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Capítulo 18 - Uma Carta ao Palácio Lótus


Gentileza não salvaria o Império do Sol. Palavras, por mais eloquentes que fossem, não deteriam lâminas ou atravessariam armaduras. E enquanto Aaron se agarrava à sua aversão à luta, o mundo continuava implacável, devorando os fracos, reduzindo-os a cinzas.”












O Palácio Gardênia tinha uma beleza quase sufocante. Suas amplas salas eram adornadas com tapeçarias vibrantes, e o brilho dourado dos detalhes moldados em cada canto parecia absorver até a luz mais pálida do dia nublado. Janelões de vidro cristalino se estendiam do chão ao teto, revelando o exterior cinzento e coberto por uma fina névoa invernal. O vento lá fora balançava os galhos nus das árvores do jardim, mas o interior do palácio permanecia silencioso, protegido por suas paredes imponentes.  

Ethan estava ajoelhado perto de uma mesa baixa, o carpete grosso e macio sob seus joelhos amenizava o frio que se infiltrava mesmo nos corredores aquecidos. Ele observava Aaron, que estava sentado à sua frente, tão absorto em sua tarefa que parecia alheio ao mundo ao redor. Um lápis de cera deslizou pelos dedos do irmão, traçando curvas suaves sobre uma folha de papel amarelado.  

O desenho tomava forma: um ninho repousava em uma clareira de grama alta, contendo ovos que brilhavam com cores suaves, quase etéreas, enquanto pequenos dragões emergiam, com corpos longos e serpenteantes, quase translúcidos na luz do papel. Ethan não sabia se era o contraste entre o clima severo do lado de fora e a delicadeza daquele desenho, mas algo no gesto de Aaron o tocou profundamente.  

— Você tem certeza de que quer mandar isso para Lilian? — perguntou Ethan, baixinho, como se temesse quebrar o foco do irmão.  

Aaron não respondeu imediatamente. Seus olhos escuros estavam fixos no papel, e ele inclinou a cabeça para ajustar a perspectiva antes de acrescentar os últimos detalhes. Quando finalmente falou, sua voz soou firme, apesar da concentração.  

— Sim. É a melhor maneira de chamar a atenção dela.  

Ethan franziu o cenho, mas não insistiu. Ele sabia que Aaron raramente mudava de ideia quando estava decidido, mas não podia evitar a onda de preocupação que o tomava.  

— Kaylus não está mais no Palácio Lótus, você sabe disso, certo? Não haveria problema em irmos até lá agora...  

— Não. — Aaron interrompeu, erguendo os olhos do papel apenas por um momento, sua expressão séria. — Lilian pode nos ignorar se formos direto. Isso — ele apontou para o desenho com o queixo — vai mostrar que sabemos o que estamos fazendo.  

Ethan olhou novamente para o desenho. Era estranho pensar que algo tão simples pudesse ter tanto impacto, mas havia uma ternura no traço de Aaron, um cuidado infantil nos detalhes. Ele sentiu os olhos marejarem por um instante, mas rapidamente afastou a emoção, inclinando-se para acariciar o cabelo do irmão.  

Os fios negros estavam frios ao toque, mas eram suaves, e Aaron congelou sob o gesto, seus olhos escuros subitamente fixos em Ethan com uma pergunta não feita. O rosto dele ficou vermelho, talvez pelo frio, talvez por desconforto.  

Ethan suspirou, retirando a mão e apoiando o cotovelo na mesa, a bochecha pressionada contra a palma da mão.  

— Tudo bem — disse ele, quase resignado. — Mas se Lilian não responder nos próximos dias, nós iremos assim mesmo.  

Aaron finalmente sorriu, um daqueles sorrisos raros e tranquilos que faziam Ethan esquecer, por um breve instante, das responsabilidades e incertezas que os cercavam.  

— Combinado.  

Aaron deslizou o último traço no papel, seus olhos estavam fixos na obra como se quisesse gravar cada detalhe antes de guardar o desenho. Com movimentos cuidadosos, ele dobrou a folha e a colocou dentro de um envelope delicado que estava sobre a mesa. O som suave do papel contra o material do envelope parecia ecoar no silêncio da sala, quebrado apenas pelo leve assobio do vento do lado de fora.  

Ele pegou uma barra de cera vermelha, derretendo-a sobre a borda do envelope com a precisão de alguém que já tinha repetido o gesto inúmeras vezes. A cera quente espalhou-se em um círculo irregular, e Aaron rapidamente pressionou o sinete contra ela, deixando a marca de seu palácio estampado no lacre. Por um momento, ele ficou imóvel, olhando para o resultado como se tentasse reunir coragem para o que vinha a seguir.  

Então, ele levantou os olhos para Ethan. O olhar expectante que encontrou deixou claro que havia algo mais que ele queria compartilhar.  

