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Capítulo 10 - Segredos

SEGREDOS

[ AVISO IMPORTANTE ]
[ Caso encontrem algum erro, peço desculpas desde já. ]

— ✮ —

AINDA estava escuro quando Alice acordou de repente no meio da noite. Ao olhar para a direção da porta por onde entrava uma luz medíocre que vinha do corredor, outras coisas também entravam por ali. Vozes. Ela ouviu alguém conversar, mas estava tão sonolenta que não as reconheceu.

Será que estou sonhando? Ela se perguntou enquanto sentava na cama olhando para a porta. Esfregou os olhos para despertar e se concentrou no som das vozes que ouvia. Outro pesadelo? Se fosse um, estranhamente ela não sentia medo, pelo contrário, estava curiosa.

Levantou bem devagar pisando no chão de madeira frio sem fazer nenhum barulho. Ao chegar bem próximo a porta de seu quarto, reconheceu uma das vozes. Maya? Com quem ela está conversando à essa hora? Será que é?... Logo sua ideia se concluiu ao reconhecer a voz de Gareth.

Alice ficou parada ali na porta enquanto olhava para o chão se decidindo de um possível pesadelo ou se estava acordada, mas a situação era real demais para ser um pesadelo.

Vai acontecer a mesma coisa com Alice?   — A pergunta de Maya fez Alice despertar de qualquer vestígio de sono que ainda restava em seu corpo.

Que droga, Gareth! Fala alguma coisa. Ela é uma menina tão especial, o que vai acontecer a ela? — Novamente Maya fala e Alice sabe que se refere a ela. Porque a preocupação de Maya? Ela está chorando?

Eu não sei... — o que Gareth não sabia? Porque aquele pesar na voz deles? Ela queria saber o que era, já estava se sentindo culpada por estar ouvindo conversa escondido, mas ao mesmo tempo que a dúvida do que estavam falando dela a assombrava. — Eu não sei... tem sete anos que dedico minha vida a encontrar aquele desgraçado com o grimório. Se eu o pegar e destruir o ritual se destruirá.

Ela sabia que Gareth tinha seus mistérios e sempre respeitou isso, mas ouvir aquilo só a deixou ainda mais confusa. Grimório? Aquele desgraçado? Quem? E que ritual era esse? Tinha a ver com ela? Ao mesmo tempo que as perguntas se formavam em sua cabeça, uma sensação de frio acumulava em seu peito. Será que ela estava com alguma doença grave?

Dá um jeito nisso, Gare. Por favor... — A voz de Maya estava melancólica. O que estava acontecendo? O que estavam escondendo dela?

Alice sentiu as pernas enfraquecerem. Queria deitar enquanto sua cabeça tentava ligar as coisas que os dois falaram enquanto ela ouvia escondido. Gareth estava preocupado, Maya chorava. O que estava acontecendo a ela? Era dela que falavam, tinha ouvido seu nome, mas porquê?

Gareth e Maya que a desculpassem, mas ela iria querer saber daquilo. Várias possibilidades se passaram em sua cabeça enquanto corria em direção à sua cama para voltar a dormir. Ou pelo menos tentar, se era possível após aquilo.

O que eu tenho, Gareth? O que esconderam de mim?

Pensava no que poderia ser, mas nada a deixava sossegada e tudo a remetia a pensamentos ruins que a faziam sentir os olhos úmidos querendo chorar enquanto uma dor profunda de algo muito grave que estava para acontecer crescia dentro dela.

A única forma de saber era fazer como sempre fez. Ser sincera com Gareth, confessar que havia ouvido eles conversarem, por fim, perguntar do que estavam falando e o que iria acontecer a ela.

Alice não lembrava de ter dormido, mas acordou de energia renovada. Tudo que tinha ouvido a noite voltou a seus pensamentos de imediato e o que era para ser um sorriso se transformou numa carranca de dúvida e preocupação.

No salão, Maya já estava acordada e o local estava todo limpo. Uma das mesas estava organizada com pratos, copos, bebidas e um bolo confeitado. Apesar dos olhos marcados, Maya sorriu intensamente ao ver Alice descer as escadas. Por um instante Alice não conteve o riso com aquela cena e sorriu de volta, mas logo a carranca voltou.

