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O jantar

POV Regina

Lá estava eu, de frente para a enorme casa que Emma vivera por alguns anos ao lado de Killian, observando o silêncio que se estendia insistentemente, o que vacilavam minhas pernas a quererem invadir a casa e ver o que estava acontecendo. O máximo que eu escutava era o som de uma música calma, o que indicava que o maneta estava em casa e poderia estar em meio de uma discussão com Emma.

Olhei para minhas mãos, que tremiam em sinal de nervosismo. Eu não deixaria que ele levantasse a mão contra a salvadora, tampouco aumentar o tom de voz, sendo assim, abri a palma de minha mão e ascendi uma bola de fogo.

- Swan, ouça-me! - apaguei a bola de fogo ao perceber que Emma abriu a porta e olhou novamente para dentro, onde Killian se apoiava nas paredes, provavelmente embriagado. - Não vê que é um plano da rainha má tirar o final feliz das pessoas?

- Vou te mostrar quem é a rainha má! - esbravejei dando passos furiosos sobre a trilha de pedra, fazendo com que o som de meus saltos altos se tornasse potentes. - Vou arrancar a única mão que te resta, pirata maneta!

- Regina! - quando formei, outra vez, uma enorme bola de fogo em minhas mãos, Emma surgiu em minha frente olhando fundo em meus olhos. - Não faça isso... Você sabe que não é mais a rainha má. Você sabe que todos sabem disso, não é? Killian está bêbado... - deu um sorriso de canto e, em seguida, me abraçou. - Deixe-o refletir um pouco o que está acontecendo, aliás, ele e todos irão ter que se adaptar às mudanças. Dê apenas um tempo para ele.

- Okay, Miss Swan... Mas, se esse maneta ficar de gracinha eu arranco a outra mão dele e entrego para Rumple. - respondi brincando, o que tirou uma risada de Emma. - Eu falo sério!

- Não, não fala... - Emma colocou a mão em meu rosto e colou sua testa à minha. - Sei que não fala sério.

Eu sorri, aliás, eu não falava cem por cento sério. Se Killian arrumasse problema, coisa que tinha total certeza, eu faria algo para pará-lo. Por mais que o quisesse fazer naquele momento, Emma me pedia para dar um tempo para ele por os pensamentos em seu devido lugar.

- Love, eu só queria um momento com minha família sem que Regina ocupasse sua mente... - implorou Killian. - Lembro-me até que em nossa lua de mel você sempre mencionava Regina em meio às nossas conversas ou jantares... Eu observava o seu olhar tão distante, como se estivesse pensando em outra coisa, mesmo em nossos momentos mais íntimos. Emma, isso me feriu e eu não aguentava mais ver minha esposa pensando em outra pessoa.

Emma olhou para mim e sorriu, e, em seguida, virou o olhar para Killian. E, pelo tanto que a conhecia, eu sabia que ela se sentia péssima e culpada. Não por ter me escolhido, mas por ter deixado tão a amostra que já não o amava; que tivesse deixado chegar ao ponto de estar grávida para acabar com o relacionamento que tanto a prendia. Eu não a culpava por ser tão apegada a ele, ou por querer dar uma segunda chance, aliás, era de se esperar que a salvadora lhe concedesse outra oportunidade. A oportunidade de ser feliz e mostrar que não quer vingança contra alguma de nós duas. Coisa que eu mesma duvidava, assim como Rumple, por conhecê-lo tão bem e perceber ao longo desses anos que jamais mudara. Talvez sossegado e parado de demostrar seu rancor por Rumple, e, também, por ter criado um novo inimigo, mais conhecida por ser a prefeita da cidade e a antiga rainha má.

- Desde que você virou a Dark Swan, e eu te falei que a salvadora está aqui para trazer o final feliz de todos... Você se viu na obrigação de deixar que Regina ficasse feliz com o verdadeiro amor dela. Eu pensei que você realmente tivesse me ouvido, mas você sempre insistia... Principalmente quando a prefeita te despertou do desejo da Rainha má na terra dos desejos! Swan, estávamos às vésperas de nosso casamento, e você sempre se importava com Regina... Eu me cansei disso, Emma! Eu não merecia te amar e saber que você amava outra! Então eu não quis mais vê-las juntas, e quando eu consegui impor distância entre vocês... Nós fomos felizes! Por isso não aceito nosso término! Emma Swan Jones, você me deve a felicidade, pois por anos me fez sofrer em não ter sua companhia quando eu precisava... E sei que voltaremos a sermos felizes longe de Storybrooke.

- Killian, eu sei que errei! Por isso te peço, com toda a sinceridade, as minhas desculpas... Como você mesmo disse, você não merece me amar sabendo que amo outra pessoa! E isso não mudaria se eu fosse para longe contigo, tampouco te desse outra chance. - disse Emma com a voz embargada, fazendo-me perceber o quanto aquilo era difícil para ela. Aliás, ele era como um amigo para ela. - Eu sinto que agora estou fazendo o certo contigo, comigo e com Regina. Mas, também sei que será uma grande mudança para cada um de nós, e, que, será difícil para você... Por isso, quero que saiba que sempre estarei aqui, okay? E não o proibirei de ver nosso filho. Permitirei que vá às consultas conosco, se não implicar com Regina... Eu quero que possamos viver em harmonia. Todos nós.

- Nosso filho... Eu não quero ficar distante dele, Swan. - pediu Killian, deslizando as costas na porta da frente quase caindo no chão, o que não aconteceu, pois ele se reergueu. - Deveríamos conversar sobre ele... E sobre nós.

Eu respirei fundo a fim de fazer um sacrifício, que não estava disposta a fazer. No entanto, Emma queria viver em paz, sem guerras entre nós. Sendo assim, dei três longos passos para frente e abri um forçado sorriso em direção ao pirata.

