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• Quatorze •

Entro em casa e não há ninguém a minha espera. Muito embora eu não consiga imaginar quais os argumentos dispensados pela Mari para impedir o interrogatório da minha progenitora, fico extremamente agradecida. Nesse momento, não tenho a menor pretensão de dispor a confusão dos meus sentimentos em palavras. Minha irmã me acompanha até o quarto e me abraça gentilmente.

– Estarei aqui ao lado se precisar de mim, irmãzinha. – Retribuo um meio sorriso sem cor. Após acariciar levemente as minhas costas, ela deixa o ambiente, fechando a porta atrás de si.

Tiro as botas e deito na cama, enquanto a verdade da separação me preenche. Até o nosso encontro de hoje, romper com o Art não ia além de uma possibilidade, uma que, sinceramente, nunca imaginei que iria se concretizar. Por um instante, parece que o ar se esvai e desaprendo a respirar. Ouço o sangue latejar em meus ouvidos e meus batimentos se tornam um mix descontínuo.

Eu não voltarei a conversar com o meu confidente... Eu afastei o meu melhor amigo... Eu perdi o Arthur. Lágrimas correm, silenciosamente, pela minha face. Nove anos de amizade passam como um filme na minha mente e ferem o meu coração.

Como se não bastasse, as revelações cruéis da Elise foram o pior dano colateral desse tabuleiro mal arquitetado. Aparentemente, todos desejavam posições diferentes da estabelecida. Ela ansiava que o Arthur a enxergasse além do que uma simples amiga, enquanto eu implorava que ele me visse exclusivamente desse modo. Porém, é como diz o aclamado e renomado filme O Rei Leão: "a vida não é justa, não é, amiguinho?". Em três dias, eu perdi dois dos meus melhores amigos. Em setenta e duas horas, descobri que a amizade de ambos não era exatamente o que eu idealizava.

Elise. Honestamente, eu ainda não havia processado a profundidade da nossa conversa. A incerteza quanto ao status do meu relacionamento com o Arthur dominou os meus pensamentos nos últimos dias, no entanto, a definição quanto ao nosso distanciamento, trouxe a luz sentimentos duvidosos e mal resolvidos. Será que a Lis, realmente, nunca me considerou sua amiga? Será que nos últimos anos, ela esteve próxima a mim apenas por amor ao Art?

Não, impossível! É doloroso demais pensar que todo o seu afeto é fruto de um coração menos que, absolutamente, sincero. Sim, prefiro acreditar que as suas declarações foram provenientes da mágoa de ver-se romanticamente preterida. Acredito, veementemente, que ela virá até mim afirmando que o nosso último encontro não passou do resultado de uma grande frustração amorosa. Caso contrário, seria eu capaz de perdoá-la?

É fato que o perdão é um dos princípios mais estimados pela Bíblia. Inclusive, existe a célebre frase de Jesus, em Mateus 18, sobre perdoar 70 vezes 7... o que resultaria em 490 ofensas, frente à apenas 1, gerada pela Lis. E embora o meu coração insista em acreditar que essa, em especial, deva ser contabilizada como 491, devido aos agravantes implícitos, como falsidade patológica e ofensa pública gratuita, em meu íntimo, escuto a voz do Pai gentilmente me lembrar que amamos porque Cristo nos amou primeiro, e perdoamos porque com sua infinita graça, Ele nos perdoou a ponto de morrer por nós. Dado o fato que essa memória me constrange, concordo em reavaliar o caso da Elise, mas não hoje.

Recosto as pernas cruzadas sobre a cabeceira da cama e contemplo o meu melhor projeto artístico. Há dois anos, resolvi desenhar a árvore genealógica da minha família em uma das paredes do meu quarto. Me orgulho em afirmar que após quatro meses imersa em pesquisa, sujeira e desorganização, apresentei o trabalho final aos meus pais, que choraram como graciosos bebês. Nas quatro gerações representadas, cada integrante enfrentou uma situação que desafiou a sua fé, e venceu com oração, confiança e perseverança. Lamentavelmente, havia chegado a minha vez.

Há quatro anos, a minha irmãzinha se deparou com esse momento. Ela conheceu o Diego. Lindo e espontâneo, ele cativou a Mari e a afastou de todos os seus valores e princípios. A despeito das orientações e negativas dos meus pais, ela optou em abandonar a família, a escola e a igreja, e dentro de seis meses, não a reconhecíamos mais. No entanto, pela infinita bondade do Senhor, semanas depois, ela decidiu que o amor de Deus era o seu bem mais precioso e pôs um fim no relacionamento, mesmo experimentando uma dose considerável de dor, sofrimento e decepção.

Desiludida, ela estava determinada à não viver um novo romance. Entretanto, casamento e filhos sempre constituíram o seu sonho, e isso não passou despercebido aos atentos olhos dAquele que é Soberano sobre todo o universo. Em um domingo ensolarado, no Spa Flor de Cerejeira, uma senhora deu-lhe um conselho inusitado. E se ela escrevesse uma lista com as qualidades que desejava no seu futuro parceiro? No dia seguinte, minha irmã colocou a ideia em prática. Entregou ao Senhor as preocupações que ocupavam o seu coração, e discorreu, em um papel lilás perfumado, dez adjetivos que integravam o seu marido ideal.

O que aconteceu? Dois anos depois, no XV Congresso Internacional de Contabilidade, ela conheceu o incrível Matias. Recém chegado à Águas Douradas, após concluir o curso de Ciências Contábeis, ele havia sido convidado para trabalhar em um respeitável escritório na cidade. Qual? Ufficio Benedetto, pertencente ao meu pai. O seu retorno foi motivado pela necessidade de cuidar da sua afetuosa mãe. Quem? A Sra. Nomura, proprietária do Flor de Cerejeira e idealizadora da atípica lista. Sim, os planos de Deus são sempre perfeitos e a concretização do Seu propósito em nossas vidas depende, somente, de abafarmos o resto do mundo para esperarmos com paciência e fé as suas instruções.

Assim, quando a minha irmã conversou comigo pela manhã, a estratégia pareceu excelente. Com algumas pequenas modificações, a lista do par ideal cumpriria o seu intuito mais uma vez. Infelizmente, com o objetivo oposto ao inicial, resultando em uma separação angustiante e definitiva. Não que eu possua qualquer dúvida acerca do posicionamento que adotei. A bem da verdade, eu estou inteiramente convicta da minha escolha. Definitivamente, eu estou em paz, mas não posso afirmar que estou feliz.

Assistir ao sofrimento do Art foi massacrante. No entanto, ser a fonte dessa dor foi a pior experiência que já vivenciei. Eu sei, em meu íntimo, que na situação atual não poderíamos ser felizes juntos, não somos compatíveis e, no fim, toda a nossa história de amizade seria convertida em rancor e mágoa. Ainda assim... O Arthur declarou com todas as letras que me ama, e embora eu tente convencer a mim mesma que isso não importa, a realidade é que temo enfrentar os meus próprios sentimentos. Porque, depois de muita reflexão, a única pergunta que permanece suspensa em meu coração é: eu amo o Arthur?

Aperto o travesseiro contra o meu rosto, como se esse ato carregasse o poder de parar o curso dos meus pensamentos. Decido que uma boa noite de sono será capaz de clarear o que dentro de mim ainda permanece tão obscuro.

O dia amanhece nublado, com uma promessa nítida de que um temporal está a caminho. Olho para o relógio... 05:00h. Troco de roupa, rapidamente, e saio para correr. Fecho os olhos e sinto o vento lavar a minha face. Esvazio a minha mente o máximo possível focando no trajeto a frente. Após 8km, retorno ao meu lar, satisfeita. Tomo um banho, visto trajes apropriados para o clima, guardo algumas frutas na bolsa e saio antes da minha família acordar. A bem da verdade, não estou disposta a lidar com os questionamentos dos meus pais. O meu emocional machucado precisa de mais tempo sozinho.

As aulas fluem normalmente. Finalizo o estágio às 21:00h, graças aos excessivos aperfeiçoamentos no projeto multimilionário atual, porém, considero esse fato uma dádiva. Passo pelas portas da minha casa, vinte minutos depois, com uma dor de cabeça em curso. Ouço vozes advindas da cozinha e opto por não participar da conversa. Subo as escadas e me jogo na cama. Me envolvo em um delicioso cobertor felpudo e deixo o sono me dominar. Mais uma vez, nutro esperanças de que a luz da manhã possa trazer consigo novas perspectivas. Felizmente, conforme a sua fama de melhor dia da semana, o sábado não desaponta.

Abro as janelas, às 08:00h, e o céu está coberto de nuvens espaçadas. Embora não seja possível enxergar um lindo sol radiante, a sua real existência já não é questionada como nos dias anteriores. Sento na escrivaninha, com a bíblia em mãos, e leio um pouco do livro de Salmos. Agradeço ao Pai pelo Seu amor e bondade e peço por coragem e tranquilidade. Em poucos minutos, irei precisar. Visto um macacão de veludo azul cobalto e tênis branco, disponho o cabelo em uma trança embutida e desço as escadas com um sorriso no rosto, a despeito da vontade de permanecer no quarto.

Lamentavelmente, existem situações que são passíveis de adiamento, mas não de esquivas eternas. Paro de frente para a cozinha e meus pais discutem alegremente com a Mari acerca da programação noturna. Entro no ambiente e os três viram-se em minha direção, simultaneamente.

– Bom dia, pessoal – digo com o tom mais leve que consigo sustentar –, será que podemos conversar?

Pobre Cat, está sofrendo. Mas, quem nunca?!? É a vida...

Se está gostando dessa estória que tal deixar uma estrelinha tão brilhante quanto você?

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