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• Oito •

Eu estava certa. Assim que cruzo a porta, encontro a minha família posicionada no sofá da sala de estar, fingindo que estão fazendo algo diferente do óbvio: me esperando. Sento ao lado da minha irmã. Ninguém aparenta desejar ser o primeiro a falar, então resolvo romper o incômodo silêncio.

– Me desculpem pelo horário. Pretendia chegar mais cedo, entretanto, tive um pequeno entrave para resolver – com certeza não tão pequeno, e terminantemente não solucionado, mas opto por poupá-los dos detalhes, não aguentaria uma outra discussão essa noite.

– Como devem ter notado, a Lis e o Art estiveram na igreja hoje. Somente para esclarecer, fiquei tão surpresa com a presença deles quanto vocês. Agora, eu imagino que dado o fato de estarem tão dispostos a me aguardarem até esse momento, devem possuir algumas dúvidas – ninguém exprimiu uma única palavra, mas eu podia sentir o peso da curiosidade no ar –, entretanto, eu gostaria de solicitar encarecidamente que adiemos essa conversa para amanhã. Eu realmente preciso dormir – arrisco de maneira cansada, sem saber se obterei êxito. Minha mãe parece determinada a não aceitar a proposta, porém, o meu pai é mais rápido.

– Está bem, querida, continuaremos pela manhã. Agora suba e descanse, sem dúvidas teve um dia agitado – declara com a mão sobre a minha cabeça e uma expressão complacente.

Dou um abraço no meu pai e agradeço a compreensão. Minha mãe, ainda resoluta, me abraça e diz que me ama. Desejo boa noite a ambos e me encaminho para o meu quarto. Subo as escadas com a Mari no meu encalço. Sento na cama e ela para ao meu lado.

– Eu não sei o que houve, irmãzinha, mas quero te lembre que Deus é com você. Ainda que a situação pareça difícil e caótica, não há nada que Ele não possa resolver, especialmente quando estamos alinhados à Sua soberana vontade – ela  me abraça, enquanto sussurra ao meu ouvido: – Tudo vai terminar bem. Estou sempre aqui por você – com um beijo em minha testa, ela deixa o quarto exibindo um semblante alegre e sereno.

Com um exalar pesaroso, me ajoelho para orar. A bem da verdade, rejeitar o Arthur jamais foi o problema, é a possibilidade de perder a sua amizade que me fere profundamente. No entanto, eu sei que a Mari tem razão. Não existem resoluções impossíveis para Deus, e confiança é justamente a convicção de que Ele nunca falha. Então, decido entregar tudo, verdadeiramente, em Suas mãos capacitadas e descansar. Me preparo para dormir, segura de que desfrutarei de uma noite tranquila.

A manhã nasce com uma promessa de vitória dupla: terei aula somente às 09:30h e o meu cabelo está disposto de uma maneira estonteante... Que dia glorioso! Me posiciono de frente para o espelho e me deparo com uma verdadeira obra-prima criada por Deus. Uma boa moça, mas não muito humilde, como brinca a minha mãe. A bem da verdade, eu não costumava pensar assim.

Quando eu era adolescente não me considerava bonita, especialmente em comparação a minha irmã. Ela foi premiada com o suprassumo das características físicas dos nossos progenitores: os cabelos sedosos e loiros da minha mãe, e os olhos brilhantes e azuis do meu pai, definitivamente, o melhor dos dois mundos. Honestamente, deveria ser proibido compilar essa dupla poderosa em um único ser humano.

Entretanto, eu, a primogênita, nasci com os cabelos desgrenhados e castanhos do meu pai, e os olhos pequenos e castanhos da minha mãe. O justo seria que, no mínimo, fossem cabelos castanho-escuros, quase pretos, e olhos castanho-claros, quase caramelo, correto? Errado. Para o meu absoluto desalento e desgosto, herdei exatamente o oposto. Eu possuía uma aparência mediana, de caráter meramente satisfatório. Ou pelo menos era o que acreditava até os treze anos.