- Bom... - olhei para trás, onde Emma me olhava com a felicidade estampada no brilho em seus olhos e no sorriso em seus lábios. - Você sabe que eu não aceitaria ficar de bem contigo até que mostrasse que realmente mudou ou que não tem raiva de nenhuma de nós duas, mas eu aceito viver em harmonia porque Emma deseja isso. - vacilante, estendi meu braço para um aperto de mãos entre nós dois. - Por ela eu aceito tentar te dar outra chance, sem implicar contigo... Mas se você ousar encostar um dedo e machuca-la, eu irei arrancar sua outra mão e dar para os peixes. - rosnei, olhando-o como se estivesse o alertando. - Então... Killian, eu estou esperando sua resposta. Aceita viver em paz entre nós? - reforcei a pergunta da xerife.

Killian, porém, olhou para mim com ódio em seu olhar e com suas veias saltadas, mostrando que ele estava prestes a explodir conforme a raiva aumentava em seu interior. E, como eu sabia que ele faria, ele se afastou de nós e virou as costas.

- Eu quero ficar sozinho! Eu preciso pensar... Eu estou confuso e com a cabeça doendo! - exclamou de cabeça baixa, segurando uma garrafa de rum em uma de suas mãos e bebendo tudo de uma vez. - Estão olhando o que? - esbravejou em uma distância não muito longa de mim, fazendo com que eu quisesse prender o ar por conta do forte hálito de bebida barata. - Estão se divertindo em me ver assim? Vão embora sapatonas! Vão embora, sapatos quarenta e sete! - gritou ameaçando lançar a garrafa de vidro contra nós, fazendo-nos correr até o fusca amarelo de Emma, que estava estacionado escondido entre umas árvores atrás das cercas.

Corri na frente, segurando as mãos de Emma e a apoiando em mim a fim de não cansa-la muito.

- Vão embora sapatonas! - gritava Killian, ainda correndo e gritando vários palavrões embolados, que mal conseguia identificar o que ele dizia.

Entramos às pressas no besouro amarelo de Emma, que tentava ligar o carro, mas não conseguia. Eu olhava para trás e o via se aproximando com a garrafa de vidro erguida no alto de suas mãos, que apertavam tão fortemente a ponto do nó de seus dedos ficarem brancos.

- Vamos ter que fugir a pé... - olhou Emma para mim com um olhar que dizia que aquilo era óbvio.

- O que? - arqueei as sobrancelhas, olhando-a em descrença. - Swan, eu não estou acostumada a correr... Eu sou sedentária! Minhas coisas sempre foram cavalos ou carruagem na floresta encantada, e aqui em Storybrooke estou acostumada a usar magia ou meu carro.

- Eu sei... Mas correr faz bem uma vez ou outra. - observei-a rolar os olhos. - Desde que me casei não tenho praticado um exercício sequer. Meu corpo sente falta disso. Vejo aqui uma ótima oportunidade. - escutei o doce som de suas gargalhadas. - E agora o louco bêbado está se aproximando, Miss Mills.

Rendi-me e aceitei não optar pela magia daquela vez. Segurei sua mão, e corri ao seu lado, alternando meu olhar para Killian, que corria bem atrás de nós e não desistia de nos alcançar de jeito nenhum. Passamos por algumas cercas, deslizando pelos becos asfaltados e escorregadios por conta da geada que houvera durante a madrugada. E não importava o quão distante estávamos, as folhas alaranjadas que caiam sob nossos pés sempre faziam alarde quando corríamos, pisoteando as outras mais à frente.

- Ele não desiste! - exclamei ofegante, tentando buscar o ar em meus pulmões e sentindo meu coração tão rapidamente que eu conseguia escutá-lo em meu peito.

- No inicio do nosso namoro, eu o ensinei a correr... - respondeu gargalhando. - Então ele corre bem, porém, não tanto quanto eu. - olhando-a de soslaio, pude ver seu olhar convencido.

- Quero que me ensine também. - falei rindo enquanto corria. Sentindo a respiração acelerada ao mesmo tempo em que Emma segurava minha mão.

Emma, diferente de mim, não aparentava estar cansada. Ela gargalhava com a situação, como se não tivesse problema algum ou como se não ligasse com a adrenalina de nosso corpo suado se chocando contra a brisa gelada daquela tarde de outono.

Nos fundos de uma casa, escondidas atrás das cercas, deslizei minhas costas contra a madeira, em seguida, levando minhas mãos aos joelhos. Eu estava exausta, enquanto Emma ainda estava energética, olhando para os lados a fim de ver se Killian nos encontrara.

- Caramba! - disse eu dando uma enorme expirada de ar. - Se ele fizer qualquer besteira, me lembrarei de cortar uma das pernas dele! - ouço Emma dando algumas risadas baixas, diferente de mim, que, por conta da adrenalina em minhas veias, gargalhava altíssimo.

Sinto, então, Emma - ainda de pé - tocar em meus ombros para que eu me levantasse, e sussurrar:

- Sujou!

E, em seguida, eu escutei um grito não muito longe:

- Sapatonas! Regina Mills fique longe da minha esposa! - olhei para ele, quase gesticulando minhas mãos para transforma-lo em uma lesma, pois só assim não correria atrás de nós.

Emma me aguardava para voltar a correr, dessa vez até minha casa, enquanto eu enchia meus pulmões de ar, me preparando para quase morrer por sedentarismo. No entanto, gargalhei por dentro, ao virar para trás e observa-lo correndo com a garrafa de rum em mãos, e correndo quase tropeçando em suas próprias pernas. Ele piscava os olhos e já não corria tão rápido. E aquela perseguição se tornou uma cena cômica quando Killian, quase tropeçando em suas próprias pernas, acabou por tropeçar de verdade primeiro em sua perna e depois na calçada, resultando em uma queda de cara no chão úmido. Um gemido de dor foi possível de se escutar, o que nos deixou paralisadas enquanto olhávamos para a figura desacordada em nossa frente.

