Capítulo 20 - Busca
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ATENÇÃO!
Se você tinha lido o que eu postei antes, desculpe a modificação, foi um mal necessário.
O final é o mesmo, o que mudou foi o começo e uma adaptação encurtando alguns acontecimentos.
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A FESTA na casa do prefeito ficava no extremo canto da cidade de Kalia e Alice nunca tinha se afastado tanto de sua casa como agora. Ela observava pela pequena janela da carruagem as ruas e ficava maravilhada com as mansões que pareciam uma mais bonita que a outra. Primeira vez que via algo parecido.
— O que tanto olha, Alice? — Perguntou Derio que estava ao seu lado após ver que ela não desviava o olhar da janelinha da carruagem.
— As casas. — Respondeu ela sem olhar para ele. — São todas gigantes e tão lindas. — Ao mesmo tempo lembrou do bairro dos nominados, que não tinha nada parecido com aquilo.
— É verdade. — Ele pegou as mãos dela e segurou. — Nunca tinha vindo para esta parte da cidade?
— Não.
— Como se sente?
— Mal. — A resposta dela foi curta e grossa e ela olhou para ele séria. — Desculpe.
— Por que?
— Quando você visitar onde eu moro entenderá o que estou falando. — Alice respondeu enquanto se ajeitava no assento olhando triste para as suas mãos que Derio segurava.
— Visitarei mais vezes.
— Cadê seus pais?
— Meu pai veio com minha mãe mais cedo, disse que tinha que resolver negócios antes da festa começar. — Derio respondias as perguntas com calma, mas ela permanecia desconfortável. — Está ansiosa para chegar?
— Um pouco. Nunca estive em um lugar como esses, — Alice escorou a cabeça no ombros esquerdo de Derio enquanto voltava a olhar pela janelinha. — nem sei se saberei me comportar. E se eu passar vergonha?
— Não vai passar vergonha. — Ele riu com a expressão engraçada que ela fez ao se imaginar fazendo alguma coisa errada. — Podemos ficar mais afastados dos outros convidados, não precisamos estar perto deles o tempo todo.
— Se puder ser assim, melhor. — Alice olhou para Derio e sorriu quando a carruagem parou.
Uma rápida olhada pela janelinha e Derio constatou que não era o local da festa, ainda faltava um pouco.
— Estamos quase chegando. — Derio disse a Alice quando os olhos perdidos dela buscavam entender o porque de pararem.
— Não é isso. — Alice lembrou das criaturas das quais nunca viu, mas sabia que existiam e que andavam por aí a noite caçando vítimas. — Ansiedade mesmo. — Mentiu.
— Deixa isso de lado. Queria aproveitar para que você soubesse que a partir de amanhã, outra pessoa vai trabalhar em seu lugar. — Alice olhou para Derio confusa. — Se eu e você iremos ter um relacionamento, quero que não seja nossa empregada.
— Algum problema com se relacionar com uma empregada? — Alice perguntou se sentindo um pouco ofendida com aquele comentário.
— Não. — Ele riu. — Só que eu prefiro ter você lá em casa como minha namorada, e não como a pessoa que trabalha para nós.
Alice se sentiu culpada em julgá-lo tão rápido. Foi então que ela se deu conta de como estava agindo estranho, não só como ele, mas com todos.
A Alice antiga talvez nem estivesse ali naquela festa, não teria coragem e mal conseguiria olhar nos olhos dos patrões, mas ela estava, não só estava como ainda tinha já tinha desafiado Anne sem mesmo saber o porque.
— Eu gosto de você, Derio, mas isso aqui não é para mim. No fundo me arrependo de ter aceitado e preferia estar em casa. — seu comentário havia deixado ele razoavelmente triste. — Só que eu também gosto de sua companhia. — Ela tentou consertar.
Alice abraçou a cintura de Derio, sentia o calor do corpo dele e se imaginava em casa. O que ela estava fazendo ali mesmo? Era tarde demais para pedir para voltar.
— Se quiser eu falo com meus pais para irmos embora mais cedo.
— Faria isso? — Ela olhou para ele e não conteve o sorriso meigo.
— Claro que sim. — Ele respondeu dando um beijo casto em sua boca e juntos começaram a rir.
Ao perceber que a carruagem ainda estava parada, Derio achou estranho e saiu para ver o que poderia ter acontecido.
— Algum problema para continuarmos? — Derio perguntou ao homem que guiava a carruagem.
— Acho que fecharam lá na frente, senhor. — Respondeu o homem enquanto passava um lencinho na testa.
Derio olhou na direção em que estavam indo. Eram prédios mais altos e ruas estreitas e o caminho até o local da festa passava por entre eles, mas algo estava impedindo todos de passarem. Um barulho de porta se abrindo foi ouvido e Alice também saiu da carruagem.
— O que houve? — Perguntou.
— Não sei, deve ter acontecido algo lá na frente, mas não deve demorar.
— Alice? — Uma voz feminina chamou para ter certeza se era ela e ao se virar para ver quem era, ela teve uma surpresa ao ver sua amiga. — Alice é você mesma!
— Mackenzie? — Alice não segurou o sorriso ao ver a soldada ali diante montada nas costas de um cavalo. — Está diferente.
Mackenzie usava um novo uniforme. Ele era todo preto de mangas longas. Na parte da frente do casaco, oito enormes botões prateados o mantinham preso. Luvas e botas compridas pretas e também um pequeno chapéu sobre o cabelo preso em um coque. Preso ao lado direito do cinto, uma bainha com uma espada.
— Você quem está diferente. — Disse a soldada feliz por ver Alice naquele vestido parecendo uma verdadeira princesa. — Está linda. Nunca imaginei você assim.
— Que nada.— Ela riu sem graça. — Sou apenas eu.
— O que você faz aqui? — Perguntou Mackenzie no exato momento em que Derio se aproximou de Alice e a abraçou por trás. — Ah... Senhor, Luchesan. — Mackenzie fez um cumprimento formal a ele.
— Sua mão?! — Alice notou que a mão direita de Mackenzie estava lá pode debaixo da manga do casaco e luva.
— Não. É só uma mão feita de ferro. — Mackenzie acenou com ela. — Não é a mesma coisa, nunca vai ser, mas, pelo menos, não me olham estranho.
— Se conhecem? — Derio perguntou.
— Sim.
— Ela passa todo dia onde eu trabalhava.
— Como assim trabalhava? — Alice questionou confusa — Aconteceu algo?
— Não soube? — Mackenzie sorriu quando Alice meneou negativamente a cabeça. — Fui promovida a capitã do exército aqui em Kalia. Foi uma surpresa muito agradável, apesar dos acontecimentos recentes. — Alice viu tristeza e pesar nas palavras daquela mulher.
— Quais acontecimentos?
— Deixa para lá. — Mackenzie virou o cavalo na direção de onde estava tudo parado. — Entrem. Eu vou ver o que está acontecendo ali. — Ela sorriu para Alice e Derio enquanto saia. — Outra hora nos falamos mais Alice.
Mackenzie se virou e saiu em disparada seguida por outros dois soldados em uniformes cinzas como ela usava antigamente.
— Nova capitã? — Alice estranhou, mas ficou feliz por ela, havia sido promovida. Será que deixaria de trabalhar na entrada do bairro nobre? E se ela não a visse mais? Ao mesmo tempo que estava feliz, ficou triste em saber que não tinha certeza sobre o encontro diário das duas.
— Ela me pareceu uma pessoa muito boa.
— E ela é, não é atoa que gosto muito dela. — Alice riu e se virou abraçando Derio. — Queria que tivessem mais soldados no reino como ela.
— Vamos esperar lá dentro. — Derio sugeriu e juntos entraram novamente na carruagem para esperar conforme Mackenzie ordenou.
—
Não muito longe dali, nos telhados de uma enorme mansão estava Gareth observando de longe o brilho das chamas dos archotes tremularem no jardim onde a festa estava para acontecer. Ele estava sentado sobre a pontinha do telhado, mesmo se alguém percebesse a presença dele ali, seria impossível saber quem era.
Gareth brincava com a adaga na mão direita, passando ela habilmente entre os dedos enquanto não desgrudava os olhos do local da festa.
"Aqui está muito longe". Pensou ele antes de ficar em pé no telhado.
Estava prestes a colocar a adaga dentro do casaco quando notou que o brilho da mesma mudou de cor, ganhando um tom levemente rosado. O coração dentro do peito estremeceu.
"Lacaios"
Ele estendeu a adaga a frente procurando saber em qual direção estavam. Mirou na direção da festa e o brilho era fraco, ao movimentar pouco a pouco o corpo para a esquerda na direção da rua que ia até o local da festa, a adaga começou a ganhar um brilho mais intenso.
"Para lá"
O brilho aumentou rápido, o que significava que não era apenas um lacaio, havia mais, ou quem sabe até seria um faminto. Não pensou duas vezes e saltou em direção a rua. Abriu os braços enquanto caia e rolou ao tocar o chão. Correu na direção do muro e com um movimento rápido subiu por ele se jogando do outro lado já na rua. Uma nova olhada na adaga enquanto corria e ela estava mais vermelha, pouco a pouco ela ganhava um tom avermelhado mais forte. Estava na direção certa.
Gareth saltou um muro menor, correu para a lateral de uma casa, pulou e com a perna direita ganhou impulso suficiente para usar a perna esquerda no muro e se jogar para agarrar beirada do telhado da casa. Um impulso rápido e ele já estava no alto correndo na direção de uma outra casa. Ganhou velocidade e se jogou de uma casa para a outra e finalmente estava na última antes da rua principal.
Gareth olhou ao redor para ver se via alguma movimentação estranha e percebeu as diversas carruagens paradas esperando uma atrás da outra. Ele viu Mackenzie se aproximar e entrar entre os prédios no mesmo momento que pessoas começaram a correr em pânico.
— Alice! — Seu coração ficou pequeno ao imaginar algo acontecendo a ela.
Pessoas corriam desesperadas para longe e Gareth saltou na rua. O desespero das pessoas era tão grande que elas nem reparavam em um sujeito vestido de preto e mascarado passar correndo por ali.
Três homens vestindo bem-vestidos com roupas pretas abriam as portas das carruagem a força e examinavam o interior enquanto as pessoas gritavam com o susto. Eles eram altos e fortes, estavam suados e seus olhares eram de ódio. Seria apenas uma busca louca deles se Gareth não conhecesse um lacaio. Eles rosnavam e gritavam para as pessoas enquanto agrediam as mesmas sem motivo aparente.
Gareth sabia que não eram famintos, ainda eram humanos, mas com comportamento agressivo. Era um sinal de um estágio avançado de lacaio. Isso só significava que seu criador estava perto procurando por algo.
— Salazar... — Gareth pensou alto antes de ser cercado por mais de dez soldados do reino empunhando espadas contra ele.
— Quietinho aí sujeito estranho. — Ordenou um dos soldados enquanto o corre-corre de pessoas só aumentava.
— Acreditem em mim, — Gareth levantou as mãos fingindo se render enquanto girava o corpo bem devagar analisando cada um dos soldados e suas posições. — eu não posso perder tempo com vocês.
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