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• Quarenta e um: parte um •

– Era mais uma manhã vazia e luxuosa, no invejável mundo daqueles que gastam rios de dinheiro que não tem, a fim de se passar por quem não são, para pessoas extremamente fúteis que sequer gostam deles. Afinal, o que pode ser mais proveitoso do que investir a vida escalando uma pirâmide social, para no fim sentir-se sozinho em meio a uma dúzia de dissimulados que só falam mal de você? Uma trajetória de sucesso, não é mesmo? Pois bem, estava eu nesse alegre antro, emprestando os meus sofridos ouvidos a um arrogante francês, ainda ponderando se era mais falso o seu sotaque forçado ou os seus elogios ao nobre casal, quando os vi entrar. E pela primeira vez, o excesso de arrogância e a ausência de honestidade patológica foram silenciados por um choque coletivo. Ninguém imaginava que tal cena fosse possível, especialmente o pai do ano. O homem quase cospe o coração junto com o orgulho. Mais um pouco e no lugar do casamento, celebraríamos um velório. Não que os convidados fossem se importar, de fato. Na presença de uma boa intriga familiar regada a champagne de alta qualidade, eles mal se dariam conta da alteração na temática – solta uma risada de escárnio.

Francamente, há momentos que me surpreendo com o quanto o Art consegue ser crítico. Convenhamos que errado não está, mas a ativação do modo deboche é relativamente cruel. Para dizer o mínimo.

– Céus, ainda não decidi se fico mais impactada por sua estadia em Vale Negro ou por seu inesperado parentesco com a Emma.

– Bom, não posso afirmar exatamente que entre mim e a filha mais nova da prima da minha mãe, exista um laço sanguíneo bem estabelecido. Porém, que esse esdruxulo parentesco veio a calhar, não tenho a menor dúvida.

Pois é, amigos. Bem-vindos a mais um episódio da série: Deus, o grande Estrategista. Em exibição no cristão cheio do Espírito mais perto de você. Não perca.

Pode tomar um antiácido, porque a próxima informação será realmente difícil de digerir. A Sra. Kelly, mãe da Emma, é prima legítima da Sra. Ellen, mãe do Art. E não para por aí. Foi ela, a própria, que convenceu e auxiliou a Sra. Ellen a se estabelecer em Vale Negro, há mais de dez anos. A história é levemente complexa, então pode começar a construção do mapa mental. Preparado?

Pois bem, a Sra. Kelly fugiu de casa aos dezessete anos para casar-se, contra a vontade dos pais, com um misterioso e próspero latifundiário de Vale Negro, que buscava comprar as terras de sua família. Chegando à cidade, a apaixonada moça foi imediatamente conduzida à magnífica propriedade de seu príncipe encantado: um belo pé de laranja chamado Robert, cultivado com carinho no mais renomado... Hospital Psiquiátrico da região. Triste, não? Desprovida de qualquer recurso financeiro, e submetida a uma terrível tempestade de inverno, ela buscou abrigo no único lugar que mantinha as portas abertas em meio àquele caos: a igreja.

Sentou-se no último banco, molhada e assustada, e chorou amargamente. E foi nesse instante que uma jovem de cabelos reluzentes e olhos dourados, se aproximou. Confortou a alma despedaçada da moça, se dispôs a cuidar dela e garantiu que conversaria com o noivo, a fim de que lhe conseguisse um emprego em um dos hospitais de seu pai. Anos depois, a Sra. Kelly casou-se com um advogado riquíssimo, amigo íntimo do tal noivo, e tornou-se como irmã da jovem de coração bondoso, por nome... Isso mesmo, Maya Prinz.

Alguém ainda respira?

Enfim, quando a Sra. Kelly soube que a prima havia sido expulsa de Águas Douradas, prontamente ofereceu sua casa como refúgio. Fez a ela exatamente como ensinara sua amiga Maya – infelizmente, já falecida – e a abraçou de modo dedicado e amável, sem qualquer julgamento. Com sua ajuda, a Sra. Ellen retornou ao caminho de Cristo, estudou, se formou em administração, passou a trabalhar no hospital mais renomado da região – um tal de HGMP – e anos depois criou coragem para encarar o filho novamente.

Pegou o mistério? Deus não brinca em serviço, amigos.

– Sabe, Cat – a voz do Art ressoa levemente persuasiva –, para ser bem sincero...

Senhor, me proteja do homem sanguinário e do amigo interesseiro. Amém.

