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• Nove •

A Sweets & Books é um dos meus lugares favoritos em Águas Douradas. Conheci aos quatro anos e foi amor à primeira vista! Inclusive, meus pais contam que precisaram de uma grande dose de persuasão para me remover do recinto ao final da tarde, quando eu, aparentemente, decidi que iria morar com a Sra. Monteiro, proprietária do local. A bem da verdade, a culpa não é minha, todo o ambiente é simplesmente um espetáculo para os olhos.

Projetada em madeira de tons escuros e vidro, oferece aos clientes uma forte conexão com a natureza. Possui um estreito lago cristalino, que percorre toda a sua extensão, repleto de carpas ornamentais, arbustos de espécies e dimensões variadas, e um magnífico bordo-japonês, de seis metros, no centro do espaço. Essa árvore, de beleza excepcional, apresenta origem asiática e possui folhas delicadas que mudam de cor ao decorrer das estações.

Como se não bastasse, os primorosos doces são incrivelmente deliciosos e representam obras literárias renomadas ao redor mundo. Por exemplo, o doce Mil e Uma Noites é uma torta mil folhas com geleia de damasco, inspirada no Oriente Médio, de onde provém a história. Diversificados e coloridos, os doces são exibidos em rebuscadas peças de vidro, que se assemelham a cristais e pedras preciosas. Além de serem adornados com flores que emprestam simplicidade, graça e perfume, o qual somado ao delicioso aroma de café e ao cheiro açucarado de caramelo e chocolate, acrescentam um toque encantador à combinação perfeita que acaricia todos os sentidos.

Entro na loja às 12:00h, após a minha última aula da manhã. Sua atmosfera rapidamente inunda o meu coração e presenteia a minha visão. Cumprimento a Sra. Monteiro e pergunto acerca da Elise. Descubro que ela já está em uma das adoráveis mesas. Infelizmente, portando o mesmo semblante taciturno de mais cedo. Se a Sweets & Books não foi capaz de alterar o seu humor, a situação deve ser grave. Puxo uma cadeira e sento à sua frente.

– Boa tarde, Lis. você já pediu? – Pergunto de modo alegre, sustentando o luxuoso cardápio. Muito criativo, ele apresenta um formato de livro antigo, aveludado e de capa dura, com letras douradas e sobrelevadas.

– Eu não pretendo comer – diz com uma expressão austera.

– Mas, você adora...

– Honestamente, não pretendo demorar – ela me interrompe bruscamente. – Aliás, você tem o estágio logo mais, correto?

– Sim. Você está certa, Lis – digo suavemente, a fim de tentar aliviar a tensão, que desconheço completamente a origem. – Sobre o que deseja conversar comigo? – Ela se aproxima. Seu tom é baixo e dois terços... sorrateiro? Estranhamente, me sinto ameaçada.

– Eu só tenho uma pergunta – declara de maneira séria –, por que você rejeitou o Arthur? – O questionamento me surpreende. Fico em silêncio por alguns minutos, tentando compreender o motivo da sua curiosidade e animosidade iminentes. – Então, Cat? Precisa que eu repita? – Insiste e recosta na cadeira. Braços cruzados e rosto indecifrável.

– Não, eu apenas... – Céus, o que está havendo? – Bom, eu o expliquei as minhas razões – decido que a verdade é sempre o melhor caminho, entretanto, opto por manter os detalhes em sigilo. Algo me informa que eles não serem compreendidos, ou bem-vindos. – Ele é um excelente amigo, mas não somos romanticamente compatíveis – concluo e sorrio. Para a minha absoluta surpresa, ela retribui com palmas e uma gargalhada sarcástica.

– Ah, que razão excelente, Catarina. Merece parabéns, inclusive. Você esclareceu de tal modo que é impossível a qualquer pessoa contestar – a sua voz é um misto de ironia e crueldade. – Me pergunto se existe um homem, ou um santo, capaz da incrível façanha de satisfazer a sua interminável lista de exigências? – Ela arqueia uma sobrancelha e me encara com desdém.

– Porque está falando comigo assim, Lis? – Questiono com uma vontade emergente de chorar. – Eu não entendo.

– Sinceramente? O Arthur é um dos melhores partidos dessa cidade. É bonito, inteligente, gentil, sedutor, divertido, generoso, rico – enquanto discursa, enumera nos dedos os preciosos adjetivos. – Todas as mulheres sonham com a chance de desenvolver um relacionamento com ele, exceto a que está na minha frente agora. Por que será? – Seu semblante revela uma descrença completa.

– Eu concordo que ele é tudo isso, e reconheço que muitas moças tenham de fato um interesse amoroso por ele – falo com a voz mais calma que consigo sustentar –, no entanto, esse não é o meu caso. Fico lisonjeada por ser alvo de sentimentos tão nobres, porém, como já lhe disse e você bem sabe, somos apenas grandes amigos.

– Você é mesmo inacreditável, Catarina. Nunca desiste de encenar a garota doce e inocente, guardiã dos bons valores da sociedade – solta de maneira debochada. – Como se o show que você apresentou no meu aniversário de quatorze anos não tivesse o claro intuito de atrair a atenção do Arthur e fazê-lo ansiar pela princesinha inalcançável. Não deveria estar comemorando a declaração dele agora?

