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Capítulo 11 - Maldição

MALDIÇÃO

[ AVISO IMPORTANTE ]
[ Caso encontrem algum erro, peço desculpas desde já. ]

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NUNCA antes Alice tinha visto o rosto de Gareth por debaixo da máscara. Com uma rápida olhada para Maya, sabia que pelo seu espanto, também era a primeira vez que ela veria.

— É assim que eu sou. — A voz de Gareth apesar de firme, era pesarosa. 

Um rosto bonito de um homem maduro, feições firmes e sobrancelhas grossas. Olhos ainda mais negros do que Alice conhecia, ao redor deles, uma tinta negra para ocultar a pele sob a máscara. Seus cabelos eram castanhos tão escuros que facilmente se confundiria com negro. Gareth não sorriu, mas tinha os dentes bonitos que o deixariam lindo se não fosse por algo a mais em seu rosto. Além da pele pálida e aparentemente frágil e várias cicatrizes esbranquiçadas pelo rosto, uma enorme cicatriz avermelhada que começava na testa, passava pelo olho e a face esquerda, pescoço e sumia por dentro das roupas negras. Não era cicatriz de um corte e sim de uma ferida que começou pelo rosto e espalhou para todos os lados. Além dela, outras feridas vivas marcavam o lado esquerdo de seu rosto deixando-o quase completamente deformado.

Maya levou a mão na boca para cobrir o espanto segurando um gritinho. Alice apenas observava com olhos tristes com pena de seu querido Gare.

— Gare... — Alice deixou escapar de forma triste.

— Desculpem se assustei, não foi a intenção. — Disse Gareth já colocando a máscara, mas Alice segurou as mãos dele.

— Não. Ainda não. — Gareth a olhou confuso. — Confesso que estou assustada, mas não é medo ou sei lá o que pode estar pensando, é apenas porque nunca tinha visto algo assim.

— Sou um monstro, querida. Por isso guardo segredo de existência.

— Não. Não é.

— Se todos os monstros fossem como você o mundo seria melhor... — Maya disse sorrindo para confortá-lo.

— Não precisa se esconder de nós, Gare. Somos uma família. — Alice disse e segurou firme as mãos de Gareth.

— É a primeira vez que alguém me vê assim. Vocês são as únicas desde que começou a aparecer isso.

— E o que é isso exatamente? — Alice estava curiosa, mas logo se lembrou que também estava amaldiçoada. Ela também ficaria assim? Engoliu seco, mas não queria demonstrar seu horror a Gareth, não queria faze-lo se sentir ainda pior. Ela aguentava firme reprimindo a dor fria que crescia dentro dela ao se imaginar daquela forma.

— Como eu disse, é uma troca, eu ganhei tudo que falei a vocês duas e em troca, ganhei essas feridas que destroem minha pele me transformando nesse monstro...  — Gareth virou a máscara para si a encarando enquanto falava. — Elas não saram com facilidade e quando saram, outras aparecem em outros locais. Meu rosto é o mais afetado, mas minhas mãos, braços, costas e peito também, porém com menos intensidade.

— O que você perdeu exatamente? — Alice quis saber.

Gareth olhou para Maya e depois para Alice sem responder nada como se pensasse bem no que falaria.

— Eu perdi muitas coisas, então não sei ao certo o que o ritual tirou de mim.

— Tipo o quê? — Maya se prontificou curiosa, mas Gareth apenas olhou para ela como resposta.

Alice entendeu que ele já tinha sofrido muito com tais perdas, ela não sabia o que era, mas pela forma como ele ficou triste deveria ser tão sério que ele evitaria falar. Em respeito a ele quis mudar o rumo da conversa, mesmo que a curiosidade e o medo apertavam seu peito numa dor crescente.

— Deixa para lá, Gare. — Alice se aproximou dele. — Não precisa responder.

— Eu fracassei... — Gareth envolveu Alice com um abraço apertado e colocou a testa virando o lado direito do rosto para os cabelos dela, evitando que entrassem em contato com as feridas do lado esquerdo da face. — Eu salvei sua vida com uma maldição, mas não consegui reverter a tempo e agora você pode sofrer algo que eu ainda não sei o que é....

— Como assim?

— O ritual só começa com a idade adulta, e hoje você completa dezoito anos, a idade adulta. Por isso que é a partir de hoje que você pode se sentir diferente, ou acontecer coisas estranhas com você ou com... — Gareth hesitou por um momento encarando o lindo rosto de Alice. — ...seu corpo.

Ele está com medo que eu fique como ele. De que aconteça a mesma coisa comigo e eu fique assustadora. Quando Alice entendeu o medo de Gareth, não conseguiu segurar a dor que doía dentro dela a algum tempo e o abraçou descansando o rosto em seu peito.

— Não fica assim, Gare. — Alice implorou triste com a voz abafada pelas roupas de Gareth. — Você sempre cuidou de mim da melhor forma que pôde. Não vou te odiar se não fizer nada por isso.

— Que tal se a gente esquecer essa história hoje. Deveríamos estar fazendo uma festa, não um funeral. — Maya brincou tentando mudar o clima e logo se juntou aos dois abraçados.

Era verdade o que ela havia dito, Alice sabia disso, deveriam estar comemorando o aniversário dela e não aquele clima triste de surpresas estranhas e desagradáveis. Aconteceu? Aconteceu e tinham que aceitar isso. Gareth sempre cuidou dela, não ia ser hoje que ele a abandonaria e até Maya mudou com o tempo para melhor, ela se adaptou, porque ela não poderia se adaptar com o que viesse pela frente?

O futuro de Alice era incerto. Ela não sabia o que iria acontecer a ela, mas algo dizia para ela que a reação estranha contra Anne e Bettrys tinham a ver com aquilo. Queria gritar, chorar não parecia suficiente, mas seu corpo apenas permitia que lágrimas escorressem pelo seu rosto enquanto sorria por estar em família. Sentimentos tão complicados que ela não conseguia fixar pensamentos em nada.

Durante o restante do dia todos evitaram falar no assunto e seguiram suas vidas normalmente. Gareth, Alice e Maya tinham tantas coisas para contar um ao outro que poderiam ficar ali por horas conversando.

Alice falou do episódio na praça com Mackenzie, o sumiço repentino dela, mas que tudo ficaria bem. A volta da sua inimiga, as visitas que ela fez ao orfanato naquele meio tempo e até o seu relacionamento mais próximo com Derio. Por medo das reações de Gareth, ocultou que ele tinha dado um beijo nela. Pelo menos por enquanto ele não saberia, afinal, Gareth morria de medo de sua menina, o que era até engraçado.

— Esse aqui é o seu presente. — Gareth entregou a Alice o baú que havia trazido, ela estava tão imersa naquela conversa que havia esquecido completamente que ainda era seu aniversário.

Os olhos de Alice pareciam ganhar uma nova vida com aquilo. O semblante abatido sumiu dando espaço a um rostinho alegre.

— É lindo, Gare! — Alice abraçou ele em agradecimento. — O que é?

— Segredo. — Ele comentou e logo em seguida deu uma pequena risada.

Ao abrir o pequeno baú, Alice encontrou um tecido de um azul celeste e delicado. Ao tocar no tecido sentiu como era macio e leve. Devagar ela o levantou abrindo as duas mãos para visualizar o tecido que se mostrou um lindo vestido comprido com manguinhas curtas. Um pouco mais justo na cintura e no busto para valorizar o corpo dela.

— É lindo, Gare! — Alice comentou e abraçou o vestido contra o rosto sentindo sua maciez. — Amei.

— Realmente é muito lindo. — Maya concordou.

O tempo passou rápido e noite chegou sem eles mesmo perceberem. Maya queria aproveitar o momento com todos ali, então não trabalharia e daria a si um descanso. Pendurou uma placa na porta do salão informando que excepcionalmente naquele dia não abriria.

Não importava o quantos todos segurassem as perguntas dentro de si sobre o assunto da maldição envolvendo Alice e Gareth. Depois de algum tempo eles já se olhavam sabendo o que um queria falar ao outro.

Alice estava quieta, ainda triste com tudo aquilo e durante o jantar mal tocou na comida, o motivo, todos já sabiam.

— Posso te ajudar a lidar com isso, Alice. Posso responder as dúvidas que tiver enquanto não descobrimos o que vai acontecer com você ou enquanto eu não consegui recuperar o grimório e destruí-lo.

Alice olhou para Gareth, aquele comentário foi mais acolhedor do que todo o silêncio deles sobre o assunto durante o dia. Ela ainda não tinha contado sobre as dores e a reação estranha que sentiu durante a semana e também sobre o pesadelo, mas seria uma boa hora, já que ambos acontecimentos pareciam ter alguma ligação com tudo aquilo.

— Gare... essa semana aconteceu algumas coisas estranhas comigo que eu não sei explicar, achei que eram só coisas normais, mas depois de tudo que me disse, quem sabe não pode ter relação? — Alice falava enquanto massageava as mãos uma na outra.

— O que aconteceu exatamente? — Gareth que estava todo oculto novamente olhou para Maya rapidamente e voltou a atenção para Alice.

— Dias atrás estava descendo as escadas do trabalho e me senti mal. Algumas dores pelo corpo e do nada senti meu corpo leve, me sentia diferente. — Gareth escutava atentamente. — O mais estranho é que logo que isso aconteceu eu meio que desafiei Anne e Bettrys que me olhavam.

— Sério? — Maya perguntou surpresa.

— Sim. Eu não sei como ou porque fiz aquilo, simplesmente olhei para elas e perguntei "algum problema?". Elas não falaram nada, mas é porque Derio andou conversando com elas, mas ainda assim eu ainda não entendi porque fiz aquilo. Quando estava saindo da casa, senti novamente as dores e logo minhas preocupações voltaram junto com o arrependimento de ter provocado elas.

— Estranho. Pode ser que tenha algo a ver, mas não faz sentido. O seu aniversário é hoje.

— Também tive um pesadelo no mesmo dia.... — Alice explicou a Gareth detalhe por detalhe do que havia sonhado.

Enquanto ela falava, os olhos de Gareth permaneciam fixos e ele ouvia atentamente a tudo.

— Isso significa que seu aniversário não é hoje, e sim, no dia que teve esse pesadelo. Então agora faz sentido seu comportamento estranho no mesmo dia. A maldição começou antes de hoje.

— Então meu aniversário não é hoje?

— De acordo com o relicário que você tem, sim. Mas acontece que ele pode ter sido feito dias depois do seu nascimento e a data ficou errada. Por isso o erro, mas isso não muda nada a não ser pela data. O que eu não entendo mesmo é a sua reação contra elas, você nunca foi assim.

— Não mesmo. Respeito todos eles, sou inferior e não deveria ter feito aquilo. — Alice concordou explicando. — Mas e o pesadelo?

— O pesadelo é o começo disso tudo. Também aconteceu comigo da mesma forma. O lugar que eu chamava de casa, as pessoas a minha volta e as sombras me engolindo. É quando tudo começa.

— O que vai ser daqui para frente, Gareth? — Maya perguntou.

— Me dê sua mão, Alice. — Gareth estendeu a mão enluvada para Alice segurar.

Ela estranhou, mas o fez.

— Agora quero que aperte o máximo que você puder. — Gareth pediu e sem entender o que ele queria com aquilo, obedeceu, apertando a mão de Gareth com a força que ela tinha. — Não precisa ficar com medo de machucar. — Gareth completou em tom divertido.

Alice apertou, fez uma careta com o esforço e logo soltou.

— Por que isso?

— Para eu poder acompanhar o processo das suas mudanças.

A sobrancelha de Alice arqueou com a careta de duvida que ela fez, o que fez com que Maya sorrisse.

— Mas como vai fazer isso? — Ela perguntou curiosa.

— Com esse aperto de mão que você deu agora, sei o seu limite hoje. Semana que vem, daqui um mês ou mais, quando fizermos isso novamente eu saberei a diferença. A partir disso, posso deduzir o quanto você mudou.

— E até quando vai haver mudança?

— Depende da pessoa. Pode levar meses ou anos. Não tenho certeza. — Gareth cruzou os braços e ficou olhando fixamente a mesa pensativo.

— Como parar isso?

— Destruindo o grimório onde está esse ritual. Assim que eu o pegar poderei acabar com isso e não teremos mais problemas com maldição alguma. Nem eu, nem você.

— E cadê esse... grimório? — Alice perguntou já olhando para Maya, mas pela reação dela sabia que a resposta não era boa.

— Não está comigo. Está com o bruxo que matou sua mãe e tentou fazer o mesmo com você. — Alice olhou para ele e antes que ela abrisse a boca para perguntar quem era ele e onde estava, já respondeu. — O nome dele é Salazar, e assim como eu e você, também sofre de uma maldição desse grimório. Eu não sei onde ele está, mas deduzo que esteja em Dracoria.

— Espera... Se ele tem o grimório, porque não o destruiu se ele também tem uma maldição que está trazendo algum mal a ele? — Maya perguntou não entendendo aquilo.

— Diferente de mim, ele não tem feridas que o tornam um monstro, em compensação sua maldição o torna fraco como se fosse um velho a beira da morte. É por isso que ele se alimenta da alma de outras pessoas mais jovens, para reprimir os efeitos negativos do ritual. Quanto mais jovem a alma for, mais forte ele se torna até os efeitos negativos do ritual avançarem novamente.

— E porque ele não destrói esse grimório se isso também faz mal a ele?

— Porque existe várias magias negras nele. É de interesse dele conhecer elas e poder usá-las. Com o grimório destruído, elas deixam de existir também.

— Faz sentido. — Maya concorda.

— É assustador... então ele mata as pessoas só para se manter vivo?

— Sim. — A resposta de Gareth foi curta e firme.

Aquilo era terrível. Um bruxo que matava para poder se manter vivo. Mas onde ele estaria se escondendo? E porque ninguém nunca ficou sabendo daquelas coisas se em tantos anos, houveram tantas vítimas?

Era um mundo assustador que agora estava ligado a ela de alguma forma. Sua vida nunca mais seria a mesma. Viver em uma cidade do reino que separa as classes sociais, saber que existem criaturas que assassinavam pessoas para se alimentar, um bruxo que rouba almas para poder sobreviver. Queria que aquilo tudo fosse um pesadelo, mas não era. Era real demais.

— Mas não se preocupe, Alice. Eu estou procurando esse desgraçado e não vou desistir tão cedo. — Gareth estava furioso ao se referir a Salazar.

Já era tarde e não se falou mais sobre o assunto e todos foram dormir.

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