras de seu tio.

Tio Tyr disse que a Hauser não poderia fugir sozinha, contou sobre a chantagem, explicou tudo. Disse que tinha um plano bem simples, deixar Magnólia prendê-la porque a colocariam no mesmo lugar que a tia Dani, ele acertou.

Sophie iria com um rastreador nas roupas que sua avó não perceberia, ela não percebeu.

De madrugada, tio Tyr iria até elas, ele veio.

A família toda ajudaria a fugir depois que quebrasse as coleiras, eles ajudaram.

Eles teriam que tirar todos dali o mais rápido possível, foi quase.

Os relógios que o tio de Sophie trouxe de Gedeon foram um presente da Imperatriz, tiraria o controle de Magnólia sobre as coleiras, mas tinha o risco dela sentir o metal de novo e recolocá-lo.

Eles conseguiram prendê-la antes disso, ela estava de joelhos e quase colando a testa no chão. Mas Magnólia parou de tentar resistir por um minuto e cortou a garganta do tio Tyr e acertou a tia Dani com uma agulha gigante, atravessando seu corpo.

A Hauser se sentia uma completa idiota por não ter notado, por ter desistido da própria mãe. Quanto poderia ter sido evitado se ela usasse um pouquinho só do cérebro? "Garota idiota. A culpa é toda sua."

- Que merda.- Imene choraminga.

Sophie está ao lado dela, tenta ajudar a prima, colocando a mão em seu ombro.

- Vamos encontrar eles, Mene.- Ela tenta dizer em incentivo.

- Se eu não fosse tão idiota, eu não teria que procurar ninguém.- Imene esbraveja, suas bochechas já marcadas pelo rastro que as lágrimas deixaram.

Ela olha para frente e abaixa a cabeça, segurando seu punho com força.

- Meu pai não me ensinou muito sobre meu poder, só a controlar.- Imene começa.- Mas eu sentia que podia fazer muito mais do que manipular objetos pequenos para onde eu quiser. Eu queria aprender mais, mas ele dizia que eu não precisava aprender essas coisas. Até que um dia, eu recebi um e-mail da Magnólia.

Sophie senta ao lado da prima, apenas ouvindo a história.

- Eu sabia que eles brigavam bastante, mas não tinha ideia...- Mene puxa um bocado de ar antes de continuar a história.- Magnólia me ofereceu treinamento, me mostrou vídeos do meu pai.- Ela ri consigo mesma.- Eu queria fazer aquilo. Então, decidi viajar para Escarion e aprender com ela.

As lágrimas voltaram a correr pelas suas bochechas, Imene não tentou esconder dessa vez.

- Eu fugi de casa, papai me ligou milhares e milhares de vezes.- Ela continua.- Quando eu finalmente atendi, ele estava furioso. Eu também fiquei e disse onde e com quem estava, papai apareceu quatro dias depois. Nós começamos a discutir, aí eu saí, ele começou a discutir com a Magnólia e depois apareceu no meu quarto. Disse que ficaria com a gente. Eu não fazia ideia.

Imene cobre os olhos com as mãos e solta um grunhido de irritação. Sophie não sabia o que dizer, queria confortar a prima de algum jeito, mas não sabia como. Seus primos pareciam tão destruídos quanto ela. Ela sente um aperto no peito pensando no tio que morreu, nos que ficaram para trás e em sua mãe que também estava lá. As lágrimas queriam sair, mas a Hauser não deixou, ela fecha os olhos com força para tentar impedir. Sophie merecia isso.

- Senhoritas? - Alguém chama por Sophie e Imene.

- O que é?- Ela pergunta, se virando furiosamente.

A Hauser se vira para ver a Imperatriz Miriam Minori em pessoa. Sophie não entendia o que sentia, parecia que o ar vibrava contra ela, que uma força tentava empurrá-la para longe dela, algo dizia que a garota não era digna de estar na presença daquela mulher.

Sophie se perguntou como uma pessoa tão intimidadora como ela poderia ser mãe de um anjinho como o Vitor, mas sentiu vontade de fazer uma pintura dela ou tirar uma foto, faz tempo que Sophie não desenha.

