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• Trinta e quatro •

Vermelho... Branco... Preto... Cinza... Branco... Os veículos cruzam os nossos olhos assim como a vida, velozes e temporários. Encaro a estrada silenciosa através do vidro grosso e opaco. Em alta velocidade, as árvores que nos ladeiam se limitam à borrões escuros e imprecisos, tal como as famosas pinturas abstratas surrealistas. Vislumbro o céu limpo e negro, enquanto o meu coração murcha e desbota como uma rosa em meio ao inverno gélido. O vento sopra forte e maciço contra a janela, e almejo senti-lo sobre o meu rosto. Talvez ele seja capaz de lavar a minha mente, que insiste em rebobinar cada frase emitida naquela conversa confusa e inquietante.

Suspiro pesadamente e tento sorrir. Santo Deus, estou a caminho de uma comemoração luxuosa, não da morte certa. Mais drama da minha parte... Que novidade! Há exatos vinte minutos, deixamos Águas Douradas com destino à Alto do Girassol, um pequeno munícipio vizinho ao nosso. Detentor de abundantes e ricas estufas, possui espécimes raras e preciosas de flores do campo. Entretanto, o que faremos, no meio da noite, em uma cidade que fica há aproximadamente noventa quilômetros de distância? Excelente pergunta.

Quando estávamos os três reunidos na Fuji Sushi House, uma ideia proveniente do Pai flutuou até a central de comando do meu cérebro e eu a acolhi como um bote de salvação. Há meses, o Nobu nutria o desejo de conhecer o novo restaurante que foi recentemente inaugurado em Alto do Girassol. Considerado uma tendência em elegância e inovação, ele abriu as portas prometendo aos clientes uma experiência única: oferecer o que você precisa, mas ainda desconhece que deseja. Traduzindo para uma linguagem familiar aos meros mortais, cabe aos chefs decidir o menu que será degustado, baseado em questionamentos aparentemente simples.

Eu admito que a minha mente limitada, jamais seria capaz de supor visitar um restaurante e não escolher algo. Na verdade, dizem que sequer há cardápios no recinto. No entanto, é unanimidade a aprovação das decisões profissionais. Dizem que ninguém, absolutamente nenhum cliente, deixou o ambiente menos do que maravilhado. E a prova disso é que a fila de espera é de, no mínimo, seis semanas. A alta sociedade da região está trocando um braço por uma mesa reservada. Agora, como uma simples estudante conquistou tão disputada vaga no banquete da realeza é o xis da questão. Uma surpresa dos Céus, diga-se de passagem.

A Arte com Elegância, minha adorável fonte de envelhecimento precoce, foi a responsável por toda a projeção da arquitetura e designer local. Em cada detalhe primamos por nada menos do que perfeição e requinte. Aplico o pronome nós, porque fui a estagiária selecionada para sofrer, digo, gerir os pormenores da obra. Entretanto, quando finalmente os meus olhos vislumbraram o tão sonhado momento de apresentar o resultado de meses de trabalho árduo, no final de semana anterior à abertura, tivemos problemas com a empresa responsável pela divulgação do evento.

Eles faliram e nós, no caso eu perdi o efeito publicidade. É de se esperar que nenhum ser humano minimamente racional vá culpar a pobre alma de uma estudante pela falência de uma multinacional, correto? Errado. O grau de loucura dos meus chefes atingiu níveis alarmantes, e o meu emprego, assim como a minha paz, foram postos à prova.

No entanto, sendo Deus rico em misericórdia, a solução ideal residia ao meu lado, mais precisamente, há poucos minutos da minha casa. A Design e Marketing Digital assumiu o descomunal desafio e, sob a liderança de Henrique Prinz, elaborou uma campanha perfeita. Eu admito que o meu namorado se empenhou com devoção e dedicação extrema, não comeu ou dormiu por três dias, a fim de oferecer sofisticação, beleza e excelência. Por fim, o proprietário ficou tão grato e impactado pelo serviço impecável, que se comprometeu a reservar uma mesa para nós mediante uma simples ligação. Bom, de fato a promessa se revelou verdadeira, porque aqui estou eu a caminho da superioridade culinária.

Por um instante, mentalizo o sacrifício do Henry e me sinto culpada. Ele é oficialmente o ser humano mais generoso e altruísta que eu conheço. Será que estou sendo injusta? Talvez ele não esteja mentindo, certo? Ele realmente trabalha muito. Não, quem estou tentando enganar? É óbvio que ele não foi sincero. Até uma criança notaria que as suas palavras ocultam sentimentos mais profundos. Mas, talvez, apenas talvez... Eu desisto. Imersa em frustração, suspiro pesadamente.

– Não, já chega – me volto para o motorista e me deparo com o Nobu um tanto impaciente.

– Como?

– Honestamente, eu não suporto mais vocês dois. – Mimetizo um semblante confuso, e com o polegar ele aponta para o rapaz amuado no banco traseiro do carro. Tales é a imagem do sofrimento. Está com os braços cruzados e um semblante caído e estarrecido. Ele exala o ar de modo pesaroso e o Nobu revira os olhos. – Definitivamente, a melhor comemoração da minha vida. Mal posso esperar para permanecer mais trinta minutos trancafiado em um lata de metal com as imagens da mais plena felicidade. – Solta irônico com uma risada sem cor.

Excelente, ao invés de oferecer uma noite de satisfação ao meu amigo, eu o estava presenteando com horas de depressão obrigatória e, claro, totalmente gratuita.

– Nobu... – Inicio, sem saber ao certo o que dizer.

– Então, esqueçamos os últimos minutos lastimáveis e silenciosos, porque eu tenho uma ideia genial. Vamos todos brincar de: ser honestos. É muito fácil e divertido. – Ergo o dedo para protestar, mas ele me interrompe. – Hoje deveria ser o dia mais alegre da minha carreira, no entanto, estou no meio da estrada com dois melancólicos, aguardando que um deles suspire novamente, para que eu perca a lucidez que me resta. Agora, alguém deseja participar? – Levantamos as mãos de pronto. – Foi o que eu pensei.

– Bom, conhecendo a senhorita Benedetto e sabendo o quanto ela aprecia explorar e expressar os próprios sentimentos – ele me encara com sarcasmo –, começaremos com o Tales. – Surpreso, ele abre a boca, porém antes que consiga formular uma única frase, o Nobu continua o discurso. – Eu quase esqueci a regra do jogo. – Regra? – Se o participante alegar que está se sentindo perfeitamente bem, eu paro o carro e ele terá que descer. Fui claro? – Assentimos. Seu tom é sério, mas é fácil enxergar um sorriso divertido brincando na lateral dos seus lábios. Ele arqueia uma sobrancelha e encara o reflexo do Tales pelo retrovisor central. – Então, está esperando um convite formal?

– Está certo. Eu admito que estou um tanto desiludido e cabisbaixo.

– Sério? Quase não notei. – Diante da expressão inocente do Nobu, contenho a risada com dificuldade. – Desculpe, continue.

– Honestamente, eu não compreendo o que a Bel enxerga naquele doutorzinho. Ele é o pediatra mais requisitado da cidade? Sim. Tem boa aparência, recursos, é fluente em vários idiomas e toca violino? Justo. É missionário e conhecedor da bíblia? Fato. Mas se tirar tudo isso, o que sobra?

Cat, Cat, segura a ironia.

– Acho que... nada? – Nobu arrisca.

Na verdade, ainda sobra um ser humano tipicamente normal. Mas não acredito que esse pensamento tenha de fato espaço na conversa. Sigamos adiante.

– Exato – ele passa a mão sobre os cabelos, em óbvia frustração. – No entanto, a Bel resolveu atrasar um compromisso imprescindível – claro, agora é importante –, e por quê? Simplesmente para deixar o jantar do tal que está de plantão – solta com desdém e exasperação.

Me esforço para manter a seriedade. Ele parece uma criança, a qual negaram o brinquedo favorito. Mais uma vez, resolvo manter o silêncio, afinal, a paz tem um preço. Na realidade, a verdade é dois tons menos dramática. A cozinha do hospital apresentou um problema temporário, mas grave, e o jantar dos funcionários foi cancelado. Sendo assim, quando ligamos para informar acerca da mudança de planos, a Bel solicitou ao Matias que antes de buscarem a Alicia, parassem rapidamente na clínica, que é caminho. Eles devem distar no máximo quinze a vinte minutos de nós. Entretanto, deixemos que ele desabafe.