Alice desceu as escadas bem devagar olhando em todos os cantos à procura de Gareth, mas não o viu. Ela mal pisava o último degrau quando Maya foi até ela com um grande abraço.

— Feliz aniversário, Alice! — Maya com um sorriso apertou Alice, mas ela não retribuiu.

Maya estranhou, mas não disse nada ignorando aquele evento. Se afastou de Alice e olhou bem nos olhos dela.

— Muito obrigada, Maya. — Alice agradeceu forçando um sorriso.

Ela estava feliz, por dentro, mas não conseguia demonstrar isso mesmo sendo uma data tão especial. Seu semblante abatido foi interpretado errado por Maya que fez um gesto com a mão direita rapidamente.

— Não se preocupe. Gareth está aqui.

Alice sabia que seu comportamento estranho havia sido notado, mas era tarde para tentar fingir algo quando Gareth adentrou o salão saindo da cozinha com um baú de madeira nas mãos. No baú havia desenhos de flores esculpidas na própria madeira. Acho que estraguei uma surpresa.

Gareth como sempre, usava a máscara e as roupas negras para se esconder, mesmo estando diante das duas. Alice nunca se importou com esses detalhes, o que importava era que ele estava ali com elas. Ela foi até ele sorrindo e o abraçou tão forte como se necessitasse daquilo a muito tempo. O abraço de Gare para ela era um refúgio, um local onde ela poderia esquecer das preocupações desde que ela o adotou como figura paterna depois da morte de seus pais por bandidos.

Maya observava os dois juntos com um grande sorriso no rosto.

— Feliz aniversário, Alice! — Gareth falou. — Como é bom poder te ver de novo! Estava com tantas saudades!

— Obrigada, Gare! — Alice disse e soluçou segurando um choro. — Eu que estava com saudades... Gare... — Ela falou, mas soou mais como um pedido de socorro.

— O que houve? — Gareth se afastou segurando os ombros de Alice e encarou seus olhos. Em seguida uma olhada rápida para Maya que parecia tão confusa quanto ele. — Aconteceu algo, Alice?

Alice meneou positivamente com a cabeça e soluçou, seus olhos brilharam avisando que lágrimas estavam prestes a cair. Maya foi até a cozinha buscar água e açúcar enquanto Gareth ajudava Alice se sentar em uma cadeira.

— Desculpa, Gare... Desculpa... — Alice disse olhando fixamente para a mesa onde o bolo estava não conseguindo encarar Gare com o sentimento de culpa de ouvir a conversa escondida. — Eu não queria, mas eu ouvi... eu ouvi vocês conversando ontem a noite. — Confessou.

Maya que chegava à mesa ouvindo a confissão olhou para Gareth espantada. Ele devolveu no mesmo olhar.

— O que você ouviu? — Gareth perguntou bem devagar enquanto massageava os ombros de Alice tentando conforta-la.

— Um pouco... — Alice olhou para Maya e depois para Gareth. Como se livrasse de um peso, soltou a pergunta que ela segurava desde o momento que deitou na cama. Entre as várias possibilidades, a única mais provável. — Eu estou doente, Gareth? Vai acontecer algo comigo?

Gareth ficou inerte e Maya abaixou a cabeça na mesa escondendo o choro. Alice olhou para Gareth esperando uma resposta.

— Não é isso... — Gareth falava bem devagar para não assustar Alice. — É uma longa história que eu devia ter lhe contado há muito tempo atrás, mas não tive coragem.

— Por que?

— Porque isso não era para estar acontecendo. Não devia ser assim, era para ser tudo diferente, mas eu não consegui...

— O que não conseguiu? — Alice estava angustiada. Gareth não estava ajudando com aquelas respostas. — Me fala, Gare. O que eu tenho?

Nunca havia se sentido assim. Estava começando a ficar impaciente com aquilo.

— Você não está doente, você está perfeitamente saudável. — Alice arqueou a sobrancelha. — Eu só não sei o que vai te acontecer daqui para frente?

— Explica melhor, Gare. Se eu não estou doente, por que estavam preocupados comigo? Por que Maya chorava? — Alice olhou para Maya que enxugava lágrimas insistentes.