— Estou com medo. — As palavras escaparam de Aaron como um sussurro, carregadas de um peso que parecia maior do que o momento. — Não sei como Agnes vai reagir quando nos encontrarmos.  

Ethan piscou, surpreso. Não esperava ouvir aquilo. Ele inclinou-se para frente, apoiando os cotovelos na mesa, enquanto olhava para o irmão com perplexidade.  

— Eu pensei que você estivesse confiante. Você desafiou o Kaylus, a nossa mãe e até a Lilian quando fez aquela cena com o ovo. Achei que... bem, você não tivesse medo de nada.  

— Eu estava nervoso o tempo todo. — Aaron balançou a cabeça, com um sorriso desconcertado. — Eu já vi Agnes, sabe? No futuro. Mas, isso... isso parece tão distante.  

Aaron suspirou, abaixando os olhos para o envelope lacrado em suas mãos. O sorriso sumiu, substituído por uma melancolia que fez Ethan sentir um aperto no peito. Por um instante, o mundo ficou em silêncio — não o silêncio da tranquilidade, mas aquele carregado de pensamentos não ditos. Aaron parecia estar questionando sua decisão, como se a dúvida o estivesse consumindo naquele instante.

Ethan percebeu que precisava agir. Antes que o irmão pudesse se convencer a desistir, ele estendeu a mão e pegou o envelope das mãos de Aaron. O movimento foi firme, mas sem agressividade, e capturou a atenção do irmão imediatamente.  

— Você não está sozinho nisso, Aaron. — A voz de Ethan era baixa, mas carregada de força. Ele segurou o envelope com cuidado, os dedos passando sobre o lacre enquanto olhava diretamente para o irmão. — Não se esqueça, somos cúmplices. Roubamos os ovos, e forçamos um vínculo com eles. Eles são nossos agora, tanto quanto nós somos deles.

Aaron permaneceu em silêncio por alguns segundos. Então, de repente, ele quebrou o silêncio, quase hesitante:  

— Ethan, você se arrepende de ter feito o vínculo com o filhote? Depois de tudo o que vimos na capital... as feras mágicas sendo exploradas…  

A pergunta pairou entre eles, e por um momento Ethan não conseguiu responder.  

Eles não são feras. Eles são feéricos,” a garota do templo explicara. Ele a ignorara na época, mas agora as palavras dela eram um eco persistente.

As imagens invadiram sua mente. O mercado, as barracas alinhadas com ovos reluzentes que pulsavam com uma vida que muitos não conseguiam sequer entender. As criaturas enjauladas, seres de magia e majestade, reduzidos a sombras do que eram, seus olhos vazios de qualquer dignidade. Era cruel.

Ele se lembrou de tudo isso, e por um momento, sentiu a náusea subir. Mas o que mais o incomodava não era o horror do que vira. Era o fato de que, no fundo, ele sabia que faria tudo de novo, exatamente da mesma forma.

Ethan respirou fundo, tentando acalmar o tumulto em sua mente, mas quando falou, sua voz estava marcada por algo que ele não conseguiu esconder:

— E você? — devolveu a pergunta, sem encarar Aaron de imediato. Seus olhos estavam fixos na janela, no mundo lá fora, mas não vendo nada. — Você se arrepende?

Aaron piscou, claramente surpreso. Ele abriu a boca para responder, mas as palavras não vieram de imediato. Ele hesitou, algo raro nele, mas o suficiente para que Ethan percebesse o conflito interno. Por fim, Aaron balançou a cabeça, como se tentasse encontrar as palavras certas.  

— Eu... não sei. Na hora, pareceu o certo a se fazer — Ele finalmente admitiu, sua voz carregada de honestidade crua. — Mas agora, aqui, pensando sobre tudo isso, percebo que estou apenas forçando Agnes a carregar um fardo que não é dela.

Ele fez uma pausa, olhando para o envelope nas mãos de Ethan, como se o pequeno pedaço de papel pudesse oferecer respostas.

— E mesmo sabendo de tudo o que está errado, de toda a imundície em que o Império do Sol está encharcado… — Aaron fez uma pausa, respirando fundo antes de continuar. — Tenho medo da mudança. O que acontecerá com a gente depois de tudo?

— Não é só você, — Ethan respondeu imediatamente, o tom mais duro do que pretendia. Ele olhou para o envelope em suas mãos e respirou fundo. — Todo mundo tem medo, Aaron. Eu também tenho. 

Ethan hesitou, passando os dedos pelo envelope, como se as palavras estivessem ali, escritas de alguma forma.

— Medo de decepcionar, — admitiu, finalmente. — De falhar. De não ser forte o suficiente. De... de não estar pronto.

Aaron abriu a boca, mas Ethan ergueu a mão, interrompendo-o.

— Mas, Aaron, você é a pessoa que faz o impossível parecer possível. Mesmo quando está com medo, mesmo quando tudo parece errado. Você me deu coragem tantas vezes antes. Então, se você não está pronto, quem está?

As palavras de Ethan pairaram no ar, carregadas de sinceridade. Aaron desviou o olhar, os lábios se apertando enquanto processava o que acabara de ouvir. Ele não respondeu de imediato. O silêncio parecia pesado, como se cada segundo fosse necessário para encontrar uma resposta.

— Você acha isso de mim... — começou ele, mas sua voz falhou. Aaron balançou a cabeça lentamente, soltando um suspiro. — Mas, Ethan, eu não sou tão forte quanto você pensa.

Ethan franziu a testa, surpreso pela confissão, mas não disse nada.

— Não posso te dizer o ano exato, — continuou Aaron, sua voz vacilante. — Mas está perto. Muito perto o momento em que seremos enviados para lutar nos Reinos Inferiores.

Ethan sentiu o corpo enrijecer, mas permaneceu em silêncio, os olhos fixos no irmão, incentivando-o a continuar.

— Eu sei o que preciso fazer, pelo menos na teoria, — disse Aaron, sua voz carregada de um peso que parecia muito maior do que ele. — Mas transformar isso em algo real? Algo que possa mudar o futuro? Parece... inalcançável. Como lutar contra um oceano com as mãos.

Ele balançou a cabeça, os olhos perdidos em algum ponto distante.

— E da última vez que tentei... pessoas morreram. No Palácio Hibisco. No Palácio Lótus. Você sabe disso. Quase fomos nós.

Com um movimento firme, mas cuidadoso, Ethan pousou uma mão no ombro do irmão.

— Aaron, ouça-me. — Sua voz era baixa, mas carregava uma intensidade inconfundível. — Está tudo bem se perguntar se está pronto. Ninguém está realmente preparado para isso.

Aaron levantou os olhos para ele, e Ethan segurou o olhar, inabalável.

— Mas vamos seguir em frente, juntos. Um passo de cada vez. Não importa o quanto pareça impossível, não importa o quanto doa. Eu estou com você, e nós vamos encontrar um caminho.

Por um momento, Aaron ficou em silêncio, como se as palavras de Ethan fossem algo que precisasse digerir. Seus olhos piscaram rapidamente, e ele soltou um suspiro longo e tremido.

— Obrigado. — Sua voz era baixa, mas havia um calor ali que não podia ser ignorado.

Ethan observou o irmão, sentindo algo apertar em seu peito. Ele queria dizer mais, mas percebeu que não precisava. Então, em um esforço para aliviar o peso no ar, recuou e ergueu o envelope lacrado com uma mão.

— Vou pessoalmente ao Palácio Lótus entregar a carta. — Ele disse, tentando soar casual, mas havia uma nota de expectativa em sua voz. — Você quer vir comigo?

Aaron balançou a cabeça lentamente, desviando o olhar para o chão.

— Não. — Sua voz quase quebrou. — Eu não tenho uma boa reputação no Palácio Lótus.

Ethan ergueu uma sobrancelha, surpreso. Ele inclinou a cabeça ligeiramente, o tom um pouco mais incisivo quando respondeu:

— Você se preocupa demais com o que Kaylus pensa sobre você, Aaron.

Aaron ergueu os olhos, a surpresa passando rapidamente para algo mais contido, quase defensivo.

— Não é sobre o que ele pensa... não exatamente. — Ele hesitou, os dedos roçando a borda da mesa baixa. — A última vez que estive lá, eu... criei problemas. Falei o que não devia e o palácio foi invadido. Funcionários morreram por minha causa.

Ethan cruzou os braços, mas havia uma suavidade em seu olhar.

— Então somos dois. — Ele respondeu com um meio sorriso, que não chegou a tocar seus olhos. — Não acho que eu seja o convidado favorito do Kaylus também, depois do que aconteceu com os ovos. Mas sabe o que isso significa? Que não importa. Ele não vai gostar de mim, e talvez ele nunca goste de você também. Mas não estamos aqui para agradar Kaylus, Aaron. Estamos aqui porque é o que precisa ser feito.

Aaron ficou em silêncio, mas as palavras de Ethan pareciam ecoar em seus pensamentos. Finalmente, ele soltou um suspiro, um pequeno sorriso se formando.

— Você está certo, — disse ele, a voz quase um sussurro.

Ethan deu de ombros, tentando manter o tom leve.

— Sempre estou. — Ele tentou sorrir, mas o peso no ar era palpável demais para que parecesse genuíno.

Aaron não respondeu de imediato. Ele apoiou-se na mesa com cuidado antes de dar um passo para trás, seus movimentos lentos, mas deliberados.

— Acho que vou ao jardim, — disse ele, finalmente. — Preciso... respirar um pouco.

Ethan assentiu, observando o irmão enquanto ele se afastava. Os passos de Aaron eram calmos, mas havia algo neles que parecia perdido. Ele não era o mesmo Aaron de sempre – havia dúvidas, cicatrizes invisíveis que Ethan sabia que não podia curar sozinho.

