III
Ela acordou com o barulho de algo caindo dentro de seu quarto, era uma criada desconhecida, arrumando-o. Em seguida, Cordelia entrou em seu quarto com um vestido amarelo palha, os fios pareciam ser banhados no ouro, ela se limitou e por isso, não soltou um "uau". Cordelia fez com que ela corresse para o banheiro. Quando saiu, foi bombardeada com perguntas de Cordelia que estava sozinha no quarto.
— Viu o guarda bonitão na porta?! Soube do ataque?! Agora cada uma tem um guarda pessoal. Definitivamente, o seu é o mais bonito.
Meredith soltou um sorriso, completamente descontraída.
— Não vi o guarda bonitão. Que ataque?!
— Você não escutou nada?
— Dormi como uma pedra.
— Ontem à noite, rebeldes invadiram o jardim do castelo, a luta foi intensa, perdemos 200 homens. — Ela ficou em silêncio e soltou um suspiro um tanto quanto triste. Mas logo voltou a falar, com a voz um tanto quanto embargada. — E 50 criados; Lucinda é uma das vítimas. — A expressão da mulher mudava de triste para alegre em instantes. — Enfim, vamos falar de coisa boa, o príncipe está a sua espera.
Uma dor invadiu o peito de Mery que deixou os olhos sobre o chão, respirou fundo algumas vezes, notou que o dia parecia triste, como se chorasse a vida dos que se foram naquela noite. Aproximou-se um pouco da janela, podendo visualizar alguns criados limpando o sangue que estava no chão do jardim.
— Eu sinto muito. — Balbuciou de forma singela e sincera.
Os dedos finos tocaram a ponta da janela enquanto ela se aproximou, sentindo o vento roçar seu rosto. Fechou os olhos, sentindo o cheiro de sangue. Estava inundada de tristeza, como havia escutado nada?
— Tudo bem, essas coisas acontecem. Quando se mora aqui no castelo, você tem que estar preparado para isso. Guerra, ataques e perder as pessoas que você ama.
Em silêncio, Mery procurou as palavras em sua mente que lhe faltavam. Não podia ser possível, acreditava cegamente que as pessoas ocupavam parte de nossa trajetória e se elas deixam nosso caminho a marca delas ainda está lá, seja boa ou ruim, Cordelia se aproximou, com um vestido em suas mãos, voltando a falar.
— Ela fez para você.
Entregou o vestido para Mery que o segurou com força. Subsequente, ajudou a loira de pernas finas se arrumar. Deixou os fios soltos caindo sobre os ombros brancos, uma leve maquiagem foi posta na mulher. Após isso, ela forçou um sorriso nos lábios rosados. Em passos curtos, aproximou-se da porta, girou a maçaneta e quando puxou a porta para abrir, seus olhos pousaram sobre o homem mais bonito que pode visualizar. Olhos que pareciam o mais profundo oceano. Tinha a pele bronzeada pelo clima tropical, a barba perfeitamente arrumada e um sorriso de matar. Os músculos eram marcados por debaixo do uniforme e os fios negros levemente bagunçados. Tentou falar algo, porém, estava perdida em pensamentos apenas observando a beleza do homem.
— Senhorita, fui designado para a sua proteção. O príncipe está a sua espera.
Ela olhou para trás, exatamente para Cordelia que agora tinha um sorriso nos lábios, ela tinha razão, o homem era lindo. Voltou a olhar para ele com um sorriso nos lábios, agora um pouco maior. Estendeu a mão para ele em um cumprimento formal.
— Eu sou Meredith.
Ele ignorou a mão da mulher e levou as suas atrás das costas.
— Sei quem a senhorita é, todos sabemos. Poderia me acompanhar?
Ela abaixou a mão e deixou sobre a saia do vestido, posteriormente, balançou a cabeça em concordância, saiu do quarto por completo e fechou a porta atrás de si. Em silêncio, ela caminhou com ele. O homem para quebrar o gelo, começou a falar.
— Acha mesmo que vai amar um homem que praticamente te comprou?
Seus olhos se ergueram ao do homem. Então, soltou um bufar, pensando na resposta. Ela havia acabado de saber, mas parecia que a maioria do castelo já tinha conhecimento, e agora sua dignidade estava em jogo.
— Eu vou tentar, se eu não conseguir, me entregarei a uma longa e solitária caminhada monótona ao lado dele; mais conhecida como casamento mal sucedido.