A imperatriz era incrivelmente bela. Bonita não. Bela. Sua pele azul escura era impecável; seu rosto parecia ter sido esculpido por um artista talentoso, como o de uma musa dos sonhos de um poeta; seus lábios eram carnudos e quase roxos; seu cabelo era preto, volumoso e sedoso, dividido ao meio e de alguma forma não cobria o seu rosto.

Seus olhos eram castanhos, penetrantes e analíticos, como se pudesse descobrir todos os segredos do mundo. Seus chifres eram maiores que os de Vitor, dois palmos acima da cabeça, levemente pontiagudos. Não usava jóias, a Imperatriz tinha piedade das pessoas que se esforçaram ao máximo para ficar apresentável, mas seu vestido cobria o serviço.

Era vermelho, mostrando seus ombros e clavícula, mostrando seus ombros perfeitos, com fendas nas mangas pendentes e soltas. A peça era enfeitada com cristais e rubis, era justo até a cintura e a saia era leve. Não usava coroa, não precisava de um acessório inútil desses para mostrar seu poder.

Sophie deve ter ficado um tempo admirando a beleza dela, pois a Imperatriz ergue as sobrancelhas.

- Sophie Zander.- Ela diz seu nome com certa entonação, sua voz é neutra e calma.

- Quantas vezes eu tenho que dizer?- Sophie gesticula para cima, claramente irritada.- Meu nome é Sophie HAUSER. Se você é tão inteligente, deveria saber disso.

Imene segura seu pulso e o aperta.

- Sophie, fica quieta.- Ela pede à prima.

- Não, vou jogar na cara.- Sophie diz se soltando das mãos de Imene.- Não sei quanto tempo de vida eu tenho.

Ela volta a olhar para a Imperatriz, observando aquele rosto injustamente bonito. A mãe do Vitor não parecia ser desse mundo, não, o mundo não era digno de receber uma mulher daquelas.

- Onde você estava esse tempo todo? Onde estava aquele exército que apareceu na base nesses últimos quatro anos?- Sophie gesticula como se os soldados estivessem do lado de fora. - Você estava esperando o quê?

A garota fica encarando a mulher mais poderosa do mundo. Ela não diz nada, fica olhando para a Hauser como se ela fosse... nada. A Imperatriz tinha dois guardas com armaduras que pareciam ser feitos de pedra apenas a um passo de distância dela, Sophie fica os observando por um segundo e se pergunta se são realmente humanos.

- Primeiro de tudo, eu não vou prender nem você nem seus primos.- A Senhora do Oeste diz calmamente.- Segundo, eu não pretendo matá-la. Não apenas porque ajudou a salvar o meu filho, mas também porque eu prometi à sua mãe que nada aconteceria com você.

Sophie se sente tão aliviada que até pensa em se sentar na cadeira.

- Ah, que bom.- Ela deixa escapar um sorriso, mas cruza os braços e franziu a testa ao lembrar da última frase que ouviu.- Como assim você prometeu à minha mãe?

- Me acompanhe, senhorita Hauser. Acho que você e sua prima - A Imperatriz gesticula para Imene com a cabeça discretamente.- merecem ser devidamente informadas sobre o que está acontecendo agora.

- Espera, majestade.- Imene diz acrescentando o "majestade" rápido o bastante para não ser mal educada. - A Cori e o Éden também... onde eles estão?

Sophie vira de costas e percebe que seus outros primos realmente não estão mais ali.

- Eles tiveram um dia turbulento demais, mandei-os para um quarto onde podem se recompor.- A Imperatriz explica passando por Sophie, a garota sente um cheiro suave vindo dela e percebe que estava certa. Os soldados da Senhora do Oeste são realmente feitos de pedra.

Imene e Sophie a seguem. Ela era um pouco ignorante sobre política, mas não quer dizer que não conhecia as lendas a respeito de Miriam Minori, a mulher que já foi chamada de O Pesadelo Rubro. Dizem que ela é imortal, que não sente dor e que devorou o próprio marido para tomar Denver. Sophie sabia que esse último era mentira, mas para as pessoas criarem esse tipo de boato sobre a imperatriz, quer dizer que sua beleza esconde algo terrivelmente assustador.