Ele olhou para o envelope em sua mão, sentindo o lacre pressionar contra sua palma. Era estranho como algo tão pequeno podia parecer tão pesado.

Você não vai fazer isso sozinho, Aaron,” pensou Ethan, sua determinação solidificando-se como uma rocha. “Não importa o que aconteça. Eu estarei aqui.”

Enquanto Aaron desaparecia pela porta, Ethan apertou o envelope com mais força e respirou fundo. Ele sabia que não seria fácil, mas nada no Império do Sol era.

[...]

Ethan apertava a alça da pequena cesta, sentindo o peso insignificante dos bolinhos e doces que carregava, como se o conteúdo fosse uma afronta à vastidão do frio que o cercava. Seu casaco preto e grosso oferecia proteção contra o vento cortante, mas nada podia fazer contra o inverno que parecia infiltrar-se em sua alma. Cada passo no jardim do Palácio Gardênia era acompanhado pelo som abafado da neve sob suas botas, um ruído sutil, quase submerso na quietude pesada que o rodeava.

As árvores, agora mortas sob o abraço do inverno, curvavam-se ao peso do gelo, os galhos quebradiços projetando sombras retorcidas no chão coberto de branco. A luz pálida do céu refletia no manto de neve, tornando tudo ao redor tão brilhante que feria os olhos, mas ao mesmo tempo tão sombrio quanto os pensamentos que assombravam Ethan.

Para onde ele foi?” A pergunta ecoava em sua mente, um tamborilar constante que não lhe dava paz. Ethan franzia a testa enquanto o pensamento voltava, persistente.

Aaron tinha desaparecido sem dizer nada, o que não era exatamente fora do comum, mas dessa vez parecia diferente. Ethan podia sentir o peso da ausência do irmão, como se algo o puxasse na direção errada.  

O jardim se estendia à sua frente, desolado e sem vida. Arbustos secos desenhavam silhuetas fantasmagóricas no chão, enquanto as sombras das árvores pareciam mãos deformadas que se estendiam para o céu. Conforme avançava, Ethan podia sentir o vento carregado de promessas que não ousava decifrar.

Finalmente, a muralha surgiu em sua visão, um muro de pedra fria e imponente que dividia o jardim do mundo exterior. Duas figuras estavam lá, imóveis como se fossem esculpidas no gelo. Os guardas mantinham suas lanças empunhadas, o aço polido reluzia com um brilho frio. Suas armaduras negras pareciam absorver toda a luz ao redor, enquanto os uniformes azuis vibravam com uma intensidade quase estranha no cenário monocromático.

Ethan deixou o olhar pousar no guarda mais próximo, o único detalhe que o diferenciava da muralha fria e imponente atrás dele era a penugem azul que adornava o topo de seu elmo. Sob a luz pálida, o azul parecia uma chama bruxuleante em meio ao mundo de branco e cinza. Ele estreitou os olhos, como se pudesse atravessar o véu de inquietação que pairava pesado ao seu redor.

— Ed! — chamou Ethan, sua voz inesperadamente clara, cortando o silêncio com um som que reverberou pelas pedras geladas e se perdeu na vastidão do jardim. No instante em que ouviu sua própria voz, percebeu a vulnerabilidade nela, algo juvenil que não conseguia disfarçar.

O guarda com a penugem inclinou a cabeça ligeiramente, um gesto quase casual, mas que carregava um respeito implícito. Um sorriso discreto desenhou-se em seus lábios, o tipo de expressão que poderia tranquilizar ou irritar, dependendo do momento.

— Príncipe Ethan, — respondeu ele com um tom que misturava deferência e familiaridade. — O que o traz ao frio desta manhã?

Ethan hesitou. Sentiu os olhos do outro guarda sobre si, uma sombra de desconforto percorrendo sua espinha. Ele se esforçou para encontrar a casualidade em sua resposta, mas a preocupação era mais forte do que a máscara que tentava usar.

— Você viu o Aaron? — perguntou, as palavras saindo apressadas, como se tentasse agarrá-las antes que escapassem de sua boca. Ele odiava como sua voz soava naquele momento, um reflexo de seu interior inquieto.

O guarda ajustou a lança no ombro, seu olhar se desviando brevemente para a trilha além do portão. Ele apontou com o queixo na direção das árvores, cujos troncos altos e nus formavam uma muralha natural ainda mais imponente que a de pedra.

— Vi o príncipe Aaron entrar na floresta ainda a pouco, alteza. — Ele fez uma pausa, como se medisse o impacto de suas palavras. — A trilha está marcada com fitas azuis. — Indicou os troncos onde tiras de tecido balançavam ao vento, quase como espectros dançando na borda da visão de Ethan. — Caçamos cervos e lebres por ali recentemente. Por enquanto, é seguro. Mas, com todo o respeito, não vá muito longe sozinho.

Ethan sentiu o coração apertar. A floresta parecia tão próxima e, ao mesmo tempo, infinitamente distante. As fitas oscilantes não ofereciam consolo; ao contrário, eram quase zombeteiras. Ele forçou um aceno de cabeça, tentando demonstrar mais confiança do que realmente sentia.

— Entendido. Obrigado.

O guarda fez uma leve reverência com a cabeça, mas seu olhar permaneceu fixo em Ethan por tempo demais. Talvez fosse preocupação legítima, ou talvez ele soubesse mais do que dizia. Ethan não tinha tempo para se preocupar com isso agora.

Ele atravessou o portão, e o mundo mudou. Aqui fora, o vento parecia mais vivo, mais cruel, como se tivesse intenções próprias. Ele cortava sua pele como lâminas finas e invisíveis, passando por entre as camadas de lã e couro. A floresta aguardava à frente, imensa e silenciosa, suas árvores negras contra o fundo branco como sombras de um tempo esquecido.

Os pinheiros erguiam-se ao redor como sentinelas sombrios. Suas agulhas cobertas de gelo formavam um teto irregular, bloqueando parte do céu, mas não o bastante para esconder o brilho pálido e opressivo da luz refletida na neve. As fitas azuis penduradas nos troncos eram pequenas marcas de civilização nesse mundo selvagem, balançando levemente com o vento como se zombassem dele. Ethan as seguiu, mas com cada passo uma parte de si desejava virar para trás. O silêncio ao redor não era de paz; era pesado, denso, como se algo estivesse esperando para se revelar.

Finalmente, no coração de uma clareira coberta de neve, Ethan o encontrou. Aaron estava ajoelhado no chão, o capuz puxado para baixo cobrindo parte de seu rosto. Ele parecia tão imóvel que, por um instante, Ethan pensou que não estivesse respirando. Os joelhos afundados na neve e as mãos repousando sobre as coxas lhe davam a aparência de uma estátua, algo esculpido no próprio gelo da floresta.

"Ele está rezando?" Ethan apertou a alça da cesta, hesitando. Ele reconhecia a pose — Aaron sempre se isolava assim quando as coisas o sobrecarregavam, mas havia algo diferente agora.

E então, sem aviso, a voz de Aaron rompeu o silêncio:

— Por quanto tempo vai ficar aí, escondido?

A pergunta era calma, quase desinteressada, mas ela cortou Ethan como um golpe. Ele piscou, surpreso, as palavras fugindo de sua mente antes que pudesse encontrar uma resposta.

— Como você sabia que eu estava aqui? — perguntou finalmente, começando a se mover em direção ao irmão.

Aaron voltou a cabeça devagar, seus olhos parecendo mergulhar profundamente nos de Ethan, avaliadores, mas sem pressa de emitir um julgamento. Seus lábios se apertaram, formando uma linha fina, antes de relaxarem em um meio sorriso contido.

— Você é barulhento. — A voz dele saiu quase um murmúrio.

Confuso, Ethan baixou os olhos para os próprios pés e viu os galhos quebrados sob suas botas. Pequenos fragmentos espalhados sobre a neve, tão óbvios que se sentiu tolo por não ter percebido. Claro que ele ouviu. Ele está sempre em alerta.

Ethan avançou mais rápido agora, os passos rangendo na neve enquanto a irritação começava a subir. A cestinha pendia desajeitada em sua mão, um peso que ele nem notava mais.

— Estive procurando por você, sabia? — disse ele, a voz carregada de uma mistura de preocupação e acusação que ele não conseguiu conter. — O que está fazendo aqui sozinho?

Aaron não respondeu imediatamente. Ele estava ajoelhado na neve, imóvel, com as mãos estendidas à frente. Ethan observou a luz que emanava de suas palmas – um brilho dourado, quente e pulsante, como um raio de sol aprisionado em suas mãos. A luz dançava, oscilava, criando reflexos vivos que transformavam a neve em um campo de estrelas cintilantes.

Foi então que Ethan viu.

Diante do irmão, uma figura surgiu como se estivesse sendo esculpida no ar. Era um homenzinho em armadura brilhante, pequeno o suficiente para caber na palma da mão de um adulto. Ele não era apenas uma estátua luminosa; ele se movia. Cada passo, cada golpe de sua minúscula espada era fluido, quase perfeito demais. O homenzinho saltava, girava, fazia floreios e, por fim, parava em posição de combate, como se desafiasse um inimigo invisível.

Ethan parou, os olhos arregalados enquanto o cenário diante dele se desdobrava. Um sorriso involuntário começou a formar-se em seus lábios, algo que ele mal notou. A luz refletida dançava em seu rosto, e pela primeira vez em semanas, ele sentiu um peso ser retirado de seus ombros.

— O que é isso? — perguntou ele, sua voz baixa, quase temerosa de quebrar o encanto do momento.