— Por que aceita isso?
— Eu tenho escolha? Até ontem eu sabia que participaria de uma tradição, algo que devemos honrar, não sabia que seria a moeda de troca dos reinos, a mercadoria, não me pergunte como se eu soubesse o que fazer. — Ela falou irritada.
Não sabia nada do que estava acontecendo direito, ainda veria o pai para confirmar a afirmação. O homem colocou a mão sobre a espada e passou a língua pelos lábios, olhando para o norte. Deixou o silêncio reinar por alguns minutos.
— Aliás, eu sou James. Segundo general.
A mulher permaneceu em silêncio, era como se não tivesse algo a falar com o homem. Ela finalmente chegou ao local, uma parte do jardim que não tinha sido atingida pelo ataque, pressupôs. Havia uma mesa com seis cadeiras, Alain ocupou uma. As outras meninas não tinham dado sinal de vida. Ela fez uma reverência quando o viu.
— Alteza.
Puxou uma cadeira para se sentar do outro lado, queria ficar distante do soberano. Todavia, Alain se levantou.
— Um absurdo! Minha futura noiva se sentar longe de mim!
James apenas desapareceu quando Alain fez um sinal para sua saída. Em seguida, sentou-se ao lado de Mery.
— Não sou sua.
— É sim. Eu paguei por você.
— Isso é ridículo... Não sou uma mercadoria!
Ela cruzou os braços e ergueu-se o corpo na cadeira. Sua fronte estava levemente enrugada. Então, descruzou os braços, colocando uma mão sobre a mesa.
— Não me importa, eu paguei. E como um bom comprador, quero minha mercadoria, se você prefere ver assim, senhorita. — Ele segurou a mão da loira que estava sobre a mesa, voltando a falar em um tom calmo. — Eu quero fazer isso dar certo, Mery. Quero lhe conhecer, se me permitir. Por que me rejeita?
— Porque me trata como uma mercadoria. — Falou como se aquilo fosse óbvio.
— Não, Mery. Eu estou lhe tratando como a bela dama que és. Você que se declarou uma mercadoria desde que chegou aqui, mas saiba que não é a única. Do mesmo modo que seu pai lhe prometeu, meu pai me prometeu.
— Não sou bela.
Ele balançou a cabeça em negação. A cabeça da mulher gritava que o rei era um excelente ator, fingindo encantamento ao olhar para ela com os olhos brilhando. Falou somente aquilo para não estender assunto com o príncipe. Quando ele colocou a mão sobre o seu rosto.
— É linda, com as bochechas vermelhas.
Ele passou o polegar pelas bochechas rosadas, notando como, de forma natural, elas tomavam o tom avermelhado.
— Fios que mais parecem de ouro, os sinceros místicos olhos, pele como pêssego, lábios levemente rosados. Se as outras não fossem chegar, eu lhe beijaria agora.
Ela, por sua vez, se afastou, olhando para baixo.
A ruiva logo chegou, ela não sabia bem de onde a garota surgiu, apenas apareceu como um mágico em seu show, com um sorriso nos lábios. Ao se aproximar do príncipe, ela não foi cordial, beijou o homem. Consequentemente, Mery prendeu a respiração e olhou para o outro lado. Aquele beijo durou alguns segundos, Alain não moveu os lábios e nem podia rejeitar, pois não envergonharia a ruiva na frente de todas.
— Dormiu bem querido?
Ela ignorou completamente a existência de Mery. Segurou a mão do príncipe, mas o homem rapidamente soltou a da ruiva de forma delicada. Quando, finalmente, ela se sentou ao seu lado.
— Melhor impossível. Aliás, essa é a senhorita Meredith. É a primeira vez que temos alguém da província dela aqui.
Mery estava prestes a falar algo quando a ruiva mentiu.
— Já a conheci ontem. Posso dizer que somos boas amigas.
A loira apenas concordou com a cabeça e o príncipe voltou a falar:
— Sério?! Não imaginava.
Subsequente, as outras meninas chegaram. Um olhar de rivalidade estava entre elas; A morena olhou para Mery como se fosse tirar ela daquele lugar, o que a fez se aproximar do príncipe estranhamente como proteção. Ele, por sua vez, passou a mão pelo ombro dela, fazendo algumas meninas soltarem fogo pela garganta. A morena, então, puxou assunto:
— Então, Meredith... O que traz alguém de Alexey, uma província tão forte e independente, a competir? Tendo em vista que vocês não participam da tradição há anos.
Mery bebeu um pouco do suco que um dos criados a serviu antes de responder, em busca das melhores respostas em sua mente, optou por não dizer a verdade.
— Minha família me preparou desde o meu nascimento, estamos inteiramente ligados ao reino e ao Soberano, mesmo sendo capazes de nos sustentar independentemente, isso mostra que somos capazes de ser um reino por isso somos vítimas de desconfiança. Tendo isso em vista, minha família acha que é uma boa forma de mostrar nosso apoio a coroa.
— Isso é realmente interessante e intimidador, levando em consideração que um casamento com você seria ótimo para a coroa, temos uma competidora em potencial.
— Não estou aqui para competir.
A mulher olhou para ela incrédula e com certo escárnio, não acreditava que alguém não estaria ali para não competir, pois a coroa e o poder do país estavam em jogo.
— Como não? Todas estão aqui para isso.
Logo, o príncipe interrompeu.
— Até porque se ela fosse competir ganharia sem esforços, tendo em vista que ela não me trata como um objeto, senhorita Emma.
A mulher ficou em silêncio, o que sucedeu um momento desconfortável e pesado.
— Se me derem licença.
Meredith se levantou, pois, percebeu que sua presença não era mais bem-vinda no local. Um fino cordial e forçado sorriso estava em seus lábios. Retirou-se do local em passos rápidos. Alguns minutos depois, escutou passos em sua direção, era Alain.
— Mery, me espera!
Ela, então, parou de andar e virou para o homem. Ele, ofegante, colocou a mão sobre o peito e voltou a falar:
— Sinto muito pelo ocorrido.
— Não é sua culpa. — Ela falou, olhando para o lado.
Não queria olhar para o homem. Sua vergonha já era grande por si só, não precisava ser admirada.
— Foi sim, eu pensei que seria legal, conhecê-las.
— Foi legal? Suas putinhas de luxo se conhecerem?!
— Eu não vejo nessa colocação.
Os lábios dele se movimentam para sorrir, um sorriso ladino que derrubaria qualquer mulher, aquele sorriso de quem sabe que é bonito.
— Mas é assim!
— Meredith, eu irei me casar com você. Somente uma, eu fiquei com elas antes de conversar com você. Nenhuma delas é alguma coisa minha. E o beijo, eu não podia negar.
— Pare de falar assim, eu quase acredito em você!
O homem passou a mão pelo cabelo, olhando para o lado antes de olhar novamente.
— De imediato, não reparei na sua existência na primeira apresentação. Então, eu lhe vi na festa, estava divina, parecia um anjo. Enquanto todos admiravam outra coisa, eu só tinha olhos para você; Então, pensei: ela será minha esposa, tenho sorte por isso. Eu não sei como o futuro será, como cada dia será. Mas, sem dúvidas, você estará nele. Nosso destino está ligado, não importa o que aconteça. Eu me arrependi de ter ficado com as outras na noite do baile, e na nossa primeira conversa, percebi o quanto você é diferente, me tratou de forma diferente. Então, tente ignorar elas, pois não é sobre elas. É sobre você.
— Mas você deixou bem claro que não estava feliz com isso na nossa primeira conversa.
— Eu estava apenas fazendo um charme, apenas brincando.
Ele se aproximou mais da mulher colocando a mão sobre os braços dela. Estava sério, com os olhos sobre o dela, seus lábios se movimentavam para formar um pequeno biquinho.
— Eu preciso de tempo para me acostumar com isso.
— O tempo que desejar senhorita. Todavia, em alguns dias tenho que anunciar o nosso noivado.
— Tudo bem. Terei uma boa conduta.
— Aproveitando o momento, gostaria de ir a um lugar comigo?
— Onde?
Não era como se ela tivesse um interesse em sair com ele, mas sabia que não poderia negar o pedido de um príncipe.
— Não posso falar.
— Agora?
— Sim. — Ele respondeu, esperando a resposta um tanto quanto ansioso, pois seu coração pulsava sobre o peito rapidamente.
— Não tenho nada para fazer.
Deu de ombros, como se fosse tirar a insignificância das palavras. Então, ele segurou na mão de loira e a puxou devagar.
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