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Capítulo 24 - O Governante que Nunca Precisou Lutar

O que é a esperança senão o prelúdio da decepção?”




O rugido do dragão ainda reverberava no ar, um eco profundo que parecia se enroscar na própria floresta de pinheiros. A vibração ainda percorria o chão sob seus pés, como se a terra demorasse a esquecer a presença da criatura colossal.

Aaron permaneceu imóvel.

Seus punhos estavam cerrados, os músculos tensionados como cordas prestes a estalar, mas seu rosto permaneceu impassível. Os olhos escuros, fixos no vazio onde Agnes desaparecera, não traíam emoção. Não havia suspiros, nem palavras, nem sequer um gesto. Apenas silêncio.

O vento soprou, gelado como lâminas finas contra sua pele. Bagunçou seus cabelos escuros e curtos, fazendo-os roçar contra sua testa e nuca, num sussurro quase provocativo. O mesmo vento agitou sua capa, puxando-a para trás como se tentasse levá-lo com Agnes, mas ele não se moveu.  

As palavras dela ainda ressoavam em sua mente, se misturando ao eco do passado.  

Se você estiver disposto a deixar o seu passado para trás…”

Mas como se abandona algo que o persegue como uma sombra, algo que se entrelaçou tão profundamente em sua carne que já faz parte de quem você é?  

Ele fechou os olhos, sentindo o ar frio da floresta ao seu redor, mas de repente, tudo isso desapareceu. O cheiro das folhas se dissolveu no farfalhar distante de tecidos pesados, no aroma de incenso queimando, na frieza do mármore contra seus joelhos.  

O passado o puxou sem piedade.  

Ele estava de volta.  

O grande salão do templo estava banhado por uma luz dourada e silenciosa, filtrada através dos vitrais elevados, pintando sombras dançantes no chão de pedra branca. O cheiro de incenso era forte, enjoativo, mas Aaron não se moveu. Ele estava ajoelhado, o corpo exposto sob o olhar atento dos sacerdotes que recitavam cânticos na língua dos imortais. Não entendia as palavras, mas sentia o peso delas se infiltrando em seus ossos.  

O tecido branco e fino de sua calça era sua única vestimenta, deixando à mostra cada cicatriz que marcava seu peito e costas—testemunhas silenciosas das guerras que lutara, das feridas que nunca cicatrizaram por completo. Seu cabelo negro e longo caía sobre os ombros, cobrindo parcialmente a tensão rígida em sua postura.  

Aaron não levantou o olhar de imediato. Ele já sabia o que encontraria.  

Ao seu redor, os nobres assistiam, imóveis, como estátuas adornadas de ouro e seda. Nenhum deles torcia por seu sucesso. Estavam ali para testemunhar sua ruína. Esperavam que Lituris o rejeitasse, que a lâmina o queimasse vivo como fizera com tantos antes dele.  

Mas, acima de todos eles, uma única presença se destacava.  

Agnes.  

Ela era um contraste gritante em meio àquele cenário sufocante. Seu vestido cor creme fluía ao redor de seu corpo como um rio tranquilo, e seus cabelos prateados, trançados em padrões intrincados, brilhavam sob a luz das velas. Ela não parecia temerosa, nem satisfeita. Apenas observava.  

Aaron sentiu algo em seu peito se apertar. Seria desaprovação o que via em seu olhar? Ou apenas resignação?  

O cântico dos sacerdotes aumentou.  

Seu olhar voltou-se para frente, para o altar, onde a espada aguardava.  

Lituris.  

A lâmina reluzia com um brilho etéreo, como se respirasse sozinha, como se esperasse.  

Seu coração batia pesado no peito. Ele deveria temer aquele momento. Deveria hesitar. Mas quando estendeu a mão e sentiu o metal frio contra sua pele, percebeu algo que não esperava.  

A espada não o rejeitou. Não o queimou. Não o destruiu.  

Ela o aceitou.  

Por um instante, a câmara ficou em silêncio absoluto.  

Aaron ergueu a lâmina, e a luz dentro dela brilhou com intensidade ofuscante. O impacto foi imediato—os sacerdotes caíram de joelhos, os nobres se entreolharam, e do lado de fora, o povo murmurava em êxtase.  

Aquele era o sinal divino que tanto esperavam.  

E assim, Aaron Albélia recebeu o título de Imperador da Luz.  

Por um instante, ele foi amado. O império celebrou sua ascensão como um presságio de uma nova era. As bandeiras tremularam nos telhados, os mercados floresceram, os brindes ecoaram pelos salões da corte.  

Mas o que é a esperança, senão o prelúdio da decepção?    

Não demorou para que as rachaduras se formassem. No começo, eram imperceptíveis—pequenas falhas nas engrenagens de um reinado jovem demais para se manter em equilíbrio. Aaron tentou ser justo. Tentou cumprir as promessas que fizera quando a espada sagrada queimara em sua mão sem destruí-lo. Ele queria acreditar que Lituris o havia escolhido por um motivo maior.  

Mas ele era um homem feito pela guerra. E a guerra não ensina clemência.  

O passado não se apagava tão facilmente. Ele tentou governar como um imperador, mas no fundo, ainda agia como um soldado cercado por inimigos invisíveis. Ele via traição em cada sussurro, conspirações em cada olhar desviado. Seu governo começou com reformas, sim, mas logo se tornou um império erguido sobre decretos severos. A justiça se tornou medo. A segurança, repressão.  

As ruas de Marguentano falaram antes mesmo que ele percebesse.  

O povo, que um dia celebrara sua ascensão, agora caminhava de cabeça baixa. As tavernas, outrora vivas com risadas e histórias, silenciaram-se. Os mercados, antes vibrantes, agora tinham menos mercadores, menos cores. Os panfletos começaram a aparecer.

"O tirano cairá."

Ele os via nas paredes ao amanhecer, e ao meio-dia já haviam sido arrancados. Mas o que era pior do que as palavras, do que os insultos escritos às pressas na calada da noite, era o olhar de seus soldados. Antes, eles o serviam com convicção. Agora, hesitavam. A espada tremia em suas mãos antes de se erguer.

E Aaron sabia.  

Ele sentia a traição crescendo ao seu redor como raízes sufocando um império prestes a ruir. Mas não era o povo. Não eram os soldados. Não eram os ministros que se reuniam em grupos menores, sussurrando entre taças de vinho, com medo de suas próprias sombras.

A ameaça verdadeira nunca esteve à vista.  

A queda de Aaron não era obra do acaso.  

Ela tinha um arquiteto.  

E esse arquiteto era Darius Albélia.

O povo via Darius como um príncipe injustiçado, um homem destituído de seu direito. O trono do Sol era herdado pelo mais apto, e Darius era aquele que os solares escolheram desde o princípio. Mas Aaron sabia a verdade. Ele sempre soube.

Darius não fora vítima de Aaron. Fora seu carrasco desde o princípio.  

Aaron jamais teria subido ao trono sem a vontade de seu irmão. Foi Darius quem sorriu, humilde, ao abdicar do título de príncipe herdeiro. Foi Darius quem o apontou como sucessor perante seu pai, sem jamais erguer a voz, sem jamais precisar de uma espada em mãos.

Mas a manobra mais cruel viera antes disso. Aos catorze anos, Aaron foi enviado para os Reinos Inferiores.

Desde criança, foi instruído pelos melhores tutores do império—história, política, diplomacia. Sabia de cor os tratados, as genealogias nobres, os conflitos territoriais que formavam os alicerces da corte. Mas nada disso importava para Derick Albélia. O imperador não queria um filho inteligente. Queria um soldado.

E foi exatamente isso que Darius lhe entregou.  

Cada lição que Aaron aprendeu, cada golpe de espada que aperfeiçoou, tudo fazia parte de um teatro cuidadosamente encenado para impressionar seu pai. Cada vez que ele superava outro desafio, via um brilho de aprovação no olhar do imperador. Era um jogo. E Aaron queria vencer.

