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Capítulo 01

"Há muitas e muitas eras, os deuses costumavam caminhar junto aos homens, pois nós e eles éramos mais próximos do que somos agora. Quando uma pessoa encarnava um deus, ela se torna um Deva e foi como Devas que o Sol e a Lua se conheceram. Não podia ser diferente, pois, o Paran sempre brilha no dia e Luna sempre brilha na noite, de tal modo que, se não tivessem se desvinculado de sua morada e vindo caminhar conosco, jamais poderiam se encontrar. E foi assim que os dois se conheceram pela primeira vez. Se apaixonaram perdidamente e passaram a viver um grande amor."

"Mas, em todos os cantos do mundo, era proibido que o dia e a noite se misturassem. Do Norte ao Sul, do Leste ao Oeste, toda vez que se encontravam coisas terríveis aconteciam nos arredores. Foi por isso que os demais deuses se reuniram e decidiram que aqueles dois não deveriam mais se ver. Abateu-se sobre eles uma grande tristeza quando souberam que nunca mais se encontrariam. Imploraram para os deuses para se verem por algumas partes do dia e foi quando Harmonia intercedeu. A deusa, justa como só ela, disse que não era correto que os dois vivessem separados quando seu amor era tão grande. Assim surgiu a tarde, onde os dois podiam se encontrar ainda que por poucos minutos e, desses breves momentos, nasceu Hemera, a deusa vespertina, e Hesperides, a deusa das estrelas.

"Os poucos momentos juntos passaram a ser insuficientes e Luna foi perdendo seu brilho com aquela solidão. Não aparecia mais em momento algum, nem pela manha, nem pela noite e nem em seus encontros com seu amado, reclusa em sua solidão. Paran, o radiante, percebendo que perdida sua dama para a tristeza, conversou com sua irmã, Eléia, a Magnífica, e pediu-lhe achasse Luna e lhe recitasse sua cantiga de amor, pois, embora não fosse a deusa mensageira, era a deusa dos amantes e enamorados. Eléia concordou e então falou com Hesperides, sabendo que, fruto de um amor verdadeiro como era a filha do casal, ela poderia encontra-los onde estivessem. As duas juntas criaram as estrelas, que se espalharam pelos céus em busca de Luna."

"Quando a Lua finalmente reapareceu e se viu o Sol, e o Sol viu a Lua, eles correram um para os braços do outro, ignoraram todas as ordens dos deuses e fugiram juntos para nunca mais se separar. Um feiticeiro os descobriu e, por terem desobedecido a ordem natural das coisas, os amaldiçoou. Paran foi condenado a passar a eternidade em sua forma carnal, de vida a vida renascendo e morrendo em um novo Deva, esquecendo-se ainda de seu caráter divino. Luna, por sua vez, jamais poderia visitar a terra, vivendo exilada em sua morada lunar. Hoje os dois vivem assim... separados. O Sol não sabe quem é, e vive sua vida radiante, acreditando que é feliz e sem conhecer sua felicidade. A lua, fica eternamente a procura dele. Quando se cansa, desaparece outra vez na Lua Nova, mas sempre retorna brilhante e cheia de esperança, pois a eternidade é tempo demais para se lamentar. Volta e meia eles redescobrem um ao outro e fogem juntos novamente. Quando a Lua descobre o sol, ocorre o Eclipse Solar. Quando o Sol percebe quem é e foge com Lua, ocorre o Eclipse Lunar. Os dois passam todo o tempo restante juntos até a próxima vida de Paran. Quando ele reencarnar novamente, finda e recomeça o Ciclo de Soluna."

"O que achou?" Perguntei animada após contar a história.

"Está incrível! Quase perfeito." Disse minha governanta. "Você já consegue recitar com as pausas no lugar certo, sem apressar o texto, para a perfeita clareza das frases. Mas precisa de se lembrar de modular um pouco mais a entonação da sua voz. É assim que você realmente prende o ouvinte no seu discurso. Perdeu um pouco disso no final."

Eu desci do banquinho de pedra e me sentei desanimada. Ainda era uma criança e me chateava fácil, mas não me dei por vencida.

"Eu vou melhorar e conseguir uma oratória perfeita. Aí quando for rainha, meus discursos vão ser os melhores que você já ouviu. É que essa história é triste e, quando vai chegando no final, eu não gosto muito e acabo me atrapalhando um pouco."

"Não se preocupe, minha querida princesinha. Você ainda terá muitos anos para treinar até se tornar rainha."

A senhorita Norma Weisslehrer era uma excelente governanta, vinda de uma família já acostumada com a tradição de tutores. A casa de Weisslehrer era conhecida por ter os melhores tutores do nosso clã e tinha cuidado das educações da Casa Real por gerações. A mãe dela ensinara meu pai e sua avó ensinara minha avó, e então ela me ensinava. Norma era a melhor professora que eu poderia ter desejado quando criança. Ela conseguia passar instruções e fundamentos de coisas que eu precisaria mais tarde de uma forma divertida. Muitas vezes estávamos apenas brincando, mas anos mais tarde eu perceberia. Norma já me treinava para ser a chefe do meu povo.

Estávamos nos jardins da casa de veraneio que minha família costumava ir. Naquela época, éramos eu, meu pai, minha mãe e minhas três irmãs mais novas. Eu ainda tinha 80 anos e isso quer dizer que eu era como uma criança humana de oito anos. As fadas não envelhecem da mesma força que os humanos, nem amadurecemos na mesma velocidade.

Logo um dos criados se aproximou de nós e conversou com minha governanta. A expressão dela mudou de tranquilidade para uma dureza que atiçou minha curiosidade.

"Vamos, minha menina. Já está na hora de entrar e temos uma visita para receber. Você deve ficar apresentável."

Entramos na casa e subimos para o quarto, onde fui vestida num vestidinho branco com uma flor de tecido na altura do ombro. As criadas colocaram um sapatinho social branco neve e uma fita de seda azul bebê na minha cintura. Azul sempre foi a minha cor... Penteavam meu cabelo quando escutei os cavalos galopando, então as criadas gritaram comigo na mesma hora que corri para a janela. Lá fora, dois homens desceram da carruagem na frente da casa. Um velho, senhor com uma longa barba, talvez para compensar a falta de cabelo na parte de cima, o outro muito moço. Ambos muito bem vestidos, deviam ser as visitas que receberíamos para o jantar. Havia um emblema na carruagem e em suas vestes, mas eu não lembrava que Casa ele representava.

A governanta entrou no quarto naquele mesmo momento e correu até mim apressada.

"Pelos deuses, você ainda não está pronta? Saiam, saiam, eu cuido dela!" Ela deixou na cama uma caixinha quadrada na mão, correu até mim, mexeu o meu cabelo, nos meus ombros, no braço e contorceu a boca de desapontamento. "Venha, venha, essas garotas não fazem nada direito."

Puxou-me e sentou-me de frente a penteadeira. Alisou meus cabelos com a escova e quando terminou pediu que eu permanecesse sentada. Trouxe a caixinha que deixara na cama e abriu.

Meu coração saltou maravilhada com a linda tiara que Norma colocou na minha cabeça. Tinha uma linha inteira de diamantes e alguns ornamentos em alto relevo. Norma sorriu satisfeita e apertou meus braços com carinho.

"Você está linda." Ela comentou.

Eu estava. Não era uma criança vaidosa, nem prestava atenção no espelho, mas eu fiquei tão diferente com aqueles poucos cuidados que não pude deixar de me admirar.

Levantei e descemos as escadas seguindo até o escritório de meu pai. Podia ouvir as vozes dele e dos dois homens do outro lado, mas não prestei atenção no que falavam para me lembrar agora. Pelo tom das vozes na conversa, entretanto, estavam discutindo, ainda que de uma forma amigável. A governanta bateu na porta e abriu, se colocando para dentro.

"Ela já desceu?" Perguntou meu pai.

"Finalmente." Uma das outras vozes comentou.

Norma voltou deixando a porta aberta e me empurrou para dentro do cômodo. Os dois homens me observaram. Mal bateu o olho e o mais novo declarou:

"Ela é tão pálida... e magrela."

Pela aparência, ele deveria estar no inicio dos seus 200 anos. Era loiro e de um acentuado queixo pontudo e sem barba. Ele também era magrelo.

"Querida, esse é Gustav Ritter." Meu pai o apresentou. "E o pai dele."

"Olá, jovem Ritter. É um prazer conhece-lo." Cumprimentei.

"Eu tenho mesmo que me casar com essa garotinha?" O moço perguntou para seu pai, que confirmou com um aceno de cabeça.

"Casar?" Franzi o cenho confusa. "Eu sou muito nova para casar."

"Além de tudo é burra." Gustav revirou os olhos sem paciência, se retirou para a janela e ficou observando lá fora.

"Não, querida, não será agora." Norma se agachou atrás de mim e me segurou nos ombros. "Talvez ainda demore um século. Vamos lá, agora que vocês dois foi devidamente apresentados, deixemos seu pai conversar com as visitas."

Norma sorriu para mim e meu pai também, então eu acompanhei minha governanta e saí do recinto. Sentia contudo que parte do recinto não havia saído de mim, como seu eu ainda estivesse nele, com Gustav passando os olhos por mim de cima a baixo. Achei que ele não tinha gostado de mim. Mas eu era realmente muito nova, talvez ele me achasse mais bonita quando eu ficasse adulta. Eu já queria ser adulta. Não falei nada no jantar e subi direto para o quarto depois.

Sem saber o porquê, chorei em silêncio aquela noite até dormir.

É tarde e agora mesmo meu cortezão bateu na porta do meu quarto e me chamou. Hienz Eismann é um senhor de idade, baixo, atencioso e principalmente muito sábio como só os velhos conseguem ser. Ele tem aquele ar de serenidade que sempre parece lembrar da transitoriedade das coisas. Ainda não sabia que era ele e estranhei o chamado naquela hora da noite. Coloquei um robe, pedi que entrassem e, quando o vi, notei a agitação em seus olhos e na tentativa de manter a sua postura. Nas poucas vezes que o vi assim, o assunto sempre fora o mesmo.

"Majestade, a senhora pediu que eu avisasse se tivesse noticias dele..."

"Você o achou?" Perguntei indiferente.

"É melhor a vossa majestade conferir por si mesma. Na sala de reuniões..."

Eu baixei os olhos sem saber o que pensar, virei e caminhei alguns passos para mais perto da cama. Parei novamente e finalmente segui para o espelho. Eu estou tão diferente agora. Penso se ele ainda poderia gostar de mim. Penso o que eu também deveria sentir agora, o que é esperado que eu sinta. Confirmei e agradeci o aviso, esperando que meu conselheiro se retirasse. Em seguida sentei aqui na escrivaninha e estou terminando esse escrito para refletir antes de encontra-lo. Ainda não tenho certeza do que fazer, mas sei o que não fazer e, com todas as minhas expectativas, só posso contar com isso. Não preciso colocar outra roupa, não preciso arrumar-me. Não preciso mais temer a rejeição pela aparência...

Mais tarde talvez eu coloque no papel também o que acontecer nesse nosso reencontro, mas agora devo ir, pois não é adequado à Rainha receber visitas a essa hora da noite. O quanto antes me livrar disso, melhor será para todos.

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