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• Vinte e três •

É justo! Eu admito que estou em uma posição complicada. Com uma postura ameaçadora e um olhar que só posso nomear como asqueroso, um dos rapazes caminha em minha direção e me encara como se eu fosse uma peça de carne exposta em um açougue. Meu corpo treme em protesto.

– Vejam se não é a gatinha... – ele cheira a bebida alcoólica forte. Meu estômago revira, nauseado. Peço coragem ao Senhor.

– Olá, Paul. Eu vim apenas levar a Elise para casa, com licença – lentamente me aproximo.

Ele se coloca a minha frente e impede que eu siga. Paul Mark era amigo do Arthur quando adolescentes e tinha o péssimo hábito de influenciá-lo negativamente. Com a graça dos céus, eles se afastaram. Fiquei muito feliz. Aí está o motivo.

– Estávamos na festa juntos e agora estamos nos divertindo – sua voz transmite um prazer sádico.

– Ela não parece interessada em compor a brincadeira, está completamente fora de si. Sendo assim, ela vai comigo e...

– Ela fica – ele me interrompe, frio.

– Não tem vergonha de se aproveitar de uma moça bêbada?

Quando a frase escapa da minha boca, instantaneamente, me arrependo. Obviamente, a resposta é não. Que pergunta estúpida, Catarina. Opto por culpar o nervosismo.

– Posso me aproveitar de uma mais sóbria, se preferir – os seus olhos percorrem o meu corpo de alto a baixo, e pressinto um perigo crescente. Deus, me ajuda. – Na verdade, não seria má ideia – ele se aproxima e dou três passos para trás. – Você me deve uma noite de distração. É o mínimo que pode fazer depois de se colocar entre mim e o Arthur – ele ergue uma sobrancelha e aguarda a minha resposta.

– Eu não lhe devo nada e não sei do que está falando – minha voz soa um pouco esganiçada. Tento a todo custo controlar o meu tom e mantê-lo tranquilo e firme.

Repentinamente, ele rompe o espaço entre nós e segura o meu braço com força. Procuro me desvencilhar, mas é inútil. Minha mente traça uma estratégia seguida da outra, porém, nenhuma delas possui probabilidade superior a 1% de sucesso. A música da boate reverbera ensurdecedora e sou dominada pela convicção de que se eu gritar ninguém vai ouvir.

– Não se finja de inocente. Com o seu discurso moralista, o persuadiu de que eu era uma má companhia. – E então? – Agora – ele aproxima o rosto do meu e sinto o seu hálito fétido contra a minha orelha esquerda –, está na hora da retribuição.

Olho para frente e o outro rapaz ainda segura a Elise, desfalecida. O que eu faço? Decido começar pelo básico: gritar. Também opto por lutar. Ainda que as chances sejam ínfimas, não vou desistir facilmente. Ajusto a minha postura. Ele percebe a minha resolução.

– Se prefere que seja do modo difícil, perfeito. Torna tudo muito mais prazeroso – sua outra mão segura o meu pescoço. – Sabe, não deveria ter vindo sozinha, gatinha... – É agora, ele está perto. Preparo as minhas unhas e quando estou pronta para gritar desesperadamente por socorro, uma voz familiar ressoa às minhas costas.

– E quem disse que ela está sozinha? – Obrigada, Senhor.

– Ah, claro. Tinha que ser você, Arthur. Veio buscar a sua adorada princesa? – ele passa a mão nos meus cabelos. Enojada, o afasto. – Ela é uma gatinha bem raivosa.

– Você não faz ideia. – Oi? – Agora solte as duas. Vamos resolver isso de modo civilizado, Paul – sua voz está controlada, mas o conheço o suficiente para reconhecer o quanto está furioso.

– Ou o quê? Não precisa ser egoísta, eu só quero experimentar.

O autocontrole desaparece. A expressão do Art é um misto de ódio e aversão. O amigo do Paul solta a Elise e se prepara para o confronto, que claramente irá acontecer. O Arthur caminha em nossa direção e uma ideia surge em minha mente. Me aproveito da distração dos rapazes, reúno todas as minhas forças e chuto a perna direita do Paul. Com a perda do ponto de apoio, ele desequilibra e me solta. Corro para junto da Elise e a ergo do chão. Rapidamente, o Art se posiciona como uma barreira à nossa frente.

– Paul, já chega. Vá embora – Arthur procura negociar.

– Vai tentar nos vencer sozinho? – seu semblante exibe descrença, entretanto, a sua voz está vacilante. Ele está com medo... do Art?

– Eu não preciso vencer. Apenas segurá-los até a polícia chegar. – Paul olha em minha direção e estou fazendo a chamada. Na verdade, fingindo uma ligação. Meu celular está totalmente descarregado. Que dia, amigos! – O que não deve ser muito difícil. Já fiz isso uma vez, lembra? – Agora já eram duas brigas secretas. Para um melhor amigo, ele ocultava muitos fatos.

– E aqui está você, defendo a mesma gatinha. – O quê? Essa eu não sabia. O Art já tinha brigado com o Paul... por mim? Alô mundo, alguém mais está completamente perdido nessa história? – Você não cansa de ser o capacho da princesa?

– Não. – Como é? – Bom, não se preocupe, prometo visitá-lo na delegacia. Vou ter um enorme prazer em depor no seu caso.

Nervoso, o outro rapaz sussurra algo para o Paul. Art os está convencendo. Atuação digna de teatro, devo admitir. Sequer parece que estamos em clara desvantagem. Ao comentário do companheiro, Paul acena negativamente com veemência.

– Olha, eu já percebi que a questão entre vocês é pessoal e não quero problemas. Então vou deixar que se resolvam, okay? – Ignorando os comandos do Paul, seu amigo vira e corre no sentido oposto ao da discussão.

– Parece que agora somos apenas eu e você, como nos velhos tempos – com os braços cruzados, Art ergue uma sobrancelha em desafio. Sua postura é rígida e tensa.

O estresse no ambiente é tão intenso, que é quase palpável. Analiso a cena com cautela e atenção. É como assistir a um filme de ação bem clichê, com o detalhe de que dessa vez, eu sou uma das atrizes contratadas. Um lampejo de medo atravessa os olhos do Paul e sou dominada pela certeza de que ele irá recuar.

– Fique com as duas – declara, por fim. – Elas não valem mesmo o meu esforço – com uma expressão que mescla raiva e desdém, ele entra no carro e vai embora.

Finalmente, consigo respirar. Assisto a musculatura do Art relaxar lentamente. Quando ele se volta para mim, seu semblante exibe uma preocupação genuína.

– Você está bem, princip... Cat? – ele se corrige, rapidamente.

– Sim. Como soube que estávamos aqui? – questiono, intrigada. Ele apareceu no momento ideal.

– Acreditaria se eu dissesse que foi um pressentimento? – ele exibe um semblante enigmático.

– Não – respondo, cética.

– Verdade? Não dizem que é possível sentir quando alguém que amamos está em perigo? – Oh, Senhor. Degluto o vazio. Diante da minha expressão desconcertada, ele continua. – Porém, de fato, não foi esse o caso. – Amém, Pai. – O Louis, dono do estabelecimento, ligou para informar que viu a Elise completamente alterada saindo com dois homens estranhos. – A notícia não me surpreende. Eles sempre frequentaram os mesmos ambientes.

– Entendo. Graças a Deus, você apareceu. Obrigada por nos salvar, Art.

– Não precisa agradecer – ele ergue o rosto e seus belos olhos verdes transmitem um sentimento profundo –, eu iria até o fim do mundo por você. Sabe disso.

Sim, é verdade. Há alguns anos, descobri que o sobrenome Gardien é o termo francês para guardião. O Arthur sempre ocupou essa posição em minha vida. Com zelo e paciência, ele despendeu todos os esforços necessários para me manter feliz e segura. Aparentemente, sua discussão anterior com o Paul era apenas mais uma prova disso.

– Bom – tento desfazer rapidamente a tensão, que aos poucos ganha espaço entre nós –, acho aconselhável levarmos a Lis ao hospital, ela não parece bem.

– Concordo – ele a sustenta nos braços, enquanto ela permanece inconsciente.

– Honestamente, não compreendo. Esse não é o comportamento habitual dela. Você sabe se aconteceu algo?

– Sinceramente, não. Nós não temos conversado muito. Inclusive, não a vejo há semanas.

Imediatamente mentalizo o nosso encontro no Estádio Fogo e Gelo. O Arthur não parecia nenhum pouco satisfeito com a descoberta da nossa relação conflituosa. Sem se dar conta, ele terminou por responder ao meu questionamento. Os sentimentos que a Lis alimenta pelo Arthur ultrapassam a amizade. Perdê-lo deve ter sido extremamente doloroso. Sinto uma pontada de culpa.

– Art, eu...

– Cat, por favor, a responsabilidade não é sua – ele me interrompe, interpretando a minha intenção com perfeição. Uma luz forte ilumina o beco. – Kevin está chegando. Eu o avisei assim que o Louis me ligou. – Kevin Campbell é o irmão mais velho da Elise. Ele estaciona e desce do carro, nervoso.

– Cat, Arthur, o que houve?

– Acho que ela consumiu bebidas em excesso – Art a entrega ao irmão. – Suspeito de coma alcoólico. O quadro é bem semelhante – ele observa o meu semblante chocado e se apressa em completar a sentença. – Já presenciei ocorrer com alguns dos meus amigos. – Claro, Arthur, vou fingir que acredito.

– Nesse caso, a levarei ao hospital. Obrigado a ambos – ele para, a caminho do veículo, e se volta para nós. – Cat, por favor, quando estiver disponível nos faça uma visita. Lis sente muito a sua falta.

Como? Ela foi a responsável por romper a nossa amizade. Será que realmente está sofrendo? Imediatamente, Deus me recorda que todos, cristãos ou não, cometem erros. Para andar como Jesus, a verdadeira diferença reside na capacidade de perdoar. Já estava na hora de eu aprender essa lição.

– Está bem, Kevin. Eu irei – ele assente e parte. Me volto para o Arthur e ele ostenta um sorriso bobo.

– O quê?

– Nada – ele leva a mão a nuca e ajusta a postura. – Apenas fico orgulhoso e feliz de vê-la perdoar a Elise. – Como ele sabe que eu... Ah, é claro, com a sua notável habilidade de decifrar a minha mente. Tanto tempo distantes, imaginei que ele houvesse perdido a prática. Aparentemente, não. – Agora vamos. Acompanharei você até a sua casa.

– Não é necessário. – Ele ergue a sobrancelha.

– Não foi uma pergunta, senhorita. No entanto, iremos no seu carro. Na pressa, deixei o meu.

– Eu não estou com o carro. Optei por caminhar hoje à noite. Precisava... organizar os meus pensamentos. – Inclusive, você é um deles. O que acha? Decido por manter essa informação em sigilo. Ele me encara, desconfiado. Trato de continuar, antes que ele encontre algum vestígio comprometedor. – Então, qual o motivo da sua discussão com o Paul? Tenho uma leve sensação de que estou envolvida.

– É bobagem. – Cruzo os braços, cética. – Nunca ouviu a célebre frase: Águas passadas não movem moinhos? Esqueça, Cat. – Reviro os olhos, e ele sorri. – Como estão os preparativos para o seu aniversário? – ele muda de assunto, abruptamente. Mais uma vez opta por guardar segredo... que novidade.

– A bem da verdade, não faço a mínima ideia. – O meu aniversário será em sete dias. Como de costume, Mari tem cuidado de todos os detalhes animadamente. – No entanto, pressinto que será temático. Você sabe que ela me ameaça com isso há cinco anos. Tenho um grave receio de a festa estar decorada exatamente como a província inglesa, Hertfordshire, de Orgulho e Preconceito.

– "Por mais amável que seja o seu gênio, o seu coração não é um dos mais fáceis de atingir" – ele cita com perfeição umas das frases de Elizabeth Bennet, personagem da obra.

Okay, admito que o obriguei, sob pena de tortura, a assistir ao filme uma centena de vezes. Ele sorri de modo encantador e sinto a vibração habitual. Oh, céus, que confusão.

– E a formatura? – altero o assunto para amenidades. A noite já foi complicada o suficiente. Desejo somente tranquilidade e paz no momento. Será que é algum crime? – Pronto para ser laureado? –¬ Ele finaliza o curso de engenharia civil este ano.

– Obviamente. Consegue pensar em alguém mais indicado? – Reviro os olhos frente a tamanha modéstia. Não assumiria jamais, porém, a resposta é não. Sua capacidade intelectual é espantosa. – Meu pai está pensando em comemorarmos após a colação de grau. Cogitamos a Sweet & Books...

– Perfeito, Art. Afinal, é o seu restaurante favorito.

– O nosso. – Não contesto. – Inclusive... – Ele parece sério e um tanto... nervoso? – Eu a avistei por lá, alguns dias atrás – Ele hesita. Por quê? O que pode haver de errado na Swe... – Acompanhada do Henrique. – Ai meu Deus.

– Ah! – É tudo que consigo emitir... um grunhido.

Minhas pernas tremem e meu coração dispara. Como em um tabuleiro de xadrez, é fácil supor o seu próximo movimento.

– Vocês dois estão... juntos?

Seus olhos encontram os meus e sinto um desejo súbito de chorar. Sua feição é um misto de dor, incerteza e tristeza. Ele parece simultaneamente ansioso e temeroso pela minha resposta. E nesse instante, anseio deter o poder de desaparecer ou aparatar. Por favor Hogwarts, seja real.

– Não – declaro, finalmente.

Bom, é a verdade. Okay, não toda a verdade. No entanto, decido poupá-lo dos detalhes. Estou tão errada, assim? Eu não posso machucá-lo ainda mais. Eu simplesmente não consigo. Ele suspira e, em uma tentativa vã, busca esconder o alívio. Paramos em frente à minha casa.

– Eu sei que não é sua obrigação compartilhar essa informação comigo, então, obrigada. – Assinto, levemente. As minhas forças aparentam ter me abandonado, porque tudo o que desejo é sentar desesperadamente. Recosto em uma árvore e ele se aproxima de mim. – Cat, eu...

A porta abre e assisto o seu rosto assumir um choque genuíno. Olho para trás. Inocentemente, supus que a maior emoção da noite já houvesse ocorrido... quanta ingenuidade.

– Arthur, é um prazer revê-lo.

– Igualmente, Henrique.

Santo Deus. No que fui me meter?

Parece que a noite está apenas começando... Babado é igual a amor, quanto mais melhor (rsrs)

Se está gostando dessa estória, que tal deixar uma estrelinha tão brilhante quanto você?!

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