– Então, você está com ciúmes da Isabel.

– Bom, eu...

– Não foi uma pergunta – Nobu interrompe com um sorriso compreensivo. – Tales, você realmente gosta dela? – Ele pondera. Após um minuto, assente, triste. – Nesse caso, não deveria desistir. – Oi? – Se acredita verdadeiramente que ela é a escolhida do Pai, deve perseverar em oração. Não entregue a sua princesa tão facilmente, meu amigo.

Abro a boca, absolutamente chocada. Desde quando o Nobu é adepto de disputas românticas? Será que eu conto que o fato de ser coreano, não o faz protagonista de um dorama?

– Você acha mesmo?

– Claro. Diferente do que as pessoas idealizam, esperar em Deus nem sempre é simples, fácil ou óbvio. Exige um posicionamento de confiança e coragem. Ore por orientação e aguarde a resposta. O Pai sempre fala conosco, precisamos apenas cessar as altas vozes do mundo para ouvi-Lo. Se eu posso dar um conselho é esse: embora estar apaixonado por uma das suas melhores amigas seja complicado, não deixe que o medo guie as suas escolhas. Quando o Rei encontra propósito em um relacionamento, paciência, fé e perseverança são a chave para alcançar o objetivo.

Honestamente, eu aplaudiria, mas depois do abraço no centro da Fuji Sushi House, acho que já atingi o limite de constrangimento por um dia.

– Você parece ter experiência na área.

– Na verdade, eu também já me apaixonei por uma grande amiga.

Por essa eu não esperava. Essa noite promete revelações colossais. O curioso é que eu não recordo quando o Nobu gostou de uma... Jesus Cristo! O fato me atinge como uma bomba atômica, rápida e devastadora. Ele me encara e me volto para a janela. Jamais a imagem borrada das árvores prendeu tão intensamente a atenção de alguém.

– E o que aconteceu? – Ouço a voz do Tales ressoar com uma vergonha crescente.

Pai, por favor, encurta esse trajeto. Amém.

– Nada. Ela me dispensou – Nobu declara de maneira tranquila. A minha mente passa a traçar uma centena de estratégias para mudar de assunto, quando ele retoma o discurso. Culpo o meus neurônios preguiçosos pela lentidão excessiva. – Sinceramente, acredito que desisti muito facilmente. – O quê? – Fui precipitado e arrogante. Tudo o que o Pai realiza possui uma razão, um modo e um tempo. Mesmo algo certo pode se tornar errado, fora do tempo de Deus. E, infelizmente, eu não soube ser paciente. Não cometa o mesmo equívoco, Tales.

Meu coração fica pesado. Para ser honesta, eu nunca processei a negativa. Seria hipocrisia dizer que eu orei, porque o meu medo de relacionamentos românticos somente me causou o desejo de afastá-lo o mais rápido possível. Ele tinha absoluta razão sobre um ponto: o seu pedido jamais seria bem-sucedido. Eu não estava pronta.

– Nobu, essa moça é de Águas Douradas?

Céus, esse rapaz não consegue manter a boca fechada? Tales, seu fofoqueiro, você ainda não sabe, mas quero assiná-lo de uma maneira pouco criativa com o cinto de segurança.

– Com certeza.

– Ela é bonita?

Jesus, eu já estou pronta para encontrar o Pai.

– Linda. Embora ela nem sempre tenha pensado assim.

– Eu a conheço?

Qual é o seu problema? Eu vou colar a língua dele na boca.

– Digamos que é difícil conhecê-la plenamente.

– Você ainda gosta dela?

E nesse momento eu decido que não há ideias ruins. Estou pronta para gritar que há um ser morto no meio da estrada, o que não deixa de ser verdade considerando que estou disposta a empurrar o Tales para fora do carro, quando a voz do Nobu ressoa serena e divertida.

– Eu vou passar essa.

Obrigada, Pai Eterno. Pela primeira vez, estou feliz por manter uma dúvida sem resposta.

– Tudo bem – Tales fica decepcionado. Não sinto o mínimo de compaixão. – Mas, você consegue imaginar qual a razão de ela ter rejeitado o seu pedido?