– O que?

– O verdadeiro ápice da festa ocorreu logo após a chegada do Henrique. Ele e o pai se encararam por aproximadamente uns trinta segundos e, em um entendimento mútuo e estranhamente silencioso, deixaram o ambiente juntos para espanto dos convidados e desespero da noiva. Vinte minutos depois, retornaram como se nada houvesse acontecido. Eu daria um braço para saber o teor dessa conversa. Mas veja, quem, do meu círculo íntimo de amizade, teria acesso a tal informação privilegiada?

Ele pressiona os lábios e me encara com um olhar sugestivo.

– Deixe de ser fofoqueiro, Arthur!

– Olha quem fala. Se a carapuça serve na minha cabeça, na sua já faz até parte do couro cabeludo. Quem está me prendendo aqui há mais de uma hora, cobrando os mínimos detalhes?

Ele cruza os braços e ergue a sobrancelha, inquisitório. Quanta crueldade!

Anotem o que vou dizer: toda informação tem um preço. Nesse caso, humilhação certa. Aprendam o quanto antes que a curiosidade é como um artigo de luxo: caro e dispensável, mas extremamente atrativo. Decido seguir pelo caminho mais blasé: meio Barbie, meio princesa.

– Estou apenas preocupada com o bem-estar do meu namorado.

O que não deixa de ser verdade. Incompleta? Sim. Metade de uma inteira? Com certeza. Mas ainda assim, verdade.

– Claro, Catarina. Vou fingir que acredito. Você está tão preocupada com o Henrique, quanto a Emma estava com o noivo. Se ele demorasse mais, as unhas não seriam suficientes, e ela passaria aos dedos. Honestamente, se estou disposto a perder um braço, a coitada sacrificaria tranquilamente uma perna ou duas, dado o seu nível de ansiedade.

– Por quê?

Assim que a pergunta escapa dos meus lábios, um arrependimento profundo me invade. Art ajusta a postura, e assisto o projeto de Sherlock Holmes se preparar para uma de suas hipóteses fundamentadas sobre o zero eficiente e nada comprovado, método observacional Arthur Gardien: "eu acho, então é." Céus!

– Minha teoria é de que a pobre moça supôs que o arroubo do Henrique se devia a uma tentativa tardia de convencer o pai a desistir do casamento.

Não é que o aprendiz de detetive está certo? Faz todo sentido. Emma veio à Águas Douradas com o intuito de conduzir o Henry ao matrimônio, em uma missão deveras frustrada, diga-se de passagem. Entretanto, semanas depois de negar veementemente, ele ressurge como uma fênix no instante do sim? Para ser franca, se fosse eu, roeria as unhas, os dedos, quiçá as mãos.

– A Emma já não possui um grande apoio familiar, ser largada no altar seria a prova fatídica de que ela fez a escolha errada.

– Então a família não concorda com o casam....

– De acordo com a minha mãe – obrigada por me deixar concluir o raciocínio –, a prima não está nenhum pouco satisfeita com a união entre os pombinhos.

Eu nem queria falar mesmo. Que cavalheiro! Ele não parece com aquelas senhoras que adoram espreitar a vida dos vizinhos, enquanto fingem varrer a frente da casa?

– Eu soube que o pai da Emma até rompeu os laços de trabalho com o Sr. Prinz. Deixou o hospital, gritando a plenos pulmões que ele não passava de um Matusalém cafajeste com crise de meia-idade. Afirmou que sequer compareceria à cerimônia, não fosse a insistência da esposa e da filha mais velha.

– Sério?

Bom, quem precisa de lugar de fala, não é mesmo? Sim, estou ciente de que sou a vergonha da classe feminina.

– Com certeza. Os pais ficaram extremamente desapontados com a escolha da filha. Especialmente, porque segundo a minha mãe, desde a adolescência, eles imaginaram que ela se casaria com o ... – ele se interrompe e me encara, constrangido. – Mas veja se não é um enorme bordo japonês? Quanta imponência.

– Então você sabe sobre a Emma e o Henry? – Ele assente, sem graça. – Não me diga, Arthur? E você disfarçou tão bem.

Eu poderia segurar a ironia. Mas, prefiro não. Obrigada.

– Como eu dizia, a cidade inteira meio que conhece a história do triângulo, ou melhor, quadrado amoroso da família Prinz – rebate. – Agora, é de fato absurdo que a moça não tenha deixado escapar um membro da família. Se bem que... Não é que ela realmente parece a minha prima, afinal?

Ele me lança um sorriso sedutor e desfiro um forte tapa contra o seu braço. Como alguém pode ser assim, Pai? Céus, é como diz a minha vó: "esses jovens de hoje não têm limites."

– Desculpe, foi mais forte do que eu. Enfim, a minha mãe também ficou muito triste. Ela realmente admira o Vinícius.

– Sua mãe conhece o Vini?

– O meio primo, meio irmão do seu namorado? Com certeza. Ela trabalha, na verdade trabalhava como a principal entre as três administradoras do Hospital Geral Maya Prinz. Decidiu abandonar o cargo, após descobrir a chantagem do Sr. Vitório sobre o Vinícius. Não engoliu a frieza do chefe e pediu demissão no mesmo instante.

A Sra. Ellen é sem dúvida mãe do Arthur. Agora consigo notar de onde procede a personalidade um tanto resoluta, para não dizer impulsiva, do meu amigo.

– Além disso, eles são da mesma igreja.

Repentinamente, um pensamento percorre a minha mente.

– Então ela conhece o Henry.

Estranho ele não ter mencionado nada ao ver a Sra. Ellen em Águas Douradas. De fato, o Vinicius chegou após a partida do Art, mas o Henry já estava aqui.

– Bom, não exatamente. – Oi? – Minha mãe comentou que ao chegar à cidade, passou a trabalhar como recepcionista no HGMP, graças à indicação da prima. No entanto, a relação do Sr. Vitório com o filho já era notoriamente frágil, portanto, ele mal visitava o hospital. Principalmente, após abandonar o curso de medicina.

Deus, há alguma informação que o Art não detenha? Parece agente do FBI. Está quase no nível da minha querida genitora. Inclusive mãe, caso você esteja ouvindo os meus pensamentos: te amo. Por favor, me deixe viver.

– Depois que ela alcançou o cargo de administradora, ficou ainda mais difícil cruzar com ele. Exceto, uma noite ou outra na igreja.

Agora está explicado. O Henrique tem a memória fotográfica de um peixe dourado com demência. Prometo que não estou exagerando, mas há pessoas que já o apresentei não menos do que mil trezentos e oitenta e sete vezes. Para quem trabalha com arte, ele é péssimo em guardar imagens. Inclusive, já informei ao Dr. Camilo que o Henry precisa de um teste para diagnóstico precoce de Alzheimer... De preferência para ontem. Porque não tem condições.

– A propósito, ela conta que em uma terça-feira corriqueira, saiu do trabalho e se dirigiu ao culto da noite. Já atrasada, ocupou um dos bancos no fundo da igreja, sozinha como de costume. Minutos depois, um rapaz alto e de olhos dourados, sentou-se ao seu lado e perguntou de modo inesperado:

"Senhora, por quanto tempo me aconselharia a viver preso ao passado?"

Minha mãe encarou o jovem com estranhamento, porém ele apenas devolveu uma face singela e tranquila.

"Nenhum segundo" – respondeu ainda atordoada. – "Não podemos mudar o passado."

O rapaz abriu um largo sorriso.

"A senhora disse bem. Não podemos alterar o passado, ou prever o futuro. Tudo o que nos resta é viver o presente. E nesse caso, não deveríamos permitir que algo tão banal como medo ou vergonha nos impedisse de experimentá-lo plenamente, não é mesmo?"

– Com uma leve piscadela, ele se foi. Deixando a minha mãe imersa em pensamentos e possibilidades. E então, pode imaginar quem era o rapaz?

Não só posso, como tenho certeza.

– Henry – digo, tentando ao máximo esconder o revirar de borboletas que se agitam em meu interior.

– O próprio. E foi a partir desse dia que surgiu em seu coração o desejo de me procurar. A partir desse momento, ela soube que Deus estava sarando a sua alma e transformando verdadeiramente a visão que tinha de si mesma.

Okay, de fato existem pessoas que nos constrangem a melhorar, mas convenhamos que o Henrique dificulta a minha vida.

– Não é engraçado que Deus tenha usado o mesmo ser humano para mover a minha mãe e a mim?

– Como?

"Agora sei por que me arrastou até aqui." Em milésimos de segundo, a minha mente relembra a conversa entre o Arthur e o Henrique. Aliás, devo confessar que os meus neurônios estão extraordinariamente ágeis hoje. Não sei se fico emocionada ou só chocada mesmo. Por fim, decido ficar simplesmente grata, porque sou filha do Rei e ponto.

– Art, como isso aconteceu exatamente?

– Bom...

– Não esqueça dos detalhes – ergo o dedo indicador e exibo uma expressão autoritária. – Sabe que detenho um enorme apreço por eles.

– Como desejar, sua alteza.

Sorri e maneia a cabeça, zombeteiro.

– Após retornar da conversa misteriosa com o pai, que a propósito ainda nutro esperanças de descobrir – vocês não acham que esse rapaz deveria aprender a ser menos curioso, assim como eu? –, o Henrique se juntou à nossa mesa, ocupando o assento ao lado da Bel, que mais parecia estrelar uma novela mexicana, já que não fazia o menor esforço para ocultar a euforia.

Céus, sequer preciso assistir a cena para imaginar o quanto ela estava desfrutando de toda essa comoção. Mal posso esperar para ouvir sua versão nada realista dos acontecimentos.

– Com o fim da cerimônia, as demais horas correram tranquilamente. No momento dos cumprimentos aos convidados, o Henrique parabenizou os recém-casados educadamente, sem qualquer alarde. Tenho que admitir: o homem é de fato um gentleman.

E eu não sei?

– Cessado esse único episódio de diversão em família, permanecemos conversando até o início da tarde, já que, choque ao saber, ninguém demonstrou interesse em convidar o único filho do noivo para as fotos do alegre casal, acredita? Um absurdo. Você deveria ter visto o quanto o Henrique ficou decepcionado – ele maneia a cabeça, irônico.

Okay, admito que esse momento em especial, eu gostaria de ter presenciado.

– Por fim, a Bel anunciou que havia prometido encontrar o pai em menos de uma hora e o Henry prontamente se ofereceu para acompanhá-la. Na verdade, ele apenas informou que iria. A negativa da pobre Bel não apresentou o mínimo peso em sua decisão.

Talvez eu tenha um dedo nisso... ou o corpo inteiro. Mas, enfim, promessa é dívida, concorda?

– Decidi, portanto, convidá-los a se unirem a mim em um jantar com alguns amigos da igreja, porém ambos estavam ocupados com encontros familiares já agendados. Sendo assim, nos despedimos na porta. No momento da saída, entretanto, Henry me encarou com uma expressão enigmática e ansiosa. Parecia pronto a me dizer algo de extrema importância.

Deus da glória! Sinto uma corrente elétrica percorrer o meu corpo, como se estivesse no último episódio da minha série favorita.

– E o que ele disse?

– Nada, na verdade. Acho que mudou de ideia. – Como assim? – Apenas sorriu e afirmou que daria a você a minha prova de vida. Muita embora tenha alegado que após o momento que a senhorita fosse informada do meu paradeiro, ele já não poderia mais garantir por quanto tempo eu permaneceria nesse estado. Vivo, no caso.

Bom, já não se pode afirmar que o meu namorado desconhece a minha tendência homicida. Daqui para frente, ele não está mais no escuro. É por sua conta e risco.

– E depois?

– Depois nada. Fim da história.

Até parece.

– Não seja ridículo, Arthur. A menos que eu tenha sido fortemente drogada ou medicada com um psicotrópico vencido, estou vendo você na minha frente, nesse exato momento. Como isso aconteceu?

Cruzo os braços para corroborar com a voz impaciente. Como a pessoa ousa brincar com o coração de um ser curioso desse modo? Não sabe que somos sensíveis? Isso pode até causar um infarto. É perigoso. Achei de uma ausência de empatia sem tamanho.

– Vamos, Arthur – bato o pé contra o chão repetidamente –, não tenho o dia todo.

– Está bem, está bem – ele ergue as mãos em sinal de redenção. – Irei continuar a história.

Sábia decisão. Afinal, depois de tudo o que ouvi, só há duas formas de o Art deixar esse ambiente: a primeira, caso não haja mais uma única palavra a ser dita. E a segunda... Digamos apenas que ele precisará de algum auxílio: um motorista, um pastor, e...

Alguém conhece um bom agente funerário por aí?

Calma, respira... Muitas informações, né?!?
Vou dar um tempinho para vocês processarem tudo e volto já já com mais alguns babadinhos CHO CAN TES... Ate breveeee!!

Se está gostando dessa estória, que tal deixar uma estrelinha tão brilhante quanto você?!

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