11. A Sala da Supervisora
Alex
Alex ajustou o capuz em sua cabeça. Colocara o manto sobre sua robe escolar, de forma que escondesse qualquer traço que o denunciasse. Tentava por todos seus cabelos castanhos para dentro de forma que nenhuma mecha o entregasse.
Estavam no período vespertino então vários estudantes ainda estavam tendo aula, por enquanto os corredores ainda se encontravam vazios. A garota ao seu lado fez sinal para a seguir.
Ana vestia um manto rosa por sobre sua roupa escolar. O tecido não era tão grande porém, sobre aquele corpo minúsculo, ganhou proporções gigantescas. Em suas mãos, estava um saco marrom cheio de algo que não fazia a menor idéia do que seria. Os dois mais pareciam mafiosos do que jornalistas.
Ana olhou para os dois lados do corredor. Não havia ninguém passando.
— Por que nós estamos vestidos assim exatamente? — Sua pergunta fez a garota virar sua atenção para ele e revirar o olhos.
— Você é burro normalmente assim ou hoje é uma exceção? — A menina o olhava com as sombracelhas arqueadas. — Que parte você entendeu que estamos investigando algo muito sério e não podemos ser flagrados utilizando os métodos que estamos prestes a usar...
Apenas ficou de boca fechada. De repente desejou ter caído em uma equipe diferente. Partiram da sala do clube.
Haviam combinado de separar os membros em grupos, cada qual responsável por uma tarefa. Alex e Ana haviam ficado encarregados de consultar "fontes secretas" para checarem se conseguiam alguma pista sobre o caso do aluno expulso. Que fontes seriam essas era um total mistério.
Chegaram na ala norte do castelo. Sabia que ali se localizava o território dos funcionários do castelo, porém não fazia a mínima idéia da relação entre as fontes e aquele lugar.
Caminharam até chegar em um seção de salas que mais parecida uma daquelas vilas superlotadas e minúsculas. Havia um corredor com várias placas identificadas com números. Percorreram o corredor e chegaram à uma porta com a numeração 024.
— Ana, tem algo que não sai da minha cabeça e eu queria perguntar... — começou com medo da resposta.
A garota o fita.
— Se você está perguntando sobre o porquê de eu ter esse tamanho, saiba que eu nasci com um problema de metabolismo, por isso meu crescimento é mais lento que os dos demais — disse Ana o fitando com as sombracelhas arqueadas. — E por sinal eu tenho 17 anos.
Olhou para ela sério.
— Na verdade eu só queria saber se essa matéria vai prejudicar a diretora Glinda — disse surpreso pelo diálogo dela. — Eu gosto dela e não queria fazer parte de algo que a atinja de alguma forma.
A garota fica vermelha ao perceber que acabou falando demais.
Glinda havia os livrado de uma detenção certa e tinha uma dívida com ela, não gostaria de a prejudicar. Além disso ela era legal e não parecia ser uma pessoa ruim.
— Não sinto nem um pouco de pena dela! — Ana respondeu com uma voz hostil.
— Por que você não gosta dela?
— Não é desgostar, mas você já viu o muquifo que o clube de jornalismo tem? — Estava com as mãos na cintura agora. — A Glinda repassa apenas uma merreca de verba para o nosso clube. Só para você ter uma idéia aqueles computadores estão lá desde a idade das pedras, nós tivemos que arrumar nossos materiais por conta própria.
Lembrou da sala e concordou com a cabeça.
— A maioria do dinheiro é repassado para os clubes do coral e de matemática e isso é muito injusto, por isso não sinto pena nenhuma se algo acontecer com ela — então sorriu. Um sorriso maléfico. — Quem mandou ser mão de vaca.
Uma fada pousou em cima da cabeça de Ana. Ela deu um tapa na fada que caiu voando de cara no chão.
— Entendi...
— Agora vamos, chega de perder tempo atoa.
A menina dá três toques com o punho fechado na sala. A porta é entre aberta por um senhor, que os fita com os olhos semicerrados por entre a corrente que prendia a porta.
— Código secreto? — indaga a voz.
— Feijão arco-iris agridoce. — respondeu Ana.
O som de um cadeado sendo aberto é audível e a porta se abre.
— Pode entrar — São recebidos por um homem.
Ele dá meia volta e se senta em sua poltrona.
Adentram a sala. O local era antigo e as paredes possuíam algumas rachaduras. Haviam armários já velhos e com alguns cupins. No meio da sala havia uma mesa e, atrás dela, sentava um senhor já bastante velho. Sua pele era bastante engilhada devido a sua idade avançada. Fumava um cachimbo.