É oficial. A nossa amizade acabou. Qual o sentido de ser tão curioso com a vida alheia?

– Boa pergunta. – Sério? Particularmente, achei péssima. – Akachan, tem alguma ideia?

Ele me encara e me sinto tentada a pular... de um veículo em movimento. Agora eu compreendo o porquê das pessoas cometem loucuras sob pressão.

– Bom... – Mordo o lábio inferior, imersa em nervosismo. Nobu arqueia uma sobrancelha e percebo que ele não me deixará impune dessa vez. Considerando o modo com o afastei, não o julgo... eu mereço. E em momentos assim, nós desejamos ardentemente uma interrupção provocada até mesmo por um apocalipse zumbi. – Na verdade, eu...

– Cat, você a conhece? – Tales questiona e de imediato o fuzilo com os olhos. Ostento um semblante de obviedade clara e assisto as engrenagens do seu cérebro trabalharem arduamente na interpretação da minha face, enquanto emano ondas de indignação velada. Finalmente, a compreensão o atinge e ele leva as mãos a boca, abismado. – Espera... Vocês dois... Não creio.

Nobu solta risadas genuínas. Me limito a cruzar os braços e manear a cabeça em completa descrença.

– Voltado a Bel... – Nobu supôs que a alteração da temática seria a opção mais segura para conservação da minha sanidade e da vida do Tales. Garoto esperto. – Não desista ainda. Embora o Vinícius seja uma excelente pessoa – do banco de trás soa uma risada de escárnio –, talvez não seja o homem certo para ela. Apenas ore e deixe Deus agir. Se for da vontade dEle irá se concretizar. Se não for, bom, há sempre caminhos mais plenos e perfeitos preparado pelo Autor da vida.

– Obrigado pelos conselhos, Nobu. A partir de hoje treinarei perseverança, fé e paciência. Não vou abrir mão tão facilmente da Bel. Eu a amo.

– Está certo. Eu também aprendi essa lição e, sinceramente, não possuo a menor pretensão de errar novamente. Se houver alguma chance de eu ficar ao lado da mulher que ocupa o meu coração, eu certamente não vou desistir de tentar. – Ele me encara fixamente por ínfimos segundos, que notadamente, poderiam ser confundidos com uma eternidade. Okay, eu admito que perdi o instante em que Nobu Akira se tornou um homem profundo e intenso. Santo Deus, o que está havendo? – Chegamos. – A notícia me pega de surpresa.

Olho para frente e me deparo com a sofisticada e familiar construção em aço e vidro, ricamente iluminada. Eu poderia beijar o chão, dado o alívio que me preenche. Abro a porta sem esperar pelo cavalheirismo alheio e me lanço para fora do veículo dominada por genuína alegria e satisfação. O manobrista conduz o carro ao estacionamento e um jovem alto, forte e elegante, trajado em um smoking clássico, nos recepciona com um sorriso acolhedor.

– Boa noite, sejam muito bem-vindos ao Sol das Flores. É uma honra recebê-los.

– Obrigada – Agradeço um pouco sem graça. – Por favor, a reserva está no nome de Catarina Benedetto.

À menção do meu nome, o semblante do rapaz é iluminado por um brilho gentil. Ele pede que o acompanhemos e nos conduz ao centro do salão.

– Senhorita Benedetto, perdão, mas devo informá-la que o Sr. Brown me advertiu sobre a sua chegada. Instruiu que o seu conhecimento acerca do ambiente ultrapassa a normalidade e reside, inclusive, nos mais irrisórios detalhes. Sendo assim, é infinitamente justo que lhe seja concedido o direito à escolha da mesa que alegrar verdadeiramente o seu coração.

Fico boquiaberta. Indecisa sobre rir, chorar ou abraçar o maitre, decido por assentir simplesmente, a fim de manter a compostura. Fica a cargo do Nobu agradecer.

O restaurante Sol das Flores é subdivido em dois espaços cuidadosamente planejados. Enquanto o interior se propõe a manter o requinte nos tons lavanda e chartreuse, com um toque de aço e couro, o exterior apresenta o máximo de iluminação, acústica e térmica natural, com um toque rústico de ferro e a presença de flores raras e árvores retorcidas.

