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• Vinte e quatro •

– Henry, que surpresa – de fato, eu não esperava encontrá-lo hoje. Ele caminha até mim.

– Seus pais me ligaram preocupados. Afirmaram que você havia ido ao orfanato há um tempo considerável, mas não tinha retornado ainda. Tentaram o seu celular, mas estava desligado.

– Sim, ele descarregou.

– Imaginei. De todo modo, já estava determinado a procurá-la.

Arthur permanece em silêncio, assistindo ao desenrolar da cena. Posso vislumbrar as engrenagens do seu cérebro trabalhando energicamente. Tento manter uma postura neutra.

– Eu... Eu tive um... pequeno entrave, digamos assim.

Henry me observa atentamente, com a óbvia intenção de desvendar os meus pensamentos. Excelente! Com o Arthur e o Henrique no mesmo ambiente, preciso criar uma estratégia urgente para blindar a minha mente contra invasões externas. Ele se aproxima e segura uma mecha que desprende do meu cabelo rebelde. Com um sorriso amável, a posiciona delicadamente atrás da minha orelha.

– Katzen, o que houve?

Sinceramente, eu não sei se foi o apelido afável, o olhar preocupado, a atitude gentil, ou o simples questionamento, porém, ao som da sua voz, algo destrava dentro de mim. Repentinamente, me dou conta do perigo que vivenciei e do desfecho trágico que poderia ter ocorrido. Aos poucos, o entendimento ganha força e me domina por inteiro. Em segundos, minha face é recoberta por pesadas lágrimas, que se misturam à soluços incontroláveis. Não consigo mais conter o choro. Na verdade, eu não quero. É como se o meu organismo tentasse expulsar todo o terror que experimentei.

Com carinho, Henry me abraça. Recosto em seu peito e fecho os olhos. Decido me concentrar, unicamente, nas batidas ritmadas do seu coração. Ele acaricia os meus cabelos e me movimenta suavemente como em uma linda canção de ninar. Depois, repousa o queixo sobre a minha cabeça e sussurra com a voz macia e serena: Você está segura agora, Katzen. Eu estou aqui.

Aos poucos a tranquilidade me invade, porque é exatamente assim que me sinto: segura. Aqui, com ele, parece que o mundo perdeu a capacidade de me machucar. Inspiro e expiro lentamente até me acalmar. Me afasto, grata, e com a ponta do polegar, ele enxuga afetuosamente as lágrimas sobre as maçãs do meu rosto. Sorrio e, despretensiosamente, olho por cima do seu ombro. A alegria desaparece.

O Arthur está parado com o olhar vidrado. Ah, não! Não poderia existir um pior time do que esse. Sua feição transmite algo muito mais profundo do que dor ou pesar. Cada linha de expressão grita o nome do sentimento que o domina: abandono. Nas situações mais adversas, era em sua amizade que eu comumente me abrigava. No entanto, nesse exato momento, ele me assiste substituir o seu terno ombro amigo por outro. Um que se adequa ao meu estilo de vida, que abraça os mesmos valores e que compartilha da minha fé.

– Art...

– Bom, já está na hora de ir – ele me interrompe, com um sorriso abatido. – Você parece estar em casa agora – ele olha para o Henry e sei que suas palavras carregam um significado bem mais profundo do que o aparente.

– Eu... – E mesmo desejando ardentemente reparar a situação, sei que não há mais nada a ser dito. – Obrigada, Art... por tudo. – Com um calor no peito, oro para que ele compreenda que não me refiro exclusivamente a esta noite.

– Não precisa agradecer, Cat. Eu sempre estarei aqui por você... – sua expressão é séria e firme. Ele deseja que eu confie, verdadeiramente, em sua sentença. – Sempre – eu o vejo deglutir um universo imensurável de frustração e tristeza. – Tenham uma boa noite.

Ele se afasta e vivencio todo o peso da separação novamente. Fecho os olhos e suspiro. Quantas vezes mais eu experimentaria a dor de vê-lo partir? Delicadamente, Henry segura os meus braços e me posiciona de frente para ele.

– Você está bem? – O questionamento abarca os dois acontecimentos da noite, mas opto por responder apenas um: o mais fácil.

– Sim. Com a Lis segura, o meu coração está em paz. – O Paul se resumiu a um fatídico transtorno temporário, no entanto, o Ar... Decido por não seguir esse caminho. Devagar, consciência, estamos exaustas hoje. Henry me escuta pensativo. Entretanto, com o seu meio sorriso habitual, anuncia o nascimento de uma ideia.

– Eu sei exatamente do que você precisa. – Sonoterapia, talvez? – Uma quantidade infinita de açúcar. – Okay, isso também. – O que acha de irmos ao Icy Power? Podemos adicionar um forte sabor de chocolate a esse dia amargo. – Meu Deus, como ele consegue ter a resposta perfeita para todas as situações?

Informamos aos meus pais sobre o meu retorno e nos dirigimos à sorveteria. Certo, eu admito que ultrapassei alguns limites: como o da educação, o da boa consciência e o da gula. No entanto, em minha defesa, foi um dia absolutamente difícil e é de conhecimento público que sorvete é capaz de restaurar as almas mais danificadas. Além disso, eu só consumi algumas bolas. Quantas? Digamos apenas que eu perdi a conta após a oitava. Finalmente, assim que começo a mesclar sabores exóticos e aleatórios, como caramelo e pistache, do qual só me arrependo de não ter experimentado antes, Henry julga ser a hora de voltarmos.

Entro em casa e meus pais estão analisando os documentos advindos do Orfanato. Subo para o meu quarto silenciosamente, a fim de evitar possíveis interrogatórios. Porém, me deparo com um ser extremamente aflito e curioso sentado na minha cama. Quando passo pela porta, seus olhos brilham de excitação.

– Mari, gostaria de dizer que estou surpresa de encontrá-la aqui – cruzo os braços e ergo uma sobrancelha –, mas seria mentira. – Ela sorri, desconsiderando por completo o meu comentário.

– Mamãe me contou que você foi a sorveteria com o Henrique – ela está excessivamente animada por algo tão rotineiro. Pressinto perigo. – Após ter ficado horas abraçada com ele.

E aí está a verdade. Agora, horas? Sério, mãe? E em nome do Pai, alguém pode me revelar em que arbusto essa senhora oculta câmeras e escutas?

– A noite foi complicada e ele me forneceu apoio. Não passou disso. – Ergo o queixo, altiva.

Ela morde o lábio inferior e prevejo sua próxima frase.

– Cat – e lá vamos nós novamente –, você está apaixonada pelo Henry? – Mas antes que eu emita algum som, ela me interrompe. – E não ouse responder: eu não sei. – Bom, parece que teremos um problema, porque a minha mente não cogita nada além disso.

– Mari...

– Não, Catarina, já chega. Após dois meses de encontros e conversas, essa não pode ser a sua única conclusão. – Quer apostar? – Você precisa se esforçar. Pense um pouco. Sendo inteligente e resoluta como é, duvido que não tenha formulado uma hipótese mais substancial acerca dos seus sentimentos. – Ah, irmãzinha, você ficaria surpresa. – Vamos, Cat. Eu não estou pedindo a medida exata da sua afeição, com direito a três casas decimais. Eu aceito, inclusive, um rápido manear de cabeça como resposta. Apenas, me diga. Catarina Benedetto, você está apaixonada por Henrique Prinz, sim ou não? – Permaneço imersa em um silêncio sepulcral.

Honestamente, eu também almejo obter esse veredito, mas é como se faltassem peças, chaves, ou... É isso. Um lampejo cruza a minha consciência. Eu preciso somente de mais um dado. E contrariando todo o meu bom senso e prudência, decido solicitar essa informação faltosa à minha imã.

– Okay, Mari. Mas antes eu quero um conselho. – Ela me encara repleta de expectativas. – Se eu fizer uma pergunta, você promete que não vai rir?

Ela abre e fecha a boca, exibindo uma face concentrada. Céus, ela está ponderando o meu pedido. E eu achando que fosse óbvio. Santo Deus, em que parte do universo é necessário pesar verdadeiramente esse questionamento?

– Está bem – declara, após alguns minutos. Reviro os olhos.

– Como você é generosa, Mariana. Incrível, merece um Prêmio Nobel de tão bondosa – solto de maneira irônica.

– Muito engraçada. Então, qual é a pergunta? – Fico indecisa. Compartilhar sentimentos não é o meu ponto forte. Considero desistir. Mari me observa. Sua expressão se torna séria e ela segura as minhas mãos. – Alô, eu sou sua irmã. A despeito da situação, sempre irei apoiá-la, tenha certeza disso. – Inspiro profundamente. Okay, ela merece um voto de confiança.

– Mariana, como uma pessoa descobre se está realmente apaixonada?

Os seus olhos transmitem um choque genuíno. É fácil notar que ela não esperava por isso. Repentinamente, ela sorri e é a minha vez de ficar surpresa.

– Ah, Cat, achou mesmo que eu riria disso? Esse é, literalmente, um dos questionamentos favoritos da humanidade. O romance é sabidamente a maior inspiração para produção de filmes, livros, música e arte. Além de ser bíblico: Não é bom que o homem esteja só. Gênesis 2:18, lembra?

Citando a Bíblia, fonte irrefutável, só para conferir credibilidade a sua opinião, irmãzinha? Tudo bem, ganhou o meu respeito e subiu no meu conceito.

– Então, se apaixonar é uma mescla de fatores orgânicos, psicológicos, sociais e afetivos. – Quando a minha irmã se tornou expert no assunto? Ah, é claro! Deve ter sido enquanto eu fugia dos milhares de workshops sobre namoro da minha igreja. Faz todo sentido. – Sendo assim, haverá efeitos sobre o corpo e a psique. As mãos soam, as pernas tremem, o coração palpita em uma velocidade alucinante e a respiração é convertida em um arfar descontínuo. – E eu achando que era apenas um estado transitório de loucura.

– Não obstante, a atenção é reduzida, os sentidos são limitados e duvidosos, os pensamentos tornam-se confusos e a mente insiste em recriar continuamente a imagem do estimado. – Bom, eu estou no mínimo meio certa. – Por fim, há ainda o desejo profundo de estar com a pessoa em todos os instantes, orando para que ela nunca vá embora. Só a possibilidade de vê-la torna o dia mais brilhante, e a espera do encontro é comparada à múltiplas injeções de adrenalina.

Cristo! Talvez eu reconheça essa sensação.

– É um sonho colorido, tingindo de ansiedade, alegria e beleza. No entanto, o mais importante é quando observamos que a paixão, uma chama ardente, pode ceder lugar ao amor, uma escolha inabalável e eterna. Sendo Deus o centro de tudo, como em um... cordão de três dobras – ela para e leio agitação em seu semblante. – Cat, é assim que você se sente?

A resposta é óbvia, mas não fácil. Ao declará-la, converterei todos os meus sentimentos em algo real, palpável. Okay, vamos de Martinho Lutero: "a paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço". Respiro profundamente e assinto. Ela grita.

– Mari, por favor – ela leva as mãos a boca, enquanto dá pulinhos entusiasmados por todo o quarto. Seguro a risada e aproveito o momento para um comentário sarcástico. – Não espere que eu comece a escrever as nossas iniciais dentro de um coração no meu diário secreto. – Ela cruza os braços, indignada.

– Tudo bem – ela dá de ombros e seu olhos ganham um tom atrevido –, afinal, conheço um lugar muito melhor, todo em madeira, no qual vocês gravarão as iniciais.

– Hilário, Mariana – reviro os olhos e solto um suspiro, cansada. – Sinceramente, após esse tumulto emocional, almejo apenas uma forma de esvaziar a mente – uma ideia me ocorre. – Vamos ao cinema. Uma reprodução barata da vida alheia, vai me fazer desviar o foco da minha que, neste momento, está bastante complicada. – Mari bate palmas, animada. – Filmes com heróis. Será uma excelente garantia de que no fim tudo vai dar certo. Inclusive, tem um ótimo em cartaz.

Minha irmã mimetiza uma expressão de sofrimento. A temática não é sua favorita, definitivamente.

– Cat – ela parece relutante –, eu já assisti esse. Não podemos escolher outro?

– Sério, Mariana? Acredita mesmo que vou cair nesse golpe? – Levanto uma sobrancelha, descrente. – O Matias não gosta desse gênero e a maior parte dos seus amigos também não. Na verdade, só existem duas pessoas no mundo com quem você aceita, sob muita insistência, ver esse tipo de filme. Uma sou eu e a outra... – Repentinamente, eu paro. Minha irmã baixa a cabeça, constrangida. – Mari – ela não ergue os olhos –, você se encontrou com o Art? – Hesitante, ela assente.

– Irmãzinha, me perdoe, eu...

– Mariana Benedetto – eu a interrompo –, você não me deve desculpa alguma. – Suavizo o tom, e sua expressão assume um misto de surpresa e receio. – Por que não me contou?

– Tive medo.

– Mari, não seja boba. Não precisa esconder a sua relação com o Arthur. Para ser franca, estou muito feliz e aliviada de vocês continuarem próximos. Ele a ama e tenho plena convicção de que o contrário também é verdade. Independente da minha decisão, isso nunca deve mudar. – Ela me abraça.

Finalmente, um pouco de paz. Ao me afastar do Art, foi doloroso imaginar que o forte laço entre eles seria rompido. No entanto, eu estava errada... novamente. Quando irei aprender que todo o universo está nas mãos de um Rei maravilhoso? Os planos do Pai são perfeitos. Preciso parar de tentar interferir neles continuamente. Sim, Senhor, praticar mais paciência e confiança... anotado.

– Agora, me conte, como aconteceu?

– Nos encontramos por acaso na Fruto do Espírito. – Como?

– O que ele fazia lá?

Digamos que a igreja não é exatamente o point favorito do Art. Especialmente após a nossa última conversa.

– Ele estava em uma reunião com o papai. Provavelmente, relacionada à contabilidade da empresa do Sr. Gardien. – Mas nesse caso ele estaria no escritório. Um alerta vermelho soa em minha mente. Tem algo que não se encaixa nessa história. Não é a primeira vez que os dois compartilham segredos. – Enfim, o que acha de uma mudança de planos? Podemos aproveitar a sua nova vibe apaixonada e assistir um romance carregado de clichê aqui mesmo. – Concordo, distraída. – Ótimo, farei a pipoca – ela desce as escadas, alegre.

Solto um longo suspiro. Após uma noite desastrosa, eu iria dormir com três certezas. Primeira, eu estou apaixonada pelo Henrique. Segunda, eu preciso conversar com a Elise. Terceira, o Art está ocultando mais uma informação de mim. Pai Celestial, sabe os dois atributos que necessito praticar? Então, acho que precisarei começar agora.

Acho que precisarei praticar esses atributos também... Ops!!

Se está gostando dessa estória, que tal deixar uma estrelinha tão brilhante quanto você?!

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