Aaron levantou o olhar apenas por um instante, mas o brilho em seus olhos era tão intenso quanto a luz em suas mãos.

— Veja, — respondeu ele, num tom que era mais uma ordem gentil do que um convite. Suas mãos continuavam a se mover, desenhando padrões invisíveis no ar, e o pequeno guerreiro respondia a cada gesto. Ele girava, saltava e fazia floreios com sua espada minúscula, como se estivesse dançando ao som de uma música que apenas Aaron podia ouvir.

Ethan observava a cena diante dele, dividido entre o alívio e a preocupação. As partículas douradas do pequeno guerreiro ainda pairavam no ar, dissolvendo-se lentamente como poeira de estrelas, e por um momento ele se permitiu sorrir. Era algo pequeno, quase imperceptível, mas estava lá – uma centelha de alegria ao ver Aaron usando seus poderes.

— Isso é... incrível, — murmurou ele, incapaz de esconder a admiração.  

O homenzinho fez uma reverência exagerada, como um ator no fim de uma peça, e ergueu sua lâmina em um gesto dramático antes de parar, completamente imóvel.

Aaron deu um último movimento com as mãos, e o guerreiro de luz começou a se desfazer. Partículas douradas subiram ao céu como pequenos vaga-lumes antes de desaparecerem, deixando apenas a neve intocada em seu lugar. Ele suspirou, exalando uma pequena nuvem de vapor no ar gelado, e ergueu os olhos para Ethan. Um sorriso se formou em seus lábios, desta vez mais genuíno, menos contido.

— Eu criei uma nova brincadeira, — anunciou Aaron, a voz carregada de orgulho satisfeito.

Ethan soltou uma risada curta, mas havia algo mais em seus olhos – um peso que não desaparecia completamente. Ele se agachou ao lado de Aaron, depositando a cestinha de bolinhos cuidadosamente sobre a neve.

— Desde aquele dia… — começou ele, sua voz mais baixa. As palavras pesavam, mas ele as deixou sair. — Desde que você usou seus poderes pela última vez, pensei que nunca mais te veria tentar algo assim. — Ele ergueu o olhar, estudando o irmão por um momento. — Mas agora você está explorando. Isso é importante, Aaron. É bom. — Ele hesitou, os lábios curvando-se em um sorriso fraco antes de acrescentar: — Mas só se você for cuidadoso.

Aaron inspirou profundamente, o ar frio queimando-lhe os pulmões enquanto os dedos inquietos se moviam sem propósito em seu colo, puxando e soltando a aba do casaco de frio. Era um gesto pequeno, quase imperceptível, mas carregado de nervosismo, como se o movimento pudesse distrair a mente do peso crescente que se instalava em seu peito.

— Eu pensei muito desde aquela conversa que tivemos na biblioteca da loja na capital. — Aaron começou, a voz baixa, mas firme. — Você estava certo, Ethan. — Ele parou, apertando os lábios por um momento, como se buscasse as palavras certas. — Não posso negar quem sou. O poder do Sol é parte de mim, e ignorá-lo seria… seria errado. Covardia, talvez.

Ele ergueu os olhos para o irmão, e havia algo novo neles — uma determinação brilhante, como a luz do amanhecer após uma noite de dúvidas.

— Mas eu prometo. Vou usá-lo com sabedoria. E vou garantir que esse poder nunca me consuma.

Ethan inclinou a cabeça ligeiramente, os olhos ainda carregados de preocupação, mas suavizados pelo início de um sorriso. O alívio que sentia era como uma brisa morna — sutil, mas presente, uma promessa de que as coisas poderiam, talvez, melhorar.

— Foi uma boa decisão. Talvez a melhor que você poderia tomar. — A voz de Ethan era tranquila, mas carregada de um significado profundo, o tipo que não precisava de explicações para ser compreendido.

Aaron não respondeu imediatamente. Ele manteve o olhar fixo no irmão, a expressão contida, mas não fria. Era como se tudo que precisava dizer já estivesse ali, no silêncio.

Ethan quebrou o momento com um leve movimento de cabeça.

— O mestre do cultivo chegará ao nosso palácio em breve. Ele vai te ensinar a entender esse poder, a controlá-lo, — disse ele, sua voz agora mais baixa, como se quisesse que as palavras fossem algo mais íntimo, algo apenas entre os dois. — Até lá, só me prometa que não vai ultrapassar os seus limites sozinho.

Houve uma pausa, e Ethan ergueu as sobrancelhas, um sorriso leve quebrando a gravidade do momento.

— E, por favor, nem pense em usá-lo para… — Ele gesticulou com as mãos, como se imitasse o pequeno guerreiro de luz que Aaron conjurara momentos antes. — Brincar. Quem em sã consciência usaria o poder do Sol para isso?

Por um instante, Aaron pareceu conter o riso. Quando falou, sua voz assumiu um tom exageradamente sério, ainda que o sorriso nos lábios o traísse.

