Beba mais pouco!

Ainda não vê a beleza?

Que tristeza,

Beba mais e fique louco!

Um gole desse cálice 

E sua mente viaja,

E você vê o que quer que seja.

É como se no buraco de Alice

Logo você entrasse

E a sanidade acabasse.

Se livre da sanidade! 

Beba outra vez,

Até enxergar com meu olhar.

Talvez adquira promiscuidade

E não se arrependa do que fez,

Mas com isso há de se acostumar.

Não quer enlouquecer?

Lamento muitíssimo,

Mas você já é como eu.

Não tem porque se arrepender,

Esse shot te deu um acréscimo,

Esse dom poético também é seu.

Então já não faz mal,

Não é uma doença terminal,

Vamos beber outra dose,

O álcool da imaginação se espalha na osmose.

Nossa mente tonta está,

Mas a gente ainda chega lá.

O poema já vai acabar

E o poeta vai te contaminar.

Então beba mais um pouco,

Pois você já está louco,

Eu já te contaminei

Em terra de ignorante, poeta é rei

Vamos poetizar

Isso irá te alegrar 

Não diga que nesse poema não bebi

Pois eu já te corrompi