Ana avança e se põe em frente a criatura. Alex faz o mesmo.
O homenzinho retira o cachimbo da boca e solta fumaça.
— Devo admitir que é muita audácia de sua parte vir aqui depois de seu clubinho ter detonado os elfos do castelo para todos do mundo magi — o homem minúsculo dizia enquanto brincava com cachimbo nas mãos.
Um relapso de memória invadiu sua mente, conhecia ele. Era o chefe dos funcionários apresentado no primeiro dia de aula no auditório.
— Achei que nós já tinhamos superado isso Golor — Ana sorri como se aquela fosse uma conversa corriqueira com alguém que conhecera há muito tempo.
Certamente estão falando sobre o caso dos alimentos vencidos, pensou após relembrar da reunião do clube.
— Nós nunca iremos esquecer uma das maiores vergonhas que já passamos em toda nossa vida, mas estou curioso sobre o que traz você aqui — disse Golor. — E quem é esse ao seu lado? Não me lembro de ter visto essa face.
O elfo o fita.
— Um novato mas não importa, então vai nos ajudar ou não? — Ana desvia a conversa.
Golor voltou a fumar o cachimbo.
— Vou direto ao ponto, preciso de informações sobre uma certa questão... — iniciou Ana. — Você sabe algo sobre um aluno expulso e, mais especificamente, sobre a explosão do laboratório?
— Talvez eu tenha... talvez não... Tudo depende do você está disposta a me dar em troca da informação. — Então solta outra nuvem de fumaça.
— Isso serve?
Ana despeja o saco aberto na mesa e seu conteúdo é despejado. Haviam vários doces e guloseimas. Pirulitos, uma caixa de chocolate, feijões doces, jujubas, gelatinas e marshmallow.
Onde ela consegui isso?, pensou. Não tinham contato com o mundo exterior às propriedades de Aramonth, então seria impossível conseguir aqueles doces em qualquer lugar por perto.
— Soube que você adora esses — A menina pegou o saco com feijões doces.
Os olhos dele se enchem de brilho e ele deixa o cachimbo cair. Após notar os dois o olhando saboreando o conteúdo com os olhos retoma sua postura.
— Isso deve servir, mas se pensa que com isso nossa dívida estará paga está muito enganada menina.
Ele se ajeita na poltrona.
— Bom... havia um garoto chamado Valquidaar. Soube que o menino era um lunático e totalmente desprovido de senso de realidade, vivia gritando por ai que o mundo em breve presenciaria uma revolução e outras doidices. Depois da explosão do laboratório nunca mais se teve notícia sobre ele, isso foi ainda na administração de Stephanie Aramonth. Algumas fadinhas me disseram também que o mesmo vivia trancado no laboratório e era um dos queridinhos da professora Astride — confidenciou Golor. — Bom isso é tudo que eu sei. Parece que eles realmente queriam esconder o caso então deveria ser algo gravíssimo.
A menina sorri comprovando que a investigação havia dado resultados.
— Muito obrigado. Aproveite os doces e cuidado com as diabetes — a menina adocica sua voz. Nem parecia a ardilosa de alguns minutos atrás.
Dão as costas e se dirigem para a saída.
— Tolinha, magis não tem isso — disse antes de saírem.
Então solta um riso estridente antes de começar a devorar os feijões doces.
⏰⏰⏰
Após coletarem a informação com o homem, Ana e Alex voltaram para a sala do clube. Todos já haviam retornado de suas atividades e agora estavam reunidos na sala para discutir os resultados.
— Bom... vamos começar — disse Caleb enquanto escrevia algo em um caderno. Estava sentado sobre uma cadeira com as pernas apoiadas em uma mesa. — Antes, Ana como estão as atividades do Aramonth News com a publicação do artigo sobre as previsões para os jogos anuais de Aramonth?
— Ladeira a baixo, nem preciso mostrar gráficos — respondeu ela em tom monótono.
— Como esperado. — Caleb anotou algo no caderno. — Agora vamos ao caso.
Alex rodeou a sala com seu olhar porém notou a ausência de uma pessoa. O garoto que usara boné não se encontrava.
— Emilly e Alone, comecem com o relatório — disse Caleb fitando os dois.
— Bem, nós fizemos perguntas para a professora Astride relacionadas a explosão do laboratório mas ela não abriu o bico — confidenciou ela.
Caleb mordeu a ponta da caneta que segurava na mão.
— Na verdade ela ficou bem nervosa quando nós começamos a perguntar e parecia querer encerrar a conversa a todo o custo — continuou Alone. — Acho que não conseguiremos extrair nada dela.
Caleb então olha para o nada.
— E você Ana? Espero que tenho notícias boas — indagou Caleb.
Ana se levanta e se põe de pé em frente a todos.
— Pode acreditar que tenho! — respondeu a garota.
Olhou para Alex que enrolava seus cabelos em seus dedos.
— Nós conseguimos informações úteis de Golor e que talvez possam nos dar uma luz por onde começar a procurar — disse ela.
Caleb bate palmas.
— Ele nunca muda — disse Emilly. — Aquela história toda de "orgulho de funcionário" é tudo baboseira, só dar algumas porcarias e ele fica doce.
Ana concorda com a cabeça.
— Como ia dizendo, eu e o recruta fomos à sala de Golor e conseguimos extrair dele informações quentes... — dizia Ana.
— Eu tenho nome! — protestou. — É Alex.
A menina o repreende com seu olhar.
— Como eu ia dizendo, eu e o Alex fizemos uma visitinha ao Golor que acabou soltando algumas preciosidades — continuou ela. — Segundo ele, existia um estudante chamado Valquidaar, muito suspeito e que poderia estar envolvido com a explosão do laboratório.
A expressão de Caleb se ilumina.
— Era isso que nós precisávamos! — comemorou Caleb. Sua expressão muda para um sorriso sem mostrar os dentes.
— E mais, ainda segundo Golor o menino era um dos favoritos da professora Astride e desapareceu desde a explosão do laboratório — dizia Ana com a animação de alguém que havia ganhado na loteria. — Tenho 100% de certeza que estamos no caminho certo.
— Okay, vamos ver... — Caleb pensava.
Alex se ajeitou na cadeira de madeira. Estava tanto tempo sentado que a dor começara a o atingir.
— Creio que teremos um código vermelho — disse Caleb.
As duas pareceram o olhar espantadas.
— Você não se lembra do que aconteceu da última vez? — protestou Emilly. — Eu nunca mais quero voltar para a detenção na minha vida!
— Sim, eu por pouco não cai naquela sala infernal junto com vocês! — Ana também protestava.
Não sabia o que era o tal "código vermelho" e pela reação esperava não saber.
— Eu e Emilly não poderemos fazer parte pois desde o "incidente dos computadores hackeados" estamos na lista negra da Mafalda — disse Caleb. Então olhou para os dois garotos que os olhavam com as sobrancelhas arqueadas, tentando entender o que se passava. — Ana e dois recrutas irão.
— Eu, você perdeu a cabeça? Isso é hardcore até para mim! — Ana estava com os braços cruzados e fazendo beicinho, sinal que estava irritada.
— Qual é Ana, eu sei que você não vai nos deixar na mão.
Alex finalmente resolveu agir.
— O-o-o-oi? — disse. — Alguém pode me explicar o quê é um código vermelho?
— Ela é feita depois do toque de recolher e geralmente envolve invadir computadores e salas fechadas — disse Ana o fitando.
— Não vou fazer isso! — disse por fim.
Alone olhava para tudo friamente.
— Estou dentro — disse calmamente. Então pegou seu celular e começou a digitar, parecendo encerrar com aquela conversa.
— Não acredito que ele vai amarelar, o quê aconteceu com o outro recruta? — indagou Caleb para Emilly.
— Desistiu, não que isso surpreendesse muito — disse Emilly.
— Bom estou me retirando — disse.
Então se levantou da cadeira e se dirigiu-se para a porta. Alex ouve um pedaço de conversa antes de tocar a maçaneta.
— A próxima vez que procurarmos recrutas novos temos que analisar bem, pessoas sem ambição nunca dão certo aqui.
Aquela frase ecoou em sua mente.
"Você não tem ambição" dizia seu pai.
De repente fora transportado para aquela época novamente. Estava no escritório do seu pai, o acompanhando no trabalho.
"Alex você tem que prestar atenção em tudo que eu faço porque um dia isso tudo será seu" dizia ele.
"Claro pai" disse enquanto jogava em seu Nintendo DS.
"Como você sabe sua irmã veio com defeito e infelizmente aquela não tem jeito. Alex preste bem atenção, um dia você assumirá todos os negócios da família e ascenderá o posto de homem da casa Lunalight." Tirou os olhos do vídeo-game e olhou para seu pai.
"Para isso você terá que ter garra e se formar como um grande mago, e assim trazer mais prestígio para nossa família. Tenha ambição, pois seu futuro já está traçado para você seguir. Você terá muitas responsabilidades quando crescer então é melhor se preparar desde cedo, esse é seu dever como homem" disse. Então voltou aos seus afazeres.
Alex era apenas um garoto naquela época então ainda não entendia a pressão que o acarretaria quando crescesse. E o pior ainda, não saberia se realmente era aquilo que queria para sua vida.
"Você não tem escolha, esse é o seu dever!" As palavras de seu pai voltaram a preencher a sua mente.
Então parou a mão e ficou ali parado por alguns minutos. Então virou-se. Todos o encaravam, certamente se indagando o que se passava com ele.
— Sei que vou me arrepender disso, mas tudo bem, porém me expliquem o que nós faremos exatamente. — Voltou a sentar na cadeira.
— Ótimo, então escutem bem… — Caleb começou a explicar.
E assim explicara o que os três fariam naquela mesma noite.
⏰⏰⏰
Onde, você está? Nós já estamos aqui vem logo!
23:37
Haviam combinado de se encontrar às 23:30 porém havia se atrasado um pouco porque os outros garotos ficaram acordados até tarde. Respondeu a mensagem de Ana.
Já estou indo
23:42
E mais uma vez andava sorrateiramente pelos corredores desertos de Aramonth depois do toque de recolher.
Caminhou tomando cuidado para não fazer barulho em seus passos e, ocasionalmente, notando e desviando da presença de guardas. O ar frio o atingia fortemente. As manhãs em Aramonth costumavam ser calorosas mas, em compensação, as noites eram gélidas de moer os ossos.
Agora estava perto da sala da supervisora. Dobrou um corredor então pode avistar os dois o esperando em frente à porta. Vestiam roupas causais e de repente se envergonhou por ter saído de pijama e chinelo.
— Já era hora... — sussurrou Ana.
— Então como nós entraremos? — indagou.
— Alex, você é amador demais — respondeu ela. Então soltou um daqueles risinhos irritantes. — Aliás, bela roupa.
Tirou de seus shorts uma substância viscosa que lembrava muito uma massa de modelar.
— Segura isso — o entregou a massa.
Alex pegou a massinha. Ana colocou sua mão sobre a fechadura então expeliu um feitiço.
— Formatus Copia.
Sua mão se iluminou por alguns segundos então apagou. A garota colocou sua mão sobre a massa que Alex segurava.
— Formatus Modelum. — Tocou na massa e fechou a mão.
Sentiu a massa se movimentar sobre sua mão e, após alguns minutos, Ana retirou sua mão agarrando algo, uma chave feita de massa. Olhou para a massa e notou que havia uma parte faltando.
Ana inseriu a chave recém feita e a porta se abriu.
— Eles nunca aprendem a utilizar maçanetas anti-cópias — disse Ana enquanto entrava. Acionou o interruptor de luz.
A sala estava da mesma forma desde a última vez que havia entrado nela. Suas paredes com papel listrado de azul-marinho davam uma certa sensação de friagem ao local. O silêncio sendo interrompido apenas pelo ocasional tintilar do relógio de cuco.
— Sinistro — sussurrou Alone aos seus ouvidos.
Um arrepio subiu sua espinha com a repentina aproximação do garoto, e um rubor subiu a sua face. Não sabia o porquê dessa reação. Fechou a porta e se juntou a Ana. Alone se aproximou de Ana que fuçava pelas gavetas a procura de algo.
— Tentem achar qualquer pasta que tenha uma ordem alfabética, soube que ela mantém uma lista com as infrações cometidas pelos alunos — disse Ana enquanto mexia em várias pastas. — Se tivermos sorte acharemos algo. Procurem no armário também.
Alex então ajudou a fuçar as coisas. Foi para o armário buscar alguma coisa, se certificando que não deixava nenhuma porcelana cair. Abriu uma gaveta que deu direto em uma pasta amarela. Leu o título da maleta.
Relatórios — Equipe de Funcionários.
Não era o que estava procurando, então colocou de volta e abriu outra gaveta. Dessa vez havia um amontoado de papéis cheios de contas e gastos. Fechou a gaveta.
— Acharam alguma coisa? — indagou Ana.
— Aqui nada — respondeu.
— O mesmo. — Alone procurava na escrivaninha.
Abriu a última gaveta onde havia uma série de livros alinhados, todos com um "confiscado" escrito sobre sua capa. Pegou um e leu seu título.
Marcus Mandragory
A conflituosa vida do polêmico demiurgo do caos.
Pegou outro.
A grande guerra magi: o lado oculto e a conspiração.
Abaixo havia uma etiqueta escrita "proibido para uso didático" sobre os livros. O relógio de cuco tocou anunciando às 12:30, seu coração quase sai pela sua garganta. Colocou o livro de volta e fechou a gaveta.
— Acho que não tem nada nesse armário — disse por fim.
— Aqui também não tem nada, creio que teremos que acessar o computador dela...
Ana ligou a máquina e sentou sob a cadeira móvel.
O computador ligou. A tela de bloqueio estava pedindo uma senha. Alex e Alone se posicionaram atrás da garota.
— Vamos ver... — A menina digitou no teclado.
A tela inicial deu lugar a um texto de boas vindas, sinal de que havia acertado a senha.
— Agora só pesquisar, pera... — Selecionou com o mouse a pasta de documentos.
Abriu a pasta de listas que deu em uma enorme lista posta em ordem alfabética. Foi passando até chegar à letra I. Selecionou a pasta com título "Infrações — V". A pasta demorou para abrir devido a grande quantidade de documentos. Quando abriu estava desorganizada.
— Não vamos conseguir ler tudo em poucas horas — concluiu Alone após contar o número de documentos que só crescia. — Talvez seja melhor passar para o pen-drive.
Ele tirou o pen-drive do bolso e deu Ana que, por sua vez, o colocou na entrada da caixa do computador. Então copiou a pasta para o dispositivo. Aguardaram alguns minutos e a transferência estava completa.
— Ótimo, agora nós podemos sair daqui? — disse esperançoso. Seu relógio de pulso indicava às 12:57.
— É pra já, só me ajudem a arrumar essa bagunça — disse Ana.
Arrumaram todos papéis e pastas e o colocaram nas gavetas. Em seguida saíram pela porta e a trancaram com a chave.
⏰⏰⏰
Caminharam pelo corredor, finalmente aliviados que tudo tinha ido bem. Alex estava apressado para chegar ao seu quarto. Em parte porque aquele clima de suspense estava o deixando nervoso e outra pois estava com sono.
Continuaram caminhando até ouvir alguns passos metálicos pela frente. Deram a volta pelo corredor antes de serem pegos pela figura. Esperaram o barulho se distanciar então continuaram a caminhar.
— Parece que no final tudo deu certo — disse Alone quebrando o silêncio.
Apenas concordaram com a cabeça. Na verdade não estava com o menor saco para conversas, queria apenas deitar na sua cama e dormir. Mais passos surgiram a sua frente e uma figura surgira no final do corredor que haviam adentrado. Era uma armadura vazia, caminhando sorrateiramente até os avistar, então correu em sua direção.
— Droga, corram! — avisou Ana.
Os três correram buscando ganhar distância e despistar a figura. No entanto, mais passos violentos vieram de vários lados.
— Agora ferrou! Essas coisas não vão descansar até nos alcançarem — disse Ana. — Continuem correndo eu vou fazer algo para atrapalhar eles.
Estavam perto de uma escada quando Ana parou e os dois continuaram correndo.
— Completus Neblinum — ouviu antes de subir as escadas. Deu uma última olhada para trás, porém havia uma grande neblina cinzenta impedindo a visão. Continuaram.
Os passos se afastaram porém Ana não era mais visível. Pararam para tomar fôlego.
— O quê aconteceu com ela? — indagou Alone.
— N-na-na-não faço a miníma idéia.
Após descansarem por alguns segundos ouviram novamente os passos, dessa vez subindo escadas. Voltaram a correr.
⏰⏰⏰
A este ponto Alex não fazia a menor idéia de onde estava. Continuaram correndo por caminhos aleatórios, porém sempre que paravam, voltavam a ouvir os barulhos de passos metálicos.
— Não adianta, essas coisas não param depois que identificam um alvo — disse Alone. — É melhor nos entregarmos de vez.
Elas não param até encontrar um alvo...
— Alone preciso que continue correndo, não importa o que aconteça — disse para ele.
— Espera, o quê você vai fazer?
— Alguém precisa se sacrificar — disse. — Pelo bem da equipe.
Então sorriu para ele. Alone o fitou por um momento, então saiu correndo. Tomou fôlego então gritou.
— AAAAAAAAQQUIIIIIIII.
Os passos se aproximaram. Os guardas empunhavam espadas quando se aproximaram. Dois braços e mãos metálicas o agarraram, estava sendo carregado. O aço gelado machucava seu braço. Se deixou ser levado por eles.
⏰⏰⏰
Parou em frente a uma mulher usando camisola.
— Será que eu não posso ter um dia de paz nesse lugar — Mafalda esfregava seus olhos, parecia ter acabado de acordar e, para variar, de mau humor.
Então olhou para os guardas o segurando.
— Você de novo, mas eu sabia que você causaria problema novamente. Espero que goste de passar uns tempos na detenção pois é para lá que você vai. Encontre-me na sala 15 do segundo andar amanhã sem atraso — proclamou ela. — E também comunicaremos aos seus pais.
Ferrou.
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