Só assim para parar de correr atrás de nós, fazendo com que Emma apenas gesticulasse a mão, fazendo-o sumir inconsciente dali.

- Para onde o levou? - perguntei gargalhando.

- Para o hospital. - respondeu rindo, aconchegando-me entre seus braços. - Aliás, após essa queda, duvido que não tenha quebrado o nariz...

- Como será que ele vai ficar com o nariz quebrado? - brinquei, envolvendo meu braço direito em sua cintura. - Agora, meu amor, vamos para minha casa nos preparar para o jantar na casa da sua mãe.

- Eu preciso passar em casa e pegar alguma roupa.

- Não precisa... - eu sorri, até porque eu não queria aparecer sozinha e tímida na porta dos Nolan. Sem contar que, minhas roupas eram exatamente do mesmo tamanho que as dela. - Eu te empresto alguma roupa minha.

- Suas roupas? Não precisa, é sério.

- Miss Swan, não se faça de tímida! Minhas roupas cabem perfeitamente em você... E se gostar de terninhos, eu tenho bastante. Acha que me esqueci do dia em que você usou uma blusa minha? - perguntei sorrindo ao perceber o rubor em sua face. - Agora vamos, Miss Swan, sua mãe não tolera atrasos!

*****

Algumas horinhas depois, estávamos todas prontas para rumar em meu carro até a casa dos pais de Emma. Zelena trajava um vestido verde e um sobretudo preto, enquanto segurava Robin, que possuía uma minúscula Maria Chiquinha em seus poucos fios loiros, e usava roupas moletom para esquenta-la do frio que fazia. Henry usava uma blusa xadrez solta e um casaco, também, moletom por cima. Emma, por sua vez, decidiu vestir um de meus terninhos. A blusa social branca em combinação com o terno e calça social preto. Eu vestia uma saia de couro, uma blusa social e o sobretudo preto. Tudo em tonalidades escuras, aliás, preto é a minha cor.

- Prontos para irmos para mais um jantar na casa de Snow? - perguntou Zelena, em tom de alegria, sentando-se no banco de trás junto com Emma.

- Tomara que dessa vez ela não faça aquela lasanha. - comentou Henry fazendo uma leve careta. - Passei mal a semana quase inteira.

- Henry! - protestou Emma.

- Eu sempre arrumava um pretexto em dias de lasanha...

Pelo retrovisor, observei Zelena abrindo um sorriso de admiração e, em seguida, pronunciar-se:

- Mais que garoto esperto! Nunca pensei em alguma desculpa para dar, exceto no dia em que exagerei um pouco dizendo que Robin estava passando mal, quando não passava de uma simples cólica. - deu de ombros e riu ao ver meu olhar desaprovador em sua direção. - O que foi? Sinto muito, sis, mas eu não aguentaria comer a quinta lasanha daquele mês.

- E eu fui obrigada a comer aquela lasanha sozinha? - perguntei indignada, ligando o som para relaxar.

- Você tinha a companhia dos charmings, Henry, Killian e Emma. - respondeu.

- Éramos obrigados a comer tudo! E, caso sobrasse, levava para casa. - retruquei.

- Teve um dia que eu disse que Killian tinha me chamado para ajuda-lo no Joly Rogers, mas acabou que fiquei sentado em frente ao píer até anoitecer. - confessou Henry.

- Então aquele dia não passou de uma mentira? - esbravejou Emma, cruzando os braços em repreensão ao garoto. - Tínhamos marcado de passar a tarde juntos!

- Desculpe-me, mãe.

-... Tínhamos marcado de passar a tarde juntos, mas você e Killian desapareceram na hora do almoço! - lembrou-se Emma, em seguida, entrando na gargalhada.

- Quem diria que aquele pirata maneta arrumaria uma desculpa para não ir ao almoço de Mary! - finalmente, após muito segurar minha fala, pronunciei-me soltando a maior das gargalhadas até aquele momento.

- Meu Deus! Como vocês dois puderam fazer isso comigo? Nem comentaram para que eu pudesse dar uma desculpa também. - Emma perguntou boquiaberta.

- Não poderíamos fazer isso, mãe. Eram pessoas demais para dar uma desculpa, sem contar que Killian me presenteou com tortas que comprou no Granny's.

- Mary continua a tentar seguir a receita que mandei para ela? - perguntei escondendo o máximo um sorriso, o que Emma percebeu na hora.

- REGINA MILLS, você deu a receita errada para minha mãe? - esbravejou Emma com o semblante enfurecido, mas, em seguida, soltou uma gargalhada. - Por anos eu tenho sofrido, e tudo isso por sua culpa? - dramatizou.

Zelena gargalhou alto no banco de trás dando um susto na salvadora, que estava sentada ao seu lado.

- Miss Swan, eu jamais daria uma receita qualquer para sua mãe. - disse dirigindo, prestando toda a atenção nas ruas molhadas. - Só não mencionei meu ingrediente secreto. - olhei em direção ao retrovisor, dando uma piscadela, e percebi que ela me encarava pelo reflexo. - A lasanha de Mary ficaria como qualquer outra, mas, pelo que vimos, ela não sabe fazer...

Após aquela minha resposta, as discussões e gargalhadas cessaram. Henry, que estava no banco do carona, olhava para o banco de trás a fim de fazer caretas para que a pequena Robin soltasse suas gostosas gargalhadas. Olhei para o pequeno espelho do carro, e enxerguei Emma com sua cabeça abaixada enquanto acariciava sua pequena barriga.

Eu imaginei como seria se algum dia eu pudesse ter um filho de meu sangue. Qual seria a sensação de ter um ser vivo crescendo de se mexendo dentro de nós? Essa seria uma experiência que jamais experimentaria. Jamais teria uma criança de meu próprio sangue, tampouco geraria um bebê.

