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Capítulo 4

Ainda hoje eu me lembro do tom de voz de Cora na noite em que ela descobriu do acordo entre meu pai e o Sr. Lackwood. Pedro entrou no nosso quarto e chamou minha mãe aos sussurros imaginando que eu já estivesse dormindo.

- Querida, você não vai acreditar no que aconteceu.

Minutos depois minha mãe estava gritando no corredor.

- Deus seja louvado!

- Cora! As pessoas vão acordar, mulher!

- Pois, que acordem! Eu quero que o mundo inteiro saiba da benção que Deus nos deu! Ninguém mandou você me dizer isso agora à noite!

- Eu não imaginei que você ficaria gritando a plenos pulmões de madrugada! – Ele reclamou baixo. Parece até que não conhece a esposa que tem.

- Oh! Glórias a ti Senhor! Meu Deus! Eu já consigo imaginar o vestido do casamento dela!

- Cora, imagine primeiramente o vestido de baile dela, sim? – Pude imaginar meu pai revirando os olhos enquanto eu torcia meus dedos no cobertor.

Eu não tinha como esquecer o tom de voz da minha mãe naquela noite, porque foi o tom que ela usou o resto do mês e eu temia que ela usasse aquilo pelo resto da vida apenas para me assombrar.

O mês que se seguiu foi o mais lento e o mais torturante de todos os tempos. Minhas aulas foram provisoriamente canceladas, não porque o Sr. Lackwood estava muito ocupado com a fazenda e a safra nova ou porque o Sr. Lackwood estava entretendo o irmão mais novo, recém-chegado. Não. Minhas aulas haviam sido suspensas porque o meu tempo seria substituído pelas aulas de etiqueta que minha mãe resolvera começar a ensinar.

Coisas como "no jantar, comece a usar os talheres de fora para dentro" ou "mantenha a cabeça erguida o suficiente para não deixar o livro cair", "Você precisa aprender a usar esse sapato alto, querida", "Só fale se dirigirem a palavra a você" começaram a me perseguir até nos meus sonhos, um lugar onde eu deveria ter paz e descanso. Eu estava quase gritando para os céus "Pode trazer os pesadelos na água de volta, obrigada, de nada".

Cora dizia que eu deveria saber me comportar na frente dos convidados do baile e eu sabia que aquela foi a desculpa que ela encontrou para fazer comigo o que não tinha conseguido em 14 anos. Ela me enfiou em corpetes e vestidos estruturados dizendo que eu deveria me acostumar para poder dançar com um daqueles como uma pena. Levando em consideração que os vestidos tinham quase o dobro do meu peso, era impossível para mim se quer dar um passo sem tropeçar vestida com eles.

Ok, Tudo bem. Eu não estou sendo sincera, eles eram quase o triplo.

Eu não podia correr, não podia cavalgar, não podia nem comer da forma que eu costumava fazer. Nada que envolvesse sujar minhas vestes podia ser incluído na minha rotina.

Na primeira semana o Sr. Lackwood chamou a costureira de Santa Cruz das Flores para tirar minhas medidas e discutir com minha mãe como seria o meu vestido. Elas não se deram muito bem. A moça que viera nos orientar sobre meu traje disse que a moda entre as jovens de Londres era um tipo de vestido chamado Sack Dress. Era largo e não definia a cintura, possuía de um pedaço de tecido na parte de trás pregueado aos ombros que descia até a bainha e na frente, havia pregas enviesadas no decote. Minha mãe, simplesmente odiou.

- Srta. Melissa, eu não posso vestir minha filha desse jeito, não existe curvatura nesse vestido.

- Mas, é o que as jovens de Londres têm usado nos bailes badalados da sociedade rica. – A mulher, que aparentava ter a mesma idade da minha mãe, possuía de um sotaque francês fortíssimo quando falava.

- Querida, não vou colocar Elizabeth nisso aqui! – Ela apontou para os desenhos de vestido sobre a mesa. – Olhe para isso, eu não conseguiria ver o formato da cintura da menina. Consegue entender?

- E o que a madame sugere? – Ela questionou com um tom de voz irritado.

- Quero que tire esse tecido enviesado e pregueado da frente do vestido e que o corpete seja um pouco mais pontudo...

- Nada de pontudo! Isso saiu de moda no século passado, chérie.

- Pelo menos no século passado podíamos enxergar o corpo das meninas! Não vejo nada nisso aqui além de pregueados, parece uma montanha de tecido sem sentido!

- Não vou me responsabilizar por um vestido fora de moda! O que as pessoas dirão sobre mim se descobrirem que o modelito dela foi desenhado por mim?! Se quiser vestir a sua filha em trapos procure outra pessoa para o fazer! – Ela se levantou chateada. Suspirei.

- Não podem entrar em um consenso? – Questionei cansada da discussão.

- Eu quero algo diferente, atemporal para Elizabeth. Algo que a faça ser o centro das atenções quando ela chegar ao baile, não me importa que ela esteja vestida em algo fora de moda contanto que esteja belíssima. Se você não for capaz de pensar em algo assim, nossa porta é a serventia da casa.

Mamãe falava aquelas coisas sem pensar que Melissa era uma das únicas costureiras da sociedade rica da ilha. Significa dizer que ela era a única pessoa que poderia criar um vestido perfeito para a festa. Brigar com a moça não daria em bons resultados. Melissa ficou vermelha de raiva e eu sinceramente pensei que ela iria explodir.

- Pois bem. Faremos o vestido. Mas, faremos do meu jeito.