— Depois de tudo isso que você disse… — Ele suspirou dramaticamente, como se carregasse o peso do mundo. — Acho que nem tenho coragem de pedir para você fazer uma demonstração do seu poder elemental.

Ethan piscou, surpreso pela mudança repentina de tom. Mas a provocação de Aaron o desarmou, e ele soltou uma risada curta, mais um reflexo nervoso do que humor genuíno.

— Nem pensar, — respondeu Ethan, tentando soar firme — Podemos testar esse jogo, ou seja lá como você está chamando, quando eu entender um pouco mais sobre os meus próprios poderes.

Aaron inclinou a cabeça levemente, como se avaliasse a resposta. Seus olhos estreitaram-se por um momento, fixando-se nos de Ethan. Ele percebeu a tensão que o irmão tentava disfarçar — os dedos que se moviam inquietos sobre os joelhos, a linha do sorriso que hesitava antes de se formar.

— Não precisa ficar tão tenso, — A voz de Aaron quebrou os pensamentos de Ethan, agora mais leve, quase divertida. — Só estou curioso. Será que você consegue fazer um homenzinho de luz lunar? Ou, quem sabe, algo mais elaborado?

— Acho que já tivemos frio suficiente por hoje. — Ethan disse, sua voz carregada de uma calma calculada. Ele se levantou de repente, como quem deseja encerrar uma conversa que não quer continuar, e começou a limpar a neve das botas com gestos apressados.

Aaron ajeitou o casaco pesado contra o corpo, protegendo-se do vento cortante que dançava entre os pinheiros. À frente, Ethan avançava pela trilha demarcada pelas fitas azuis que os guardas haviam fixado nas árvores. O balançar das fitas ao vento parecia apontar o caminho de volta ao Palácio Gardênia, mas o silêncio entre os dois tornava a jornada mais pesada que a neve sob suas botas.

O silêncio entre os dois era quase confortável, mas Ethan sentia algo diferente naquele momento. Enquanto caminhava, ele podia sentir o olhar de Aaron sobre si, um peso quase tangível. Quando finalmente ergueu o olhar para o rosto do irmão, viu os olhos escuros fixos nele. As bochechas e o nariz de Aaron estavam vermelhos pelo frio, e os fios de cabelo que escapavam sob o gorro estavam cobertos de pequenos flocos de neve.  

Aaron não parecia desconfortável com o frio. Ao contrário, ele se movia como se o gelo ao redor fosse uma extensão de si. Mas seus olhos, escuros e fixos em Ethan, carregavam algo que o irmão não sabia decifrar. Era um brilho desconcertante, como se Aaron estivesse avaliando não apenas seus passos, mas também seus pensamentos.

— Em breve, ocorrerá uma caça. — A voz de Aaron cortou o silêncio com a naturalidade de quem já estava esperando a oportunidade para falar.  

Ethan franziu a testa, surpreso com o comentário repentino.  

— Uma caça? — Ele perguntou, hesitante, enquanto seus olhos buscavam alguma explicação no rosto do irmão.

— Sim, é um evento organizado durante todos os invernos. — Aaron continuou, o tom casual, como se estivesse comentando algo trivial. — Os imperadores promovem isso anualmente. Qualquer um pode se inscrever.

Ethan estreitou os olhos, desconfiado. Ele conhecia Aaron bem o suficiente para saber que isso não era apenas uma conversa aleatória.

— E você quer assistir?

Aaron sorriu. Não era um sorriso comum, mas aquele cheio de uma mistura de astúcia e animação, que sempre deixava Ethan desconfortável. Antes que ele pudesse perguntar algo, Aaron passou o braço ao redor de seus ombros, aproximando-se.  

— Assistir? — Ele riu baixinho, balançando a cabeça. — Nós vamos participar.

Ethan parou no meio do caminho, olhando para o irmão como se ele tivesse acabado de anunciar algo completamente absurdo.

— Participar? — repetiu ele, o tom carregado de incredulidade. — E o que exatamente vamos fazer nesse evento de caça? Porque, se você está pensando em me fazer correr atrás de cervos, lebres ou… sei lá, tentar a sorte com lobos, já vou avisando que não estou disposto a isso.

Aaron soltou uma risada curta, afrouxando o braço ao redor dos ombros do irmão, mas sem afastar-se por completo.  

— Relaxa, Ethan. Eu também não estou interessado em matar animais por diversão. — Ele fez um gesto casual com a mão, como se afastasse a ideia. — O que me interessa são algumas ervas mágicas que só crescem na área de caça do Palácio Imperial.

Ethan parou novamente, girando o corpo para encarar Aaron com os olhos arregalados.  

— Ervas mágicas? Você quer que entremos em uma área de caça real, com gente armada e perigos por todos os lados, só para pegar... plantas?