Poucos minutos depois, chegamos a frente à casa dos encantados, onde Mary nos aguardava sorridente ao lado de fora da residência iluminada. Henry tentava dar um sorriso dado o nervosismo que sentia ao temer comer outra vez a famosa lasanha da avó, o que me era estranho, pois avós costumam fazer as melhores comidas.

- Preparados para mais uma lasanha da Mary? - perguntei gargalhando.

- Sorte da Robin que não come essas coisas ainda. - resmungou Henry.

- Ainda... - Zelena alertou, entrando na gargalhada.

- Chegamos... - eu disse, encostando o carro em frente à casa.

*****

Antes de todos os cumprimentos, Mary nos deu passagem para entrarmos, pois estava fazendo bastante frio. Tentei distinguir o aroma da comida para saber se era lasanha, e meu olfato apenas confirmou o que todos nós temíamos. Enquanto eu preparava meu estomago, Mary abraçava primeiramente a filha, depois Henry, seguido por mim e Zelena.

- Emma, ficamos preocupados quando você e Regina não deram noticias após a sinuca... - confessou Mary, nos guiando até o sofá que ficava de frente a uma aquecedora lareira. -... Killian tardou aqui, e foi embora ainda pela madrugada, preocupado contigo. Eu não faço ideia do que esteja acontecendo entre vocês dois, mas quero muito que se resolva o mais rápido possível. - sussurrou apenas para que a xerife escutasse, porém, eu estava próxima as duas e acabei ouvindo.

Emma nada respondeu. Eu percebia seu olhar, que lá fora estava animado, transformar-se em temor, o que entendia da parte dela. Killian havia conquistado seus pais, ganhando a aprovação de seu antigo relacionamento, por isso ficavam tão preocupados e apoiando os dois quando havia briga. Agora eu me reaproximo e voltam as brigas entre Emma e Killian, fazendo-a escolher a mim... Eu também temia, aliás, ontem mesmo ela estava em um relacionamento. Agora ela estaria me apresentando como a pessoa a quem realmente ama. Preparar-me-ia para quaisquer reações, que sei que seria uma noticia inesperada para ambos.

- Hmm... - quebrei o silencio ao perceber que Emma estava pensativa, quase em outro mundo. - Emma passou a noite lá em casa. Fique tranquila, Mary, sabe que eu não deixaria nada de ruim acontecer com ela... Estava bastante tarde, então achei melhor que ela ficasse por lá.

- Oh... Mas acho que o certo seria ela pelo menos dar uma satisfação. - Mary disse docemente.

Antes que continuássemos a conversa sobre o que seria certo uma mulher casada fazer, David surge descendo do segundo andar acompanhado pelo pequeno Neal.

- Emma! - exclamou em tom de felicidade. - Pensávamos que tinha desistido de vir jantar conosco... Aliás, vocês demoraram.

- Titia Regina! - o pequeno Neal soltou a mão do pai e correu em minha direção, agarrando-se em minhas pernas.

- Olá, pequenino... - olhei para baixo, bagunçando suas madeixas loiras como as da irmã.

Neal levantou sua cabeça e me encarou com seus olhos incrivelmente azuis, coçando os olhinhos e me entregando um papel com um desenho que ele havia feito, então lembrei que ele estava começando a desenhar em tudo o que via em sua frente.

- É... Para mim? - perguntei pegando a folha e observando ele afirmar com a cabeça. - Que lindo, Neal! Você que fez? - olhei para o desenho que era um pouco confuso a meu ver.

- Sim! Essa é você - disse apontando para um dos desenhos. - e essa é a minha irmã.

- Oh! É lindo! Muito obrigada... - dei-lhe um abraço apertado, seguido por cocegas, fazendo-o gargalhar e correr diretamente para a cozinha.

Segurei delicadamente aqueles rabiscos que o menino dizia ser eu e Emma, e tentei conter as lágrimas que surgiam em meus olhos. Lágrimas aquelas que simbolizavam a minha felicidade. Aquele pequeno menino, tão parecido com um anjo, assim como a irmã, trouxe-me pouco mais de coragem para aquilo que estremecia meu interior.

- Vamos jantar antes que esfrie! - disse Snow.

- Vejo que Neal também é a favor da família Swan Mills... - levo um susto ao ouvir Zelena falando isso logo atrás de mim, ao mesmo tempo em que observava os desenhos do pequeno.

Mary e David nos guiavam até a sala de jantar, onde uma enorme mesa estava posta impecavelmente e o pequeno Neal já se encontrava sentado em uma das cadeiras. Os guardanapos e talheres estavam em seus devidos lugares, enquanto Mary trazia à mesa os tabuleiros de comida, posicionando-os no centro da mesa.

Zelena se sentou e colocou Robin numa cadeira de bebê que Neal usava quando ainda não tinha equilíbrio próprio. Sentei-me bem ao canto da mesa observando Emma sentada numa cadeira bem em frente a minha, enquanto ria da expressão assustada de Henry ao perceber que Mary trazia mais uma de suas lasanhas desastrosas.

- Bom... Eu... Tenho que me encontrar com Violet. - Henry gaguejou tentando arrumar uma desculpa para fugir da lasanha.

- Diga para Violet que você se encontra com ela amanhã, meu bem. - Emma aconselhou já sabendo que tudo não passava de pretextos.

- Mãe, eu estou passando mal! - implorou com o olhar para as órbitas verdes, que negou com a cabeça. - Mãe, eu posso visitar Violet? - perguntou para mim.

- Henry, combinamos esse jantar a algumas semanas... Seria uma desconsideração com sua família. Remarque seu encontro com Violet, que irá aceitar de bom grado. - olhei para Emma, que sorria de lado para mim. - Esqueceu-se que você adora lasanha?