— Eu menti sobre seus pais e como te encontrei. — Gareth respirou fundo enquanto fechava os olhos para uma pequena pausa. — Eles nunca foram assassinados por bandidos.

— O que? O que houve com eles então? — A voz de Alice demonstrava sua confusão interna.

— Seu pai eu não cheguei a conhecer, mas sua mãe foi assassinada por um bruxo. — Alice balançou a cabeça tentando não aceitar. — Ele estava fazendo o mesmo com você quando o encontrei.

Não era suficiente, Alice esperava mais explicações e esperou Gareth continuar.

— Ele usava magia negra em você, iria roubar sua alma porquê precisava dela. Eu impedi que ele fizesse isso, mas ao invés de ir atrás dele eu não consegui... — Gareth fez uma pausa e seus olhos sob a máscara se perderam em algum lugar do salão. — quando eu te vi caída no chão a beira da morte eu tinha que fazer alguma coisa e o que eu fiz foi certo e errado. — Alice ouvia cada palavra e sua vontade de chorar sumia aos poucos, dando lugar a calafrios que percorriam seu corpo conforme as explicações saiam de Gareth. — Certo porque eu salvei sua vida. Errado porque eu usei magia negra para isso.

— Magia... Negra? Então quer dizer que você é...

— Um bruxo. — Gareth respondeu antes de Alice perguntar.

Ela sabia que ele tinha segredos, então era isso, um bruxo. Por isso nunca contou nada a ela, mas por quê? E se ela estava bem, porquê a preocupação. Seus últimos anos de vida passaram diante de seus olhos. Todas as vezes que Gareth saía e ficava dias fora, mas sempre voltava. As roupas, a máscara. Agora fazia sentido. Ele era mal?

— Eu não sou malvado como nas histórias. — Gareth parecia ter lido a mente de Alice. O que não ajudou em nada depois daquela confissão. — Eu também não li sua mente. — Alice conseguiu dar um breve sorriso com aquilo e sabia que por baixo da máscara ele também tinha sorrido.

— Desculpa... — Alice respondeu se desculpando pelos pensamentos.

— Quando eu te vi ali, deitada, morrendo, eu tinha que fazer algo. — ele continuou a explicação, mas dessa vez quem não conseguia encarar os olhos do outro era ele. — Não consegui apenas te olhar enquanto sua vida saia de você aos poucos e a única coisa que eu sabia que te ajudaria era magia negra.

— O que você fez? — Alice perguntou e Maya também olhou para ele para ouvir. Ela já tinha ouvido isso antes, mas parecia a primeira vez.

— É uma magia de troca. Ela foi criada para criar super soldados muito antigamente, mas por mais que os resultados fossem bons, haviam grandes problemas também. Eu não sei explicar, nunca conheci alguém que sabe explicar o que realmente acontecia no passado. Livros e escrituras não ajudam e o próprio grimório com esse ritual não explica esses detalhes.

— Essa troca, Gare. O que é? — Maya perguntou tão curiosa quanto Alice.

— O ritual melhora atributos do usuário, mas o equilíbrio do corpo humano não permite que algo apareça do nada e sim que venha de um outro lugar. — Alice já não chorava, a curiosidade para entender o que ela tinha era maior que o próprio medo.

— O que isso quer dizer? — Maya perguntou já um pouco mais tranquila.

— Eu explico... — Gareth se levantou e foi até a cozinha retornando com 3 canecas com água até na metade de cada uma delas e colocou as sobre a mesa paralelas umas as outras. — O corpo humano mantém um equilíbrio perfeito em tudo. Imaginem que cada uma dessas canecas com água é uma qualidade do ser humano. — Ele apontou para cada uma enquanto falava. — Força, inteligência, habilidade. — Uma pessoa pode ter um equilíbrio perfeito como estão vendo. Pode ser mais inteligente — Ele virou um pouco de cada caneca de água de força e habilidade na de inteligência deixando ela com mais água que as demais. — mas perde por outro lado, se tornando menos habilidoso e menos forte. A pessoa pode ser forte, — Gareth virou todo o conteúdo de água de inteligência para a de força, deixando uma completamente cheia e a outra vazia. — mas não vai ser inteligente o suficiente e pouco habilidosa.

Fascinadas com a breve explicação, Alice e Maya sorriram.

