Capítulo 13 - Sentimentos
SENTIMENTOS
[ AVISO IMPORTANTE ]
[ Caso encontrem algum erro, peço desculpas desde já. ]
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CRIANÇAS riam e brincavam alegremente correndo de um lado para o outro o tempo todo. Alice ao lado de Derio observava tudo. Por vezes ela olhava ele e o mesmo nem percebia isso, pois estava prestando atenção ou brincando com algumas crianças que iam até ele. Nem parecia que ele era um completo desconhecido para elas, mas Alice sabia que criança não julgam, por isso aquela animação. Além de que, ele estava com ela, e todas as crianças a adoravam.
Derio estava à vontade, quando percebeu já estava caído no chão repleto de meninos querendo subir em cima dele.
— Socorro, Alice! — Disse Derio entre algumas risadas enquanto fingia estar sendo atacado pela meninada.
— Bobo. — Ela disse sorrindo enquanto o admirava. Nunca tinha imaginado ele daquela forma, o que o deixava ainda mais atraente com toda aquela paciência.
Alice permaneceu em pé observando a cena e logo Mercedes se aproximou dela sem que ela percebesse.
— Aconteceu algo com a Lucia? — O rosto sereno de Mercedes parecia preocupado.
— Não. — Alice respondeu e se virou para Mercedes. — Por que?
Mercedes fez sinal com um movimento de cabeça na direção da pequena Lucia que brincava no balanço sozinha. Logo ao ver a cena, Alice se deu conta de que a garotinha sempre ia para lá e Alice logo a acompanhava para brincarem juntas. Estranhamente ela não se sentiu culpada com aquilo, mas caminhou na direção da menina que ao ver ela se aproximar teve o rostinho iluminado.
Mercedes a encarava pensativa como se tentasse entender algo.
— Liiice! — Gritou a pequena.
— Vamos brincar?!
Não precisou de resposta e as duas já estavam juntas brincando. Alice empurrava a pequena que balançava para trás e para frente exibindo um lindo sorriso.
Sua atenção estava voltada para Lucia e para Derio do outro lado durante a tarde toda. Ela havia esquecido completamente as outras crianças que também gostavam de brincar com ela, quando Alice percebeu que mal tinha dado atenção as outras crianças, era tarde demais e ela já estava para ir embora.
— Tenho que ir, Derio. Não posso ficar depois que o sol se põe. — Ela sorriu. — Ordens da minha família.
Ele estava sentado no chão com as duas mãos para trás apoiadas sustentando o peso do corpo.
— Mas já? — Reclamou Derio simpaticamente enquanto se levantava. — Poxa. — Ele fez cara de triste e as crianças repetiram seu gesto como se a culpa fosse dela.
— Titia tem que ir. — Ela disse rindo. — Está tarde.
— Só mais um pouquinho, tia. — Pediu um dos garotos.
Derio olhou para ela esperando uma resposta, mas ela não podia. Ordens de Gareth. Sentiu o frio percorrer pelo corpo ao entender o porquê ela não podia ficar depois que o sol se escondesse no horizonte. Era por causa das criaturas.
— Não posso, Derio. — Ela já disse um pouco mais séria e Derio pareceu reparar na forma que ela falou e ficou em pé ao lado dela.
— Os titios tem que ir. — Ele disse calorosamente para as crianças. — Nós voltamos outro dia.
As crianças fizeram bicos de choro e chateação, queriam brincar mais com uma energia que parecia não ter fim. Logo a irmã Mercedes se aproximou para facilitar as coisas para eles. A simples presença dela já avisava aos pequenos que já tinha dado a hora.
O humor de Alice havia mudado naquele pequeno episódio, ela queria ir embora, não mais ficar ali. Queria que Derio fosse embora e ficasse seguro em casa. A preocupação com algo que ela nunca tinha visto a assombrava.
Todos se despediram e a irmã Mercedes fechou o portão atrás de Alice e Derio que caminhavam para a outra rua. A pequena Lucia estava com as mãozinhas nas grades do portão enquanto olhava por eles os dois irem embora, Mercedes observava aquela cena com olhos semicerrados como se tentasse entender algo. Mas o que?
—
Derio e Alice caminhavam lado a lado pela pequena rua que levaria a principal, onde Derio voltaria para sua casa no bairro nobre e Alice seguia na outra direção para sua casa no bairro nominado. As pessoas ao redor olhavam atentamente os dois, sabiam quem ele era só pelas roupas elegantes que usava.
— Está todo mundo olhando para a gente. — Derio comentou.
— Não ligo. — O humor de Alice ainda era quieto demais, o que fez Derio olhar para ela.
— Aconteceu algo?
— Nada, é só que... estou cansada. — Ela mentiu. Queria que ele fosse embora logo e estivesse em lugar considerado seguro, assim como ela queria estar em casa também. Ela estava preocupada com ele e com ela, apenas.
O sol já tinha se posto no horizonte deixando somente um céu alaranjado, logo mais estaria escuro.
— Tudo bem... — Derio caminhava ao lado de Alice com as mãos cruzadas atrás da cabeça. — Me tira uma dúvida. Reparei que só tem crianças até uma certa idade lá. Por quê? O que quero dizer é que, se completarem uma certa idade, o que acontece com elas?
— Diz a irmã Mercedes que são adotadas quando completam quinze anos e elas vão morar em outra cidade.
— Todas elas?
— Sim.
— Que estranho.
— Como assim?
— Serem adotadas justamente quando completam quinzes anos. É sempre assim? — Derio olhava para Alice que parecia emburrada.
— Sempre. As vezes elas podem ser adotadas mais novas, mas é difícil acontecer.
Derio ficou encarando Alice pensando naquilo, era estranho acontecer daquela forma. Alice nunca tinha pensado daquela forma, mas fazia sentido, justamente ao completar quinze anos elas serem adotadas. Conversaria com Mercedes sobre isso.
— É aqui que nos separamos. — Disse Alice ao chegar no local em que se separariam.
— Foi um prazer ter sua companhia hoje à tarde e também poder conhecer aquela meninada toda. — Ele disse sorrindo e se aproximou um pouco mais. — Agora entendo o porquê gosta de visitar eles. São crianças e a inocência deles tem uma alegria contagiante.
— É verdade. — Alice lembrou dos pequenos e de como Derio os tratou durante a tarde. — Eles te adoraram e com certeza vão querer te ver de novo. Sabe... não tem muitas pessoas que olhem por eles. — Ela não conseguia sorrir, tinha algo errado com ela, Derio percebeu isso.
— Eu imagino.
Os olhares dos dois se encontraram, Alice estava séria. Ela só queria ver ele seguro. Tinha que se despedir, lembrou de Garrot e de novos as palavras dele e então se jogou contra o corpo de Derio a sua frente e o abraçou descansando a cabeça sobre o peito dele.
— Vai para casa. Amanhã a gente se vê. — Não era bem uma despedida, era um pedido. Ela estava com medo de perder ele agora que estava indo tudo tão bem.
— Você também. — Ele disse olhando para o topo da cabeça dela esperando que ela o encarasse.
Alice levantou a cabeça e encontrou os olhos negros de Derio a encarando. Faz algo Alice! Ela brigou em consciência com ela mesmo.
Seu estômago parecia encher de borboletas enquanto o coração começava a bater mais forte. Ela não sabia bem o que fazer, mas queria beijá-lo da mesma forma que ele havia feito, então levou as duas mãos que abraçavam a cintura dele até seu rosto macio e puxou para ela, levantou os pés para ficar com uma altura mais confortável, fechou os olhos e deixou os lábios dele tocarem no dela. As mãos dele prenderam sua cintura e puxou o corpo dela para mais perto dele. Uma sensação indescritível passou pelo seu corpo, mas era bom.
O beijo foi simples e rápido e assim que se desvencilharam os dois sorriram. Todo aquele medo de que algo acontecesse a ele tinha sumido por um tempo, ela não queria se importar com os outros. Queria se importar com o que era dela.
— Vai para casa! — Ela pediu novamente enquanto dava alguns passos de costas antes de finalmente se virar.
— Até amanhã! — Disse Derio se virando em direção ao caminho que levava a sua casa.
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É um capítulo pequeno, eu sei, mas não precisava de mais do que isso. 😊
Aproveito para deixar o comunicado de que o próximo capítulo é do Gareth.
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