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• Dez •

Quando iniciei o curso de Arquitetura e Urbanismo, há três anos, tudo parecia incrivelmente novo. Embora eu já houvesse frequentado a universidade antes, a experiência foi completamente diferente, especialmente por não gostar nenhum pouco de ciências contábeis, cada dia era um suplício. Apenas dois anos depois, eu já me sentia uma arquiteta, e essa sensação foi confirmada quando surgiu a oportunidade do estágio. No entanto, a despeito das inúmeras opções, o alvo era comum a todos os estudantes da área: a Arte com Elegância.

O mais ilustre e refinado escritório de arquitetura da cidade conta com uma equipe de dar inveja aos grandes centros urbanos. São dois arquitetos renomados, um decorador conceituado na alta sociedade, uma paisagista consagrada pelas celebridades e três estagiários de sorte. Não tardou até que eu almejasse o posto tanto quanto os meus colegas, porém, eu tinha um diferencial: o propósito de Deus. Minha família, meus amigos e toda a igreja oraram e torceram por mim, e quando recebi a notícia da aprovação foi como subir ao pódio levando-os comigo.

Trabalho na Arte com Elegância há seis meses. Não é remunerado, e honestamente, não precisa ser. Integrar esse time é simplesmente uma honra. A empresa é construída em um lindo mármore branco com delicadas raias douradas. O saguão apresenta um luxuoso lustre de cristal com 1,20m. A recepção oferece água saborizada com morangos e kiwis, máquinas de café, capuccino e chocolate quente, além de seis opções de refinados biscoitos doces e salgados. No terraço, há um elegante jardim com flores e arbustos originados de inúmeros países. Os móveis flutuam entre tons de creme, cobre e marrom, e harmonizam com quadros e esculturas artísticas, dispersas nos dois andares do prédio. A escada, em espiral, é ornamentada com um corrimão que se assemelha à ouro envelhecido. Enfim, o paraíso da sofisticação.

Guardo a bolsa na estante e troco os tênis por saltos 12cm. Preparo o café dos meus chefes, puro e sem açúcar, e coloco sobre as mesas, juntamente com os documentos importantes a serem revisados e assinados. Minhas atividades estão diretamente ligadas aos dois arquitetos, e cada um ocupa uma sala no segundo andar. Sento e analiso o andamento dos projetos. Minha mente insiste, caprichosamente, em trazer a lembrança as palavras da Elise. Afasto-as novamente. Agora não é um bom momento.

Enquanto verifico os prazos, Alicia entra no cômodo. Solta um boa tarde rápido, e corre com uma quantidade de papéis que indicam a morte de uma floresta inteira. Escuto vozes provenientes do corredor e uma cabeça surge na porta. Tales sorri de modo travesso. Um grito indica que a sua presença está sendo intimada, e com uma piscadela ele retorna as suas funções. Alicia e Tales são os outros dois estagiários. Cursam design de interiores e pós-graduação em paisagismo, respectivamente.

Nos conhecemos durante a segunda fase do processo seletivo, na data da prova oral, e nos tornamos amigos após compartilharmos uma pizza com sabor de exaustão. Dividimos a mesma sala no primeiro andar e somos submetidos ao mesmo regime de escravidão, muito embora, a chefe do Tales seja uma inspiração para regimes ditatoriais e genocidas. Trabalhamos três dias por semana, oficialmente, e sete, efetivamente. Nossa cartela de clientes é diversificada, e engloba de famílias doces e agradáveis a terríveis monstros advindos das trevas, porém, são todos ricos. Na verdade, muito, muito ricos. 

No momento, estamos engajados em uma mansão multimilionária de 3500m², cravada em uma montanha, com 12 suítes, 20 banheiros, 30 cômodos, sala de cinema, academia, lago artificial interno, paredes revestidas de musgo e pedras, inteiramente integrada com os jardins que circundam a construção, escadas externas que levam ao maravilhoso terraço com heliponto, garagem subterrânea, quadra de tênis, duas estufas para o cultivo de orquídeas raras e frágeis, além de vista panorâmica e uma piscina de borda infinita. O projeto é suntuoso e rebuscado. Erros não são tolerados.

Deixo o escritório às 19:00h com inúmeras propostas a serem analisadas e ajustadas, como de costume. Dou um beijo na Alicia e combino com o Tales de jantarmos juntos no dia seguinte, após a aula de Desenho Artístico. Chego em casa poucos minutos depois, com uma fome capaz de sensibilizar a alma mais dura. Faço um sanduiche rápido e sento para comer, sozinha. Meus pais foram visitar um membro da igreja que está hospitalizado, e minha irmã foi ao cinema com o Matias. Termino minha refeição e troco de roupa. Estou pronta para correr.

Eu descobri o poder libertador da corrida durante os meus dois anos de contabilidade. Quando a minha cabeça saturava de números e cálculos, o ar refrescante da noite que inundava os meus pulmões à cada pisada contra o asfalto maciço, era a minha salvação. Me habituei a realizar a atividade, no mínimo, duas vezes por semana, e mantenho categoricamente a prerrogativa. Após um total de 8km, retorno ao meu lar exausta, porém, satisfeita. Tomo um banho e deito com as pernas cruzadas, recostadas sobre a cabeceira da cama. Fecho os olhos e permito que os pensamentos reprimidos preencham a minha mente... e o meu coração.

As palavras da Elise misturam-se, aos poucos, com as do Arthur, e parece que vou desmoronar. Em apenas dois dias, eu ouvi dos meus melhores amigos uma declaração de amor indesejada e um depoimento de desprezo inesperado. A situação mudou sem que eu me desse conta. Como pude ignorar os sentimentos do Arthur? Como não percebi a raiva e o rancor que a Elise guardava dentro de si? Em 48h, o mundo como eu conhecia virou de cabeça para baixo, e sem enxergar uma saída, me sinto completamente perdida.

A verdade é que jamais alimentei a intenção de atrair a atenção de homem algum. Inclusive, a Sra. Castilho, regente do coral da igreja, concordaria imediatamente com essa alegação, já que afirma, categoricamente, que terminarei solteira se continuar tão criteriosa. Todas as vezes que consegue a proeza de me encontrar em meio a mil pessoas, ela questiona se estou ciente de que a minha irmã mais nova já está praticamente noiva, enquanto eu ainda estou solteira. Sustento no rosto uma expressão que nomeie, carinhosamente, de "sorriso filha de pastor", e digo "claro que sim, Sra. Castilho". Okay, admito que em minha mente completo: a senhora não me deixa esquecer.

Sinceramente, o comentário dela não me afeta mais do que o fato de eu discordar que uma mulher determinada deva ser criticada. Desejo realmente que a minha irmã se case e conceba muitos filhos. Esse é o sonho dela, mas nunca foi o meu. Não que eu seja contrária a ideia de me envolver em um relacionamento amoroso ou de me casar, apenas, não é umas das minhas prioridades. Eu tenho absolutamente tudo que preciso para ser feliz!

Sim, eu admito que essa convicção pode estar associada também a um certo receio em macular a minha vida perfeita, no entanto, será que estou tão equivocada, assim? A mera menção da palavra romance foi o suficiente para me usurpar dois grandes amigos. Não, nem sempre vale a pena se apaixonar. Infelizmente, essa súbita resolução me recorda as palavras de amor do Art e o peso da culpa me invade. Lembro de todas as suas atitudes gentis e o meu coração bate mais forte.

Quando resolvi abandonar a contabilidade e ingressar no mundo da arquitetura, ele me apoiou sem questionamentos. Me incentivava a estudar, preparava revisões periódicas e, quando eu estava desanimada, comprava mimos especiais da Sweets & Books, afirmando que possuía o mesmo doce sabor da aprovação. Quando saiu o resultado, ele me presenteou com um lindo estojo rosa seco, minha cor favorita, com o material completo para iniciar o curso. Na prova para o estágio foi exatamente igual. Ele fez a minha inscrição, não me deixou desistir, me acompanhou em todas as fases e, no dia da comemoração, me trouxe luxuosos lírios cor-de-rosa. Ele sempre esteve ao meu lado, e agora eu o rejeitara sem pestanejar.

E embora eu não aprecie a direção pelo qual a minha mente vagueia, é impossível que eu não me pergunte se tamanho sofrimento não é fruto de possíveis sentimentos românticos. Será que tomei a decisão errada? Sim, a Elise tem razão, ele é o homem dos sonhos. Não, a verdade é que nunca foi sobre mim. Eu sei, em meu íntimo, que existem motivos mais profundos e importantes que nos distanciam. Minha cabeça está dolorida. Ajoelho ao lado da minha cama e peço por um milagre.

Pela segunda vez, o meu coração se encontra mergulhado em dúvidas, e preciso de uma direção divina. Sempre que segui rotas fundamentadas nas minhas emoções, eu falhei e sofri. Dessa vez seria diferente. Oro ao Pai que me mostre o caminho certo, porque me sinto temporariamente cega. Deito e adormeço, enquanto a despeito da tranquilidade do mundo externo, há uma verdadeira guerra dentro de mim.

Parece que a nossa Cat anda um pouco confusa. Aiai, sentimentos, vocês não poderiam ser mais simples?
Só que não (rsrsrs)

Se está gostando dessa estória que tal deixar uma estrelinha tão brilhante quanto você?

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