
CAPÍTULO XVII
Os dias seguintes não foram mais fáceis, ao contrário, George estava vindo todos os dias ver Callie, quando ela não tinha compromisso política, ele a levava para jantar, teatro, toda vez ela dizia que seria o dia que falaria com ele, mas todo o dia tinha uma desculpa. Um dia porque ele estava se sentindo triste, outro dia porque ele falou algo e brigaram por outro motivo, outro dia pro que tinha alguém junto, e assim por diante. Minhas esperanças de Callie contar sobre nós, estava ficando cada vez menor. Nossos encontros estavam diminuindo, algumas vezes por conta dela e outras porque eu estava afim. Não saímos juntas nas minhas folgas, já que George sempre tinha algum plano e incluía Carlos, ou seja, Callie não podia recusar. Eu estava me sentindo cada vez mais sozinha e solitária, viver esse segredo estava começando a se tornar algo ruim.
E então chegou o dia do jantar de noivado, que mais parecia uma festa, por tantas pessoas convidadas. O jantar seria no jardim, tinha várias meses e tinha até um palco, porque teria uma banda. Tudo fino e luxuoso, tudo no qual eu não fazia parte. Eu passei o dia com uma Callie nervosa procurando um vestido, ao invés de procurando uma solução.
Dentro do carro, eu já havia aberto a porta para ela entrar e dado a volta para entrar no lado do motorista.
- O que achou do vestido? - ela perguntou já dentro do carro
- Você está mesmo me perguntando isso? - me virei chateada - caramba Calliope, você está procurando vestido para seu jantar de noivado, quer mesmo meu apoio nisso?
- Você disse que teria calma - ela rebateu - depois do jantar de hoje eu irei falar com ela
- Meu Deus, você deixou chegar a esse ponto. Aqueles pessoas todas irem ao jantar, seu pai preparar tudo...
- O que queria que eu fizesse? Que eu gritasse aos quatro ventos sobre nós duas, assim do nada - ela estava ficando nervosa
- Sim, talvez fosse isso que eu quisesse - eu disse chateada e sem pensar
Então me arrumei no banco do motorista, coloquei o sinto e dei partida no carro. Eu estava com raiva e dirigia em silêncio, mas vez ou outra olhava pelo retrovisor e percebi que Callie estava igual, mas não dava o braço a torcer, assim como eu.
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Durante o janta, as ordens recebidas a mim, Sloan e Avery era de ficar na porta da mansão, não precisaríamos ficar exatamente onde Callie, Izzy e Carlos estaria, já que o local estava repleto de seguranças. Quando Callie desceu as escadas, ela estava deslumbrante em um vestido vermelho vivo, um colar de brilhantes no pescoço e brincos iguais. Seus cabelos estavam ondulados, uma maquiagem feita por um profissional e nos pés salto alto com brilhos. Era como se eu visse um anjo, eu tive que esconder o sorriso dos meus lábios mas quando ela me viu, ela sorriu e isso encheu meu coração, por um segundo esqueci para o que era aquela festa.
George falava com todo mundo, se sentindo o glorioso porque casaria com a filha de Carlos Torres. Ele também não desgrudava de Callie, parecia cachorrinho de madame, a onde ela ia, ele ia atrás, parecia até patético. Eu queria tanto poder chegar perto dela, beija-la e dizer-lhe o quanto está bonita, queria fazer as pazes e dizer que não quero desistir dela, mas não tive chance. No meio do jantar, na hora do brinde, algo estranho aconteceu: Carlos Torres começou a passar mal e desmaiou no meio de todos. Foi um tumulto, Callie e Izzy em cima dele, tentando acorda-lo, enquanto Sloan e Avery afastava as pessoas. Eu me aproximei, já que tenho curso de primeiros socorros. Comecei a fazer compressão no peito dele e mandei chamar uma ambulância, mas talvez não tivesse tempo, eu teria que leva-lo agora mesmo. George tentou tomar as rédeas, mas eu o detive, disse que era meu trabalho e eu iria dirigir até o hospital, deixei Callie ir comigo no carro enquanto Sloan e Avery levaria Izzy em outro, e George quis ir junto.
No hospital, Carlos foi levado as pressas para a emergência, Izzy ficou sentada no banco chorando sendo consolada por George enquanto Callie ficava na recepção tentando informações, junto com o assessor de seu pai. Eu estava sempre perto dela, para qualquer eventualidade. Minutos depois uma enfermeira avisou que logo o médico iria vir a dar notícias.
Um cardiologista apareceu e explicou que o caso de Carlos era delicado, ele havia sofrido um infarto, decorrente a obstrução da passagem de sangue por uma artéria e com isso teria que passar por um procedimento cirúrgico. O doutor explicou cada detalhe e foi Izzy que assinou os papéis para a autorização e internação do marido.
Callie quis ir até a capela do hospital rezar e eu fui com ela. Ela foi até o primeiro banco e se ajoelho, olhando para o altar, junto as mãos em um presse e começou a rezar. Eu sentei no banco atrás, não queria atrapalhar, fiquei apenas ali em silêncio. Ver ela assim tão frágil,tão triste, me doía, e também lembrava a morte do meu vô.
- Ele tem que viver Ari. Eu preciso do meu pai - ela soluçou com o choro
- Calma sunshine - eu me levantei fui sentar ao seu lado - Deus é bom o tempo todo e o tempo todo Deus é bom, lembra? - segurei suas mãos e dei um leve beijo nelas - ele vai ficar bem, o médico vai fazer todo o procedimento e seu pai vai ficar bem, ele é forte
- Eu espero mesmo. Eu não quero ser a culpada da morte dele
-Meu Deus Callie, não fale besteira. Porque você seria a culpada?
- E se for um castigo? - ela voltou a chorar e eu a puxei para um abraço
- Callie Deus não castiga e você sabe disso. O que aconteceu foi uma fatalidade mas seu pai vai ficar bem
Nesse momento ouvimos passos se aproximando, eu tive que solta-la e me afastar um pouco. George apareceu e me olhou com uma expressão estranha.
- O que faz aqui sozinha querida? Venha, eu fico com você - ele a puxou pela mão - vamos comer algo
Callie olhou por cima do ombro, e com aqueles olhos cheios de lágrimas sussurrou um desculpa. Eu simplesmente fiquei ali sentada, vendo-a ir com ele. Eu entendia a situação, aquele momento era de Callie e a família, mas me senti deixada de lado, afinal era como seu não fosse ninguém ali.
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