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Capítulo especial de natal

Este capitulo se passa três anos antes de todos os acontecimentos do livro. A Ayla está com quinze anos e irá narrar um pouco sobre a sua adolescência, seus poderes e claro o esperado sabbath de Yule!
Yule é uma comemoração pagã que existe muito antes das comemorações do cristianismo. O natal que é uma comemoração da igreja possuí inclusive muitos símbolos do paganismo, a árvore de natal por exemplo é um símbolo da bruxaria.
Beijos de luz, Feliz Yule! Feliz natal! Feliz Hanukkah!

Ouvi um rugido vindo do céus. Olhei para cima e o vento gelado das montanhas bateu contra meu rosto. Estava frio, era inverno, era Yule.
Estava sentada na montanha coberta de gelo junto de Vhagar.
Eu usava três casacos de algodão que comprei com algumas economias numa feirinha dos elfos verdes. Duas calças também de algodão e uma túnica preta. Mesmo assim, ainda estava frio e Vhagar me cobria com a sua asa esquerda.
- Está prestes a amanhecer. - O dragão informou.
Sorri.
O Yule era o meu sabbath favorito, e hoje a noite seria a comemoração no castelo.
Sempre gostei do inverno, em Declan sempre era frio mas no inverno era diferente.
Eu amava ver todos ganharem presentes, comerem e abraçarem suas famílias ao dar meia noite. Nunca tive isso por parte de minha mãe, ela sempre se tranca no quarto e sai apenas pela manhã. Não sei o que fiz para ela me odiar tanto.
Vhagar geralmente me dá um presente antes do sabbath, mas hoje não avistei nenhuma embalagem. Não que eu me importe... Droga, é claro que me importo, eu amo quando ele me dá presentes.

- vou te levar de volta.

Vhagar tirou sua asa de cima de mim. Me levantei e em um só pulo me aconcheguei em suas costas. Eu havia crescido, antes mal conseguia subir em suas costas, agora já tenho quinze anos, estou mais alta, mais madura e levemente frustrada por ainda não ter peitos.

- Até a noite! - Me despedi do dragão com um beijo na testa.

Ele rapidamente abriu suas asas e saiu de lá.
Me frustrei, ele realmente não vai me dar presentes este ano.
Entrei no castelo e enquanto caminhava até meu quarto consegui observar os jovens do treinamento oficial, eles eram altos, musculosos, sérios e sempre ficavam no castelo para estudar. Daqui três anos, seria eu.

Eu não sabia que roupa usar. Observei meu guarda roupa por vinte minutos mas nenhum vestido apareceu magicamente.
Todos eram velhos, rasgados e eu não queria usar de novo o mesmo vestido roxo do ano passado.
Bufei e decidi esquecer aquilo por um tempo.

Abaixei e retirei três caixas de baixo da minha cama. Eu não tinha dinheiro para comprar algo para Arthur, Miguel e Bernardo. Mas sempre tentava improvisar.
Para Bernardo eu embalei um livro sobre as características dos seres elementais, eu já tinha ele há tempos e o li umas três vezes, estava novo e sem nenhum arranhão sequer, embalei em um papel vermelho e guardei em uma caixa de papelão média.
Para Arthur embalei um par de luvas que encontrei caídas no jardim do castelo. Elas eram grossas e duras. Arthur gostava de treinar luta e sempre machucava as mãos, aquelas luvas certamente ajudariam.
Para Miguel embalei um potinho com o caldo de uma planta babosa, elas ficavam próximas a cachoeira de Melia e poucos sabiam que está planta além de ser ótima para feitiços ajudavam a hidratar o cabelo. Meu cabelo só está longo deste jeito graças a elas. Miguel tinha um cabelo longo e sempre perguntava aonde poderia achar o caldo daquela planta.

Terminei de guardar os presentes e sorri. Estava ansiosa para entregá-los.
Deitei na cama um pouco, observando a neve pela janela. Estava com sono mas não queria dormir. Eu odiava dormir, odiava pois não queria sonhar com aquela mulher ruiva.
Eu nunca soube quem era ela ou o queria, contei sobre ela a Vhagar mas ele disse para eu esquecer aquilo.

Eu faço coisas estranhas que não sei explicar. Sempre estudo mas nunca consigo fazer um feitiço sequer. Mas quando estou sozinha no quarto olhando para a lua consigo fazer muitas coisas. Meu guarda roupa quebrou pois sem querer fiz uma espécie de bola de magia e deixei escapar, não contei a ninguém pois eu sabia que aquilo definitivamente não era algo que uma fada fazia, sinto que me escondem algo mas não sei se quero descobrir isso, e nem quero contar a ninguém pois tenho medo de ser punida.