Então, quando a ordem veio, ele não hesitou.  

O dever. O império. O orgulho do pai. Tudo isso parecia valer o sacrifício. Ou pelo menos, era o que ele dizia a si mesmo.

A guerra o recebeu como uma fera faminta.

A primeira coisa que aprendeu não foi estratégia ou comando. Foi o frio. Um frio implacável, diferente do inverno no palácio. Ele queimava os ossos, fazia os músculos tremerem de exaustão. Era o tipo de frio que matava devagar.

A lama impregnava-se em sua pele, o cheiro de ferro e podridão misturava-se à neblina. O sangue não era sempre fresco. Às vezes, encontrava corpos abandonados na neve, pele azulada, os olhos ainda arregalados em um último momento de pavor.  

Aaron era um príncipe. Mas ali, não passava de mais um soldado.

A lâmina cega em sua mão era um insulto à guerra. Precisava de força para cortar. Precisava de precisão para matar. Ele nunca pensou que a primeira vida que tiraria fosse de um menino de sua idade, os olhos arregalados enquanto o sangue quente manchava a neve.  

Na guerra, não havia política, não havia tratados, não havia nada além do agora.

Os dias se tornaram noites, e as noites não traziam descanso. O frio se tornou dor, depois dormência. O cheiro do sangue se tornou familiar. Os gritos—ah, os gritos—se tornaram parte do silêncio.  

Quando Aaron voltou para casa, não havia mais casa para ele.

Ele esperava que seu pai o olhasse como olhava antes. Mas não havia mais orgulho nos olhos do imperador. Havia algo diferente.

Aaron não soube nomear o que era na época.  

Hoje, sabia que era desprezo. Porque um homem quebrado não serve ao trono. E Darius sabia disso. Foi quando começou a manipular o imperador.

Darius sabia que Aaron voltaria instável.  

Sabia que, uma vez no trono, apertaria os dedos ao redor dele até que começasse a escorregar.

Mas esperar não era suficiente.  

Darius não era um homem de impulsos, mas de precisão. Ele não poderia apenas confiar que a loucura e a paranoia de Aaron o destruiriam. Ele precisava acelerar sua queda.  

Então, governou pelo sussurro.

A princípio, foi sutil. Pequenas discórdias entre os conselheiros, acusações disfarçadas de dúvidas. Aaron via ministros leais sendo afastados, mas as evidências eram sempre frágeis, mas convincentes o bastante.

Leis começaram a ser promulgadas sem que ele se lembrasse de tê-las assinado. Sua caligrafia estava lá, tortuosa, mas inegável. O cansaço começava a distorcer suas próprias certezas.  

E quando a raiva tomava conta dele, quando o palácio tremia com seus gritos e móveis eram destruídos em fúria cega... Darius estava lá. Sempre lá. Silencioso. Observando. Esperando.

Foi Darius quem sussurrou aos sacerdotes que Lituris, a Espada Sagrada, havia sido manipulada.  

Foi Darius quem garantiu que os nobres mais poderosos sempre tivessem algo a perder—e alguém para culpar.  

Foi Darius quem fez as execuções se tornarem mais frequentes, para que Aaron afundasse ainda mais em sua reputação de tirano.  

A cada decreto impiedoso, Aaron cavava sua própria cova.

E Darius apenas esperava.  

Aaron abriu os olhos.  

O rugido distante do dragão já se dissipara, mas o peso da lembrança permanecia.  

Seu peito subia e descia em uma respiração contida, seus punhos estavam cerrados. O frio da guerra ainda estava em sua pele, mesmo depois de tantos anos.

E então, ele riu.  

Uma risada seca, sem humor, sem alegria. Apenas uma aceitação amarga.

Por que demorara tanto para perceber?  

Ele nunca teve escolha.  

Desde o início, cada passo que deu foi guiado por mãos invisíveis. Cada batalha, cada decisão, cada erro...  

Aaron não precisava se perguntar quando começou a perder.

A pergunta certa era se um dia teve algo para perder. 


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