A nave era enorme e elas entraram em um elevador de vidro, deixando os soldados de pedra para trás. Conforme o elevador sobe, a Hauser vê a sala de navegação com vários monitores que mostram coisas diferentes e uma pessoa em uma plataforma elevada que deve ser a capitã, a equipe dela é enorme. Ela tinha cabelos encaracolados e olhos vermelhos. Sophie sente o metal na construção, mas percebe que o que ela sente não é o bastante para compor toda aquela aeronave. "Devem ter colocado aquele tal de Metal Surdo que o tio Tyr mencionou nas partes mais importantes da nave."

- Onde estão o Hank, as gêmeas e o Vitor?- Ela pergunta se virando para a Imperatriz e afastando as mãos do vidro.

- Meu filho está curando a sua tia, as princesas já devem ter chegado em Solarian a essa hora e Hank Fowller está em um quarto descansando.- A Senhora do Oeste responde quando a porta abre e sai do elevador, sendo acompanhada por dois soldados de pedra. Sophie não sabia dizer se eram os mesmos do andar de baixo.

Ela apressa o passo para ficar lado a lado com a Imperatriz, acaba esbarrando na placa áspera e gelada da armadura de um dos soldados.

- Qual tia?- Sophie pergunta ensaiando segurar o braço da governante do Império Íris, mas decidiu manter cuidado com ela.

- Danielle Zander Alfred, fundadora do Órgão de gestão de imigração do Império Íris, e a verdadeira Chefe da Família Zander agora. - Ela responde como se fosse simples.

- A tia Dani está viva?- Sophie pergunta com um olhar de expectativa.

- Quando a trouxeram, sim.- A Imperatriz responde sem sair da sua postura calma.- Meu filho é perito em magias de cura e medicina tradicional, Danielle Alfred tem grandes chances de sobreviver.

Sophie se sentiu aliviada e se perguntou se Éden e Cori sabem disso, eles precisam saber, pensam que são órfãos agora. Saber que a mãe pode sobreviver talvez os ajude a melhorar. A Imperatriz chega a um escritório com uma parede de vidro atrás da mesa que dava vista ao céu aberto, uma mesa enorme e uma cadeira marrom estofada com almofadas azuis.

- Como você conhece a minha mãe?- Sophie perguntou cruzando os braços.

- Estudamos juntas desde a infância - A Imperatriz ajeita a saia de seu vestido para se sentar.- E Lídia foi a madrinha do meu casamento.

- O quê?- A Hauser forma um O com a boca e suas sobrancelhas quase sobem para fora da testa. - Você é amiga da minha mãe?

- Creio que sim.- A Senhora do Oeste responde se ajeitando graciosamente em sua cadeira. - Eu não a via há anos. Apenas falei com ela uma vez, quando ela me ligou pedindo ajuda.

Sophie se sente furiosa ao ouvir isso.

- Por que você não ajudou ela?- Ela pergunta.

- Ela me pediu para proteger você.- A Imperatriz diz calmamente. - Foi o que eu fiz.

Isso não ajudou em nada, só deixou a Hauser mais furiosa. Sua cicatriz começa a formigar.

- Sabia que eu fui torturada em uma delegacia? - Sophie pergunta, impetuosa. Sem ligar que sua prima tenha ouvido.

- Eu sei, isso foi resultado de um descuido.- A Imperatriz diz com a voz baixa.- Quando a nave do Vitor caiu, houve muita balbúrdia, todos ficaram desesperados. Foram tantas reuniões, tantas discussões que eu acabei deixando a tarefa de te manter longe da sua avó nas mãos de verdadeiros irresponsáveis.

Sophie não deixou de notar que não teve nenhum pedido de desculpas pelo o que houve. Nem sua cicatriz ousou chamar atenção. Tudo ficou estranho.

- Os policiais iriam executá-la, mas meus agentes chegaram a tempo pelo menos de impedir isso.- A Imperatriz continua com o seu tom de voz firme.- Depois, ficou óbvio que, eventualmente, alguém iria descontar em você de novo. Então, tomei providências.

- Que tipo de providências?- Sophie perguntou cruzando os braços.