– Vocês preferem o lado direito ou esquerdo? – Os dois se entreolham, constrangidos. – Qual o problema?

– Bom – Tales inicia com a mão sobre a nuca –, na verdade, nós estávamos pensando na possibilidade de nos acomodarmos no espaço externo e...

– Jamais. A ventilação é natural, em outras palavras, o meu cabelo se converterá na representação exata de Alto do Girassol. Esqueçam – cruzo os braços, decidida.

– E se eu encontrar uma mesa que sofra a influência apenas da brisa mais leve? – ele arrisca.

Com a visão periférica, vislumbro o Nobu pressionar os lábios, ansioso pela minha resposta, e embora detenha a convicção clara que tal local não existe, assinto. Eles comemoram animados e sorrio. Depois da tragédia emocional na estrada, devo isso ao meu amigo. Céus, em minutos terei tantos raios saltando do meu coro cabeludo quanto o sol. Tales atravessa as portas que separam os ambientes, e aguardamos no salão.

– Akachan – me volto para o Nobu e ele sustenta um semblante maravilhado –, obrigado.

Me alegro sinceramente. Finalmente, tudo estava bem... ou não. Em menos de dois minutos, Tales retorna pálido como uma vela. Sua expressão antes alegre está simultaneamente abismada e apreensiva.

– Não gostei. – Oi? – Acho melhor ficarmos aqui. A ventania externa deveria ser nomeada de furacão.

– Não seja exagerado. – Nobu revira os olhos, divertido. Esperem aqui, irei verificar pessoalmente.

Aguardo mais uma vez. Tento conversar, no entanto, o Tales permanece pensativo, como se estivesse preso em um mundo paralelo. Sua face preocupada gera um vinco profundo em sua testa. Segundos depois, Nobu retorna sério e transtornado.

– Tales está certo. – Como? – Na verdade, eu tenho uma ideia melhor. Vamos retornar a Fuji Sushi House, quero cozinhar para os meus amigos.

– Concordo plenamente.

Ambos se encaminham para entrada. Permaneço estática, possivelmente pelo choque.

– Vocês dois enlouqueceram?

– Não, Akachan, apenas...

– Olá, melhor chef da cidade – a voz da Bel reverbera brilhante e glamurosa pelas paredes do restaurante.

Enquanto Tales e Nobu cumprimentam os recém-chegados, decido checar a imensurável ventania que aparentemente tenta impedir a nossa sofisticada refeição. Cruzo as portas que separam os dois recintos, e sinto a brisa serena e doce contra o meu rosto. Sorrio e chego à conclusão de que eles estavam apenas tentando proteger o meu cabelo de um massacre raivoso. Me preparo para entrar, quando uma voz familiar soa as meus ouvidos. Impossível. Não pode ser. Encaro a cena em completa descrença. O meu cérebro não aceita a realidade contemplada pelos meus olhos.

Sinto um desejo súbito de gritar, mas nenhuma palavra deixa a minha boca. Penso em chorar, no entanto, as lágrimas aparentam ter secado. Fico parada, enquanto assisto o meu mundo ruir tijolo por tijolo, sonho após sonho. Os demais me alcançam, mas não ouço eles chamarem o meu nome.

Ele ergue os olhos. Dourados e límpidos, tal como o habitual. Sua expressão abismada indica que a minha presença não era esperada. Certamente, não. No segundo em que vislumbramos um ao outro, a Terra parece ter cessado o seu movimento. Repentinamente, me sinto presa eternamente ao momento em que o meu coração foi partido. E revivo ele ser quebrado em um loop infinito.

E finalmente eu entendi a conversa. Compreendi o afastamento, o medo, os segredos, tudo se encaixa como em um quebra-cabeça doloroso e cruel. Henrique não estava trabalhando, ele jamais esteve. Nesse momento, diante de mim, a verdade se encontra desnuda. Aqui está o meu namorado, generoso, amável e altruísta, em um restaurante luxuoso, acompanhado da mais deslumbrante loira de olhos verdes. Seu nome? Emma.

Aiaiai, meu coração. E aí... Traiu ou não traiu? Brincadeira, acho que isso pertence à outra obra (rsrsrsrs). SOCORRROOO!!

Se está gostando dessa estória, que tal deixar uma estrelinha tão brilhante quanto você?!

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