— O que quero dizer é que, não importa onde um atributo seu é maior, você está perdendo em outra coisa. Força, inteligência e habilidade é só um exemplo, pois o corpo humano é mais complexo que isso e nem nós mesmos sabendo dos nossos melhores e piores atributos. — Gareth fez uma pausa e olhou para as duas verificando se elas compreendiam o que ele falava. — Nós, humanos mortais não, mas a magia negra que eu usei em você sabe muito bem disso. É por isso que se chama ritual de troca, porque ela vai tirar de você seu melhor atributo e vai distribuir em outras coisas.

Alice ficou pensando naquilo. A explicação ficou clara, algo nela então foi retirado para ir para outro lugar, mas onde?

— O que eu perdi e o que eu ganhei, Gareth?

— O que você perdeu infelizmente eu não sei, mas o que ganhou sim. — Alice se mostrou confusa novamente. — Enquanto o ritual acontece, a primeira coisa que acontece com você é uma limpeza do corpo de qualquer tipo de magia, feitiço, coisa ruim. Foi isso que salvou sua vida no dia. Você morria por causa de magia negra, e o ritual retirou ela do seu corpo. Além disso, outros atributos começarão a ser despertados a partir de hoje pouco a pouco.

— Que tipo de atributos?

— Aprenderá e irá fazer coisas com mais facilidade do que qualquer um em pouco tempo. Nenhum tipo de magia irá ter efeito sobre você. A noite não irá afetar você com visão reduzida, é estranho, mas vai enxergar até bem de noite. — Gareth riu.

— Tem mais? — Maya perguntou. — Algo sobre sangue, não é?

— Sim. O sangue dela irá afastar qualquer criatura que chegar perto dela. Terão medo de você.

Alice ouvia tudo atenta, era muita coisa na sua cabeça. Se outra pessoa estivesse contando tudo aquilo a ela, não acreditaria, mas era Gareth. Ele tinha seus mistérios, isso poderia ser tão real quanto ela duvidaria. Mas algo que ele tinha falado ela tinha que ter certeza antes.

— Você disse criaturas? Como assim? — Alice quis saber.

— Sim. — Gareth se ajeitou na cadeira. — Aqui não acontece isso, mas fora daqui acontece com vez ou outra de uma dessas criaturas atacarem animais, famílias. Um dia eles foram humanos, mas agora são assassinos que se alimentam de suas vítimas. O exército esconde isso para não alarmar as pessoas, não explicam o que é tentando resolverem sozinhos.

Imediatamente Alice se lembrou da correria e a movimentação no bairro dos nominados. Se os soldados se mobilizaram para aquilo, com certeza poderia ser uma dessas criaturas que Gareth acabou de falar. Só de imaginar tal coisa, um calafrio percorreu todo o corpo de Alice fazendo-a engolir seco no final.

Era muita informação para ela em uma única manhã, mas sabia que estava apenas começando. Tudo que Gareth falou que iria acontecer a ela não parecia ser algo ruim. Aprender as coisas com facilidade? Não ser afetada por magia? As tais criaturas terem medo de chegar perto dela? Como isso poderia ser ruim?

— Gare... tudo que disse, não parece ruim com essa sua explicação, então, por que a preocupação? E como sabe de todos esses detalhes?

Gareth olhou para Maya e voltou a atenção a Alice.

— Porque esse ritual é na verdade uma maldição. Ele tem a parte boa, mas também tem seus defeitos. Uma troca, uma maldita troca. — Gareth deu um soco na mesa assustando Alice e Maya. Seus olhos tremiam de raiva enquanto encarava a própria mão. — Eu te amaldiçoei com isso...

Alice mesmo assustada com aquela reação de Gareth não estava convencida, faltava algo.

— Eu sei disso porque... — Gareth levou a mão direita ao capuz e o empurrou para trás revelando cabelos negros semicompridos. A mão esquerda espalhou pela máscara. Imediatamente Maya arregalou os olhos e se mexeu onde estava sentada já sabendo o que ele faria. — Porque assim como você, Alice, eu também fui amaldiçoado.

Um único estalido e Gareth, abaixando lentamente a mão que sustentava a máscara, revelou para ambas pela primeira vez em todos aqueles anos como ele realmente era.

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