Conversas em família
Notas:
Boa noite manas! Que vocês tenham feito um ótimo Enem (para todas que fizeram).
Agradeço muito a vocês por estarem amando, comentando e acompanhando esta fic. Por tê-la aceito de braços abertos.
Espero que gostem deste capítulo, pois o escrevi todo hoje e, para piorar, pelo celular. Então se encontrarem algum erro devido ao corretor, pode aponta-los para que eu conserte.
Música citada: Épica – Delirium
Capítulo 3 - Conversas em família
(Black was the night when I did surrender)
(Negro como a noite quando eu me rendi)
(I did give in to my weakening side)
(Eu pendi para meu lado mais fraco)
(Now that I'm empty, my dreams once were many)
(Agora que eu estou vazio, meus sonhos uma vez foram muitos)
(Souls bid a cry to unleash the divine)
(As almas lançam um lamento para libertar o divino)
-Respira fundo Regina! – de olhos fechados, inspirava e aspirava o ar lentamente para meus pulmões, tentando me acalmar. – Você vai ficar bem. Não vai se preocupar com as provocações. – abri meus olhos e sorri para meu reflexo no espelho, me convencendo de tudo o que havia acabado de dizer.
Por mais que seja um costume habitual sairmos "em família", eu estou um pouco nervosa desta vez. Nervosa, pois, após meu surto no almoço, certamente receberei olhares curiosos para saber o motivo de ficar tão incomodada ontem.
Olhares que não deveria me importar com eles. Além do mais, é errado ficar mau quando tem a absoluta certeza de que perdeu seu amor e só lhe resta observar a felicidade dele de longe? Acho que não!
O que eu poderia responder caso for apreendida com perguntas do tipo? Bom... Não faço a mínima ideia. Só tenho a certeza de que irei mentir, além do mais, não sou obrigada a responder questionamentos de ninguém.
Respirei fundo enquanto batia na roupa em meu corpo, para ajusta-la ainda mais, ergui minha cabeça e desci as escadas.
Saí de casa rumo à nova residência dos encantados.
Hoje decidi sorrir; decidi não chorar; decidi não me deixar abalar por quaisquer palavras citando Emma. A partir de agora tentarei esquecer meus sentimentos, tentarei apagar os incríveis orbes verdes e o sorriso branco e encantador de meus pensamentos.
Não acredito que sou forte o suficiente a ponto de deixar o meu íntegro amor partir.
Lembro-me detalhadamente de que, antes eu achava que após a morte de Daniel, nunca mais encontraria o amor ou um motivo para seguir em frente. Mas a vida é tão inesperada e nos prega inúmeras peças, que adotei o filho da salvadora e o amei como se fosse meu; senti florescer algo imensuravelmente poderoso dentro de mim. E o pior... Era por Emma Swan. Minha rival. Filha da minha antiga e pior inimiga.
Lembro também de recear tudo o que senti, principalmente quando nos aproximamos. Inicialmente por nosso filho, Henry, mas depois começamos a gostar da companhia uma da outra. A partir de então, comecei a enxerga-la não apenas como a salvadora ou como a mãe do meu filho. Comecei a enxerga-la como uma brava e corajosa mulher; como a mulher que me desafiava sem temor algum; como a únicaEmma Swan.
Sei que sozinha não conseguirei esquece-la ou sequer, afasta-la. Mas sei que terei a companhia de Zelena para essa longa jornada.
(When you think there's no way out)
(Quando você pensa que não há saída)
(And all you see collides)
(E tudo que você vê colide)
(Hope will in the end chase all your fears away)
(A esperança no fim perseguirá todos os seus medos)
Não demorou muito e logo cheguei à enorme casa dos encantados. Passei pela baixa cerca, caminhei pelo gramado fofo e subi dois pequenos degraus de escada até a varanda, que continha duas cadeiras de balanço e o chão perfeitamente amadeirado.
Não bati na porta logo de cara. Lógico que fiquei me preparando emocionalmente para os assuntos que envolvem Emma e Killian.
Quando me senti melhor, coloquei a mão no batedor de portas e bati três vezes.
-Regina! – como o esperado, Mary Margaret me recebeu com total amabilidade. – Entre e sinta-se à vontade.
Entrei pela primeira vez na nova casa de Snow e David.
Dei dois passos enquanto a mesma fechava a porta sorridentemente. Logo caminhei um pouco atrás dela e fui guiada até a enorme sala, também amadeirada.
Bem a cara de Snow White! Uma pequena lareira aquecia as tardes de outono, uma mesinha de centro com lugares para xícaras de chá, um cercadinho para o pequeno Neal que há pouco completara um ano, e a decoração florida e delicada que apenas ela tem.
-Boa tarde Regina. – Belle me cumprimentou alegremente.
Ao lado dela, encontrava-se Rumple sentado no sofá. Nunca imaginei viver para ver o final feliz e rendição dele. Mas desta vez parece que fez a escolha certa e vive ao lado de sua esposa, criando Gideon e viajando sempre que conseguem, assim como Belle tanto desejou.
-Boa tarde. – retribui.
David chegou trazendo uma bandeja com xícaras de chocolate quente e rosquinhas para acompanhar nossa conversa naquela fria tarde de quinta-feira.
-Como vocês podem imaginar, estamos muito felizes em receber a noticia de que teremos mais um neto. – Snow não conseguia conter sua felicidade, transparecendo tantos sorrisos que mal conseguia falar. – Nunca tivemos a oportunidade de ver meu neto ou minha filha crescer, mas agora podemos. – bebericou seu chocolate quente. – Chamei todos vocês aqui, pois aceitaram ajudar a fazer compras para o bebê, e Regina é a madrinha. Já que estou muito ocupada cuidando de Neal, preciso da ajuda de vocês para algumas coisas.
Permaneço apenas ouvindo mais assuntos sobre o bebê de gancho. E olha que nem aceitei estar aqui, apenas não tive escolha com a quantidade de mensagens que Mary me mandou ontem e hoje.
-Regina, eu quero fazer essa surpresa para Emma. – entregou-me um papel com alguns itens essenciais para bebês. – Gostaria que comprasse algumas destas coisas. Belle e Rumple já decidiram a parte deles.
Assenti com um sorriso.
-Emma e Killian ficarão muito felizes com a surpresa. – o casal comemorava.
-Imagino. – sussurrei, mas todos conseguiram ouvir.
A doce tarde passava rapidamente e as conversas apenas fluíam cada vez mais. Assuntos como o dia a dia, mas normalmente era citado algo sobre família e maternidade. Claro que me senti um pouco de fora do assunto, pois Henry já é um homenzinho e vive semana comigo, semana com Emma. Sem contar que entre eles, sou a única que não é casada ou tem crianças de meu próprio sangue.
-Fico feliz que todos nós encontramos o final feliz, e agora Emma terá o dela. – Belle dizia, segurando a mão de Rumple.
Como o esperado, fiquei muito incomodada com a citação de ela ter seu final feliz ao lado de gancho. Mas, desta vez não era por ciúmes ou tristeza, e sim porque ultimamente sinto que a salvadora em breve correrá perigo e precisará de ajuda.
Talvez toda essa paranoia seja apenas um método que criei em minha cabeça para não me afastar de Swan.
-Só falta Regina criar uma família. – Snow disse sorrindo. Sei que não disse por mal, mas me senti um pouco irritada em me por no assunto.
Todos me encararam esperando que dissesse algo, no entanto, sinto em dizer que os decepcionei. Acho que os olhares voltados em minha direção e a afirmação que Mary acabara de dar foi pelo surto que dei no almoço.
E como o decidido anteriormente, nada respondi.
E esta foi a melhor sensação!
-Acho que Killian, ao lado de Emma, irá mudar com o passar do tempo. – Gold pronunciou-se.
-Mas ele já mudou. Largou o lado mal e nos conquistou aos poucos. – David respondeu. – Acho que nossa filha fez uma excelente escolha.
-Ah! Claro... – senti certa ironia nesta resposta dele.
Agora meu lado paranoico despertou novamente... Ou Killian fez algo para Gold, ou ele sabia de algo.
-Acho que esse casamento foi um pouco precipitado... Emma teria outras escolhas melhores. – pude sentir um vento, de tantos pescoços virando para mim.
Agora mereço o prêmio de maior burra da história. Qualquer um que estivesse em meu lugar teria a total certeza de que não deveria falar isso nem de brincadeira na frente de ninguém... Mas como já fiz a merda toda, o único jeito é me preparar para os questionários.
Temo apenas em pensar.
Minha vontade de enfiar a cabeça em algum buraco e nunca mais aparecer apenas aumentava.
-Me de o exemplo de uma das melhores escolhas. – não esperava uma pergunta tão direta assim, principalmente, vindo de David.
E aí está o questionário...
-...Seria você? – riu.
Engoli em seco.
Travei completamente.
Na hora em que ouvi aquelas palavras saindo da boca de David, eu devo ter ficado tão branca como um papel, pois senti meu corpo estremecer e amolecer. Uma sensação de como se minha alma tivesse saído e voltado rapidamente para meu corpo; uma sensação de como se meu coração fosse sair pela boca por tamanho o nervosismo e falta de reação do momento.
Agora, eu que estou fazendo questionamentos mentais para si mesma. Questionamentos do tipo: será que eles sabem ou desconfiam de meus sentimentos por Emma? Está tão visível a quão incomodada estou? Será que isso é um teste para saber minha reação? Será que essa é uma humilhação, mas desta vez, vinda dos encantados?
-Sim! Eu amo sua filha com todas as minhas forças. – levantei-me com firmeza, como jamais senti antes. – A amo infinitamente. Amo-a de uma forma que sinto o meu coração batendo em sincronia com o dela. – sorri apaixonadamente, sabendo que meus olhos brilhavam mais que as próprias estrelas do céu.
-Regina? – todos me encaravam assustados e impressionados com minha reação.
-Você é do vale? – Belle perguntou boquiaberta.
-Sempre desconfiei. – Rumple ria.
-Fico muito feliz por encontrar algo para lutar, algo para fazê-la feliz. – Mary segurou minha mão, sorrindo amavelmente.
Senti-me tão inspirada, tão forte, tão corajosa que tudo aquilo só podia fazer parte de minhas imaginações férteis.
E de fato fazia.
Sou covarde demais para expor meus sentimentos por alguém, principalmente se esse alguém não me pertence. E certamente nunca serei determinada o suficiente a ponto de correr atrás da mulher que amo.
-Mas Emma não é lésbica. – enquanto sorria, snow acariciava o ombro de David. – E Regina sabe disso.
-Exatamente. Sei que Emma não é homossexual. – respondi um pouco sem graça. – E não necessariamente teria que ser eu a melhor escolha para ela. Além do mais, existem muitas outras pessoas no mundo.
Agi tão naturalmente que fiquei impressionada comigo mesma. E como eu já sabia e acabei confirmando naquela conversa, ambos não aceitariam a salvadora namorando a antiga evil queen.
Encostei minha cabeça sobre minha mão que estava apoiada no braço do sofá.
Em quase todas as reuniões de família, eu viajo para outros lugares em pensamentos. Permito-me ficar o mais longe de Storybooke por um momento, apenas para esfriar a cabeça um pouco.
Naquele instante, enquanto bebericava o chocolate quente, entrei em transe pensando em tudo o que me lembrava de frio: cobertas, filmes, séries, café, sobretudo, entre outros.
Despertei-me quando Belle se mostrou mais atenta que os encantados quando se trata de crianças.
-Cadê o pequeno Neal?
Um silêncio predominou por um breve período de tempo. Todos se encaravam procurando alguma resposta.
Controlei-me para não rir da cara de interrogação que todos faziam.
-Mandei você tomar conta dele enquanto eu atendia Regina na porta. – Snow encarou seu marido no mesmo momento em que lhe apontava o dedo.
-Eu estava preparando o chocolate quente!
-Mas que merda encantado! – gritou. – Não acredito que deixou Neal sozinho. – gritava enquanto se levantava as pressas, correndo em direção à cozinha.
Nunca imaginei que algum dia assistiria um tipo de briguinha entre os encantados. Devo confessar que foi deveras engraçado, por certo ambos não conseguiam ser rude nem em discussões.
Quando enfim não conseguíamos mais escutar o som dos passos sobre o piso de madeira, deduzimos que já havia chegado à cozinha e se deparado com alguma travessura da criança. Continuamos atentos a fim de saber se algo realmente aconteceu, no entanto nada escutamos. Sorrimos por nos preocupar atoa, até que ouvimos os gritos de Snow.
-David Nolan venha aqui agora!
Virei o olhar para o sr. Nolan e me deparei com uma cena que jamais esquecerei em toda a minha vida. O homem olhou vagarosamente para cada um que estava presente na sala, e quando ouviu novamente seu nome ser chamado por sua esposa, arregalou os olhos imediatamente.
-David, Neal está completamente sujo de nutella! – gritou novamente.
Percebi que não era a única a segurar o riso.
-Quero que me compre outro pote! – apareceu na entrada da sala, segurando a mão do pequenino.
Reconheço que cuidar de crianças realmente dá muito trabalho, até porque cuidei de Henry que sempre acreditou que eu era a rainha má. Os encantados tanto queriam um novo filho para reconstruir a família, mas lutar contra vilões e viver numa nova terra se torna ainda mais difícil ao lado de uma criança.
Desde que Neal começou a engatinhar, vinha mastigando tudo o que encontrava. De brinquedos até calçados. Agora que o pequenino aprendeu a andar, têm quebrado tudo o que é de seu alcance, e isso dá ainda mais trabalho para os pais.
-Na próxima, não se esqueça de me deixar com uma tarefa de cada vez. – retrucou.
-Esqueci que você não sabe nem tomar conta de si mesmo, imagine de uma criança!
E a partir daí, o casal se esqueceu de que tinha visitas e começou uma minidiscussão enquanto Neal corria pela casa, fugindo do banho.
Durante todo o furdunço, David se retirou para tentar pegar o menino a fim de leva-lo para o banho. O pequenino estava irreconhecível. Mal dava para ver a cor do rosto, pois estava todo sujo. Conseguíamos apenas vislumbrar os olhos azuis e o cabelo loiro esvoaçante.
De fato, a melhor fase é a da infância.
Na sala só restara nós três, nos entreolhando, sabendo que já era a hora de seguir caminho para casa. Finalmente seguimos cautelosamente até a porta de saída e nos despedimos lá fora.
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