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Prólogo

O poder não corrompe por si só; ele apenas revela a fragilidade de quem o segura”



O Penhasco do Arrependimento erguia-se como uma cicatriz sombria na vastidão branca, suas rochas íngremes estavam mergulhadas em camadas de neve, tão antigas quanto o próprio império. O vento, impiedoso e cruel, soprava rajadas gélidas, chicoteando as vestes de Aaron, agora endurecidas pelo sangue seco que marcava sua queda. Mesmo ali, prestes a encarar o fim, seus olhos dourados, herança da linhagem divina, ainda brilhavam, carregando a fúria que queimava em seu peito.

O frio ao redor deveria cortar sua pele e invadir seus ossos. Mas Aaron já não sentia nada além do peso esmagador da traição e da dor latente que irradiava de cada parte de seu corpo ferido.

O Penhasco era uma piada cruel, um nome que evocava um tipo de arrependimento que ele nunca poderia sentir. Arrependimento não traria de volta o que ele perdera. Não apagaria o sangue derramado ou restauraria a pureza de sua alma. Aaron, o outrora glorioso Imperador do Sol, agora se via como uma sombra de si mesmo, uma casca vazia onde só restavam a raiva e o ódio.

À sua frente, como um deus impiedoso no topo de um altar de gelo, estava Darius. Seu corpo alto e forte, era envolto em uma armadura brilhante, contrastando com a suavidade do manto negro que ostentava. Ele observava o irmão com frieza, enquanto a lâmina de sua espada refletia o brilho pálido do sol invernal. Darius não parecia incomodado pelo frio, pela multidão que assistia em silêncio, ou pelo destino que ele estava prestes a selar. Seu rosto, esculpido em uma máscara de desaprovação, mostrava apenas uma leve sombra de prazer contido.

Aaron apertou os punhos, seus músculos protestaram sob o peso da dor. O silêncio da multidão, a respiração coletiva presa, tornava tudo ainda mais insuportável. Ele, que fora escolhido pela espada sagrada, estava agora prestes a ser sacrificado por seu próprio irmão. A humilhação ardia mais que qualquer ferimento.

— Então é assim que acaba? — Sua voz soou rouca, como metal sendo arranhado. O vento carregou suas palavras, mas a raiva nelas contida permaneceu no ar. — Depois de tudo... é isso que resta de nós?

Darius inclinou a cabeça, um leve movimento de superioridade. Os olhos de Aaron queimavam, enquanto o olhar de Darius permanecia frio, distante. O mesmo olhar que, antes, o acompanhara com fraternidade, ou assim ele pensava. Darius estudou Aaron como se avaliasse um prisioneiro prestes a ser condenado.

— Isso nunca foi sobre nós, Aaron. — Sua voz era tão gelada quanto o vento que os envolvia. — Você perdeu seus deveres de vista quando se deixou consumir pela loucura e pela ganância. Não foi a coroa que o corrompeu... foi sua própria fraqueza. Será que não entende algo tão simples?

Aaron sentiu a fúria subir, uma raiva sufocante que fazia seu corpo pulsar, mesmo ferido e esgotado. Ele tentara salvar o Império, torná-lo mais glorioso do que qualquer governante antes dele havia conseguido. E agora, estava sendo julgado por Darius, o manipulador, aquele que, nas sombras, manobrara cada peça até esse momento.

— Você me chamou de irmão. — Aaron cuspiu no chão, o sangue manchando a neve. — E eu... eu confiei em você. Acreditei em seus conselhos, nas suas palavras doces… Mas você me enganou. Enganou a mim e a todos aqui.

— Eu te ensinei a ser forte. — Darius deu um passo à frente, sua voz um sussurro afiado.

Aaron riu, uma risada quebrada, como vidro estilhaçado. Seu coração estava em pedaços, a dor da traição esmagava o que restava de sua vontade.

— Você me fez imperador, mas tudo para se autopromover. Agora, você planeja se proclamar como um herói, aquele que derrotou o tirano. — Os olhos de Aaron brilharam com um ódio que parecia incendiar a própria neve ao redor. — Mas lembre-se de uma coisa, Darius...

Darius o observou com desinteresse, como se já soubesse a resposta.

— E o que seria, irmãozinho?

Aaron deu um passo à frente, sentindo o peito rasgar de dor, mas a força em suas palavras não fraquejou.

— Mesmo que eu esteja corrompido até os ossos, continuo sendo o homem escolhido pela espada sagrada. Eu sou o Imperador da Luz, e um dia farei jus ao meu título. Eu me vingarei de você e dessa corja de traidores! O Império do Sol nunca foi um lugar bom para se viver, mesmo antes de eu me assentar naquele trono, o lugar já estava cheio de ratos imundos, espreitando pelos corredores, aguardando o momento certo para agir — Aaron disse entre dentes, sua voz carregada de fúria e determinação.

— Você se considera o Imperador da Luz, mas de que serve a luz de um trono vazio? — O tom de Darius era carregado de ironia amarga. — O poder que você tanto exalta agora não passa de um eco distante. Você se agarrou à provação de Lituris, achando que isso te fazia digno, mas veja onde está agora. Pelo visto, a espada errou ao te escolher.

O golpe final estava prestes a cair, mas Darius fez uma pausa, permitindo que suas palavras afundassem profundamente:

— Vingança? Isso é um sonho que os mortos não podem realizar, Majestade. Hoje, você se juntará a eles.

O golpe foi rápido, limpo, brutal. Aaron sentiu o frio do metal penetrar sua carne, a dor o invadia como uma avalanche. Ele tentou resistir, mas seus joelhos cederam, e ele caiu na neve, vomitando um jato de sangue que tingiu o solo gelado de vermelho.

Por um breve momento, o mundo pareceu congelar. O vento cessou, e tudo o que restava era o som abafado do sangue pingando e o cheiro metálico da morte. Aaron arfava, seus olhos lutavam para se manter abertos enquanto as sombras começavam a tomar sua visão. Foi então que, com um movimento frio e calculado, Darius o empurrou.

O corpo de Aaron despencou no vazio, enquanto o vento gelado o consumia, roubando sua consciência, até que ele foi completamente engolido pelo abismo.

Um grito rasgou o ar.

— Aaron! — A voz de Grace Albélia, sua mãe, ecoou pelo penhasco. Ela atravessava a multidão desesperada, empurrando os soldados e guerreiros armados que cercavam o penhasco. Suas vestes brancas — simbolismo de luto no Império do Sol — estavam manchadas de neve e lama.

Darius segurou seu braço com força quando ela chegou ao limite do penhasco. — Está feito, mãe. Ele mesmo escolheu esse destino. Essa era nossa única opção.

Grace o olhou com uma fúria selvagem, puxando o braço com força. — Eu nunca devia ter confiado em você, traidor! — Em seguida, seus olhos se estreitaram, virando-se rapidamente para Kaylus, que permanecia em silêncio, observando com uma neutralidade perturbadora. — E você... acha que vai subir na vida com a ajuda desse... desse mentiroso? Você não passa de uma ferramenta para ele!

Kaylus não respondeu, seu rosto permanecia inexpressivo enquanto as palavras de Grace ecoavam no ar gelado.

No fundo da multidão, Agnes lutava contra as amarras que a prendiam. Suas vestes se encontravam rasgadas e manchadas de sangue seco, seus pulsos queimavam com o metal enfeitiçado que a restringia. Lágrimas escorriam por suas bochechas, molhando a neve sob seus pés — descalços e sangrentos — enquanto seus olhos, que refletiam dor, permaneciam fixos no fundo do penhasco onde seu mestre havia sido empurrado.

Os soldados ao redor, homens com cicatrizes, barbas espessas, e pele marcada pelo sol de Marguentano ou pálida como a neve de Inoaden, riam dela, sem notar o perigo iminente.

Agnes, no entanto, sentia o poder crescendo dentro de si. Um grito de dor e raiva rasgou sua garganta, e o artefato que a prendia explodiu em pedaços. Suas escamas brancas cintilaram à medida que seu corpo começou a se expandir, transformando-se em um dragão colossal. Um rugido, profundo e aterrador, ecoou pelo penhasco, sacudindo o mundo ao seu redor.

Com um único movimento de sua cauda, Agnes varreu uma dúzia de guerreiros armados, lançando-os pelo ar como se fossem bonecos de pano. O impacto fez o solo tremer, e o sangue manchou ainda mais a neve, criando um contraste macabro. Sua forma serpentina, colossal e imponente, bloqueou o último resquício de luz, mergulhando o penhasco em uma escuridão momentânea. E quando alçou voo, sua presença se ergueu majestosa, como se desafiasse a gravidade. O vento gerado por seu corpo esguio e escamoso cortou o ar com um som agudo e ensurdecedor, deixando a multidão em pânico.

Quando Agnes mergulhou em direção ao abismo, seu corpo serpenteava entre as rajadas de vento cortante, levando-a à queda iminente. O pânico em seu coração só aumentava à medida que a escuridão a engolia. Ela não conseguia ver Aaron, mas sentia, em algum lugar abaixo dela, sua presença sumindo aos poucos, como uma chama prestes a ser extinta.

O ar parecia mais pesado e denso conforme ela se aproximava do fundo do penhasco. Sua visão, antes clara e determinada, começou a se desfazer em borrões de neblina fria, que dançava como véus espectrais ao redor do precipício. Então, de repente, o vazio se partiu, revelando uma paisagem inesperada.

Ela emergiu sobre um vale oculto. A vegetação era densa e exuberante, um tapete de folhas prateadas que brilhavam sob a luz da lua, como um oceano ondulando em um ritmo lento e hipnótico. Pilares de pedra naturais erguiam-se do solo, suas superfícies eram cobertas por musgos luminosos que emitiam uma luz verde pálida. Pequenos riachos serpenteavam entre as rochas, seus murmúrios suaves criando uma melodia melancólica.

A princípio, o lugar parecia sereno, mas havia algo no ar que perturbava Agnes. O silêncio entre os sussurros da água era opressor, quase como se o vale estivesse segurando a respiração. Então ela viu.

No centro do vale, uma clareira circular destacava-se. O chão ali era diferente — sem vegetação, apenas uma terra escura e rachada, como se algo tivesse queimado sua vitalidade. Um círculo mágico brilhava intensamente, sua luz roxa e pulsante iluminava as árvores próximas com um brilho inquietante. Runas indecifráveis estavam gravadas no solo, e cada símbolo parecia contorcer-se, mudando de forma à medida que Agnes os observava.

Ela tentou frear sua queda, agarrando-se ao que via pela frente, mas o círculo parecia puxá-la com uma força irresistível. A energia que emanava dali era esmagadora, enraizando-se em seus ossos. Era como se o vale inteiro convergisse para aquele ponto, como se todas as forças da natureza fossem absorvidas por aquele lugar.

Seu corpo atravessou o círculo, e o choque foi instantâneo. Era como se todas as suas forças tivessem sido sugadas de uma só vez. Agnes sentiu seu corpo dracônico se encolher, sua forma revertendo rapidamente, enquanto sua consciência começava a se esvair. O mundo ao seu redor se distorcia, e antes que pudesse entender o que estava acontecendo, ela desapareceu, tragada pelo misterioso círculo mágico.

Apenas o vento e o silêncio testemunharam sua queda. Mas em algum lugar, nas profundezas insondáveis do penhasco do Arrependimento, algo havia mudado.


Nem todo início é tranquilo. Alguns são forjados no caos, no fogo e no mistério. Bem-vindo à essa jornada.

S.Y Ravena.

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