Declarações e Sinuca
Eu mal preguei meus olhos aquela noite apenas pensando em como seria nosso "encontro". Pensei várias vezes se Regina realmente concordaria em jogar sinuca comigo, mesmo que já tenha aceitado através de mensagem.
A madrugada passava ainda mais rápido que eu pude imaginar, logo, adormeci – após muito pensar em Regina – às 04h33min da manhã. E, como o imaginado, tive uma péssima noite pelo pouco tempo de sono. Desejei levantar apenas de noite, na hora da sinuca, mas acordei com o barulho que Killian fazia fechando o guarda-roupa. Ele trajava o uniforme para ir trabalhar no departamento de xerife, só então eu percebi o quanto estava atrasada.
– Por que não me acordou? – perguntei ainda deitada, cobrindo o rosto com o edredom.
– Hoje eu que irei assumir o cargo de xerife, okay? – após escutar isso, abri meus olhos e o encarei com o olhar de repreensão, aliás, eu não estava doente para ficar em casa. – Ontem você disse não se sentir bem, então pensei em pelo menos um dia ser o xerife.
– Eu estou melhor... – disse, levantando-me da cama. – Eu consigo ir trabalhar.
– Prefiro que você fique, love. – sentou-me novamente, fitando meus olhos, fazendo-me convencer de que aquilo era o melhor. – É melhor para você e para o bebê... Ontem você não se sentiu bem, então hoje fique aqui. – em seguida, virou-se e pegou as chaves da delegacia. – Deixei o café da manhã pronto para você. – voltou, dando um leve beijo em meus lábios. O beijo que antes eu gostava, já não fazia muito sentido para mim.
– Killian? – chamei por ele, antes que desaparecesse pelos corredores.
– Oi? – voltou sua atenção para mim.
– Não quero que Regina seja madrinha do nosso bebê. – confessei. Há algumas semanas eu adoraria que minha melhor amiga participasse de algo tão importante para mim, mas, hoje já não a vejo tanto como amiga e por ela não gostar da presença de Killian, eu preferi tomar essa decisão. – Estou decidida em dizer a ela que não quero mais... – sinceramente, nem eu queria mais. Imagine a mulher que eu amo sendo a madrinha do meu filho.
– Por que tomou essa decisão sem falar comigo antes? – pôs a mão no cabelo, expressando sua raiva. Sua pele, que antes era branca, agora estava avermelhada, expondo seu desconforto com a minha escolha. – Eu quero Regina como madrinha! Ela seria perfeita, aliás, se dá muito bem com crianças, love. – foi suavizando sua voz com o tempo. Nunca o vi daquela maneira antes.
– Mas eu já decidi! – respondi, mostrando que a decisão já estava tomada. – Regina não será madrinha, Killian. – repeti. – Responda-me algo com toda a sua sinceridade, okay? – ele assentiu e respirou fundo, rolando os olhos. – Você sabia que Regina não pode gerar filhos? – jurei ter visto um sorriso discreto se formar no canto de seus lábios.
– Eu fazia uma ideia... – respondeu, sem me encarar uma vez sequer.
– Por que você não me contou nada?
– Porque se ela pode ou não gerar um bebê, o problema não é nosso. – respondeu ríspido. – Não vamos deixar de viver nossas vidas por conta disso... – minha boca estava aberta ao ver aquele homem no qual não conhecia, e acho que ele percebeu, pois tentou reverter a situação. – Mas a prefeita está feliz! – abraçou-me. Eu estava completamente sem reação; eu pensava apenas no que tinha dado nele. – Ela tem Henry, Zelena e Robin.
– Eu sinto que é melhor assim. – agora sinto na pele tudo o que Regina sentia quando Killian falava muito sobre o bebê; agora eu sei o porquê ela se sentia tão mau. – Não gerar seu próprio filho com certeza é horrível. Principalmente quando ao seu redor há várias pessoas demostrando estar feliz com suas crianças. Creio que a coisa que mais se passa na mente é que nunca poderá ter um...
– Love, todos os erros têm suas consequências. Eu paguei por meus erros e Regina paga pelos dela até hoje! Talvez seja esse o preço a se pagar pelas pessoas que sofreram nas mãos dela. – deu ombros.
– Você não se sente nenhum pouco triste por ela?
– Swan, eu acho que não deveríamos nos preocupar com a vida das outras pessoas. – percebi em seu tom, que aquele assunto não estava muito bom para ele. – Também acho que se ela tivesse um filho, ela não adotaria Henry e vocês não estariam aqui hoje, juntas, como amigas. E todos nós sabemos como vocês são próximas e felizes com a amizade que possuem.
– Senti-me tão distante de Regina nos últimos tempos... – desabafei. – Temi por tê-la magoado e por achar que poderia não haver volta. Parece que... Ela estava criando barreiras. Estou bastante aliviada por, finalmente, conseguir falar novamente com a minha amiga.
– É normal ficarmos atarefados às vésperas de uma cerimônia de casamento... – olhou para nossas alianças. – Caso ela não quisesse mais se aproximar de você, sabe que teria a mim, não é?
– Sim, eu sei. – aceitei o toque que ele dava em meu rosto. – Mas, não é a mesma coisa. Entende? Regina é como uma amiga na qual confio com todas as minhas forças; a amiga que sempre está lá por mim... E acho incrível o avanço que tivemos desde que nos conhecemos! Algo assim raramente é encontrado, e deveria ser lutado para jamais terminar. Eu só... Sei que não aguentaria não ter a amizade dela.
– Okay. Conversamos depois então. Preciso trabalhar. – disse, levantando-se, demostrando seu desconforto com tudo o que ouvira. – Espero vê-la à noite para o jantar!
– Desculpe-me... – disse, sem jeito. – Mas não estarei em casa para o jantar.
– Onde você estará?
– Vou dar uma volta com a prefeita... – ouço-o respirando fundo.
– É impressão minha ou Regina Mills está roubando a atenção da minha esposa? – tentou comentar com um tom brincalhão, porém, não conseguiu disfarçar seu descontentamento. – O que está acontecendo com você Emma Swan? Ah! Quer saber... Tenham uma ótima noite. Irei voltar tarde, okay? – beijou minha testa e retirou-se.
O que está acontecendo com você Emma Swan? – perguntei-me o mesmo. Eu estava... Completamente mudada.
O que estava acontecendo comigo? Como meus pensamentos mudaram da noite para o dia? Por que eu queria sair com a mulher que ocupava todos os meus pensamentos? Talvez eu quisesse chegar próximo o suficiente para descobrir que tudo o que estou sentindo não passa de uma atração. No entanto, eu sinto que tudo isso não é uma mera atração passageira. É algo mais forte, que me faz desejar mergulhar nessa aventura mesmo não tendo a ideia de que daria certo.
– Bom dia Emma Swan! – gritou assim que se retirou daquele cômodo. Consegui distinguir o ressoar de sua voz e as batidas das botas no piso de madeira.
Como o de costume, Killian sempre gostava de minhas presenças nas refeições; gostava de me ter ao seu lado o dia inteiro, e quando não estávamos juntos, ele dava um jeito e me mandava mensagens ou me ligava. Muitos nos visam como um dos casais perfeitos, mas a vida de casada e mulher do lar está me matando. Pode ser um dos motivos que eu me arrisco, aproximando-me ainda mais de Regina. Eu quero sentir-me livre novamente, e apenas ela é capaz de fazer isso. Apenas Regina Mills acende novamente a felicidade e liberdade em meu coração. E esse é um dos inúmeros motivos que nossa amizade é interminável.
Andei quase me arrastando para o banheiro. Entrei no chuveiro para iniciar um banho para começar meu dia bem. Eu precisava de uma folga mesmo, então nem contestei a decisão de Killian. Toda a vez que fechava os olhos enquanto sentia a água morna tocar em meu corpo, eu pensava em como seria a nossa noite; pensava em qual roupa vestir... Em qual batom usar. Pensava em como iria ensina-la a jogar sinuca.
– Regina Mills... Como consegue me deixar assim? – perguntei-me, passando as mãos nos cabelos.
*****
Meu dia passou rápido, mesmo estando contando os minutos para nossa noite na sinuca. De manhã, após tomar o banho, decidi passar o dia na casa de meus pais e ver como meu irmão estava. Como o de se imaginar, Neal já estava bem grandinho e dando bastante trabalho para meus pais. Já indicavam quatro da tarde, e lá estávamos nós, sentados em cadeiras de balanço na nova casa, em frente ao píer. E devo confessar que meu pai fez uma ótima escolha na compra dela.
– Por que gancho não veio hoje? – David aproximou-se, trazendo uma xícara de chá.
– Ele está no trabalho, e parece que tivemos um tipo de discussão. – continuei a fitar o mar.
– Qual o motivo para uma discussão? – Mary perguntou, segurando os bracinhos de Neal para que ele não corresse em direção à praia.
– Regina... – respondi em voz baixa, percebendo então que não foi tão baixa como pensei. – E o fato de que hoje eu sairei com ela. – completei.
– Mas isso é maravilhoso! – sinto os braços de minha mãe me abraçar. – Há um bom tempo não as vejo próximas.
– O que está acontecendo para vocês discutirem apenas por um simples passeio com a prefeita?
– Eu não sei... – menti. Pois não estava na hora de revelar todas as dúvidas que estavam passando em minha mente. – Mas quando eu tiver uma ideia certa do que está acontecendo, pode deixar que eu contarei para vocês. – dei um gole no chá de erva cidreira.
– Tudo bem minha filha. – Mary beijou minha testa e encostou a cabeça em meu ombro.
Nenhuns dos dois tocaram no assunto, e, esse era o lado bom de conversar com eles. Terminamos de tomar o chá favorito de meu pai, após muitas conversas corremos na praia com Neal, que é fascinado pelas ondas se quebrando; pelas ondas vindo de encontro com a areia molhada, e voltando para o encontro com o mar.
– Irei tomar um banho para encontrar com Regina, okay? – disse, pegando uma toalha.
– Ela sabe que você está aqui? – respondi que não. – Já sabe o que tem que fazer antes do banho... – nem precisou que minha mãe completasse.
Direcionei-me até minha bolsa que estava jogada no sofá da sala, e ali decidi mandar a mensagem para Regina.
[19:03 pm] Emma: Gina...
Deixei a janela da conversa aberta, apenas observando se ela ficava online, mas infelizmente não ficou. Bloqueei a tela do celular e fechei meus olhos com a cabeça encostada na almofada. Com certeza, se Regina não for sair comigo, eu dormiria sem pensar duas vezes. E quando estava quase entrando no sono, sinto o celular vibrar, indicando que havia recebido uma mensagem.
[19:10 pm] Killian: Tem certeza de que não vai estar em casa para jantar? Estava pensando em encomendar pizza para nós dois.
[19:11 pm] Emma: Tenho certeza absoluta. Boa pizza para você amor.
Ainda com os olhos fixos na tela do celular, vi chegar a mensagem que estava aguardando.
[19:15 pm] Regina: Olá, Emma! Desculpe-me a demora... Eu estava no banho.
[19:15 pm] Emma: Pensei que iria furar comigo.
[19:16 pm] Regina: Oh! Jamais.
[19:16 pm] Regina: Quer foto, Swan? ��
Eu apenas visualizei aquela pergunta. Não deixei de respondê-la por mal, apenas fiquei pensando se estava tão obvio que eu ficava tão nervosa ao lado dela, principalmente quando tentava me provocar. Qual o motivo para ela agir assim, deixando-me ainda mais confusa a respeito de seus sentimentos... Por que os meus sentimentos já estão quase certos.
Sinto o celular vibrando novamente.
[19:19 pm] Regina: kkkk Brincadeira, Swan! Não precisa ficar sem me responder.
[19:20 pm] Emma: Eu apenas me distrai aqui.
[19:22 pm] Emma: Enfim, eu queria apenas que soubesse que estou na casa de meus pais.
[19:24 pm] Regina: Irei busca-la.
[19:24 pm] Regina: Até daqui a pouco!
Bloqueei a tela do celular, jogando-o no sofá e subindo as escadas até o banheiro, onde minha mãe já havia colocado uma toalha limpa para mim. Tranquei a porta e encarei meu reflexo por um bom tempo, pensando em coisas aleatórias chamadas Regina, prefeita, outra mãe do meu filho... Enfim, coisas que ocupam bastante a minha mente!
Finalmente me desliguei das hipnoses em Regina que venho tendo ultimamente, e liguei o chuveiro. Encolhi-me e dei um pulo para trás ao sentir a temperatura congelada das poucas gotas de água que salpicaram minha barriga.
Fechei os olhos e respirei fundo, preparando-me para tomar banho naquela água que mais parecia estar virando pedra de gelo. Fiz o famoso ritual de como tomar banho gelado em dias mais gelados ainda, e para quem não conhece eis a dica: primeiramente coloquei meus braços em baixo do chuveiro até adapta-los à baixa temperatura, segundamente coloquei minhas perninhas fazendo o mesmo, e terceiramente me joguei rapidamente para baixo do chuveiro. Bom... Este terceiro passo não dá muito certo, pelo menos para mim.
Fiz umas rezas para não sentir muito a temperatura da água, e finalmente terminei meu banho. No entanto, quando me virei para pegar a toalha, ela não estava lá.
Como uma coisa dessas foi acontecer eu não sei, pois jurava que ao chegar ao banheiro, a mesma estava aqui limpinha e sequinha para o meu uso.
– Neal! – avistei o tampinha correndo enrolado com a toalha. Isso mesmo! A minha toalha branquinha. – Neal, venha cá! – exclamei sussurrando num tom que ele pudesse me ouvir.
Neal virou seus olhos azuis para mim, e deu uma gargalhada.
– Por favor, venha cá... – fiz uma voz amigável até demais, pois o menino é imprevisível. Juro que não fui assim na minha infância.
Deu passinhos pequenos até minha direção, erguendo os bracinhos como se estivesse me entregando a toalha.
– Obrigad... – o menino correu do banheiro.
Fiquei por alguns minutos tremendo de frio e sentindo meu corpo secar naturalmente. Eu tinha a esperanças de meus pais surgirem do nada e me emprestarem alguma outra toalha limpa, porém parecia que eles estavam lá em baixo. Sendo assim, saí do boxe e dei passos de ponta do pé até a saída do banheiro, colocando só a cabeça no corredor para verificar se tinha alguém por ali. Mas só quem estava era Neal no final do corredor, na porta de um quarto que costumo usar quando venho visita-los.
– Neal, venha cá! – cobri-me apenas com algumas peças das roupas que tinha usado anteriormente, e fui a sua direção para pegar minha toalha.
Fui feita de besta por uma criança de dois anos de idade que corria para lá e para cá no corredor, até que entrou no meu quarto e deixou a porta escorada. Ainda tentando me cobrir com algumas peças de roupa, abri a porta rapidamente e adentrei ao lugar, mas não esperava ver o que vi naquele momento.
– Não esperava que fosse ao nosso passeio assim Miss Swan. – a prefeita estava sentada de pernas cruzadas na beirada da cama, passeando com seus olhos por todo o meu corpo ao mesmo tempo em que jurei vê-la contornar os lábios com a língua.
– R-Regina? O que está fazendo aqui?
– Seus pais me deixaram subir. – respondeu. – E Neal falou que ia me fazer uma surpresa. – riu, analisando-me. – Não imaginei que essa seria a minha surpresa. – senti-me ruborizar, logo recebi um sorriso.
Neal deu gargalhadas e bateu palmas, típico de quando fazia surpresa para alguém.
– Neal, me dê a toalha. – pedi, porém ele não me deu. O pequenino fez uma cara emburrada e deitou no colo de Regina.
– Essa era sua surpresa? – perguntou bagunçando os cabelos loiros, fazendo-o rir enquanto respondia que sim com a cabeça. – Adoramos a surpresa... – virou seu olhar para mim novamente. – Agora dê a toalha pra titia Regina. – ele se levantou, obedecendo-a prontamente, saindo do quarto em seguida.
– Obrigada! Não sei como ele te obedece com tanta facilidade. – encostei a porta esperando que ela me trouxesse a toalha.
– Quando ele disse que ia me fazer uma surpresa, não esperei que fosse... – a interrompi.
–... Esperava que fosse algo menos nu. – brinquei.
– Exatamente. – levantou-se caminhando em minha direção para me entregar a toalha. Parou seus passos, ficando numa distancia que pudesse analisar meu corpo enquanto dava um leve sorriso. – Não que eu esteja achando ruim esta surpresa... – entregou-me a toalha, aproximando-se ainda mais antes que eu conseguisse me enrolar. –... Isso jamais!
Dei apenas um sorriso, sem quebrar nosso olhar em momento nenhum.
A prefeita deu dois passos para frente, e eu continuei sem quebrar nosso olhar. Estava nervosa, sim! Regina sabia muito bem como me deixar nervosa, e naquele instante ela havia se superado. Eu a desejava, eu sentia que já não podia mais negar esse fato tão visível, e eu sabia que pelo menos naquele momento ela também me desejava.
Mais dois passos foram dados, deixando-nos numa distancia em que nossos corpos estivessem quase colados com apenas alguns centímetros nos separando. Fechei os olhos e mordi meus lábios, sentindo Regina tocar em minha pele, e um frio percorrer a minha espinha. Senti uma brisa de leve, tocando a minha pele. Era sua respiração... Tão calma, assim como sua delicada mão enlaçando fracamente meu corpo, como se fosse um abraço, enquanto serpenteavam seus dedos em minhas costas.
Meu coração estava tão acelerado que poderia compara-lo a uma locomotiva. Travei uma árdua batalha entre Killian ou Regina, mas eu já sabia quem venceria. Eu sabia que aquilo era errado, mas quando se trata da prefeita, da outra mãe de Henry, da antiga rainha má, eu perco todas as minhas forças. Contudo, nem sempre foi assim... Esses sentimentos que guardei bem no fundo foram despertados após Regina tentar mostrar seu interesse em mim.
Abri meus olhos e, num impulso, tentei beija-la, procurando desesperadamente por seus lábios escarlates. No entanto, a mesma deu um sorriso malicioso, fazendo com que meu corpo estremecesse. De fato aquela mulher me levaria à loucura! Esperei por sua reação à minha tentativa de beijar seus lábios, e lá veio a tão esperada reação... Regina guiou meu corpo até que eu pudesse senti-lo se chocar contra a porta do quarto. Em seguida, aproximou seu rosto ao meu enquanto beijava o canto da minha boca, logo desceu seus beijos para meu pescoço, trilhando-os até o vale entre meus seios.
– Estamos loucas... – aquelas foram as únicas palavras que consegui balbuciar.
– Talvez, E-mma. – apenas o ato de pronunciar meu nome pausadamente me provocava. Trouxe seu rosto outra vez para próximo do meu, passando sua língua na base da minha orelha. – Mas uma coisa é certa, Swan, eu sou louca por você há tempo... – não sabia que era possível, mas, Regina me puxou para mais perto e sussurrou próximo ao meu ouvido, causando-me arrepios.
Regina acabou com qualquer espaço existente entre nós, pressionando seu joelho contra meu sexo. Nunca imaginei despertar essas novas sensações, embora sempre soubesse que possuía sentimentos diferentes por ela. Sentimentos a mais que apenas amizade.
– Está molhada, Swan? – perguntou maliciosamente, deslizando suas mãos entre minha cintura e meus seios enquanto voltava a beijar meu pescoço.
– Ãhn! – não consegui conter um gemido baixo logo ao sentir seus lábios que antes beijava ardentemente meu pescoço, aumentarem a intensidade, iniciando leves mordidas.
Logo, senti seus beijos acabarem e seus braços me soltarem. Por uma leve fração de segundos me perguntei o porquê simplesmente desistira se há pouco tempo estávamos completamente entregues.
– Emma, eu... – afastou-se sem olhar em meus olhos. –... Eu não posso negar que o que acabei de dizer sobre ser louca por você é verdade. – ela sussurrou para que eu não ouvisse direito, mas eu realmente escutei e fiquei imensamente contente. – Mas, não posso fazer nada com você antes que sua decisão esteja tomada.
– Regina...
– É errado, e espero que entenda meu ponto de vista. – olhou fundo em meus olhos, permitindo que eu enxergasse a sinceridade em suas palavras. Ela realmente gostava de mim. – Eu quero fazer tudo de uma maneira correta. – sorrimos. – Não quero ser sua amante, isso jamais! Eu quero ser algo inesquecível, quero que... Possamos experimentar um pouco sobre esse sentimento dentro de nós duas. Quero andar de mãos dadas com você pela cidade, sentindo-me completamente feliz ao seu lado. Quero algum dia comprar uma aliança de compromisso, e, finalmente iniciar a família Swan Mills.
– Swan Mills é um ótimo nome. – comentei, deixando uma lágrima de emoção cair de meus olhos. – Regina... Eu não irei fazer nenhuma declaração agora. – disse entristecida. Não iria me comprometer sem ao menos conversar com Killian ou pensar em tudo o que estava acontecendo. – Você tem razão... Eu preciso repensar em tudo o que sinto, pois sei que seus sentimentos por mim, são recíprocos de minha parte. – ela secou a lágrima de meu rosto com seu dedo, dando um sorriso para mim. – Prometo que assim que minha decisão estiver tomada, irei lhe contar.
– Bom... – disse ajustando sua saia. –... Agora vá se vestir. – retirou-se do quarto e ficou ao lado de fora aguardando minha saída.
Vesti-me e finalmente saí do quarto, encontrando-a na porta ao lado de fora do quarto. Descemos lado a lado para nos despedirmos de meus pais e ir para a tão esperada – pelo menos por mim – noite da sinuca.
– Emma! Que bom que ainda estão aqui! – minha mãe nos aguardava no primeiro degrau da escada com um sorriso em seu rosto. – Olha quem está aqui... – quando cheguei ao primeiro degrau, ela pegou minha mão, guiando-me até a sala.
– Love, – Killian passava as mãos em seu cabelo, expondo sua falta de reação. –... Desculpe-me por hoje mais cedo! Eu... Eu estava um pouco alterado com alguns assuntos que não são muito agradáveis em dizer assim em público. – riu torto, segurando minhas mãos até o momento em que viu Regina adentrar a sala.
– Desculpem o atraso, estava refletin... – quando seus olhares se cruzaram, seus olhares deixaram evidente toda a raiva que sentiam pelo outro.
Desvencilhei nosso toque de mãos e virei meu olhar ao de Regina, aproximando-me da mesma.
– Já estamos de saída, okay? – sussurrei.
– Emma, nós precisamos conversar, love. – ele disse nervoso.
– Vocês não tem tempo de conversar em casa? – finalmente Regina trocou uma palavra com ele. – Precisa justamente que seja agora? Precisa tanto de atenção assim?
– Olha, "Vossa Majestade"... – fez aspas com a mão, ironizando a palavra. – Caso não tenha notado, eu estou conversando com minha esposa! – ele trocou um olhar superior em sua direção, que eu pude sentir seu sangue ferver. – E nós dois estamos com um probleminha de casal! – arqueei a sobrancelha para ele.
– Não, Killian, nós não estamos!
Por alguns segundos ele ficou calado.
– Oras, agora não tem mais nada a dizer? – debochou Regina.
– Emma, nós precisamos conversar, love! – suplicou para que eu ficasse.
– Não! Deixe-me em paz! – exaltei-me, e, quando percebi, os olhares de todos se abatiam contra mim. Menos o de Regina, que parecia ser a única a me apoiar.
– Emma! – minha mãe me repreendeu. – Ele é seu marido, e acho que se realmente estão com problemas no relacionamento, o ideal seria que conversassem um pouco.
– Já respondi que não estamos com problema algum... – abaixei meu tom de voz, porém, ainda estava irritada com aquilo tudo. – Se vocês pretendem ficar aqui querendo saber o que está acontecendo, que seja! Boa noite para vocês, pois agora eu e Regina temos uma noite das garotas. – segurei a mão da prefeita, saindo da residência ao seu lado.
*****
Regina dirigiu até o bar que sabíamos que tinha o jogo de sinucas. Percorremos caminho com um silêncio incomodo, sem graças por tudo o que quase aconteceu em meu quarto. Virei meu olhar algumas vezes para sua direção, mas ela sempre estava com sua atenção virada para a estrada.
O clima entre nós estava tenso, e eu sabia que Regina estava certa. Parar antes que mais algo acontecesse mesmo tendo sentimentos por mim, foi mais um motivo para que eu gostasse ainda mais dela. Ela agiu com mais consciência que eu... E eu precisava repensar em que eu queria, em quem eu realmente amava.
Adentramos ao bar, avistando bem no canto a enorme mesa de sinuca. O local estava movimento, porém não havia conhecidos, fazendo com que eu me sentisse ainda mais confortável ao lado da prefeita.
– O que acha de pedirmos algo para beber? – perguntei.
– Seria uma ótima ideia! – quase agradeci aos céus quando ela finalmente trocou uma palavra comigo após o acontecimento em meu quarto. – Deixe que eu peço as bebidas, okay?
O tempo em que fiquei sozinha serviu-me para pensar. O engraçado é que não sou uma pessoa de pensar muito ou perder tempo, mas nos últimos dois dias eu pensei mais que nos últimos meses juntos.
Sem que eu percebesse, deixei que um enorme sorriso surgisse em meu rosto como o resultado de tamanha felicidade em estar com Regina.
– Miss Swan! – despertei-me com a prefeita novamente em minha frente. – Trouxe um uísque para mim... – disse sorrindo. –... E um suco de morango para você.
– Deveria ter pegado um suco para você também! – resmunguei, bebendo o suco, guiando-nos diretamente para a mesa de sinuca.
– Claro! – exclamou. – Não sou eu quem carrega um projeto de salvadora na barriga. – rimos sem quebrar nosso olhar. – Quero que você e esse bebê fiquem bem... – tocou em minha barriga, que ainda nem mostrava a gravidez direito.
– Ficaremos. – toquei em sua mão que estava sobre minha barriga. Senti-me segura ao seu lado, como se realmente eu e meu bebê ficaríamos bem.
– Bom... – desvencilhou nosso toque, observando a enorme mesa de sinuca. – Vamos começar os jogos, Miss Swan.
Eu fui a primeira a jogar, já que eu era a única com experiência naquele jogo. Mirei direito e acertei o taco.
– Sua vez...
Regina, por sua vez, matou a bola oito na primeira tacada.
– Ganhei! – Regina deu pulinhos em comemoração e deu língua para mim. Em seguida, pegou o copo de uísque e bebeu tudo de uma vez. – Sou melhor do que pensei. – observei bem as suas feições de vitória, para, posteriormente, contar-lhe toda a verdade.
– Sinto em lhe dizer, mas você perdeu a partida... – detive meu riso ao ver sua expressão de desentendida. Ela largou o copo e pôs seus braços na mesa, segurando todo o peso de seu corpo. Seus olhos circundavam toda a mesa de sinuca para tentar saber em que errou. – Quando você mata a bola oito na primeira tacada, automaticamente perde a partida. – expliquei.
– Swan! – esbravejou, demostrando como odeia perder. – Isso é injusto! – largou o taco na mesa e caminhou até o balcão, pedindo outra bebida.
Era um tanto engraçado, a meu ver, observar a prefeita agindo como uma criança apenas por conta de um jogo. Cruzei meus braços achando que ela retornaria, mas, ela apenas virou o olhar para mim, e deu ombros.
Ela realmente estava agindo como uma criança!
Caminhei até seu lado no balcão e encostei meu cotovelo, apoiando-me enquanto observava seu olhar sério.
– Ahh! Vamos Regina... – dei um soco de leve em seu ombro e dou uma risada. Ela me acompanha, rindo também. – Eu prometo tentar te ensinar a jogar, mas não terei culpa se você for ruim nisso.
– O que? – perguntou Regina, recebendo outra taça de bebida. – Está dizendo que não sou capaz de aprender a jogar um jogo bobo como este?
– Eu não disse isso... Você que tirou as palavras da minha boca. – rimos.
– Então está duvidando Miss Swan? – agora, virou-se completamente para minha direção, acabando com os espaços entre nós, e ajeitando o decote da minha blusa. – Se eu mostrar que aprendo rápido, o que ganho em troca? – deu um sorriso malicioso.
– O-oque? – balbuciei, sentindo-me ruborizar. – Ganha apenas... A prova de que realmente é boa na sinuca.
– Pensou que eu quisesse o que em troca Emma? – abafou o riso, comendo-me com seu olhar analisador. – Eu iria querer apenas outra noite, jogando algum outro jogo sem ser este sem graça.
– Ainda não aceita perder?
– Aquela rodada não valeu! – respondeu, bebericando seu uísque. – Não pode competir com alguém que não conhece as regras. Aliás, que graça tem "ganhar" de alguém que nunca nem chegou perto desse tipo de jogo. – fez aspas com as mãos. – Se para você, isso é ganhar então quer dizer que você é uma péssima jogadora.
– Não precisa ficar assim! Eu sei que a rodada não valeu... Eu queria apenas ver sua jogada desajeitada, e acabei vendo muito mais que isso. – gargalhou com a expressão boquiaberta de Regina. – Ganhei o prazer de te ver agir como uma criança de quatro anos! – ela deu ombros, mas senti que internamente queria me matar.
– Então você admite que não essa rodada fracassada não foi justa?
– Claro, né? – continuo gargalhando, deixando-a ainda mais irritada. – Eu tenho que te ensinar para que possamos competir para valer. Agora eu não quero ficar aqui, gargalhando sozinha. – controlei um pouco a crise de risos que estava tomando conta de mim.
– Desculpe-me, mas você rirá sozinha! – deu seu último gole em sua bebida, e era este ato que eu estava esperando. – Não vejo motivo algum para ficar gargalhando.
– Ah, é? – ela assentiu de olhos fechados com um pequeno sorriso no rosto. Foi então que, peguei-a de desprevenida com uma série de cócegas em sua cintura e barriga, arrancando altas gargalhadas de sua boca.
– Pare com isso Swan! – gritava entre melodiosas gargalhadas, chamando a atenção de todos.
– Pensei que eu ficaria rindo sozinha... – retruquei, também rindo enquanto aumentava ainda mais as cócegas. Parei apenas quando ela estava vermelha após várias risadas.
Regina encostou seus braços no meu ombro direito, enquanto diminuía suas gargalhadas e tentava respirar fundo.
– Então... Vai parar de enrolar e me mostrar que aprende rápido?
– Com certeza, mas, digo-lhe uma coisa: não reclame quando perder de mim. – deu uma piscadela, puxando minha mão e nos direcionando para a mesa de sinuca, outra vez.
Sendo assim, retornamos à mesa de sinuca. Regina encorajada a me vencer, e eu encorajada a observar as atrapalhadas que ela poderia dar naquele simples jogo. Contei-lhe as regras, para que não falhasse novamente e enfim iniciamos o jogo.
As bolas em cima da mesa de bilhar não estavam organizadas, então pedi para que a prefeita organizasse-as. E confesso que foi muito bonitinho ver seu esforço – mesmo que falho – em tentar formar um triangulo perfeito, no entanto, estava torto demais.
– Meu Deus, Regina! – gargalhei, apontando para seu "triângulo". – Isso está tão torto que já, já parece um circulo.
– Impossível formar um círculo! – resmungou.
– Não é tão difícil montar um triangulo! – ela tentou novamente, mas as bolas sempre saiam do lugar. – Onde já se viu não saber fazer reto... – provoquei-a, rindo em seguida.
– Desisto! – exclamou. – Pare de rir e ajude-me! Estas bolas ficam rolando sem parar.
– Claro, Regina, são bolas de sinuca! – disse o obvio, ajudando-a e conseguindo formar um triangulo perfeito.
Finalmente iniciamos o jogo.
Como na tentativa anterior, eu fui a primeira a iniciar as tacadas. Inclinei-me na mesa de bilhar, mirando nas bolas e acertando-as, dispersando-as. Logo foi a vez de Regina, que ora olhava para mim, ora olhava para a mesa. Repetindo os mesmos movimentos que os meus, inclinou-se na mesa, forçando seu olhar para concentrar-se e enfim, errou sua mira, acertando o taco na mesa.
– Droga! – bufou.
– Deixe que eu lhe ensino... – aproximei-me, segurando o taco que estava em sua mão. – Incline-se. – ela obedeceu. Logo me inclinei sobre seu corpo, ajudando-a a segurar o taco. – Respire suavemente, tirando todos os pensamentos de sua mente... – sussurrei. Eu estava gostando daquela proximidade entre nós, não conseguindo controlar minha respiração alta. Senti seu corpo tremer sob o meu, e ela tentar virar seu olhar discretamente para mim. – Concentre-se e deixe sua mão leve... – ajudei-a a girar o taco com maestria, até perceber que finalmente suas mãos estavam leves, mexendo as bolas da mesa de bilhar. – Pronto!
– Conseguimos! – abraçou-me. – Sua vez, Miss Swan.
Voltei para minha posição de tacada, concentrando-me na bola e na prefeita que mordia seus lábios enquanto mirava seu olhar para mim. Acertei as bolas, conseguindo fazer com que duas delas rolassem diretamente ao buraco.
Fomos jogando em meio a conversas, que mal percebemos o tempo passar.
– Sua vez, Regina.
Ela já estava toda confiante com sua habilidade naquele jogo, pois a mesma havia dado boas tacadas e estava se elogiando demais. Inclinou-se dando um sorriso vitorioso, concentrando o máximo que conseguia. Isso eu devo admitir. Acertou a bola branca, em seguida, acertou mais algumas.
– Parece que eu vou ganhar, Miss Swan. – riu, um pouco alterada por conta da bebida que consumiu durante a noite toda. Demorou bastante para mirar naquela ultima bola. – Que complicado... – coçou a cabeça, demostrando certa dificuldade. – Estou vendo tudo dobrado. – mirou da bola, rindo. – Parece que vai perder para uma iniciante bêbada. – Ela realmente ia ganhar, pois seu taco estava mirado perfeitamente na bola, no entanto, suas risadas fizeram com que errasse e perdesse a rodada.
Desta vez, eu que ri, pegando o taco e acertando na bola.
– Não foi dessa vez... – gargalhei. – Você realmente iria ganhar, mas sua comemoração antecipada causou sua derrota.
– O que faremos agora? – perguntou.
– Podemos comer alguma coisa. – sugeri.
– Henry e Zelena estão lá em casa... Poderíamos encomendar uma pizza, que tal?
– Com certeza, mas eu dirijo! – segurei sua mão, guiando-nos para seu carro.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro