Capítulo 25
Seis meses. Seis meses se passaram desde os convites chegaram, hoje, estou terminando de arrumar a minha mala para passar quatro dias longe de casa, em uma competição com todos os candidatos e candidatas a serem os melhores atletas do mundo.
— Querida, eu e seus amigos, achamos que seria uma boa ideia você levar esse junto! – Minha mãe fala, com o quimono de Louis nas mãos, agora, limpo e reformado para que eu possa usar.
— Como vocês fizeram isso? – Pergunto.
— Mandamos em uma costureira. Sensei Klaus achou uma boa ideia. Queríamos uma forma de te fazer lembrar que ele sempre estará com você, te dando apoio, mas que não precisa ser doloroso. – Minha mãe fala e eu abraço ela.
— Obrigada por isso! – Falo e ela sorri.
— Boa viagem filha! – Minha mãe fala e eu sorrio.
— Obrigada! – Falo e escuto a buzina da moto de Nico.
***
Nico me deu um abraço e seguimos para a casa de Josh, convencemos o sensei Klaus de que, ele deveria passar na casa de Josh, para que fossemos para o campeonato, os outros atletas encontrariam com ele no Dojô.
Josh organizou uma festa do pijama, sem a parte dos doces, já que todos estamos mantendo o peso para o campeonato.
— Oi Samy. Sua mãe te entregou? – Josh pergunta.
— Sim. Vou usar ele se eu for para a final! – Falo e ele sorri.
— Sensei Klaus disse para dormirmos cedo, já que amanhã de manhã ele vai vir buscar a gente para irmos para o aeroporto! – Ryan fala jogando outro colchão no chão.
— Tudo bem, vamos assistir um filme e dormir! – Nico fala e todos riem.
***
Na hora de dormir, dividimos, meninas para um lado e meninos para outro. Então, ficou, eu e Ivi em um colchão, Mary e Ryana em outro. Os meninos também dividiram colchão, Ryan e Ethan ocuparam um, Josh e Nico o outro.
— Cala a boca Ethan! – Ryana fala jogando uma almofada nele.
— Mas gente, eu estou dizendo, Michael Jackson está vivo! – Ethan fala e eu reviro os olhos rindo.
— Ethan, você não vai estar vivo amanhã se não dormirmos. – Falo e ele ri.
— Okay. Chatos – Ethan fala e eu rio.
— Boa noite pessoal! – Falo virando para o lado e tentando dormir.
Nossos telefones despertaram todos juntos, desligamos os mesmos e começamos a nos arrumar. Quinze minutos depois, sensei Klaus parou o ônibus em frente e casa de Josh e entramos nele.
Foram oito horas de viagem de avião, entre o Oregon e a Alemanha. A cidade onde aconteceria o campeonato se chama Berlim, ao contrário do esperado, não deu tempo de irmos para o hotel primeiro, fomos direto para o ônibus que já nos esperava e desembarcamos no local onde aconteceria o campeonato para fazermos a pesagem.
Depois de terminarmos a pesagem, retornamos a ônibus e seguimos para o hotel, assim que chegamos em nossos quartos, sensei Klaus pediu que nos organizássemos e fossemos para o local onde iriamos treinar, dentro do hotel mesmo, de forma improvisada.
Nada na vida se conquista sem sacrifícios, sem renuncias. Quando se escolhe ser atleta, o sacrifico se torna diário, se superar a cada dia, sempre, independe do cansaço ou de qualquer outra coisa, quando se é atleta, as conquistas, quando veem à tona te trazem a melhor motivação de todas. Força para continuar.
Fomos dormir as 22:00 horas da noite, na manhã seguinte, acordamos as 04:00 da manhã, tomamos café e fomos para o enorme ginásio.
A adrenalina é capaz de nos permitir fazer qualquer coisa, coisas que nós mesmos desconhecemos, coisas que nós mesmos não sabemos como fazer e nem se conseguimos, mas, a adrenalina nos permite criar coragem para fazer.
Sensei Klaus me deu algumas instruções enquanto eu amava meu cabelo, concordei com ele. Em campeonatos dessa importância, as categorias estão sempre lotadas, na minha, haviam mais dezoito garotas. Todas buscando uma vaga.
Na competição de Kata, fica apenas a atleta que irá apresentar o Kata e os jurados, a outra atleta espera do lado de fora do tatame. Depois que as duas atletas se apresentam, os jurados decidem por bandeirada. Se eles levantarem um número maior de bandeiras vermelhas, a atleta que está de faixa vermelha ganha, se o contrário, quem está de faixa azul ganha.
Competi com três atletas. Foram cerca de duas horas e meia para que tivéssemos os nomes finalistas, o meu estava entre eles, a minha adversaria veio da Itália. Quem perdesse nessa fase, disputaria novamente para tentar conquistar o segundo ou terceiro lugar.
Tivemos uma pausa de vinte minutos, corri para o vestiário e coloquei o quimono de Louis, senti meu corpo arrepiar, fechei os olhos e voltei para a aérea de competição.
Uma das coisas mais difíceis da vida, é saber que algo só depende de você, de você dar o seu melhor.
Minha faixa é a azul, a atleta que porta a faixa vermelha sempre é a que começa. Fico do lado de fora do tatame, esperando que ela termine.
Um filme passa pela minha mente, a quatro anos, eu estava competindo na luta, hoje, estou no Kata. A quatro anos Louis estava junto comigo no primeiro dia, toda vez que eu olhava para a plateia, procurava os olhos dele para me acalmar, agora, apenas fecho os olhos com força.
Vamos Samy. Você consegue!
A atleta da Itália terminou de se apresentar e eu entrei na área de competição, fiz a saudação para os árbitros, andei até o centro do tatame, falei o nome do Kata e comecei o mesmo.
Cada golpe, era como se fosse o último, como se cada átomo do meu corpo dependesse daquilo, eu suava, cada golpe parecia sugar as minhas forças ao máximo, mas a cada golpe, algo também me dava força para continuar e ir para o próximo. Eu não sabia se estava tendo torcida, se alguém estava gritando, eu apenas estava ali, vivendo cada segundo daquele momento, quando acabei, me preparei para o resultado.
Fiquei parada a alguns metros de distância da minha adversaria, ambas olhando para os jurados, assim que eles ergueram as bandeiras, eu quis cair no chão, gritar, chorar, mas apenas mantive a postura, cumprimentei minha adversaria e olhei mais uma vez, para as quatro bandeiras azuis levantadas. Respirei fundo e entendi que agora eu teria uma lembrança boa relacionada a classificação para o mundial, também, e que Louis, de alguma forma, me deu força para isso.
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