Sem que tardasse, Mary serviu a lasanha em pedaços iguais para cada um, assim como David enchia os nossos copos com refrigerante. Parecia um jantar aconchegante em família. O casal meloso não parava de trocar olhares, e de vez em quando provavam do prato do outro; Neal comia sozinho, porém, às vezes brincava com o alimento e sujava toda a roupa que usava; eu estava bem em frente à pessoa que era responsável por fazer meu coração errar as batidas em meu peito. Emma experimentava forçadamente a lasanha da doce Snow, e dava um sorriso sem graça para mim.

- Está ruim, não é? - Emma perguntou sem emitir som algum, movendo apenas seus lábios.

- Típico das lasanhas de Mary. - respondi da mesma forma que ela.

Quando terminamos de comer, Emma limpava seus lábios com o guardanapo olhando e sorrindo para mim, sem disfarçarmos os sentimentos ali conectados apenas com uma intensa troca de olhares. Eu acenei com minha cabeça para ela em indicação que chegara a hora.

- Emma, Killian disse que não viria para o jantar. - Mary comentou. - Ele me parecia chateado... Conversou com ele após a sinuca?

- Conversamos. Tivemos uma conversa um pouco difícil, mas tudo foi resolvido... - suspirou. - Demorará um pouco para ficar tudo realmente bem, mas creio que será possível que sejamos todos felizes. É isso que eu quero.

- Deu-me a entender que ele estava chateado contigo, mas... Confio em suas palavras, meu bem. - respondeu docemente.

Levantei-me da cadeira recebendo o olhar de todos naquela mesa, pois ninguém havia se levantado ainda e estavam todos em meio a conversas de família. Pigarreei e olhei para o semblante pouco confuso de Mary e David, que certamente acharam que eu iria embora mais cedo.

- Bom... - congelei por alguns segundos, até sentir a mão macia de Emma segurar a minha, causando-me segurança. - Obrigada. - sussurrei e ela sorriu. - Eu vim aqui não apenas para jantar com a minha nova família. Custei a me preparar o dia inteiro para esse momento, mas parece que de nada adiantou... Pois cá estou eu, nervosa. Vivemos cercados de prova de amor verdadeiro. Mary e David são exemplos. E vocês sabem como eu sempre quis um amor... Andei por anos a procura de um amor, e chegou um momento em que pensei que minha felicidade não era um relacionamento. E de fato não é... Encontrei a felicidade na minha nova vida, porém, quando menos esperava encontrei o amor.

- Seu amor verdadeiro não era o Robin? - perguntou David um pouco confuso.

- Meu amor veio muito antes que Robin Hood. Há anos, desde que a maldição que lancei foi quebrada, que sinto algo dentro de mim... Todas as vezes que estou ao seu lado sinto que minha magia se fortalece em minhas correntes sanguíneas. Essa pessoa confiou em mim quando ninguém confiou. - confessei com a voz embargada e um sorriso no rosto quando percebi a felicidade de Mary. - Eu... Nunca soube ao certo o que sentia até pouco tempo. Ela me salvou diversas vezes, conquistou minha confiança a ponto de eu chorar apenas na frente dessa pessoa... A ponto de mostrar minhas fraquezas.

- Regina... - Mary se levantou com os olhos marejados. -... Você realmente encontrou o amor. Fico muito feliz por você, minha amiga. Você merece!

Dei um meio sorriso fazendo minhas preces em pensamento: Tomara que não surte. Tomara que não surte. Tomara que não surte quando souber quem é a pessoa.

- Diga-nos quem é essa pessoa. - disse David.

Olhei para Zelena, que sorria junto com Henry, já sabendo minha resposta.

- Ela é a salvadora da minha vida... - olhei para Emma, que permitiu que suas lágrimas rolassem e desse um sorriso olhando a nossa volta, onde os olhares de seus pais estavam desacreditados enquanto Zelena e Henry possuíam enormes sorrisos em seus rostos. -... Emma Swan.

Emma permanecia com um sincero sorriso delineado em seus lábios, e, como se não pudesse ficar mais fofa naquele instante, a ponta de seu nariz estava vermelha e seu rosto imensamente molhado por lágrimas. Novamente, caminhando a mão até alcançar as minhas para segura-las, a salvadora deu impulso e se levantou a fim de selar aquela declaração com um abraço abraçado.

Abracei-a como jamais antes, com força e segurança, como quem não quer deixar a água escapar por entre suas mãos. Sentia-me leve. Não apenas meu corpo, que pareceu tirar um peso de minhas costas, deixando-me leve junto a minha alma. Eu não me preocupei em todos os olhares para aquela nossa interação, que lutei por tempo para não fazer, e, agora que eu havia dito o que sentia, eu poderia abraça-la por quanto tempo achássemos necessário.

- Te devo cinco dólares, garoto. - murmurou Zelena para Henry, que deu pulinhos de alegria.

- Eu te falei que era isso que ela iria falar aqui no jantar! Pena que você preferiu apostar que enrolariam mais um pouco. - ele deu de ombros pegando os cinco dólares da bolsa que Zel usava.

Mary cutucava as unhas, assim como Emma fazia quando ficava nervosa. David estava com a boca entreaberta ameaçando dizer algo, porém, não pronunciava som algum. E aquele clima estava me deixando tensa.

- R-Regina... Nossa! Uau! Você gosta da Emma? - Mary piscou uma, duas, três, quatro e cinco vezes processando tudo o que havia escutado, assim como toda aquela nossa interação. - Bom... Emma, você realmente gosta da Regina? E o Killian? Como ele ficou? Nossa... São muitas perguntas... São muitas informações para mim. Emma e Regina. A Salvadora e a Rainha. Nunca imaginei que - alcançou o topo de sua cabeça em descrença. - Nunca imaginei que vocês duas se amavam. Bom... Era nítida a troca de olhares, mas Regina jamais havia comentado sobre ter ficado com mulheres no passado... Vocês tinham seus pares. Eu achava linda a interação de vocês, mas... Pensei que fosse apenas amizade.

- Acalme-se, dona Mary. - ri.

- Regina Mills, não me chame de dona! - esbravejou.

- Mãe, vocês mais que qualquer um deveriam saber que verdadeiro amor nem sempre é encontrado logo de cara... Eu realmente gosto da Regina. Eu a amo por muito tempo, mas só percebi isso agora. - olhou para mim e sorriu abertamente. - E quanto a Killian, dei uma passada hoje lá em casa... E nos custou uma bela corrida. Mas, conversei com ele e lhe disse que não o proibirei jamais de ver nosso bebê. Eu quero que todos nós sejamos felizes juntos, e isso inclui Killian.

Mary fingiu um sorriso, embora ainda estivesse com aquelas informações na cabeça. Conseguia sentir que ela ainda achava aquela ideia completamente estranha, mas não contestaria.

- Então vocês são lésbicas? - David perguntou com um sorriso em seu rosto. - Eu jamais iria imaginar que vocês são lésbicas. Que legal. - levantou-se e abraçou primeiro a salvadora, e, em seguida me abraçou. - Estou feliz por vocês.

- E-Eu não sou lésbica. - respondeu Emma.

- Você não é lésbica? - Zelena perguntou com um tom irônico. - Pelo amor né, Swan! Você pode estar mentindo para si mesma, mas para mim não.

- Eu já fiquei com algumas mulheres. - confessei e, em seguida, pareceu que um vento forte se instalou naquele lugar, pois todos viraram seus olhares diretamente para mim. Eu podia enxergar uma interrogação na face de cada um, o que me fez prender o risinho. - Na floresta encantada... A Evil Queen adorava ficar com mulheres. Mas depois da maldição nunca mais fiquei com nenhuma.

- Você nunca nos contou... - finalmente Mary falou alguma coisa, agora que já parecia estar refletindo melhor.

- O que eu ia falar? Todos vocês me conhecem muito bem... Vocês sabem que eu não consigo me abrir e desabafar. Nem mesmo com Robin, que tivemos um relacionamento por anos. O máximo de uma proximidade assim que tive e tenho é com minha sis e Emma.

Todos os que estavam ao redor daquela mesa de jantar concordaram com a cabeça. Não tinha como negar o que eu havia acabado de dizer. Eu nunca gostei de demostrar minhas fraquezas, desabafar ou chorar na frente de ninguém. Eu odiava parecer fraca. Apenas com as duas mulheres que eu amava em minha vida que fui capaz de abrir meu coração.

- Eu sabia que Swan Mills seria uma família. Digo... Minhas duas mães juntas! - disse Henry, se levantando da cadeira e correndo para dar um abraço em nós duas.

- Certo, kid, você estava certo quando nos perguntou. - Emma respondeu. - Só nunca tinha rolado nada entre nós. Eu estava muito confusa e pensando bastante.

- Fico feliz que tenham feito o certo. - a voz de Mary me aliviou, principalmente ao ver um pequeno e doce sorriso em sua face, logo nos abraçando. - Pensei que tivesse agido errado com Killian, que, por mais que Emma não o ame, passaram bastante tempo juntos... E ele é um bom amigo. Vejo que foram bastante maduras ao lutar pelos sentimentos e não tenham o traído. Sei que é muito difícil. Eu aceito de bom grado o relacionamento de vocês... - segurou firme minha mão, completamente feliz ao enxergar os olhos verdes de Emma, que brilhavam como estrelas do céu. Snow se emocionava, fazendo com que eu voltasse a chorar de emoção. - Quem diria! Regina finalmente encontrou o amor. Eu não poderia estar mais feliz por você... Por vocês.

- Bom... Parece que alguém vai desidratar de tanto que se emocionou hoje. - Emma comentou.

- Eu fico muito feliz, Mary... Snow, eu pensei que não aceitaria de primeira o nosso relacionamento. - confessei, sentindo suas mãos quentes acariciando meu rosto e um sorriso em seu rosto. Assim como os de Emma.

- Regina, por que achou isso? É certo de que eu gosto bastante de Killian, mas talvez você seja o verdadeiro amor de Emma... Eu nunca tinha pensado nisso, mas agora tudo faz sentido. Claro que é um choque imenso receber essa notícia inesperada... No entanto, agora pensando, lembro-me que Killian e Emma nunca houve algo que mostrasse que eles eram o amor verdadeiro, tampouco você e Robin.

- Talvez isso explique como a magia de vocês são tão complementares. - Zelena interrompeu nossa conversa, trazendo-nos este fato que nunca pensei antes. - Vocês já viram a magia do amor verdadeiro, certo? - todos assentimos e continuamos a prestar a atenção. - Eu não tenho certeza de nada, mas se vocês realmente são o par perfeito há de surgir algo que simbolize o amor de vocês. Enfim... Regina, por mais que tivesse a magia negra, perceberam que quando se uniu a Emma, ambas ficaram mais poderosas, assim como o tom da magia das duas se complementaram e ficaram exatamente da cor da magia do amor verdadeiro? Ou quando Regina foi ao mundo dos desejos... Ela despertou Emma de todo aquele sonho sem ao menos um beijo, sendo que normalmente apenas um beijo quebra o encanto. Uma prova de que o amor de vocês é enorme. - Zelena deu de ombros. - Digo apenas fatos que devem ser analisados.

- Ótima teoria! - disse David. - Eu nunca parei para pensar nisso.

Eu sempre juntava fatos ou sentimentos que percorriam em minhas veias todas as vezes em que eu e Emma nos juntávamos para derrotar algum ser maligno, mas esses fatos que Zelena havia acabado de mencionar sequer passou em minha mente. Seria isso o que Rumple quis dizer, uma vez há muitos anos na floresta encantada, quando falou-me de um cisne e confirmou que algum dia eu entenderia? Um cisne, o mesmo motivo o qual Emma escolheu o sobrenome Swan.

- Esse momento seria ótimo para um brinde, hm? - sugeriu Henry, retirando-se junto a sua avó para pegar o vinho.

- Lembre-se de pegar algum suco para Emma! - gritei.

O momento de silêncio que pairou durante cronometrados segundos, serviu para que os olhares esperançosos se abatessem sobre nós quando um olhar tenso tomou conta de nós duas, parecendo paralisar todo o nosso redor. Os seus verdes perfeitamente atraídos com os meus castanhos, como um ímã, que atraía não apenas o olhas, mas também o corpo inteiro. Atraía a alma. Fazia com que eu sequer percebesse que tinha gente naquela sala de jantar, e me perdesse em seu olhar ao mesmo tempo em que olhava para seus lábios e molhava os meus próprios. Um beijo. Eu necessitava, pois seus lábios pareciam me chamar. Emma, por sua vez, também parecia sentir tudo o que estava sendo passado em mim. A adrenalina. O aquecer de suas mãos. O desejo.

- Eu te amo, Regina. - acariciou meu rosto, descendo suas mãos até minha nuca a fim de me puxar para um beijo.

Embora tenha sido um beijo rápido, eu senti perfeitamente o sabor de seus lábios carnudos e macios. O sabor refrescante de seus lábios me fez suspirar, principalmente porque suas mãos puxando levemente meus cabelos por embaixo, na nuca, causavam-me intensos arrepios e uma vontade de beija-la e ama-la.

Uma estridente gargalhada quebrou nosso silêncio, o que deveria me irritar, mas, na verdade me tirou um sorriso ao ver que era Neal. O pequenino de cabelos dourados batia palmas e saltitava, mesmo que sentado em sua cadeira, enquanto gargalhava. E pelo o que eu tinha aprendido com Emma Swan, era que o menino sempre fazia isso quando tinha alguma surpresa para alguém ou quando comemora algo.

Definitivamente, o pequenino se juntava perfeitamente ao clube de Zelena e Henry na tentativa de juntar a prefeita e a xerife.

- Sis, parece que o pequeno Neal também apoia vocês duas!

- Desde o acontecimento da toalha que suspeito de que Neal também apoia, e que deveria se juntas a você e Henry. - respondi rindo e observando Emma franzir o cenho.

Quando Mary retornou com Henry, brindamos e permanecemos a conversar sobre como seria daqui para frente. Que, por enquanto, Emma iria morar com os pais e Killian nos acompanharia em todo o processo do bebê, aliás, ele era o pai. Eu, sinceramente, estava de concordância com aquilo tudo, pois estávamos indo aos poucos e realmente achava justo que o pai não fosse separado do filho ou filha. Dava para viver com isso. Enquanto começávamos o nosso relacionamento, Emma estaria com David, Mary e Neal. E eu estaria permanentemente com Henry, Zel e Robin.

- Mães, como eu disse, eu tenho um encontro com Violet. Iremos à casa de jogos que tem aqui. - Henry se despedia de nós.

- Henry, espere! - levantou-se Emma a fim de se despedir, o que eu não tinha entendido muito bem. - Irei dar uma passada em Killian, aliás, preciso pegar algumas coisas. Lembre-se de que eu combinei com ele que mais tarde passaria para pegar algumas coisas e outro dia iria pegar o resto...

- Emma, você pode deixar isso para amanhã. - falei.

- Regina, eu vou voltar. Eu juro. - aproximou-se e me abraçou. - Vocês sabem onde estarei. Não posso deixar minhas coisas lá...

- Eu vou contigo. - insisti.

- Sabe que Killian irá ter outro ataque ao te ver. - enquanto Henry a esperava na porta, certamente atrasado para o encontro, Emma beijava as costas de minha mão e olhava fundo em meus olhos garantindo que voltaria. - Regina, eu voltarei. Killian deve estar de ressaca... Ou ainda deve estar no hospital, pois certeza ele quebrou o nariz e deve ter tomado alguns analgésicos. Eu estarei segura, é sério. Fique aqui com meus pais, que eu vou voltar.

- Emma, por favor, não vá... Eu sei de que ele é capaz. Você o subestima demais... Não sabe quem é o homem que conheci na floresta encantada. Ele não mudou.

- E todos sabem como você era na floresta encantada. - fiquei estática ao ouvi-la dizer aquilo. Eu jamais esperava ouvir isso dela, e Emma sabia, então deu um curto sorriso. - Mas você mudou. Eu confiei em você, Regina. Agora devo fazer o mesmo por ele... Até que ele prove que ele não mudou eu devo continuar dando esse voto de confiança.

- Okay, Miss Swan. - respondi seca, sem olhar em seus olhos.

Eu havia me declarado para Emma. Eu havia demostrado que tinha mudado bastante, e todos já confiavam em mim. Mas, mesmo assim ela me compara com o pirata que mentiu nos votos de casamento... Definitivamente eu não entendia. Poderia entender que ela tinha um afeto para com ele por todos os anos juntos, mas Killian não havia mudado. Embora apenas eu e Rumple soubéssemos de suas mentiras antes da cerimonia de casamento, era possível ver em seus olhos o ódio que sentia quando via Gold pela cidade. Ou quando me via muito próxima a Emma.

- Regina... Desculpe-me por te comparar ao Killian. Eu sei que não gosta dele. - Emma encostou-se a meu ombro, mas não voltei a olhar em seus olhos. - Olhe para mim... Por favor, - olhei-a de soslaio e quase dei um sorriso ao senti-la me abraçando. - Eu tenho certeza de que você mudou, mas não tenho certeza de que ele tenha mudado. Lembra-se de que eu confiava em você e batia os pés para que ninguém te ferisse? Era porque eu acreditava que você poderia mudar... E olhe agora. Você realmente mudou. Se alguém tivesse te matado, você jamais teria a chance de ser quem você é agora. Eu apenas estou tentando dar essa chance para Killian... - aproximou-se de meu ouvido para sussurrar as seguintes palavras, que me causaram arrepio e fizeram-me virar totalmente meu olhar para ela. - Eu não o amo. Eu te amo.

- Tudo bem, Miss Swan. - suspirei mesmo sentindo que ela não deveria fazer aquilo. - Se é isso que você quer, eu deixarei que tome sua decisão. Mas saiba que estarei de olho em Killian... Saiba que não confio em você sair por aquela porta para ir até a casa de vocês dois. Eu não confio nele.

- Agradeço sua preocupação, Regina. Estarei aqui tão rápido que nem sentirá minha falta. - deu um beijo rápido no alto de minha cabeça.

- Duvido muito, Emma.

Emma se despediu de todos com um simples "até breve" e saiu em companhia de Henry, que seu encontro era caminho da casa de Killian. Meu coração apertou de uma forma que eu não conseguia aguentar. Suspirei com pesar, sentindo um pequeno nó começar a se formar em minha garganta ao mesmo tempo em que algumas lágrimas ameaçavam descer sobre minha face. Engoli meu choro e enxuguei, discretamente, meus olhos marejados.

- Por que está chorando, sis? - Zel sussurrou em meu ouvido. - Sabe que eu percebo as coisas... Não adianta tentar me enganar.

Mary pegava taças de vidro e colocava algumas bolas de sorvete de tamanhos iguais. Olhei para Neal, que se sujava com a cobertura de chocolate, David que assistia um jogo na televisão da sala. E pelo que me parecia, eu poderia conversar discretamente com minha irmã.

- Emma. - suspirei. - Sabemos que Killian não mudou, sis, e ela foi para a casa dele. Eu estou sentindo algo estranho... Como se meu coração recebesse mil espadas atravessando. Como se ele estivesse sento esmagado, entende?

- É o medo de que algo de ruim aconteça com ela... Mas a casa dos dois não é tão longe. Acalme-se e vamos tomar um pouco de sorvete. - sugeriu, levantando-me. - Daqui a pouco Emma retorna e teremos acabado com tudo.

Minutos se passaram e Emma ainda não havia retornado. Eu não estava preocupada, pois a casa dele levava uns vinte e cinco minutos de carro, e já que ela foi a pé - pois seu carro ficou estacionado em frente a enorme casa - custaria a demorar mais tempo. Meu choro já havia cessado e meu coração estava mais calmo. Eu escutava Mary falar sobre Emma, o que me acalmava ainda mais. Gargalhávamos com Neal fazendo travessuras enquanto David corria atrás do garoto, fazendo-me chegar à conclusão de que, sim, o pequeno Neal iria fazer com que eles ficassem de cabelos brancos logo.

- Titia Regina, a irmã Emma plecisa de você. - Neal parou coçando os olhinhos e soltando o pote de calda de chocolate. - Eu sinto a minha irmãzinha...

- Emma daqui a pouco irá retornar, meu amor. - respondi.

- Neal! - David o pegou no colo. - Vamos tomar banho? Você está todo sujo... - e assim saiu David, carregando-o em seu colo, deixando-me pouco desassossegada.

Continuamos a conversar sem nem perceber a hora. Havia passado exatas uma hora e meia da saída de Emma.

- Emma está demorando um pouco, não é? - perguntou Mary.

- Bom que deixei o sorvete dela na geladeira se não teria derretido... - comentou Zel.

- Na geladeira? - a morena de olhos verdes arqueou a sobrancelha e riu. - Na geladeira derreterá de qualquer jeito!

Enquanto elas retrucavam quem estava certa, decidi desbloquear meu celular a fim de ver se Emma tinha deixado alguma mensagem que dissesse o motivo de sua memória. Havia quinze mensagens de Henry, provavelmente pedindo para que o buscasse em seu encontro. No entanto, em seguida, recebi uma ligação do mesmo.

- Alô? Henry, quer que eu te busque no encontro? - perguntei com um sorriso em meu rosto. Henry estava muito crescido, e eu adorava vê-lo crescer cada dia mais.

- Mãe? Que bom que você atendeu! - disse com a voz embargada, deixando-me preocupada com ele.

- Henry, o que aconteceu? Onde você está? - desesperei-me, colocando meu sobretudo outra vez decidida a ir atrás de meu filho.

- Eu estou bem, mãe... A minha outra mãe está ao caminho do hospital. - soluçou após pronunciar aquelas palavras, fazendo com que minhas pernas fraquejassem e eu caísse sentada no sofá. - Ela está desacordada, mãe... Ela está sangrando. Acho que está machucada.

Abri e fechei minha boca, virando meu olhar preocupado para Mary, que vinha em minha direção sem saber o que estava acontecendo. Desliguei o telefone e coloquei minhas mãos em minha face, escondendo as lágrimas que desciam incontrolavelmente. Eu percebi que eu estava vermelha, e senti que o ar me faltava dado os soluços insistentes e ao nó em minha garganta, que parecia me sufocar cada vez mais. Senti-me apunhalada em meu coração, fazendo-o sangrar em uma completa tristeza. Senti-me culpada. Todos os que tiveram relacionamento comigo haviam morrido... Se Emma Swan viesse a morrer eu jamais me perdoaria.

- O que houve Regina? - perguntou Mary desesperada.

Eu não conseguia levantar minha cabeça e responder aquela pergunta.

Eu era culpada! Jamais poderia ter permitido que saísse sozinha, embora aquela fosse sua decisão. Eu deveria protegê-la. Eu não queria perde-la. Emma Swan tornou-se a pessoa que mais amei em minha vida... Um amor gerado inesperadamente, crescido pela minha antiga inimiga mortal. E, após anos, justo agora ela havia sofrido um acidente? Eu deveria me preparar para, talvez, despedir-me?

- Emma... Sofreu um acidente. - sibilei sem aguentar a dor que dilacerava meu coração.

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