- Coloquei agentes infiltrados no Campo que a vigiavam e a mantinham protegida de ataques.- A Imperatriz diz como se fosse nada.- Alguns interagiam diretamente com você, outros nem tanto. Coloquei entre os administradores do Campo, funcionários e estudantes.

- Espera.- A voz da Hauser fica trêmula, imaginando algo que com certeza a faria chorar bastante.- Quais eram os espiões?

- Adam e Naomi não eram agentes, eles são o que disseram que são.- A Imperatriz responde como se soubesse exatamente o que Sophie queria perguntar.

- Ah.

- Mas Camilla Anderson era uma espiã.- A Imperatriz continua, e se Sophie tivesse algo na boca, ela com certeza iria engasgar.

Ela lembrava desse nome, Camilla Anderson, a colega de quarto enxerida de Sophie na Ilha de Maya.

- A agente Anderson era encarregada de vigiar você de perto e verificar se ninguém da sua família entrou em contato.- A Senhora do Oeste explica.- Aquele que você conhece como "senhor Hector" vigiava o horário em que você entrava e saía do seu prédio, garantindo que ninguém estava a observando. A secretária que a chamou para avisar sobre o soldado Fowller verificava todos que procuravam por você.

Sophie fica com os olhos arregalados, aquelas pessoas eram espiões que vigiavam ela todos os dias. Por isso Camilla bisbilhotava as coisas dela, aquela secretária vivia observando Sophie no corredor e o senhor Hector sempre fazia questão de cumprimentá-la todos os dias.

- Eles e vários outros agentes ficaram encarregados de te manter protegida. Como Lídia pediu, mantive Magnólia longe de você.- A Imperatriz dá de ombros.- Enfim, vim explicar a situação atual dos Zander.

Essa explicação faltava pedaços, Sophie queria muito perguntar mais, mas não sabia até onde a Senhora do Oeste estava disposta a responder.

- Fomos acusados de traição graças a Magnólia.- Imene diz dando de ombros. - Isso não é novidade.

- Retratei Magnólia Zander como uma louca, perigosa e instável.- A Imperatriz diz.- Também tenho uma gravação da sua mãe me pedindo ajuda e socando o nariz de Héstia Zander para fugir.- Ela acrescenta para Sophie como se fosse nada. - Isso já poderia bastar para provar que Lídia Zander agiu contra a própria vontade. Mesmo assim, não era o bastante para toda a sua família, eu precisava de provas que defendesse todos eles. Pensando o mesmo, Tyr Zander veio falar comigo.

- Ele não "foi falar com você".- Sophie corrige.- Ele foi capturado pelo seu General.

- Você realmente não conhece a sua família, senhorita Hauser.- A Imperatriz revira os olhos e exala pelo nariz em desaprovação.

Um tablet surge na mão dela, ele mostra a gravação de uma câmera de segurança em uma calçada bem movimentada. Sophie observa sem entender até que aparece alguém de boné e olha diretamente para a câmera, mostra o cabelo e tira os óculos escuros. É o tio Tyr, exibindo seu rosto para a câmera e fingindo examinar a barba. Ele joga os acessórios que escondiam seu rosto em uma lixeira e continua andando.

- Em um minuto, o General Urano soube da presença dele e, dois minutos depois, Tyr Zander foi cercado em uma feira fechada.- A Imperatriz conta, e o tablet desapareceu. - Não tinha ninguém por perto, foi fácil. Ele foi contido em três minutos.

Sophie solta um suspiro e deixa a boca se abrir de novo.

- Ele queria que o pegassem.- Ela diz admirada.

- Foi a forma mais segura que ele encontrou de falar comigo sem criar suspeitas para Magnólia e arriscar a vida da esposa.- A Imperatriz diz.- Também aproveitou que metade da atenção da mãe dele estava direcionada a você.

- Como tem certeza disso?- Imene pergunta.

- Se quisesse, Tyr Zander teria matado todos. - A Imperatriz responde, dando de ombros.- Ao chegar, ele me deu mais provas de que Onúris e Héstia Zander estavam sob chantagem e me revelou o esconderijo onde os namorados da sua tia estavam aprisionados. Resgatamos eles, mas sua avó mentiu para a filha dizendo que decepou seus membros.

Alguém bate na porta, é o Vitor. Ele usava um uniforme de soldado com a cor um pouco mais escura que sua pele. Também prendeu a parte da frente do cabelo atrás da cabeça, Sophie achou fofo.

- E então, filho?- A Imperatriz pergunta, talvez já tenha passado a parte do reencontro emocionante de mãe e filho.

- Danielle Alfred está dormindo agora, ficará bem.- Ele responde e depois olha para Sophie.- Oi.

- Oi.- Ela sussurrou, sem saber porquê, e mostra um sorriso tímido.

- Agora sim, podemos garantir que sua mãe e seus tios não receberão prisão perpétua.- A imperatriz continua com o tom de voz sem emoção.

- Quê? Como assim?- Sophie perguntou olhando para a Senhora do Oeste, não escondeu seu medo.

- Os Zander foram acusados de traição, eu sabia que apenas Magnólia fez isso por vontade própria, mas eu precisava de provas concretas.- A Imperatriz continua. - E testemunhas.

- Com o testemunho dos seus primos e o da Chefe Danielle, podemos provar a inocência da sua família.- Vitor acrescenta, tentando animar Sophie.- Claro que pode não ser o bastante, mas temos as coleiras que podem ajudar na defesa da sua mãe e dos seus tios.

- Sem contar que todos os soldados viram Magnólia cortar a garganta do próprio filho.- A mãe dele continua.- Isso é impossível de se ignorar.

Ela não liga para o que as pessoas sentem? Sophie se perguntou.

- E agora?- Imene pergunta olhando do príncipe/ rei para a Imperatriz.

- Magnólia perdeu grande parte dos aliados depois dessa derrota.- A Senhora do Oeste responde.- Ela está em desvantagem e terá que se esconder, também não pode contar com a ajuda dos filhos para mais nada. Temos apenas que encontrá -la enquanto ainda está fraca.

- Queremos ajudar.- Alguém diz antes da porta bater atrás dela.

Cori trocou de roupa, usava uma camisa branca fina, calça preta e botas militares, lavou o rosto e prendeu o cabelo em um coque no topo da cabeça. Éden estava com ela, tirou sua armadura e usava uma calça preta larga e uma camisa azul marinho. Os dois estão com os olhos vermelhos contendo uma fúria que Sophie não imaginava ser possível.

- Não.- A Imperatriz responde com a voz firme.- Vocês não estão aptos para isso.

- De acordo com as leis postas pela rainha Sarah Minori, todo descendente das Três Famílias Primordiais deve ter treinamento militar a partir dos oito anos para manter seus poderes sob controle independente de suas condições em casa, encerrando oficialmente aos quatorze.- Cori diz com a voz direta e firme, igual uma juíza.- Eu e meu irmão temos treinamento, nossas primas foram treinadas pessoalmente por Magnólia Zander uma general e tutora reconhecida por essa lei para ter o direito de lecionar seus descendentes.

- Estamos nos nossos direitos e queremos servir o Império.- Éden apoia a irmã sem gaguejar uma palavra.

- Estão abalados pela morte do seu pai e furiosos porque Magnólia escapou sem pagar pelo que fez, esse tipo de motivação não mostra sua real capacitação.- A Imperatriz responde calmamente.- E suas primas não conhecem o protocolo.

Normalmente, nos filmes e livros que Sophie conheceu, esse tipo de cena faria com que ela e seus primos fossem aceitos, mas a Imperatriz recusou na hora.

- Sabemos como ela pensa, como ela luta, os recursos que ela tem.- Cori continua insistindo.

- Forneçam tudo à mim e ao General Urano agora para que possamos agir com mais capacidade, assim como Lídia fez nos dando a localização exata dos reféns de Therese, mas não vou colocar vocês em ação.- A Imperatriz continua no mesmo tom.

Sophie cruza os braços, lembrando da última vez em que viu sua mãe. Ela estava com uma armadura escura, o cabelo em um rabo de cavalo desmanchando, estendendo o braço para ajudar Sophie a subir. Ela tinha recusado por ainda estar com raiva por sua mãe não ter dito nada, mas também não tentou nada, se afundou tanto em um cenário triste e solitário que pensou que ficaria presa lá para sempre. Não tentou sair.