Elas então decidiram por uma ideia totalmente diferente. Foi tirado o volume da frente que o modelo antigo possuía e Melissa desenhou um corpete do jeito que minha mãe havia pensado, mas com um stomacher – o tecido que ficava no meio do corpete preso pelas laterais – um pouco mais quadrado na cintura. As mangas médias seguiam até o cotovelo e se abriam em renda branca, a mesma renda que enfeitava o decote quadrado. A saia se dividia em duas, a superior e a inferior – que só se via uma pequena parte na frente devida à abertura breve da superior. A inferior iria ser feita de um tecido estampado e florido enquanto a outra seria de cor neutra.

No dia seguinte fomos a Santa Cruz das Flores procurar pelos tecidos, pelas fitas e pelas rendas ideais para o vestido dos sonhos da minha mãe. Sucederam-se mais discussões, mas eu fingi que tinha entrado em um devaneio e ignorei as duas com a melhor das minhas faces de indiferença. Por fim elas decidiram três diferentes panos.

O do stomacher, com a estampa de fundo bege e cheio de flores pequenas azuis e rosa. O da saia inferior que se parecia muito com o primeiro, mas com flores maiores e o último que era de um azul pálido e que formaria todo o resto do traje.

Quando o mês começou a chegar ao fim eu concluí que havia sido o pior de toda a minha vida! Além do fato de ter de me preparar para o pior dos meus pesadelos, que seria encontrar um futuro marido, o clima na mansão parecia cada vez mais pesado. Todas as vezes que eu via meu pai, ou ele estava com a testa franzida ou trincando o maxilar e aquilo com certeza tinha a ver com a presença impertinente e inconveniente de Percival Lackwood.

O primeiro encontro que eu tive com ele aconteceu quando, após meio dia de agonia, ele encontrou Zack. O Sr. Lackwood se dedicou a muitos minutos de repreensão e logo depois se concentrou em escutar as coisas que deveria fazer na fazenda pela boca de Pedro. Eu havia esperado por Zachary na escada da porta da frente, preocupada e nervosa, enquanto Percival observava a discussão e ora e outra desviava os olhos para mim. Esperei o discurso de Richard terminar para me aproximar do garoto.

- Onde você esteve? Queria nos matar de preocupação?

- Ah, você também não. – Ele reclamou subindo as escadas até a porta principal.

- Ei! Não dê as costas pra mim! – Gritei seguindo-o. Ele se virou e me fitou com a testa franzida.

- Ellie, não me venha com outro sermão, por favor.

- Eu não ia fazer, mas já que pediu...!

- Você é a filha de Pedro? A garotinha enérgica que ficava correndo de um lado ao outro? – Percival se intrometeu. Desviei minha atenção de Zachary e o fitei com uma expressão confusa. – Nossa como cresceu! – Ele disse com um tom quase cobiçoso. – Seu pai deve ter muito orgulho da filha que tem. – Quase vomitei quando ele puxou minha mão e depositou um beijo babado. Minha pele pinicou com sua barba por fazer. – Você não deve se lembrar de mim, deixe que eu me apresente, eu sou Percival Lackwood, irmão do Richard.

- Eu sei quem você é. – Puxei minha mão rapidamente e me segurei para não limpá-la no vestido. – Não foi você o homem que saiu com todas as cortesãs que encontrou pela frente e culpou meu pai? – Questionei. Ele arqueou as sobrancelhas grossas.

- Que língua ferina. Os homens dizem que não gostam de mulheres espirituosas, mas não é verdade, eles adoram mulheres com personalidade forte, porque tem a oportunidade de domá-las. – Percy coçou o queixo pensativo. – Como cavalos arredios que precisam de um adestrador.

Fuzilei-o com os olhos da melhor forma que eu podia. Já o odeio. Zachary intercalou os olhares entre eu e o seu tio e fez a mesma expressão que a minha, logo depois, disfarçou começando a tagarelar.

- Tio Percy, eu já sei qual pode ser nossa primeira atividade juntos hoje. Existe um lago no centro da ilha que fica meio dia de viagem daqui da fazenda. Meu pai tem um barco lá onde podemos pescar. – Percival desviou os olhos de mim piscando, como se tivesse saído de um transe.

- Meio dia de viagem?! – Acho que aquela foi à única coisa que ele captou da frase. – Para que cargas d'água nós iríamos pescar em um lago que fica a meio dia de viagem daqui?

- É uma atividade muito divertida e tranquila, tio. O senhor vai gostar. Vamos?

- Para onde?

- Vou apenas providenciar o equipamento e podemos ir.

- Você quer ir agora? – O tio perguntou confuso.

- Sim, faz muito tempo que não fazemos nada juntos, eu adoraria passar um tempo com o senhor.

- Você nunca gostou de ficar comigo. – Percival enrugou a testa. – Além do mais, onde vamos dormir se essa porcaria de lugar fica a meio dia de viagem? Chegaremos lá à noite. – Zack não desistiu da ideia e revirou os olhos dizendo.

- Podemos visitar madame Margot no caminho se você quiser.

- Ahh! Agora ficou mais interessante. – Percy falou um pouco mais entusiasmado. – Irei vê-la novamente em breve, senhorita. – Ele fez uma mesura a minha frente e entrou na casa.

- Não se depender de mim. – Zack sussurrou.

- Que? – Questionei confusa com o murmúrio.

- Nada, Ellie.

- Seu tio é um depravado, Zachary. – Falei carrancuda. – E quem é madame Margot?

- Nem queira saber. 

1814 palavras

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