Não queria. Mas adormeci.
E novamente estava lá bem em frente com aquela mulher ruiva.

- Me aceite, Ayla. - Ela sussurrou.
Sua mão com garras enormes agarrou meu braço e eu gritei. Sentir aquelas garras pontudas rasgar a minha carne, perfurar os meus ossos enquanto meu sangue jorrava para fora.

- Ayla! - Minha mãe gritava.
Abri os olhos.
No meu quarto, eu estava deitada em minha cama, suada e tenho a impressão de que estava gritando.
- Foi só... Outro pesadelo. - Disse enquanto me levantava.
- Já está tudo arrumado. - Electra suspirou. - Seus amigos já estão te esperando no jardim, se arrume e desça.
Ela bateu a porta e saiu do meu quarto.
Nenhum "Tenha um feliz Yule" ou "Olhe filha, eu sei que não tem roupas então desculpe por ser uma mãe de merda e não ter comprado nada!".

Novamente na frente de meu armário eu procurava alguma roupa. Eu adorava vestidos, sempre me sinto atraente usando um. Mas eu definitivamente não usaria aqueles pedaços velhos de tecidos.
Cansei de me lamentar e decidi simplesmente aproveitar o meu Yule.
Vesti um vestido azul de cetim, o mesmo que usei no sabbath de Litha do ano passado.
Eu havia crescido muito neste ultimo ano, ganhei curvas, menos peitos e aquilo me deixava levemente frustrada. O vestido que antes batia no meio da minha canela, agora estava um pouco abaixo de meus joelhos. O vestido era bem apertado tanto que quase me sufocava, deixando minhas curvas ainda mais aparentes, mas decidi colocar também uma túnica vermelha por conta do frio.
Prendi meu cabelo em uma coroa de tranças, coloquei um brinco velho de prata e calcei a mesma sapatilha do ano passado.
Me olhei no espelho, eu estava bonita. Sorri e corri para pegar os presentes dos meus três amigos idiotas.

Desci as escadas correndo, mas paralisei bem no caminho ao admirar a decoração.
Na mesa havia um banquete, tinha comida em cada canto da mesa. Lembro-me de Peter dizer que estava cansado por conta de toda a preparação... Oh meus Deuses! Eu esqueci do presente do Peter! Nós estávamos distantes ultimamente mas mesmo assim! Sinto-me horrível.
Então me lembrei que a senhora da biblioteca me deu um livro sobre a gastronomia dos dragões, Peter mencionou que um dia gostaria de ler ele.
Corri até o quarto peguei o livro e o embrulhei o mais rápido possível.

Novamente enquanto caminhava até a cozinha do castelo reparei na linda decoração.
Na mesa de oração havia velas rosas e vermelhas e alguns caldeirões marrom. Tinham também algumas ametistas espalhadas pelo salão para atrair a melhor energia naquele sabbath. As cortinas eram da cor de um vermelho sangue, quase vinho. e as tapeçarias estavam ainda mais brilhosas.
Avistei rainha Ângela conversando com os reis e rainhas dos reinos vizinhos que foram convidados e então... Vi princesa Luzía, ela estava tão linda, sempre reparei em como ela é linda. Os cachos de seu cabelo estavam ainda mais volumosos, seus olhos pareciam pedras preciosas e o seu vestido vermelho colado na cintura e que deixava suas costas amostra a deixava terrivelmente encantadora, dentro do castelo é quente então deve ser por isto que ela está sem túnica. Suas asas estavam ainda mais brilhosas, enquanto as minhas hoje decidiram ficar caídas e sem graça.
Meu coração batia rápido de mais sempre que eu a via e não sei o motivo.

- Ayla? - Ouvi Peter me chamar.
- Peter! - Corri em sua direção num canto afastado. - Trouxe um presente! Mas tenho que ser rápida para que não nos vejam.
Entreguei o livro e Peter sorriu.
- Feliz Yule! - Disse um pouco mais baixo. - Agora preciso ir.
- Muito obrigada Ayla! Também tenho algo para você.
Ouvi a voz da mãe de Peter falando na língua da aldeia dele.
Peter me entregou rapidamente um pequeno embrulho.
- Aproveite bem seu Yule Ayla, antes que seja tarde. - Ele correu para a cozinha.

O que aquilo significava?
Aquele pequeno embrulho que ele me entregou começou a queimar e sem querer o joguei longe caindo dentro de um ralo.
- Não! - Exclamei.
- Ai está você! Estávamos te procurando! - Disse Arthur animado.
Ainda atordoada me virei lentamente.
- Vamos Ayla! O sabbath vai começar, eu, Miguel e Arthur temos presentes!

