Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Parte II

Quando Corina abriu os olhos, percebeu que estava deitada no meio da floresta completamente coberta de lama. O céu estava num tom crepuscular. Não sabia se estava a amanhecer ou anoitecer. O sol nascia no leste. Era o pleno alvorecer do dia.

Imediatamente, ela lembrou do Jaguar, levantou-se e pôs a mão sobre o ventre. Foi tudo verdade. De alguma forma ela sentiu que foi curada daquela enfermidade. Também percebera que não sentia mais aquela tristeza profunda no seu coração.

Tudo o que ela queria era contar para todos que estava curada e que o próprio jaguar, quem tanto caçavam, a havia curado com os seus poderes mágicos, mas refletiu sobre o assunto e decidiu guardar para si mesma.

***

O pai da Corina estava a arar a terra de manhã cedo quando encontrou a sua filha surgir do meio da floresta naquele estado.

Corina teve que inventar uma desculpa explicando a situação para os pais, não foi muito difícil de convencê-los, provavelmente pensaram que a sua filha havia enlouquecido.

Corina tomou um banho, se vestiu e voltou a dormir.

***

Corina acordou com o barulho da porta se fechando. Sem explicação, ela sabia de quem se tratava, como um sexto sentido. Pareceu que a magia do Jaguar a concedeu poderes paranormais.

Alguém abriu a porta lentamente. Era um rapaz moreno, alto, não muito bonito, mas robusto e atraente. Matias era o seu nome, o antigo esposo de Corina.

— Te acordei? — Perguntou o rapaz.

— Claro que sim. — Respondeu Corina, não com arrogância. Ela apenas foi sincera e objetiva.

— Desculpe-me, não foi minha intenção.

— Tudo bem. O que vieste fazer aqui?

— Ver se estás bem. O teu pai pediu-me que viesse visitar-te. Ele contou para todos que te encontrou cirandando pela floresta hoje pela manhã. Isso preocupou-me. O que estavas a fazer? Não sabes tu que existe um animal feroz e carnívoro a solta na floresta?

Corina queria defender o Jaguar, mas não se atreveu. Queria dizer qualquer coisa, mas nada soou da sua boca. Matias se aproximou e sentou-se na cama. Ela sabia que se os seus pais estivessem em casa, ele jamais entraria no quarto dela com tanta intimidade.

— Corina, prometa-me que nunca mais farás uma coisa dessas.

— Por que te importas? Nada mais tens comigo.

Matias se aproximou ainda mais, com um olhar terno e o coração apertado.

— Isto não significa que não me importe contigo.

Corina não podia esconder a atração que sentia por Matias. Ele sabia disso e provocava ainda mais com a sua proximidade.

— Então, está bem. Como podes ver, estou ótima. Agora já podes ir.

Matias se aproximou tanto que os seus narizes quase se tocaram.

— Não antes de tu me beijares. — Ela tentou resistir, mas a paixão falou mais alto.

Começaram com beijos e carícias, e terminaram com uma tarde abrasadora de amor. Corina imaginou que a magia do Jaguar não somente a curou como também trouxe o seu amado de volta.

Alguns tempos se passaram. Corina engravidou. Foi uma alegria para Matias e para os familiares. As irmãs de Corina se envergonharam e nunca mais foram as mesmas com ela. A jovem voltou a morar com o marido e por um momento, se esqueceu da existência do Jaguar.

***

Chegou o nono mês. Corina gritava de dor no seu quarto. Estava prestes a dar à luz.

A criança nasceu. Era um menino, forte e saudável. As suas irmãs se indignaram, todas tiveram filhas, mas desejavam o que somente Corina teve.

Cada semana que se passava, o menino ficava mais forte e mais saudável. Tudo corria bem até que, numa noite solitária, Corina percebeu que a sua criança havia parado de chorar de repente. Ela foi verificar com o coração já desfalecido e viu que o seu menino estava inexplicavelmente morto, sem cor, sem se mexer, sem batimentos cardíacos. Sem vigor.

Ela desesperou-se. Quem poderia a socorrer? Morava muito longe da civilização. O seu marido saiu e não havia voltado. O que aconteceu?

Foi nesse momento de desesperança que Corina lembrou-se do Jaguar. Como ela morava bem perto da floresta, o animal tornou-se a sua única salvação. Ela pegou um lampião, enrolou o seu filho num lençol e levou-o floresta adentro dizendo repetidamente consigo mesma: "tudo vai ficar bem".