Em uma sexta-feira comum, os nossos pais ofereciam um jantar para alguns amigos, quando um deles resolveu nos elogiar do modo habitual: ressaltar a beleza da Mari e a minha célebre... inteligência. Eu agradeci, mas a minha irmã não. Ao fim da noite, após nos prepararmos para dormir, Mari entrou no meu quarto aos prantos, implorando para trocar. Ela alegou que não era bem sucedida na escola, e desejava muito ser a esperta dessa vez, porque, em suas próprias palavras: "ser apenas bonita é triste e sem graça".

E nesse momento, eu finalmente compreendi como todos aqueles comentários despretensiosos e vazios magoavam não somente a mim, como também a minha irmãzinha. Além de serem infinitamente equivocados e injustos. A bem da verdade, não existem belezas mutuamente excludentes, um ser bonito não obriga o outro a ser feio. Assim como um ser inteligente não obriga o outro a ser incapaz. Eu a abracei, afirmei que ela era muito esperta, e expliquei que comparações cruéis são fruto de mentes infelizes e insatisfeitas. Decidi que não permitiria que isso me afetasse novamente.

No dia seguinte, acordei me sentindo linda, livre e plena. Assim, quando encaro o espelho, enxergo muito mais do que uma garota de 1,65m, de cabelos ondulados castanho-claros, quase caramelo, que alcançam até abaixo dos ombros, e olhos castanho-escuros, quase pretos. Vislumbro uma pessoa inteligente, criativa, generosa, corajosa, filha de um Pai eterno e misericordioso, abençoada com uma terna família e bons amigos. No instante em que eu permitir que a opinião das pessoas me defina, é que realmente me tornarei diferente disso. E não estou disposta a deixar essa fato se repetir... Nunca mais. A minha identidade não está firmada em meras características físicas, e sim no amor de Cristo.

Me visto e desço para o café da manhã, pensando na melhor maneira de contar a minha família o ocorrido da noite anterior. Silenciosa, sento ao lado do meu pai. Todos os três me desejam um bom dia, e eu retribuo com um sorriso. Inicio a minha refeição pacientemente, apostando quanto tempo até a minha mãe não suportar e questionar a visita dos meus amigos e a longa conversa com o Arthur. Não termino de engolir a primeira mordida.

– Cat, meu anjo, sente-se mais disposta hoje? – Pergunta, tentando esconder a excessiva expectativa pela minha resposta.

– Sim, mamãe, tive uma ótima noite de sono – respondo segurando o riso. – A propósito, acordei com a excelente notícia de que a minha aula será apenas às 09:30h – a minha felicidade é genuína. Para o estudante, uma folga vale mais que um milhão de euros. 

– Que ótimo, meu amor – declara, animada. – Agora pode compartilhar conosco o que houve ontem à noite que esgotou tão intensamente as suas energias – sua expressão inocente harmoniza com o tom falsamente desinteressado. Infelizmente, meu pai e minha irmã não são tão eficientes em conter as risadas.

– Claro, mamãe – solto naturalmente. Entretanto, vacilo ao imaginar a repercussão das minhas próximas palavras. Decido ser direta e objetiva. – O Art se declarou para mim – falo de modo sério e espero, ansiosamente, a reação de cada um dos ouvintes. Dessa vez, o meu pai é o primeiro a romper o silêncio.

– E como você recebeu essa notícia, minha filha? – Questiona, calmamente. Todos os olhares se focam em mim, aguardando uma resposta. Sinto a tensão dominar o ambiente

– Sinceramente, não muito bem – assumo de maneira triste. Um claro reflexo de como me sinto. – Não aceitaria me envolver com um rapaz que não possua um relacionamento verdadeiro com Deus. E embora tenhamos discutido exaustivamente a respeito disso na noite passada, ele não recebeu as minhas explicações e a minha recusa com grande entusiasmo.

No caso, ele ignorou por completo a minha negativa e desconsiderou totalmente as minhas razões, mas não estou disposta a dividir, por hora, os detalhes da conversa.

– Ele afirmou que continuará frequentando a igreja. Suponho que tenha em mente que isso alterará o meu posicionamento, mesmo eu tendo deixado claro que não. Eu não travarei compromisso algum com o Art, no entanto, me fere profundamente a possibilidade de perder a sua amizade – finalizo o discurso com o coração pesado ao lembrar da sua expressão de dor e sofrimento. Afinal, nove anos não são nove dias para ser apagado como uma leve brisa sobre a areia.

A casa permanece em um silêncio sepulcral. Cinco minutos depois, a minha mãe levanta e me abraça e a Mari segue o exemplo. Meu pai coloca a mão sobre a minha cabeça e sorri.

– Quando criamos os filhos, não podemos prever o que eles irão se tornar ou o caminho que irão trilhar para si – a voz do meu pai transparece uma emoção genuína. – Ensinamos as palavras e os princípios do Senhor, e oramos para que, quando adultos, eles escolham andar nessa verdade. Hoje o meu coração se enche de gratidão à Deus pela gloriosa oportunidade de ver a minha menina priorizá-Lo acima de tudo, e decidir que o Seu amor é o que efetivamente a completa – ele enxuga discretamente uma lágrima e me abraça. Permanecemos assim por um tempo que não sei precisar e que, sinceramente, não pode ser mensurado por um relógio convencional.

– Não importa o que aconteça, meu amor, sempre estaremos ao seu lado – minha mãe sustenta um semblante orgulhoso e retorna aos seus afazeres. Mari me lança uma piscadela e se concentra no café da manhã. Meu pai aperta a minha mão e volta ao seu lugar, elogiando a minha irmã pela ministração da noite anterior. Escuto a conversa deles, enquanto agradeço ao Senhor silenciosamente.

Não esperava que uma simples decisão pudesse alegrar tanto a minha família. Obrigada Deus, eu realmente fiz a escolha certa!

Concluo a refeição e saio animadamente para a universidade. Hoje o dia ostenta ares de que será incrível. No caminho, me divirto imaginando a reação da Bel ao ouvir os detalhes da minha discussão com o Art e da conversa com os meus pais, suas expressões exageradas e opiniões breves a cada comentário meu. Ela foi a única pessoa da turma que não aprovou o adiamento da aula da manhã, dada a sua extrema curiosidade. Estaciono e ao entrar no departamento de arquitetura, me deparo com algo incomum: a Lis está sentada na cafeteria. Enquanto caminho até ela, me pergunto o que uma aluna do último ano de direito está fazendo nesse lado do campus.

– Lis – aceno alegremente –, que bons ventos a trazem até o melhor prédio da faculdade? – Solto em tom de gozação. Ela permanece séria.

– Estava esperando por você – responde secamente. – Precisamos conversar. Pode ser após o termino da sua aula, na Sweets & Books. Prometo que não tomará muito do seu tempo – a sua voz é áspera.

– Está bem, Lis. Aconteceu algo? – Questiono um tanto preocupada, considerando a sua expressão inusitadamente dura.

– Discutiremos mais tarde. Boa aula. – Ela dá meia volta e se afasta sem me dar uma única explicação.

Entro na sala, pensativa. O que poderia ter ocorrido? Aquela não parecia ser a Elise de sempre. O timbre firme do professor Carlos, de Estética e Arquitetura, me puxa dos meus devaneios. A aula inicia, porém, não consigo dedicar mais do que 10% da minha atenção. O semblante e o tom da Lis ainda rodopiam em minha mente. Revivo o diálogo inúmeras vezes, sem obter, no entanto, qualquer pista. Decido esperar. E mesmo sem deter a menor ideia do tema da conversa, o alarme soa, mais uma vez, dentro de mim. Há algo muito errado acontecendo e tenho um forte pressentimento de que a situação irá complicar!

Em qual curva eu perdi a tranquilidade da minha vida, Deus?

Mas afinal, qual a graça de caminhar sobre uma reta se você pode viver sobre uma montanha-russa, não é mesmo?

Se está gostando dessa estória que tal deixar uma estrelinha tão brilhante quanto você?!

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