Arthur segurou minha mão e me arrastou até o jardim. Aos poucos retomei a consciência e decidi deixar o assunto com Peter para depois.

Arthur usava uma blusa e calça vermelhas junto de uma túnica preta. Miguel e Bernardo também usavam o mesmo estilo de roupas só que com tons de vermelho diferentes.

- Feliz véspera de Yule e que os deuses possam abençoar vocês. - Disse Bernardo de forma formal.

Eu, Miguel e Arthur nos entreolhamos e caímos na gargalhada.
De nós quatro, Bernardo certamente era o mais fiel e devoto aos deuses.
O ruivo fechou a expressão ficando sério.
- Desculpe. - eu disse. - Aqui é para você. - Entreguei o presente para Bernardo.
Depois entreguei o de Arthur e Miguel.
De imediato eles também entregam os seus presentes.

A caixa de Miguel era a maior, a de Bernardo estava óbvia de que era um livro e a de Arthur tinha um formato redondo.
Após trocarmos os nossos presentes, os deixamos em baixo de nossa arvore de Yule, cada um poderia montar a sua junto de sua família e amigos, era o primeiro ano em que nós quatro montamos a nossa juntos.
As árvores de Yule são um símbolo muito importante das bruxas e eu as acho muito lindas.

Fomos até o salão principal.

Estava lotado, todos os jovens do reino, os reinos vizinhos reunidos.

Rainha Ângela se levantou e imediatamente todos se curvaram.

- Sejam todos bem vindos para o nosso sabbath de Yule! - A rainha anunciou olhando para o enorme relógio que ficava ao seu lado. - Agora são exatas onze horas e cinquenta e oito minutos da noite. Assim que der meia noite a nossa comemoração irá começar! Vocês poderão desfrutar do nosso enorme banquete, fazer orações aos deuses e claro... Dançar em volta da fogueira lá fora!

Todos sorriram animados.

A rainha se virou para o relógio, faltava menos de um minuto.

Ela suspirou e então se virou para todos novamente.

- Feliz sabbath de Yule! - Exclamou.

Arthur puxou nós quatro para um abraço coletivo. Era Yule, a roda do ano estava girando, era naquele momento em que as portas da espiritualidade estavam abertas, sempre senti algo estranho naqueles momentos, sinto a energia da benção dos deuses, mas ao mesmo tempo algo se enterrava ainda mais fundo em meu peito, não sabia o que era mas definitivamente não era uma benção.
- Feliz Yule! - Dissemos ao mesmo tempo.

Comemos, comi muito. O vestido nem cabia direto em mim, eu havia devorado metade daquele banquete, comi tanto que meu vestido implorava para ser tirado.
- Não aguento mais nada! - Exclamei.
- Nem eu. - Disse Arthur logo após dar um arroto alto.
- Que falta de respeito! - Bernardo balançava a cabeça negativamente.
- Vamos abrir os presentes? - Perguntou Miguel.

Certamente não conseguiríamos dançar em volta da fogueira cheios daquele jeito, então o melhor seria abrir os presentes antes.

Fomos até o jardim e nos sentamos em roda, em volta de nossa árvore de Yule.

Arthur foi o primeiro a pegar seus presentes. De Bernardo ganhou uma Mandala, de Miguel um pequeno pingente que abria e era possível colocar cristais, o que ajudava muito para os feiticeiros e por fim abriu o meu presente.

- Como gosta de lutar e vive machucando a mão achei que isto poderia ajudar. - Informei.

Arthur sorriu e me abraçou.
- Muito obrigada!

Miguel ganhou de Arthur flores com cheiro, ele adorava fazer perfumes. De Bernardo um conjunto de conchas e incensos e quando viu o meu presente ele quase gritou de alegria.
- Estava em busca desta planta babosa há tempos!
Sorri boba, eu os amava e amava vê los felizes.

Bernardo ganhou de Arthur tecidos de algodão já que o ruivo fazia suas próprias roupas, de Miguel ganhou um kit de costura, Miguel e Arthur haviam com certeza combinado de dar aquilo. Após abrir o meu presente ele sorriu levemente, Bernardo nunca sorria e aquilo me surpreendeu.
- Estou grato a todos vocês. - Disse formalmente como sempre.

Enfim chegou a minha vez.
Abri o presente de Miguel primeiro, a caixa era enorme mas leve.
Senti uma lágrima escorrer pela minha bochecha quando vi aquilo. Um vestido. Os três eram os únicos que sabiam da minha falta de vestidos.
O vestido era lindo, lilás de um tecido musseline.
- É lindo... Eu... - Mais lágrimas.
Miguel me abraçou, Arthur e Bernardo também estavam emocionados.
- Não sei escolher roupa para fêmeas então pode ser que fique grande, pelo menos poderá usá-lo várias vezes!
- Muito obrigada!
Suspirei ainda inundada de felicidade. Abri o presente de Bernardo.

Era um livro caseiro. Nele havia a história de nossa amizade, escrito a mão, desde quando nos conhecemos até hoje.
- As páginas da frentes estão em branco para continuarmos escrevendo! - Ele informou.
- Muito obrigada Bernardo! É lindo!
O ruivo sorriu novamente, aquele dia estava sendo incrível.

Abri o presente de Arthur.

Semana passada posamos para um desenhista, a família de Arthur tinha condições para isto. O presente era um retrato com aquele nosso desenho. Miguel e Bernardo em pé, eu e Arthur na frente sentados. Miguel tinha um largo sorriso, Bernardo pousava sua mão em meu ombro sério e Arthur encostava sua cabeça em meu outro ombro pois na hora estava cansado de mais para ficar na mesma posição.

- Vocês são amigos incríveis. Muito obrigada!
Nos juntamos novamente para um abraço coletivo.

Após as trocas de presente chegou a melhor hora da noite, a dança em volta da fogueira.

Por um momento eu esqueci.
Esqueci que sou tratada como merda pela minha mãe, esqueci que nunca tive notícias do meu pai, esqueci dos meus poderes estranhos, dos sonhos assustadores e da situação estranha com Peter. Esqueci de todas as coisas ruins enquanto dançava com os meus amigos, sentindo o vapor quente do fogo da fogueira, sentindo a benção de cada um dos deuses que eu cultuava.
Eu não era uma devota, estava muito longe disto. Mas eu amava os meus deuses e sabia que eles também me amavam.

Enquanto dançava com Miguel avistei princesa Luzía, ela estava sentada num banco sozinha. Observando a fogueira, por alguns segundos nossos olhares se cruzaram e meu coração disparou. Eu não sabia o que era aquilo e nunca tentei fazer amizade com Luzía, ela tinha vinte e dois anos, não iria querer fazer amizade com uma simples garota de quinze anos e esquisita.

A dança parou e todos ficaram em silêncio em sinal de respeito.
As sacerdotisas do templo de Athena estavam ali.

No sabbath de Yule elas tinham o costume de tocar uma música na grande arpa sagrada. Era a mesma música todo ano, mas em cada ano eu sentia uma emoção diferente.

A música tocava no fundo de minha alma e aquilo era mágico, era pura magia.

Já estava no fim da noite e Bernardo, Miguel e Arthur já haviam ido embora,
A festa estava longe de acabar mas eu mal conseguia manter os meus olhos abertos.

Subi para meu quarto, andando e segurando os meus presentes com dificuldade. Mas tomei um susto ao entrar no quarto.
Vhagar estava lá dentro, dentro do meu pequeno quarto. Ele ocupava todo o espaço e tinha de ficar agachado.

- Lá fora estava frio! Então decidi entrar! - Ele exclamou.

Soltei uma gargalhada.

- Estou com sono, Vhagar. - Me joguei na cama.

- Talvez isto possa lhe animar...

O dragão jogou uma caixa com embrulho vermelho na minha direção. Segurei rapidamente e sorri. Era óbvio que ele não havia esquecido do meu presente.

- Eu iria dar antes mas queria ver sua expressão de desapontada ao não ganhar nada.

Eu ri novamente e Vhagar abriu um largo sorriso.

- Vamos abra! - Ele disse me apressando.

Abri o embrulho com cuidado para não rasgar. Abri a caixa e não acreditei no que vi.
Havia um par de brincos prateados lindos.

- Eu os comprei na feirinha dos elfos verdes. Eram os últimos e tive que brigar com uma senhorinha que também os queria...

Corri na direção do dragão e o abracei com força. Era o meu Vhagar, meu dragão, era o meu pai.

- Não faz ideia de como amo vê-la feliz, Ayla.

O abracei ainda mais forte.

Ficamos sentados no chão tomando um chocolate quente que já estava gelado de tão frio que estava dentro do quarto. Era divertido ver a dificuldade do dragão tentando tomar o chocolate.
Vhagar foi embora ao notar que minha mãe estava subindo.

- Ganhou vários presentes... - Foi a única coisa que ela disse e logo após se virar em direção a porta.
- Feliz Yule. - Exclamei.
- Feliz... Yule...

Escutei a porta bater.

Tirei meu vestido. Guardei meus presentes e vesti minha túnica quentinha de dormir.
De baixo de dois cobertores de algodão olhando para o teto eu sorri.
Aquele era um dos Yule mais incríveis que já tive.

Adormeci já sabendo que iria sonhar com aquela mulher ruiva.


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