— Ervas mágicas. — Aaron corrigiu, a ênfase clara em sua voz. Ele ergueu uma sobrancelha, como se estivesse desafiando a lógica de Ethan. — Há uma diferença. Elas são raras e difíceis de encontrar fora dessa região.

Ethan passou uma das mãos pelo cabelo, um gesto automático sempre que estava nervoso ou tentando ganhar tempo.

— Eu não sei, Aaron... Isso soa como uma péssima ideia.

Aaron deu um passo mais perto, mantendo o tom persuasivo.

— Você disse que quer ser mais forte, não disse? Quer proteger os outros, certo? Essas ervas são usadas para criar elixires e poções que podem ajudar em combate e defesa. Isso não é só sobre mim. É sobre nós.

Ethan hesitou, sentindo o peso das palavras do irmão. Ele sabia que Aaron estava certo em parte, mas o medo do desconhecido ainda o prendia. Seus pensamentos estavam uma bagunça, uma mistura de preocupação e dúvida.

— Ainda assim, isso parece... arriscado demais.

Aaron suspirou, mas não desistiu.

— Eu entendo o que você está sentindo, Ethan. — Ele colocou uma mão firme no ombro do irmão, os olhos escuros fixos nos dele. — Mas às vezes, arriscar um pouco é o que nos faz avançar. Eu não faria isso se não achasse que vale a pena.

O silêncio pairou entre eles por alguns instantes. Ethan podia sentir seu próprio coração acelerado enquanto tentava encontrar uma resposta. No fundo, sabia que Aaron não o colocaria em perigo desnecessariamente, mas isso não tornava a ideia menos assustadora.

Finalmente, ele suspirou, desviando o olhar.

— Vou pensar sobre isso.

Aaron sorriu levemente, como se soubesse que já havia ganho metade da batalha.

— Tudo bem. Mas não demore muito. — Ele deu um leve tapinha no ombro de Ethan antes de começar a caminhar novamente.

Ethan ficou parado por um momento, observando o irmão. Em seu coração, ainda havia incerteza, mas também uma pequena centelha de curiosidade, de vontade de enfrentar o que quer que fosse ao lado de Aaron.







Caros leitores,

Há algo fascinante sobre os momentos de fragilidade que surgem entre Ethan e Aaron. No trecho em que Aaron confessa seu medo de como Agnes irá reagir, somos levados a uma cena que parece pequena, mas que ecoa as profundezas das emoções humanas. Aaron, sempre tão obstinado e cheio de certezas, revela uma face vulnerável que raramente mostra. E Ethan, surpreso com a confissão, se encontra em um terreno desconhecido: ele não está acostumado a ver o irmão duvidar de si mesmo.

Para Ethan, esse instante carrega uma força transformadora. Ao ouvir o medo de Aaron, ele não apenas enxerga a humanidade em seu irmão, mas também sente o peso do papel que desempenha ao seu lado. E, enquanto observa Aaron abaixar os olhos para o envelope lacrado, é impossível não se perguntar: o quanto realmente conhecemos as pessoas que amamos? E como reagimos quando elas mostram as rachaduras em suas armaduras?

Ethan sabe que Aaron não é invencível, mas talvez nunca tenha percebido como suas próprias ações também moldam o irmão. Nesse momento, ele não apenas pega o envelope para incentivá-lo, mas faz algo ainda mais significativo: reafirma a parceria deles, a cumplicidade que compartilham. Essa é a força de Ethan, que raramente se expressa em palavras, mas transborda em gestos.

Porém, enquanto autor, gosto de me questionar — e de levar vocês, leitores, a questionarem também: o quanto Ethan está verdadeiramente certo disso? Ele diz a Aaron que não está sozinho, mas será que essa certeza é inabalável? Ou há, escondido em sua mente, um medo de que esse laço de cumplicidade não seja suficiente para enfrentar os desafios que se aproximam?

Outra coisa que me fascina aqui é como o olhar de Ethan sobre Aaron muda. Aaron, tão seguro ao desafiá-los a participar de planos ousados, agora está vulnerável, e Ethan sente um aperto no peito. Nesse momento, ele não é apenas o irmão gêmeo mais velho ou o cúmplice nos planos. Ele é alguém confrontado com a complexidade de amar alguém tão corajoso, mas também tão humano. Isso levanta perguntas importantes: é possível proteger alguém que insiste em caminhar por terrenos perigosos? E como equilibrar o amor com a responsabilidade de ser a voz da razão?

Essas reflexões me acompanham enquanto escrevo e espero que elas ressoem em vocês também. Afinal, não são as grandes batalhas ou os desafios épicos que mais nos marcam, mas as pequenas trocas, os momentos de silêncio e os gestos de apoio que nos ajudam a encarar o que vem pela frente.

Que essas perguntas os acompanhem enquanto seguimos a jornada de Ethan e Aaron, com todos os seus laços, dúvidas e promessas.

Com carinho,
S.Y Ravena.

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