A Hauser queria consertar as coisas com a mãe, recuperar o tempo perdido, mesmo que ela se decepcione por Sophie não ter mantido a dieta. Uma coisa que Sophie Hauser pensou ter apagado do seu coração ainda estava ali, escondido, esperando seu momento de glória: o desejo de ter a mãe de volta. Sempre esteve ali, esperando que com a mãe por perto, Sophie voltaria a se sentir bem. A única pessoa por quem ela sentia uma raiva animal além dela mesma era sua própria avó, ela é a culpada por isso.

- Magnólia vai se esconder de você.- Sophie se ouve dizer antes mesmo de pensar, a Imperatriz vira o olhar para ela, analítica. - Ela não se importa de se retirar para recuperar forças e voltar depois.

Todos estavam olhando para ela e Sophie começou a andar pela sala, atraindo ainda mais atenção.

- Mas seu orgulho foi ferido, ela vai querer os netos de volta, tentar ir atrás de nós, se comunicar.- Sophie continua gesticulando com uma das mãos.- Se nos deixar ajudar, podemos ser uma isca para ela engolir, um motivo para aparecer.

A Imperatriz coloca os braços sobre a mesa e une as mãos, observando a Hauser como se agora ela tivesse dito algo interessante.

- Boa observação, mas vocês não têm treinamento para isso.- Ela responde.

- Então, nos coloque em um treino super intensivo ou dê um guia sobre o protocolo de vocês, sei lá.- Sophie argumenta.- Deixar a gente trancado e escondido vai fazer a Magnólia recuar ainda mais. Ela vai ficar escondida por anos se precisar.

- Vocês não vão participar de nada.- A Imperatriz diz com a voz inabalável. Sophie e seus primos começam a ficar chateados.- Pelo período de um ano. Vão treinar e ser avaliados psicologicamente. Se passarem, ficarão sob o comando de pessoas que vocês devem obedecer. Se não passarem, ficarão em Gedeon na mansão Bracken que já é propriedade de vocês.

- Seis meses, sem avaliação de psicólogo.- Sophie diz com a voz impassível.

- Não é uma negociação.- A Imperatriz diz em tom calmo.

- Ah.- Sophie diz um pouco desconcertada.- Desculpa.

- Dispensados.- A Senhora do Oeste diz com calma, desviando o olhar para a mesa e pegando algum papel importante. - Mandarei os detalhes em meia hora.

Sophie e seus primos saem, apenas Vitor fica para trás.

...

O quarto tem dois beliches, uma janela pequena e estreita que mostra a paisagem se movendo devagar. Sophie estava deitada e coberta por um lençol fino. Finalmente conseguiu tomar um banho digno e deitar, mas não conseguia parar de pensar em sua mãe e se perguntou se ela já conseguiu dormir, se está com sono, fome ou frio e se está machucada.

Tantas perguntas sobre o estado dela que Sophie se pegou lembrando da primeira vez em que ela sumiu e a Hauser pensou as mesmas coisas. "Como minha mãe está? Onde ela está? Ela se machucou? Será que ela já está dormindo"? Naquela época, resolveu fingir que a mãe não existia porque pensar nela a fazia se lembrar da delegacia. Agora, Sophie não vai hesitar em nada que a ajude a trazer a mãe de volta.

- Sophs?- Éden sussurra da cama ao lado dela.

- Oi?- Seu tom de voz é o mesmo do primo.

- Vamos mesmo ajudar a caçar a nossa família?- Ele pergunta em um tom de voz inseguro.

- Ajudar a derrotar a Magnólia e salvar nossa família.- Sophie corrige.

- Ok.- Seu primo fica em silêncio por um tempo. - Tem certeza de que quer fazer isso? Quer dizer, você não precisa se envolver em batalhas.

- Absoluta.- Sophie responde convicta. - Agora eu preciso.

- Sophie, você está com medo?- Éden pergunta.

- Muito.- Ela sussurra com a voz firme.- Mas não vou deixar isso me prender.- Sophie Zander Hauser diz com determinação.- Não mais.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro