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Capítulo 12


Oi pessoal, me perdoem pelo atraso! Não estava planejado, mas acabou acontecendo e particularmente, levando em conta meu histórico, não foi uma espera muito longa. Estou aqui só pra dizer que Coração Pirata teve sua primeira vitória em um concurso aqui do Wattpad (1º lugar em fantasia) e eu fiquei particularmente muito feliz <3 O Concurso Livro Dourado LivroDourado01 está divulgando as obras vencedoras em um livro e acho que vocês devem conhecer as outras histórias, porque com certeza elas merecem atenção. É isso, sem mais enrolação, espero que curtam o capítulo.

O clima ameno tinha esquentado, minha barriga estava cheia do café da manhã e o vento marítimo, incansável, não desistia de bagunçar meu cabelo. O balanço da relva era incessante, parecia que Ilha das Flores nunca sequer havia presenciado o inverno.

– Não pense que só porque é seu aniversário não vou pegar pesado com você. – Zachary e eu havíamos descido do coreto. A terra úmida em contraste com o cenário era a única coisa que denunciava a chuva da noite anterior.

– Eu não esperava que fosse. – Zack sorriu e cobriu a distância entre nós.

– Certo, vamos começar então. Antes da prática, passemos pela teoria. Você me perguntou por que eu lhe dei um punhal. Quando pensei no seu presente, me preocupei com a sua segurança. Um punhal é fácil de esconder e serve muito mais para amedrontar do que de fato machucar. Mostre a arma ao seu adversário e ele vai saber que não está indefesa.

– Que entediante! – Revirei os olhos, melodramática.

– Não seja tonta, isso pode salvar a sua vida. – Ele aconselhou com um tom de voz risonho – Eu sei que com essa sua personalidade explosiva, não precisa de muito para alguém entrar em uma briga com você.

– Muito observador. – Comentei com um sorriso escondido.

– O combate deve ser sempre a última opção. Você nunca sabe quão experiente é o seu inimigo e até que ponto a sua própria experiência é suficiente para atacar e defender. – Zack rodopiava uma faca de sobremesa entre os dedos. – Mostre-me onde você acertaria sua arma em mim. – Ele estendeu o objeto e eu o tomei.

– O pescoço – desenhei com suavidade a lâmina por sua pele branca – Os flancos. – Desci as mãos hesitante sob os olhos atenciosos do garoto, não queria dar uma resposta errada – E o abdômen.

– Boa decisão. – Elogiou ele. – São ótimos locais para cortes, podem imobilizar e até matar seu oponente. Se for estocar alguém, tenha cuidado com as axilas. – Ele levantou o braço esquerdo e apontou com a mão direita – A depender da forma que você desferir o golpe, o atacante pode tomar a arma de você ou sua lâmina pode travar no meio do caminho. Isso, no meio de uma luta, pode ser fatal. – Assenti, atenta às suas explicações. – Para que você tenha pelo menos uma chance contra o seu inimigo, qual a primeira coisa que você deve fazer?

– Avançar antes que ele desfira o primeiro golpe. – Zack fez uma careta.

– Estou começando a achar que foi uma péssima ideia lhe dar o punhal. – Levantei as mãos em rendição.

– Como se você também não fosse fazer o mesmo. – Zack meneou a cabeça.

– Eu tenho mais juízo e experiência que você. – Eu bufei desdenhosa e ignorei sua provocação.

– Eu devo ser a primeira a fazer alguma coisa, se eu ficar esperando o inimigo, talvez eu não seja forte o bastante pra revidar. Não é difícil chegar a essa conclusão. – Ele me encarou por alguns segundos, estralou os dedos e os apontou para mim. Parece que eu finalmente disse algo válido!

– Por que você não seria forte o bastante para revidar?

– Ora, Zack... que pergunta idiota! – Exclamei e ele ficou esperando a resposta. – Não é óbvio? Olhe pra mim! Sou o alvo mais fácil de atacar, pequena e magra.

– Exatamente! – Ele apontou o dedo, entusiasmado.

– Eu pensei que você estava me ensinando a lutar, não procurando defeitos em mim. Minha mãe já os joga na minha cara todos os dias, eu não preciso que você faça o mesmo, obrigada.

– Não, Ellie! Preste atenção, não é minha intenção desmerecê-la.

– Ah, é mesmo? Não parece.

– Escute! – Ele pediu, irritado. – A primeira coisa que se deve fazer em um combate é analisar a situação. Quem é seu combatente, qual o biotipo corporal dele, qual arma ele utiliza. Você precisa em poucos segundos identificar pontos fracos e pontos fortes.

– E o que tudo isso tem a ver com o fato de eu ser magra e pequena? – Questionei, irritadiça.

– Tem tudo a ver. Você precisa saber mais sobre si mesma do que sobre seu inimigo. Sabemos que você não tem o corpo perfeito para lutas, mas ao mesmo tempo que essa é a sua fraqueza, também é a sua maior vantagem. Vão lhe subestimar, achar que você é o elo mais fraco, vão deixar passar que você é rápida e hábil. Em todos esses anos, não a vi ficar parada por mais de 5 minutos. – Zack abriu um sorriso lento. – Antes que percebam, vão estar no chão. – Eu repeti o gesto, e antes que pudesse perceber deixei minha imaginação voar até a cena que o garoto havia acabado de descrever.

– Ok, agora você está falando a minha língua.

– Mas, para isso, você precisa treinar. Pronta? – Ele perguntou enquanto me passava o punhal.

– Eu nasci pronta.

...

– Nós não encontramos.

– Não estava dentro do baú?

– Não.

– Bom, isso é um problema e tanto. Qual foi a reação de Gibbons?

– Não poderia ter sido pior.

– Você ainda está vivo, então não deve ter sido tão ruim.

– Ainda não descobri se o fato de estar vivo dentro deste navio é algo bom.

Eu não estava mais dormindo. Pelo menos não completamente. Existe um momento que todo ser humano já dever ter vivenciado; um estado de espírito em que não sabemos se estamos dormindo leve demais ou se estamos sem forças para acordar. Eu podia sentir a temperatura fria e úmida da masmorra. O cheiro de algo podre infestava o ar e o som das patas dos ratos complementava o cenário deprimente daquela prisão.

Já devia ser manhã, eu pude concluir pelo tempo que havíamos sido largados naquele lugar. Estávamos na mesma cela, com as mãos atadas por cordas grossas, inicialmente apreensivos, mas agora sem muitas esperanças para o que viria depois. Visto que éramos os únicos cativos do calabouço, concluímos que os piratas não tinham o costume de manter prisioneiros.

– Realmente. – Alguém concordou. Ambas as vozes eram masculinas e falavam em inglês. – Bom ou ruim, é o que temos pra hoje. – Um breve silêncio se seguiu.

– Eu fico com o magricela.

Repentinamente eu estava encharcada. Minha pele estremeceu com o contato da água gélida do mar e eu não me recordo de quantos goles engoli, apenas me lembro de engasgar e tossir repetidamente com expectativa de poder respirar mais uma vez. As tentativas de Zack foram audíveis também, mas ele agiu com mais ímpeto, ficando em pé e praguejando enquanto eu me encolhia procurando uma maneira de sumir.

– O iminente deseja ver os dois pirralhos. – O mais alto falou, deixando o balde no chão. Não podíamos distinguir muito da aparência dos dois sob a escuridão do calabouço, mas pude notar a sombra do menor abrindo a cela.

– Por que ele não veio em pessoa? – Zack questionou.

– Ele não está em um bom humor e eu seguraria a língua se fosse você. – O pirata entrou e tomou o braço do garoto, o levando para fora. – Principalmente se quiser ficar vivo.

O outro me ergueu do chão no momento que eu puxava o máximo de oxigênio puro que podia – não tão puro assim levando em conta o odor asqueroso da prisão – e eu o segui sem forças, tonta ao ponto de tropeçar em minhas próprias botas.

Minha pele estava arrepiada, o estômago embrulhado e o coração retumbante inquieto no meu peito. Eu não entendia ao certo o que estava acontecendo com o meu corpo, por isso acreditei veementemente que tinha a ver com o nervosismo de reencontrar o pirata assustador que havia nos sequestrado. Mas era mais do que isso.

A tortura de subir as escadas até o convés foi recompensada pelo sol que foi de encontro aos meus olhos. A claridade me cegou por longos segundos e toda a minha atenção estava voltada para o meu corpo úmido. As risadas dos marujos acertaram meus ouvidos com pontadas, assim como o cheiro peculiar do navio.

O navio não era grande, consistia em um convés dividido em dois espaços pelas únicas duas velas. Eu notei duas portas na proa, uma provavelmente era destinada para a cabine do capitão e a outra eu não tive tempo de pensar para o que servia. Haviam duas aberturas para o interior do navio, uma pela qual nós havíamos saído e outra que estava fora do meu alcance de visão.

Meus sentidos estavam afiados e deixaram tudo ao meu redor mais intenso. O balançar da embarcação, as cores, o aperto do carcereiro no meu braço... Não me lembro ao certo quando fui ao chão, mas sei que eu não caí sozinha, haviam me jogado lá.

Quando levantei a cabeça me senti dentro de uma cova com leões. Com uma passada de olho eu pude contabilizar em torno de 20 deles. Acho que haviam reunido a tripulação inteira no convés, pois não era possível que houvesse mais homens espalhados naquela embarcação pequena. O navio devia ter viajado muito, pois todos pareciam carregar aparências completamente diferentes.

Olhos repuxados, olhos grandes, tonalidades de pele que variavam entre o oliváceo e o ébano. Alguns pareciam mais fortes do que outros, mas isso não importava, pois todos mantinham a mesma expressão ameaçadora. Não foi difícil me sentir exposta, muito menos humilhada. Carne fresca, seus olhares diziam.

– Dois moleques inúteis entregues com sucesso. – Disse o marujo que trouxera Zachary.

– Como você pediu, Gibbons. – O outro completou.

Ambos se afastaram, ao tempo que o pirata da noite anterior se desencostou da escada direcionada para o timão da embarcação. Eu engoli em seco, desejando poder deixar meu corpo tremer, mas eu não quis dar o braço a torcer de que estava aterrorizada. Eles já haviam tirado muito de nós, eu não daria o resto de dignidade que havia restado.

– Como foi a noite de sono? – Perguntou, se aproximando. Desviei o olhar para Zack procurando por suporte, mas este encarava o pirata com um ódio gratuito e não fazia a mínima questão de esconder isso. – Não temos acomodações cinco estrelas, admito, mas os ratos são até amigáveis, não são?

Sua fala arrancou algumas risadas dos outros homens. Eu odiei o sarcasmo em sua voz.

– Como foram tratados? Meus homens tiveram cuidado ao trazê-los a mim? – Ele questionou, me fazendo trincar os dentes com as outras gargalhadas que se seguiram. – Perdoem se meus amigos não souberam servir vocês, eles não têm modos. – Comentou se referindo aos marujos que haviam nos carregado. – Mas, vejo que eles tiveram o cuidado de lhes dar um banho, é um privilégio que nós não temos há muito tempo, vocês deveriam se sentir agradecidos. Foi por conta da casa, meus amigos!

– O que você quer de nós? – Zack vociferou. – Se nos trouxe aqui para nos matar, faça-o de uma vez!

– Vamos com calma, rapaz! – O iminente disse, risonho. – A diversão acabou de começar. – Ele puxou uma pistola de suas roupas e começou a brincar com ela entre seus dedos. – Estamos no mar há dias.

– Meses! – Um deles gritou e o iminente ergueu as mãos em concordância.

– Faz tanto tempo que eu já nem sei a diferença! Pobres homens... Qual é o seu nome, jovem? Vou perguntar o seu, visto que é o mais falante entre os dois.

Zack cerrou os punhos amarrados, as veias de seu pescoço estavam saltadas. Ele era um rapaz contido na maior parte do tempo e guardava a raiva para si, contudo ele parecia prestes a explodir e temi pelo que ele faria naquele instante.

– Nós queremos saber ainda hoje, se não for incomodar. – O garoto manteve o silêncio sem deixar de encarar o pirata. Gibbons passou a língua sobre os dentes amarelados. – Talvez seu colega deseje fazer a cortesia primeiro. – Sua voz perdeu o tom aveludado beirando a crueldade e sem delongas ele apontou a arma para a minha cabeça. Eu comprimi os lábios, me obrigando a ficar calada.

Fique quieta, Ellie! Fique quieta, Ellie! Fique quieta, Ellie! Fique QUIETA!

– Zack. – Ele respondeu seco, fazendo o pirata abaixar a arma com as sobrancelhas erguidas.

– Ah, Zack! Prático e distinto. – Comentou Gibbons, parecendo retornar ao bom humor. Ele era louco! – Como eu estava dizendo, nós estamos há meses empenhados em uma missão e as horas demoram a passar. Vocês já devem ter notado que não existem muitas atividades lúdicas dentro de um navio e meus homens estão tão claramente entediados, não estão? – Os outros responderam com urros em concordância. – Por isso, decidi os trazer aqui para solucionar um mistério e de quebra divertir minha tripulação. Por que quem não gosta de uma execução ao vivo, não é mesmo?

Em meio a diversos berros de concordância, Zack trocou olhares comigo. Sua expressão era a mesma que a minha; não estávamos entendendo nada.

– Quando nós os encontramos, estavam trancafiados em uma cabine fazendo sabe-se lá o que. Não queremos saber o que dois garotos faziam sozinhos em um cubículo daqueles. – Eu notei os olhares dos marujos se encrespando sobre nós. – A grande questão é que vocês estavam no mesmo lugar do baú do tesouro. – Entreolhei-me mais uma vez com Zack.

– Ainda não entendi qual o mistério. – Zachary disse. – Vocês trouxeram o baú, não foi? Do que mais vocês precisam?

– Não banque o espertinho para cima de mim! Havia uma joia junto ao tesouro, uma pedra verde desse tamanho! – Ele fechou um círculo com o dedo indicador e o polegar. – E adivinha só! Não estava dentro do baú!

– O quê? Vocês acham que está conosco?! – O garoto perguntou abismado, mas a minha respiração já estava entrecortada e minha cabeça latejava.

– Vocês foram os únicos que tiveram contato com o tesouro antes de nós.

– Só podem estar de brincadeira! – Gibbons direcionou a arma na nossa direção e disparou. Nós saltamos com o susto, ficando de pé e encarando o buraco que havia ficado no piso de madeira.

– Pode ter certeza que não estamos!

– Essa droga pode estar em qualquer lugar!

– Nós sabemos que está com vocês!

– Está blefando! É impossível que saiba! – A joia pareceu queimar no fundo do bolso da minha calça. Eu não sabia o que poderia ser pior, dizer que estava conosco e sentenciar a nossa morte ou morrer com o tesouro escondido no bolso. – A pedra pode ter caído no mar enquanto transportavam o baú!

– Então talvez eu deva jogá-lo ao mar para procurá-la! – Gibbons avançou, agarrando o pescoço do garoto e o erguendo com só uma mão. A tripulação foi à loucura gritando em concordância e eu berrei pela primeira vez indo de encontro ao marujo. Outro pirata me puxou e fechou os braços ao redor de mim enquanto o iminente levava Zack para a beirada do navio, pronto para jogá-lo ao mar.

– CALEB GIBBONS! SOLTE-O JÁ! – Uma voz feminina surgiu em meio ao caos.

De repente, toda a aglomeração ao redor dos dois foi afastada e com um impulso, todos foram jogados para trás. Eu me vi livre enquanto Zack e Gibbons foram erguidos no ar e separados bruscamente, um para cada lado do convés. Eu ergui os olhos e encontrei na porta que eu imaginei ser a cabine do capitão a dona da voz forte que havia se sobressaído.

Suas mãos estavam erguidas e seu rosto de traços finos estava contraído em raiva. Sua pele era bronzeada, cheia de marcas e sardas do sol. Os cabelos cheios e castanhos claros caiam em cascata ao redor do seu corpo voluptuoso. Sua aparência remetia a de um anjo, se não fossem os olhos azuis ferozes e as roupas que pareciam ter saído direto do baú de John. Calças, botas, uma camisa branca e um sobretudo preto. Um vestuário digno das reclamações mais absurdas de Cora.

Demorei alguns segundos para digerir a informação e mesmo quando entendi, a imagem permanecia dissonante. Não sei o que me deixou mais surpresa, se foram os corpos dos marujos voando de um lado ao outro sem explicação ou a mulher que claramente comandava o navio.

– A menos que meus olhos estejam muito enganados, eu acabo de presenciar a sua pessoa tentando matar a única testemunha capaz de nos dizer onde está a pérola! – Ela gritou e para a minha surpresa eu notei um vislumbre de medo nos olhos do iminente. Foi breve, logo em seguida suas narinas hiperventilaram e ele se levantou como um touro.

– Eu estava tomando conta dos negócios da "Barca de Caronte", se você não tivesse nos interrompido, Kassandra!

– Capitã Kassandra! – Ela corrigiu irritada, agarrando as lapelas do casaco do homem e esbravejando em seu rosto. – E eu não me lembro se foi assim que eu pedi que os meus negócios, fossem tratados! – Disse empurrando-o. Enquanto ela falava eu notei uma breve mudança no movimento do navio. – Eu detenho minha atenção sobre os mapas por dois segundos e vocês transformam minha embarcação em um circo! – Eu confirmei minhas suspeitas quando todos ficaram calados e começaram a se agarrar a qualquer coisa que fosse sólida e estivesse presa ao navio. – Vejo que vocês esqueceram quem de fato manda aqui! – O balanço se intensificou, assim como a minha tontura.

– Capitã, tenha misericórdia! – Um deles gritou.

– Por favor, capitã!

– Isso, supliquem mais! – Ela gritou.

Um a um os marujos começaram a ser erguidos no ar, gerando assim gritos e discórdia pela embarcação. O desespero deles era plausível, alguns não conseguiam respirar de tanto medo e outros estavam a ponto de cair ao mar. Em outra situação talvez eu tivesse rido por serem tão patéticos, mas também estava envolvida àquilo, e poderia ser muito bem a próxima a ser aprisionada no ar.

– Ele não queria nos dizer, Kassandra! Não admitia que havia pegado a pedra! Foi você mesma quem disse que a joia estava com ele! – Gibbons gritou. A expressão da capitã se aliviou e seus olhos encontraram Zachary largado no chão com os olhos esbugalhados.

– De fato. – Respondeu e jogou todos no chão do navio com um baque. O silêncio predominou e só o que permaneceu foi o som das botas de Kassandra caminhando em direção ao rapaz. – Eu tive um vislumbre da mente do garoto. Ele teve contato com a pérola. – Ela comentou enquanto analisava Zack – Mas eu não pedi que o matasse, Gibbons. – A capitã cerrou os olhos, fitando-o. – Se o matarmos nunca vamos descobrir onde ela está. A tortura, por outro lado, é um método e tanto para fazê-lo abrir a boca. Talvez um ou dois dedos a menos para começar ou talvez possamos seguir para esse rostinho bonito...

– Quantas vezes tenho que dizer que não está comigo?! – Zack gritou.

A capitã puxou uma adaga de sua bota e a passou lentamente pelo maxilar do garoto. Zack arquejou de modo sofrido ao receber o novo ferimento. Foi vendo a arma de Kassandra se aproximando da orelha do meu amigo que eu soube que precisava abrir a boca.

– Não está com ele, está comigo! – Gritei, apavorada. A capitã se virou na minha direção pela primeira vez. Acho que estava se tornando um hábito não ser percebida entre os piratas.

– Você não me contou que tínhamos duas testemunhas, Gibbons. – Kassandra comentou, ácida.

– Se ouvisse duas palavras do que eu digo, saberia do magricelo ruivo.

– Eu lhe dou a pedra se você nos mantiver vivos! – Disse, tentando engrossar a voz.A mulher riu, surpresa.

– Está tentando barganhar comigo? É sério? – Ela questionou, deixando que sua risada ressoasse pelo convés. – Você sabe que eu posso tomar a pedra de você sem mexer um fio de meu cabelo, não sabe? Ou a demonstração com meus marujos não foi o suficiente? – Ela voltou a rir e eu aproveitei a chance para continuar falando.

– Nós podemos lhe servir, se assim desejar.

– Ah! Você não notou? Eu já tenho mais de uma dúzia de piratas inúteis.

– Muitos morreram na noite passada. Podemos tomar suas funções.

– Vocês? – Ela sorriu com escárnio. – O que vocês têm a me oferecer? Além da minha pedra e um aglomerado de pele e osso? – Sua risada foi seguida pelos outros marujos que ainda não haviam se recuperado do ataque da capitã, mas que estavam fortes o suficiente para zombar de nós.

– Me solte e deixe que eu prove! – Zack pediu. – Posso não ser o mais forte, mas sou bom com espadas.

– Não temos dúvidas quanto a você! – Gibbons se pronunciou mais uma vez. – Provou seu valor noite passada. É sobre o seu parceiro que recaem os questionamentos. – Eu engoli em seco e encarei Zachary. Sua expressão suplicava para eu não aceitar, mas eu não podia dizer não. Não havia surgido outra chance de sobrevivência e eu precisava me agarrar àquela com todas as forças.

– Eu vou precisar do meu punhal, Zack. – Falei, erguendo minhas mãos presas em um pedido mudo para ser solta.

Palavras 3408

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