– Eu, honestamente, não sei do que está falando, Elise – as minhas forças já estão exauridas. Duas discussões com amigos de infância, em dias consecutivos, estavam drenando a minha energia.

– Então, me permita reavivar a sua memória – declara com a voz carregada de desprezo. – O Arthur havia se mudado há pouco mais de três meses para a nossa rua. Como o meu aniversário estava próximo, uma festa com todos os vizinhos era a oportunidade perfeita para convidá-lo sem despertar suspeitas do meu interesse por ele. Tudo se encaminhava como previsto, até que você resolveu porta-se de modo solicito e acolhedor com o meu convidado especial, e encantá-lo.

Oi? Eu sou integrante de uma igreja com mais de mil membros, recepcionar as pessoas é literalmente uma das minhas funções. Santo Deus, ser simpática não é sinônimo de estar apaixonada. E como assim ela estava interessada nele?

– Compartilhei o fracasso do meu plano com a Louise, e ela sugeriu jogarmos "verdade ou consequência", assim, eu ganharia uma nova oportunidade de atraí-lo. Uma estratégia ideal, especialmente porque eu tinha a absoluta certeza de que você não compactuaria com a brincadeira. Porém, o Arthur insistiu comigo que lhe convencesse a participar. Afirmou que um amigo estava muito impressionado com você – ela exibe fáceis de um arrependimento amargo. Lis respira profundamente antes de prosseguir.

– Eu esperei ansiosamente, por cinco rodadas e quando finalmente ele segurou a garrafa, meu coração parecia desejar bater fora do peito. Eu sonhei com esse momento, mas tudo não passou de uma ilusão. Eu deveria ser a escolhida dele, não você – solta, por fim, ressentida e consternada. A despeito das suas caluniosas acusações, eu me entristeci verdadeiramente por ela. Expectativas frustradas provenientes de um amor não correspondido são deprimentes e torturantes.

– Eu sinto muito, Lis – inicio de maneira pesarosa, repleta de empatia por um sofrimento que desconhecia até então –, eu não sabia. Você não me contou, e...

– Eu não preciso da sua compaixão – ela grita as palavras com tamanha veemência, que todos na Sweets & Books se voltam para nós. – Na verdade, estou cansada de vê-la se posicionar com superioridade. Age como se a religião fosse um pedestal que lhe conferisse uma visão ampliada, um selo de juíza e um título de nobreza – suas palavras saltam de modo rápido e agressivo, como se fossem lanças capazes de me ferir fisicamente. –Honestamente, eu não compreendo o que ele vê em você! Não diria que é bonita ou perspicaz. Apresenta, no máximo, um semblante agradável e uma inteligência razoável.

E nesse momento, eu entendo que não há conversa, apenas rancor e raiva represados. Levanto da mesa lentamente, tentando a todo custo me prender ao fio de estabilidade que ainda não me abandonou.

– Elise, eu compreendo a sua frustração. Porém, deveria falar acerca desses sentimentos com o Arthur e não comigo – digo, com uma tranquilidade fingida. – A respeito do que pensa sobre mim, sempre a considerei uma amiga leal, e me magoa saber o quanto, durante todo esse tempo, eu estive errada. Agora preciso ir. Como você mencionou inicialmente, tenho um horário a cumprir no estágio – deixo a loja, sem me virar para verificar a sua expressão ou de qualquer um dos clientes.

Um coração esfarelado espanca o meu peito. Não consigo respirar. Entro no carro e jogo a cabeça para trás em busca de um ar que parece inexistente. A minha mente tenta processar uma verdade dolorosa, enquanto as lágrimas correm abundantemente pela minha face. Repito, insistentemente, a minha promessa de que nunca mais deixarei uma opinião me definir, entretanto, são palavras vãs. Como um reino atingido por fogo amigo, eu havia sofrido um tiro de dentro dos meus próprios muros. E mesmo que eu não tenha deixado transparecer no momento, eu sei, em meu íntimo, que cada frase atingiu o exato efeito pretendido, e me despedaçou.

Giro a chave ainda vacilante, não posso me atrasar. Em quinze minutos chego à empresa. Limpo o meu rosto, rapidamente, e tento disfarçar o rubor das bochechas e do nariz com uma base em pó. O resultado não é perfeito, no entanto, decido por prosseguir mesmo assim. Esse estágio constitui um dos meus maiores sonhos. Não, a Elise abalou a minha certeza e roubou o meu equilíbrio, eu não permitirei que ela conquiste mais nada hoje.

Visto o meu melhor sorriso e saio do carro. Decido por afastar as novas informações e sentimentos, lidaria com eles a noite. Respiro profundamente e peço coragem ao Senhor. Caminho de maneira confiante, dizendo a mim mesma que está tudo bem. Eu não amo o Arthur. Eu não quero ficar com ele. Eu fiz a escolha certa. Entretanto, enquanto passo pelas lindas portas de vidro, em um pequeno compartimento no fundo da minha mente, ouço ecoar um pensamento perturbador: e se?

Okay, respira e não pira... Oh não, tarde demais!!

Se está gostando dessa estória que tal deixar uma estrelinha tão brilhante quanto você?!

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