Corina não sabia onde se encontrava a caverna do Jaguar. Ninguém sabia. Ela nem imaginou como a encontrou da primeira vez, mas confiou no seu instinto.

Deu certo. Ela encontrou a caverna. Por incrível que parecia, o grande Jaguar estava lá dentro, imóvel, como se a esperasse.

— Olá, corajosa e bela jovem. Há quanto tempo? — Disse o Jaguar.

Corina se prostrou diante do animal com seu filho embalado no lençol, e começou a prantear.

— Ah! Grande Sovaĝa, venho aqui mais uma vez implorar-te pela tua ajuda, prometerei que será pela última. Não me deixes sair sem a minha virtude. Aqui está sobre as minhas mãos o fruto do meu ventre qual curaste e agora, recém-nascido, veio a óbito sem explicação. Eu te imploro, traga meu filho de volta à vida. Sei que tens poder.

— Lembra-te, jovem Corina, que há algum tempo tu aceitaste um benefício da minha parte em troca de algo da tua?

— Lembro-me... 

— Mentes! Sabes muito bem que te esqueceste de mim, e trataste tua inexplicável cura como um milagre do destino.

Essas palavras fizeram Corina chorar de uma forma que não chorava há muito tempo.

— Perdoe-me, Sovaĝa, minha constante alegria me cegou e agora a profunda tristeza invade meu ser. Não tenho mais a quem recorrer.

— Hum! Lembra-te da condição que te ofereci antes de curar-te da tua enfermidade?

— Não, senhor... — Ela hesitou na resposta.

— Mentes outra vez. Claro que tu te lembras. Eu disse que para te curar, tu terias que dar-me algo em troca. Agora sabes por onde te cobrei.

De fato, Corina sabia. Ela sabia que o jaguar queria uma vida, mas a de um primogênito era preciosa demais. Ela imaginou que no futuro sua própria vida fosse cobrada. Não conseguiu mais falar, somente prantear pela morte do filho.

— Sei o que estás a pensar. Quando te curei, impregnou-se em ti uma parte de mim. Não faz sentido eu curar-te para depois matar-te, mas... 

Esse "mas" fez a esperança se iluminar no coração da jovem inconsolada.

— Também não faz sentido eu levar a vida do fruto da tua cura. — Continuou o Jaguar.

O semblante da jovem se iluminou.

— És corajosa, bela Corina, mas não és muito esperta. A vida há de ensinar-te muito.

O Grande Jaguar afastou-se para a direita, revelando a cabeça decapitada de Matias. Corina voltou a se entristecer. Não a mesma tristeza de quando perdeu o filho, mas pelo fato de ele ter sido um bom homem e companheiro, em sua concepção, fora tudo sua culpa.

— Não chores por ele, bela jovem, e nem te culpes, ele era vaidoso. Quando me viu pegar um dos seus bois, veio ele procurar-me com uma arma de fogo, pensou que poderia matar-me e exibir-se às pessoas, o quão corajoso era. Morreu de medo, antes mesmo de eu o despedaçar. Alegra-te, comigo a tua dívida foi quitada.

Assim que ele terminou de falar, o filho de Corina voltou a chorar como uma criança normal. Mesmo vendo que o seu marido estava morto, ela não conseguiu conter a alegria.

— Muito obrigada! Senhor Sovaĝa, serei eternamente grata. — Disse Corina. — E não te preocupes, o segredo da tua existência estará guardado comigo até ao findar dos meus dias.

Corina saiu da caverna com seu filho e foi viver a sua vida em paz, longe da floresta. Ela aprendeu a nunca mais pensar na morte como solução para a dor, e nem fazer tratos sem antes saber dos seus princípios. Virou uma mulher inteligente e admirada por entre a sociedade em que vivia.

Enfim, ela conheceu um padeiro, gentil e amoroso, com quem se casou e teve mais um menino.

Contava para todos a sua história de como conheceu um Grande Jaguar mágico que a curou de uma enfermidade que a impedia de ter filhos. Seu nome era Sovaĝa.

— É do ser humano mentir. — Disse o Jaguar consigo mesmo, rindo, sozinho, em sua caverna.

Fim.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro