Capítulo 17 - Castigo
CASTIGO
[ AVISO IMPORTANTE ]
[ Caso encontrem algum erro, peço desculpas desde já. ]
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DERIO entrou em casa seguido por Bettrys e um soldado em seu encalço. Ao pisar dentro da sala e ver Anne sentada, acelerou as passadas na direção dela ignorando a presença de sua mãe e seu pai que olhavam para ele assustados. Sua expressão era ódio e preocupação. Derio foi até a irmã que se levantou quando ele chegou perto, o que só facilitou o seu tombo quando ele bateu com as palmas da mão no ombro dela a jogando com fúria contra a poltrona.
— Você está ficando louca?! Perdeu o juízo sua maníaca? — Vociferou contra a irmã que não disse nada e caiu em lágrimas. — Aliás... Nunca teve não é mesmo?
Malvo agarrou o filho e o puxou para trás.
— Pare, Derio! — O pai o repreendeu. — Não precisa disso.
— Não precisa? Como que não precisa? Eu não sei onde Alice está ou com quem está. E por Deus... O que pode ter acontecido a ela por causa dessa imbecil? — Finalizou apontando para a irmã.
Bettrys sentou-se na poltrona mais perto da porta e ficou assistindo tudo assustada. Estava tão preocupada quanto Derio.
— Calma filho. — Pediu Ângela. — Não vamos perder a cabeça agora.
— Não tem calma, mãe. — Derio passou as mãos no rosto e sentou na poltrona ao lado de Bettrys visivelmente abalado. — Eu já perdi a cabeça tem tempo e não quero perder Alice por causa dessa... — Não achou uma palavra para descrever a irmã.
— Desculpa, irmão. — Anne interrompeu ele e tentou argumentar, mas o olhar de reprovação que recebeu de volta doeu mais que o empurrão anterior.
— Podem ficar calmos, senhores. — Disse o soldado no típico uniforme cinzento do exército tentando amenizar a tensão do ambiente. — Oficial Marlos e Nadele vão resolver qualquer problema.
— Quem são estes? — Ângela perguntou ao soldado.
— São soldados de elite do reino. Oficial Marlos é o guardião da princesa e Nadele é uma amiga que veio com ele.
A família parecia confusa, mas antes que qualquer pergunta surgisse o soldado explicou.
— Eles estavam no quartel para conhecerem o local, quando estes jovens apareceram lá pedindo ajuda. O Oficial Marlos ouviu tudo e saiu assim que ela terminou de falar. — Apontou para Bettrys que estava sentada ao lado de Derio. — Nadele explicou que o Oficial Marlos saiu para procurar e ajudar a tal garota, Alice, logo depois saiu atrás dele pedindo para mim que escoltassem os jovens até aqui.
— E ele não deixou que eu fosse atrás para saber das coisas. — Resmungou Derio apontando para o soldado.
— Perfeitamente, senhor. — Respondeu o soldado. — Não precisamos de civis para fazer o trabalho do exército, ainda mais quando se tem dois soldados de elite fazendo isso.
— Eles são tão bons assim? — Bettrys perguntou olhando para o soldado.
— Bons? — O soldado deu um risinho. — Mais que isso.
— Vamos esperar que fique tudo bem, filho. — A mãe de Derio sentou ao lado dele abraçando-o.
Anne permanecia sentada encolhida na poltrona chorando baixinho. Malvo olhou para ela com desprezo, não estava reconhecendo a própria filha.
— Eu sabia que você não gostava das pessoas de fora da cidade, filha, mas não que chegasse a esse ponto.
— É só um susto pai, ele não vai fazer nada. — Argumentou de volta com a voz alterada tentando se defender.
— Só um susto? — Derio voltou a se exaltar. — Você encomenda o serviço a um criminoso para ele dar um susto? Você tem problemas, Anne.
— Isso é terrível minha filha.
— Queria que você estivesse no lugar dela agora, sua idiota. — Derio levantou e saiu em direção ao quarto passando pela irmã sem olhar para ela. — Só um susto. — Ele comentou debochadamente. — Qualquer notícia estarei no meu quarto.
Malvo acenou para Bettrys acompanhar Derio, deixando Anne sozinha com eles. Antes que ela passasse por ele, tocou no ombro dela.
— Tenho que conversar com você depois. — Disse Malvo de forma séria e Bettrys apenas assentiu.
Assim que ela saiu, os pais olharam para a filha com total ar de reprovação.
— Isso foi o cúmulo das suas barbaridades, Anne. — Começou a mãe.
— Você foi afastada desta casa por causa de atitudes parecidas uma vez, mas ainda assim não aprendeu, então vai ser castigada de novo. Isso que você fez ultrapassou qualquer limite de mal comportamento, minha filha. Isso não se faz. Onde estava com a cabeça? — Malvo repreendeu. Sua voz grave e seu tamanho só pareciam aumentar o tamanho da represália, o que deixava Anne cada vez mais desconcertada.
— Precisa de disciplina. Se nem eu e nem seu pai conseguimos, tem um lugar que vai conseguir.
Anne olhou horrorizada para os dois com aquelas palavras. Ela tremia e chorava.
— O que querem dizer com isso? — Sua voz era aflita.
Malvo e Ângela se olharam sérios por alguns segundos e voltaram a olhar para a filha. Pareciam chateados, tristes e furiosos ao mesmo tempo. Um misto de sentimentos confusos em relação a linda filha que tinham.
— Você vai ser mandada para o exército. Lá terá disciplina o suficiente.
— O quê? — Perguntou extremamente surpresa e as lagrimas sumiram de seu rosto. O soldado que ainda assistir a conversa conteve o sorriso.
— Acabou essa sua vida de princesa. Vai aprender a obedecer de um jeito diferente.
— Por favor, pai! — Anne começou a chorar de novo com a perda e olhou para a mãe como se ela pudesse mudar as coisas. — Mãe? Vocês não vão fazer isso comigo, vão?
— Não tem por favor. Está decidido.
—
Alice estava tomando um banho e ainda estava assustada. Esfregava cada parte do seu corpo com intensidade tentando se livrar de qualquer coisa que estivesse ali. A cada vez que se lembrava do criminoso, esfregava o local ainda com mais força deixando a pele vermelha.
No andar debaixo, Maya conversava com Nadele. Ela contou tudo a Maya do que havia acontecido e como encontraram Alice. O momento que os dois jovens entraram correndo no quartel pedindo ajuda com urgência, quando Oficial Marlos saiu em disparada para o local comentado por eles procurando a garota que iria ser vítima.
Eles haviam se separado para encontrar ela, mas quem a salvou foi Marlos com a chegada de Nadele logo em seguida.
— Obrigado por proteger minha menina. — Maya agradeceu com um aperto no peito.
— É o nosso trabalho, senhorita. — Nadele deu um sorriso.
Maya ficou impressionada com a soldada. Nunca tinha visto alguém como ela, desde suas roupas elegantes para um uniforme de soldado até seu porte físico mais alta que a maioria das mulheres e também mais forte. Além disso, o fato de saírem do bairro nobre e irem até o lado dos nominados para ajudar Alice. Definitivamente eles eram diferentes.
— Eu não sei como retribuir... — Maya suspirou e deu um sorriso de derrota. A segurança de Alice não tinha preço.
— Não se preocupe. Reportaremos o caso a princesa e ela dará um jeito na segurança do local. A essa altura, o sujeito deve estar sendo enviado para Dracoria, então, não tem com o que se preocupar mais.
Maya agradeceu a soldada mais uma vez e ela saiu do salão seguida pela capa esvoaçante combinando com o uniforme branco, todos os olhos dos clientes sobre ela. Por mais que fosse apenas uma soldado, era linda e chamava a atenção de todos.
Ignorando os clientes a serem atendidos ali, Maya subiu correndo para o quarto conversar com Alice sobre o ocorrido. Ela já sabia o que tinha acontecido, então evitaria qualquer pergunta a ela. Sabia que seria uma tortura ter que lembrar detalhes depois de tudo, então era melhor esquecer.
Alice estava se olhando no espelho, mexendo delicadamente nos lábios a fim de ver como estava a língua que mordeu acidentalmente.
— Como está, Alice? — Maya a interrompeu.
Alice sentou na cama olhando o nada. Estava pensando em tudo que tinha acontecido a ela nas últimas horas. Do céu ao inferno em poucos segundos.
— Bem. — Alice respondeu secamente.
— Que bom que eles apareceram para te ajudar. — Maya sentou ao lado de Alice e a abraçou dando um beijo terno no topo de sua cabeça. — Agora está tudo bem.
— Cadê, Gare?
— Saiu cedo, como sempre e Deve chegar a qualquer momento. — Maya suspirou. — Deixa que eu converso com ele.
— Tenho que falar de Derio para ele. — O humor de Alice ainda era péssimo. — Ele me deu um vestido e me convidou para irmos amanhã numa festa, um baile na casa do prefeito de Kalia. — Maya não conteve o sorriso ao ouvir aquilo, mas estranhou ela se preocupar com aquele detalhe naquele momento.
— Ele ainda não sabe de nada? — Maya perguntou e Alice meneou negativamente com a cabeça em resposta. — Ele vai ficar doido quando souber disso tudo. Uma confusão só.
— Talvez fique como eu fiquei quando soube do ritual... — Mais uma vez Maya ficou surpresa com a resposta de Alice, mas ignorou qualquer reação de surpresa que sentiu. — Será que isso tem a ver? — Finalizou Alice com a pergunta totalmente nada a ver com o assunto de seu ataque.
Para surpresa de Maya ela não sabia que o ataque foi premeditado por Anne. Derio contaria a ela mais tarde? Não sabia dizer, mas sabia que não era uma boa hora para explicar detalhes, então deixou como estava.
— Durma um pouco, Alice. Eu vou terminar de atender aqueles clientes e subo o quanto antes para te fazer companhia se precisar.
— Eu vou com você.
— Por favor não. Descanse um pouco, menina. — Maya insistiu.
— Não quero descansar. Quero distração. Se eu ficar aqui vou ficar lembrando daquele monstro e eu não quero isso.
— Lá em baixo não é o melhor para você distrair. — Maya disse sabendo dos homens que frequentavam o ambiente ali. Poderiam até não atacar ela fisicamente, mas com os olhos sim e isso não ajudaria em nada. — Não acha melhor ficar aqui descansando e pensar numa forma de como contar a Gareth sobre Derio e sobre esse ... incidente?
As duas conversavam uma olhando para a outra, quando notaram uma sombra passar pela porta e entrar no quarto.
— Me contar o que? — Gareth cruzou os braços olhando para as duas. — E quem é Derio?
Maya engoliu seco. Alice permanecia séria olhando Gareth. Algo nela estava estranho, não era a menina assustada que costumava ser, parecia mais nervosa do que com medo.
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