Antes de Lorenzo falar algo, uma voz chama o Rogério.

Lorenzo e Briana olham para a porta e ver a Roberta. Ela parecia está com raiva.

— Já estou indo! — o Rogério fala para Roberta, após falar ele olha para Lorenzo e Briana. — No almoço eu conto tudo o que vocês precisam saber sobre a Bridge Bishop. Estarei lá no refeitório. — saindo de perto do Lorenzo e Briana ele vai de encontro com a Roberta.

A Roberta estava um pouco alterada, pois ouviram vários gritos no lado de fora.

Briana olha para o Lorenzo, que não estava com a aparência de amigável agora.

Briana só queria ajudar, ela passou um bom tempo procurando sobre a tal bruxa do apocalipse para falar com o Lorenzo. Além de se preocupar muito com o Lorenzo, pois ele estava no hospital.

Com uma olhada mal encarada, o Lorenzo bufa de raiva e fala. — Por que estava conversando com o Rogério?

— Eu estava querendo só ajudar, o que aconteceu? — Ela pergunta, estava confusa, não sabia o que tinha acontecido.

— Eu vi o cara, e ele não estava nada bem, e eu acho que foi o Rogério que fez isso com ele. Na verdade tenho certeza. — Ao finalizar a frase, o Lorenzo ver que a Briana não estava entendendo nada.

— O quê? Que cara? — ela pergunta um pouco preocupada com o Lorenzo.

— Desculpa, você não sabe quem é ele. Vou te contar o que aconteceu direito — ele para de falar um pouco para respirar. — Sabe aquele dia da academia que eu falei da menina que sofreu assédio?

— Sim, eu lembro. O que aconteceu? — Briana fala se inclinando para escutar melhor.

— O Rogério brigou com o cara. Tudo bem essa parte, mas ontem eu vi o mesmo cara no hospital. Ele estava bastante machucado, e me culpava a todo momento, dizendo que eu fiz isso com ele.

Briana arregala os olhos de surpresa. — Como?

— Não sei, só sei que quero me afastar do Rogério o quanto antes. Aliás deixa eu te contar o que aconteceu no dia da festa quando a gente saiu e você ficou sozinha — Lorenzo relembra das cenas quentes e questionáveis de quando ele e o Rogério ficaram sozinhos no quarto.

O Lorenzo começa a contar a história e um flashback acontece.
O Rogério estava deitado na cama, enquanto o Lorenzo estava em cima dele. Lorenzo retira o óculos do Rogério e ver o soco que ele recebeu do maromba, mas não se abalou pois o Rogério já tinha falado da briga que teve com ele.

Retirando a jaqueta e a blusa de Rogério devagar, o Lorenzo ver uma tatuagem. Uma tatuagem meio perturbadora que o Lorenzo nunca tinha visto.

— Rogério. Que tatuagem é essa? — Lorenzo pergunta desconfiado.

— Ah, não é nada, é coisa minha... Bom como posso dizer... — Rogério estava nervoso demais, parecia está guardando algo.

— Deixa pra lá. não precisa explicar — o Lorenzo fala olhando para o cinto do Rogério, e com as pontas dos dois dedos, ele vai andando suavemente do peito até o cinto do Rogério. Lorenzo estava com um sorriso safado olhando para o Rogério. — O quê será que tem dentro dessa calça? — o Rogério sorrir.

— Uma coisa que você vai amar! — Rogério deixa o Lorenzo retirar seu cinto. Mas antes de abrir seu zíper da calça, ele levanta seu tronco, e beija a boca de Lorenzo. Abraçando o Lorenzo por trás, ele agarra sua roupa e puxa para cima, retirando o polo que Lorenzo estava usando.

Os dois estavam sem camisa e o clima estava esquentando. O Lorenzo levanta rapidamente de cima do Rogério. — Esqueci de uma coisa — ele vai até a estante do quarto e pega a camisinha. — Aqui! Não pode faltar.

Rogério lança um olhar safado e sorrir. — Mas é claro, como a gente pôde esquecer disso? — Com a pausa do Rogério, o Lorenzo já estava com uma camisinha na mão. Rapidamente o Rogério fala — Lorenzo... tem como pegar dois?

Lorenzo arregala os olhos. Ele não sabia desse lado do Rogério. — Claro, calma aí — Lorenzo pega mais um e vai para cama de novo.
Flashback finalizado com a Briana interrompendo a história. — Tá, mas qual tatuagem era?

— Desculpa. acabei me empolgando demais na história que esqueci de falar da tatuagem — Lorenzo estava com uma desconfiança do Rogério, mas depois de lembrar daquele dia ele viu que gostava realmente dele.

— Eu percebi. depois me conta se é grande — Briana da um sorriso disfarçadamente.

— Para Briana. O assunto é sério! Tem várias coisas acontecendo comigo, até o Guilherme morreu. — fala o Lorenzo com reprovação para Briana.

— Desculpa, pode continuar... — fala a Briana envergonhada.

— Então... A tatuagem era de uma borboleta... Mas não era uma borboleta qualquer, era uma borboleta cadáver... Tipo, invés de ter um rosto fofinho, tinha uma caveira. E nos olhos da caveira estavam sangrando — Lorenzo visualiza aquela tatuagem na sua frente. — Eu não vi isso no dia da academia. Estávamos grudados demais. O que será que é isso?

Briana fica pensativa também. — Eu não sei, mas nada que a internet não possa desvendar — ela pega o celular  e procura.

Lorenzo fica atento no celular de Briana, só que parecia não dar resultado nem um.

— Eu não estou achando nada. Talvez não seja nada de mais. — Briana tenta acalmar o Lorenzo. Lorenzo está inconformado. E Briana muito mais ainda, por impulso ela fala. — E ontem? O quê aconteceu, você começou a gritar na ligação, acabou me assustando.

O Lorenzo ouviu o que a Briana disse. Só que não respondeu por alguns segundos. Aquilo era algo que não queria mexer agora. Se sentia culpado pela morte do Guilherme.

— Ehhh.... — Lorenzo tenta reformular o que ele ia dizer.

— Não precisa falar. Fale no seu tempo, ok? — fala a Briana dando um sorriso, assim acalmando o Lorenzo.

— Obrigado, e desculpa. Depois eu te conto. — fala o Lorenzo sorrindo também, e para finalizar a conversa ele diz. — Não vai abrir o seu presente?

— É verdade. Calma aí — Briana pega seu presente dentro da embalagem. Retirando a embalagem ela abre a caixa. era uma bota parecida com que ela queria. Em comemoração ela da um gritinho.

O grito dela incomoda as pessoas que estavam trabalhando lá dentro. — Obrigado Lorenzo! Eu te amo muito!

A cadeira onde ela estava era de rodinhas, ela roda para perto do Lorenzo e abraça ele, sentada na cadeira.

Lorenzo fica feliz em ver a amiga dele feliz, uma sensação muito boa de alegria. Briana era como se fosse uma irmã para ele. — Você merece isso e muito mais Bri — ele sorrir, não conseguia abraça-la em retribuição, pois estava com a cadeira dele dentro da mesa de trabalho.

— Eu te amo de verdade! — ela para de abraçar o Lorenzo, e ver os olhares irritados para eles.

— Opa! Tem gente querendo trabalhar aqui... — um funcionário fala para os dois.

— Desculpa! — o Lorenzo fala. — Briana eu já estou na reta, quase sendo demitido, e você faz isso! — ele fala sussurrando.

Briana sorrir e fala — Não resistir! Eu vou me controlar mais agora.

O meio turno do trabalho se passou, com clientes ligando constantemente para o escritório, aquele escritório vivia agitado, com várias pessoas falando ao mesmo tempo.

Chegando a hora do almoço. Briana e Lorenzo vai para o refeitório. Sentando em uma mesa próximo a cozinha.

Hoje o almoço era, macarronada com almôndega, salada e batata palha.

Comendo como se fosse bicho, a Briana fala com a boca cheia de macarrão. — As tiuas dras cuzinhar fas unas cumiduas maruvilhosas!

— Come antes de falar Briana. Não entendi nada — fala o Lorenzo sorrindo olhando para Briana.

Briana rir com o macarrão na boca, estava quase se engasgando, só que se controlou e pegou o suco de goiaba que eles deram para os funcionários.

Bebendo ela se alivia. Só que após beber fica com um rosto imóvel olhando atrás do Lorenzo.

— O quê se tá olhando? — fala o Lorenzo.

— Rogério está chegando aqui.

Lorenzo olha para trás, era o Rogério. Ele estava lindo, tinha trocado de roupa, está com uma roupa melhor. — Se concentra Lorenzo. Não podemos. Não de jeito nem um! — Lorenzo pensa, ele não queria nem admitir que estava apaixonado pelo Rogério.

Sentando na cadeira que o Lorenzo e a Briana estava, o Rogério fala. — Opa, cheguei.

— Oi Rogério, Tudo bem? — Briana da um sorriso falso, que durou segundos em seu rosto.

— Tudo. — ele fala com a Briana, voltando seu olhar para o Lorenzo ele diz. — Então Lorenzo, eu vou ter que sair daqui a pouco, mas eu vou responder tudo o que você perguntar agora.

— Ok, posso perguntar? — pergunta o Lorenzo, e pacientemente espera o retorno.

— Pode. Qualquer coisa referente a Bridget Bishop — Rogério específica as perguntas.

— Primeira pergunta, como você sabe da Bridget Bishop? — Lorenzo começa às perguntas.

— Além dos livros de histórias de antigamente, eu também sei por conta dos sábios das cavernas. Você já conversou com alguns deles? — responde o Rogério, ele estava muito convincente.

— O quê é sábios da florestas? — pergunta a Briana confusa.

— É vozes de cavernas, contos para crianças mal criadas na verdade, pois eu nunca ouvi nada. dizem que só quem pode escutar são feiticeiros...— explica para Briana o Lorenzo.

— Correto. Agora assim. Sábios das cavernas existem, e eu posso provar.

Lorenzo e Briana esperam ele continuar, não estavam acreditando nele.

— Quando eu era pequeno, eu conversei com um, ele me disse uma coisa que nunca esqueci. Você vai ser feliz, vai conhecer uma pessoa que vai te amar, e você vai amar ele. Como eu era pequeno eu me perguntava, ele? Como assim ele? A única possibilidade que eu tinha era namorar uma menina. Meus pais são bastante homofóbicos, hoje eu não moro com eles. Mas o que eu quero dizer é que eu encontrei a pessoa certa para mim, e ele acertou, eu vou amar ele tanto...

Lorenzo sabia que o Rogério estava falando dele, então fica envergonhado. O Rogério estava olhando para ele, somente para ele, a Briana não era o foco dele agora.

O Rogério continua falando. — Então... Esse foi o presente que colocaram na minha vida. Lorenzo, eu não sei o que está acontecendo — ele põe a mão em cima na do Lorenzo. — Mas eu não vou desistir de você. Além de saber o que você está pensando, eu sinto que não  está tudo legal.

Lorenzo desvia o olhar do Rogério. — Porque está se declarando para mim? — ele pensa.

— Por que eu te amo, eu sei que é pouco tempo, e você sabe também, mas eu sinto que você é a pessoa que o sábio da caverna falou para mim. — o Rogério responde o pensamento do Lorenzo.

Briana olhava achando tudo fofo, o Rogério era uma pessoa muito romântica. Sentia até uma pitada de inveja do Lorenzo.

Retirando a mão que estava embaixo da de Rogério, o Lorenzo olha novamente para o Rogério. — Tá, voltando ao assunto. O que tem o sábios das cavernas com Bridget Bishop?

— Eu tenho contato com um sábio das cavernas, e ele me contou que a Bridget Bishop, ela foi a primeira bruxa a morrer em Salém, daí várias outras morreram. Antes de morrer ela jurou aniquilar a raça humana, disse que eles não mereciam viver. — Rogerio fala, e aquilo que saiu da boca dele arrepia o Lorenzo.

— Os sábios falaram que ela está querendo se libertar, e está quase conseguindo isso. E disse que a profecia que estão nos livros de história vai se cumprir. — Rogério não gaguejava uma única vez, a voz grave dava uma certa confiança no que ele estava falando.

— Aí que horror! — a Briana corta o clima de terror entre eles.

— É um pouco difícil de acreditar Rogério — Lorenzo desconfia.

— Ótimo, que tal a gente ir lá qualquer dia desse? Você vai ver que eu não estou mentindo, e que sábios das cavernas existem mesmo. — convida o Rogério.

— Não sei...

— Vamos! Eu quero ir também. Quero escutar esse tal sábio das cavernas — fala a Briana empolgada.

— Mas assim... você não vai ouvir nada Briana. Só feiticeiros podem escutar — o Rogério explica a ela.

— Que coisa chata, pensei que poderia escutar. Daí eu perguntaria se vou conhecer uma pessoa para mim também. — Briana fica chateada.

Um grupo de pessoas passam a onde eles estavam, e dentro do grupo estava o Mike. Eles estavam procurando uma cadeira para se sentar.

— Oi Bri — o Mike dá um sorriso e acena para ela. Mas não para, ele continua andando.

Briana fica besta vendo isso. Ela sorrir e acena, depois dele passar a Briana celebra. — AEEEE! Eu não vou ser mais encalhada!

Lorenzo sorrir vendo a felicidade de Briana. — Arrasando corações como sempre.

Briana dar uma gargalhada, em seguida o Lorenzo. Enquanto o Rogério sorrir vendo os dois.

— Ele é uma pessoa boa, e gosta realmente de você Briana. disse que você está linda hoje. — fala o Rogério lendo os pensamentos do Mike.

— Sério? Meu Deus!  — ela se surpreende por saber que o Mike sente a mesma coisa que ela. — Rogério! Já disse que te amo hoje?

Rogério rir, e depois de rir fala. — Não falou, mas eu sei que vocês me amam.

Depois de ver o que o Rogério fez, o Lorenzo olhava  o Rogério com outros olhos, não sentia que ele era uma ameaça agora.

— Enfim, vamos marcar para ir? — fala o Rogério sorrindo.

O Lorenzo suspira fundo e fala. — Tá, vamos, mas a Briana vai comigo, estou correndo perigo saindo sozinho — Ao finalizar a frase ele lembra do carro que viu hoje cedo. Ele estava correndo perigo ali dentro.

— Ótimo, se for pela sua segurança a Mirella vai com a gente também, assim fica mais gente perto de nós — O Rogério da uma sugestão.

— Pronto, fechou então. Pode ser nesse fim de semana, tenho planos para essa semana toda. — Lorenzo fala olhando para os dois.

— Eu topo — diz a Briana.

— Ok, vou avisar a Mirella — diz o Rogério sorridente.

Lorenzo tinha até se esquecido de falar do maromba para o Rogério, se passando ele se despede.

Olhando para o prato de Briana e vendo que não tinha nada dentro, Lorenzo fala. — Acho que devemos ir agora não?

Briana olha para o prato de Lorenzo. — Mas ficou um pouco no seu prato...

— Não estou com fome. E eu preciso falar com você — ele fala olhando para Briana.

— O quê aconteceu? Algo sério? — a Briana fala assustada.

— Sim, muito sério. — Lorenzo aumenta o grau do assunto.

— Tá, vocês podem ir, eu levo os pratos de vocês para o refeitório. — oferece o Rogério.

— Obrigado Rogério! — fala a Briana sorrindo.

O primeiro a se levantar foi Lorenzo. Ele pega a mão de Briana para saírem de lá. Pegando na mão de Briana o Lorenzo puxa para ela levantar da cadeira. Ao levantar da cadeira, Lorenzo e Briana saem com passos acelerados. Os dois sem olhar para trás.

O Rogério fica meio sem jeito, pois o Lorenzo não deu nem um tchau para ele.

Rapidamente Lorenzo e Briana já estavam distante de Rogério, indo na direção do corredor. Lorenzo só para de andar, quando chega na parte de fora do elevador. Apertando o botão para o elevador descer, o Lorenzo solta a mão de Briana e vai diretamente para o ouvido dela.

— Estou correndo perigo aqui! — ele fala baixinho no ouvido dela.

— Por quê? — ela fala um pouco preocupada.

— O carro dos sequestradores está estacionado aqui no plenário.

— Lorenzo do céu! — ela olha para o lado e para o outro. — Temos que ligar para polícia.

— Se ligamos para a polícia as pessoas vão saber onde eu trabalho. O Cleiton disse que não posso manchar a nossa república.

— O quê vamos fazer agora? — pergunta a Briana confusa.

— Não sei, estou morrendo de medo agora — Lorenzo pensa. E com alguns segundos ele tem uma ideia. — Vamos bisbilhotar quem é!

— O quê? Você está doido? — Briana acha a ideia estúpida e muito arriscada.

— Não vai acontecer nada, eu tenho poderes também, posso me virar. — Lorenzo fala confiante, estava querendo saber os limites de seus poderes.

— Você está doido!? — Briana grita, e ver a porta se abrir, e sai cinco pessoas de lá.

Briana se cala, e ver as pessoas saírem do elevador, depois de todos saírem os dois entram.

— Vai me ajudar? — pergunta o Lorenzo que não botava o pé para trás do plano dele. Enquanto a porta do elevador fechava.

— Ok, eu não tenho escolha, né? — Briana fala um pouco preocupada.

Chegando em seus devidos locais de trabalho, eles entram e logo em seguida vão para frente do computador trabalhar. Várias ligações, e mensagens atacavam eles constantemente, até da o horário de eles saírem daquele escritório.

Saindo para o corredor novamente para ir ao estacionamento o Lorenzo fala para a Briana. — Está pronta?

— Acho que sim, vamos lá — diz ela se tremendo de medo.

— Não se preocupe, vai dar tudo certo — tenta acalmar o Lorenzo.

Ao ir para o local, o Lorenzo mexia no celular. o pai do Lorenzo estava indo lá para buscar ele. Tinha mandado a mensagem dizendo que tinha saído agora de casa.

Lorenzo da ok. E ver no meio de tantas outras mensagens de pessoas perguntando sobre o vídeo dele na internet a mensagem do Rogério. Agora sim ele tinha coragem de responder o Rogério, rapidamente ele abre o chat e manda um oi.

Depois de tirar seus olhos do celular eles já estavam perto do local onde irão espionar o carro. Os dois estavam em um local iluminado, onde qualquer pessoa dava para ver os dois em pé ali, pois no local estava um poste de luz, e ao redor deles alguns carros estacionados.

O tempo passava e o estacionamento começou a esvaziar, os carros que estavam em volta deles não estava mais ali. Foi quando viram de lá do portão do plenário a Roberta saindo e indo para o estacionamento.

A Roberta tinha visto o Lorenzo e a Biana lá no estacionamento, então resolve da um oi.

Caminhando até eles, a Roberta chega, e for fim fala. — Oi Briana e Lorenzo.

— Olá Roberta! — a Briana fala primeiro, e isso foi um alívio para o Lorenzo, já tinha esquecido do nome dela.

— Oi Roberta, tudo bem? — pergunta o Lorenzo.

— Tudo sim, e vocês? — pergunta a Roberta.

— Estou bem graças a deus. — fala a Briana sensata.

— eu também estou! — Lorenzo sorrir.

— Que bom! Lorenzo, Rogério não parava de falar de você, já melhorou depois do hospital? — pergunta ela. Roberta estava com um batom vermelho, e cabelo preso, ainda com a roupa de faxineira.

— Estou bem, foi só um susto — fala o Lorenzo sorrindo.

— Que bom, eu vi o vídeo seu na internet, não sei o que aconteceu lá, mas todo mundo está comentando na empresa. — a Roberta desabafa.

— Eu sei, mas não se preocupe, depois de três dias o povo vai esquecer — Fala o Lorenzo. O plano de Lorenzo não tinha falha, era certeiro que todo mundo iria esquecer.

— Tomara, espero que tudo dê certo — ela fala dando um sorriso. — Tenho que ir agora, até depois para vocês.

— Tchau! Até amanhã! — fala a Briana.

— Tchau! — fala o Lorenzo vendo ela andar para o lado contrário do carro onde eles estavam espionando.

— Tchau, até amanhã! — fala Roberta desaparecendo entre os poucos carros que se encontrava ali.

— Lorenzo, essa Roberta é um doce de pessoa, eu gostei dela. Aliás os dois, Patrique e ela. Rogério tem uma família legal.

— Sim, ela é legal, parece ser uma pessoa do bem — concorda o Lorenzo, só que ele tinha uma pulga atrás da orelha. — No vídeo que vi, eu não tinha visto ela sendo controlada também, somente o Patrique, e ele estava esquisito, estava com um olho branco.

— Sério? Será que ela estava um pouco longe da gente? eu lembro ela saindo mesmo. — fala a Briana relembrando do dia.

— Talvez seja, acho que é paranoia da minha mente, mas o olho de Patrique eu tenho certeza que estavam brancos. Vou te mostrar quando chegar em casa.

— Ok, eu vou esperar, quando você chegar me manda logo para eu ver isso aí.

Olhando de um lado a outro, os dois esperavam mais um pouco, Demorou 10 minutos até uma pessoa aparecer.

Do lado esquerdo ao contrário do carro, eles veem um homem de cabelo loiro chegando perto.

Andando mais para perto, o homem vinha com passos ligeiros. O Lorenzo junto com a Briana ficam chocados, a aparência do homem era do Fabrício, o porteiro do apartamento de Briana.

A pessoa que ficou mais chocada era a Briana que via ele se aproximar.

Passando a 7 metros de distância de Lorenzo e Briana, ele da uma olhada demorada para os dois, como se tivesse encarando eles.

E não era possível o que Briana e Lorenzo estava vendo, era o Fabrício de verdade, só mudava o cabelo loiro.

Ao passar por eles ele vai para o carro que eles estavam espionando e abre ele. Foi aí que o Lorenzo olhou para a Briana.

— Não pode ser ele! — diz o Lorenzo. A pessoa que ele estava desconfiando desde o início estava no carro do sequestradores.

— Eu não acredito que o Fabri é o sequestrador — fala a Briana vendo o carro ligar e dar partida.

— Eu sabia desde o início que era ele! — fala alto o Lorenzo.

— Como assim? — pergunta a Briana pasma ainda.

— O olho dele é o mesmo do sequestrador, branco. E ele sabia voar! — o Lorenzo ver ele saindo da vaga e dando a volta perto deles.

Sorrindo o Fabrício passa por eles, ele estava com um sorriso estampado na cara, e com o som dentro do carro muito alto.

O Lorenzo não teve reação nesse momento, não lembrou de usar seus poderes. O choque foi tão grande que ficou só paralisado vendo o carro se distanciar.

— Eu ainda não acredito que é ele Lorenzo! — fala a Briana com medo.

— Eu também não sabia, não sei o que fazer mais.

— Liga para a polícia! — Briana pega o celular.

— Não Briana, tá doida? Guarda isso aí, você tem que pensar em mim também — fala o Lorenzo com medo agora. — Eu vou ter que resolver por mim mesmo.

— Lorenzo. Eu não quero ir para casa hoje, vai que ele me mata. — Briana começa a ficar ansiosa.

— Calma, você pode dormir lá em casa. Que tal? Amanhã a gente resolve isso.

— Claro, eu que não vou ficar com um assassino perto da minha casa.

— Vamos esperar meu pai chegar então, ele já está chegando — fala o Lorenzo olhando as notificações do seu celular.

Os dois ansiosos estavam a espera do Jordan chegar ainda ali no poste de luz. Foi quando ele chega e apita com a buzina.

Lorenzo e Briana vão de encontro com o carro de Jordan e entram.

— Boa noite gente — fala o Jordan.

— Boa noite pai. A Briana pode dormir lá em casa? — o Lorenzo pergunta rapidamente.

— Pode sim, oi Briana, tudo bem? — fala o Jordan para a Briana no banco de trás.

— Oi Jordan, estou bem sim, e você?

— Na medida do possível — Jordan liga o carro e continua a falar. — Conseguir passar na seleção de hoje.

— Sério pai? Que bom! — Lorenzo vibra com a conquista do pai. Essa notícia era boa demais, e talvez a notícia que ele tinha não seja apropriada para esse momento.

Lorenzo estava sufocado, mas conseguiu guardar isso até o momento certo de falar.

— Parabéns Jordan! — vibra a Briana também.

— Obrigado! E aí, como foi o dia de vocês? — pergunta o Jordan saindo do estacionamento e indo para a pista.

— Eu consegui convencer o Cleiton hoje! Irei ficar mais um tempo até consertar tudo. — Lorenzo da uma notícia boa.

— Ele já tinha me contado, eu sabia que ele não ia me desapontar — fala o Jordan orgulhoso.

— Sim, terei que fazer uma coisa para eu ficar, quando chegar em casa irei explicar para você e minha mãe.

— Ok, lá você me conta tudo. — fala o Jordan concentrado na pista.

— Viu. — O Lorenzo estava na poltrona da frente e estava de olho para a vista do lado de fora, e visualizava o rosto do Fabrício.

Aquilo te dava agonia. Sem pensar duas vezes ele tira de dentro da sua camisa o frasco e o cheira, assim acalmando ele de imediato.

O Jordan observa isso, depois do ato ele fala. — Cuidado com isso, é um remédio, mas também pode ser uma droga, não sei se a sua mãe te avisou. As pessoas compram isso para se sentirem felizes e calmos o tempo todo, e acabam retirando alguns sentimentos do corpo, tipo o medo, tristeza, raiva e o amor!

— Ela não me contou, mas eu não estou usando isso como se fosse droga, eu só usei agora. — fala o Lorenzo

— está nervoso agora? O que aconteceu? — ele olha para o Lorenzo, e pelo espelho do carro ver a Briana virando seu rosto para o vidro do carro. como se tivesse correndo do assunto.

Lorenzo pensa em algo rápido para disfarçar tudo aquilo.

— Estou esperando a resposta. — fala o Jordan impaciente.

Depois de alguns segundos sem falar nada o Lorenzo fala. — O Guilherme, ele não sai da minha cabeça. Eu preciso falar com a Michele, mas estou com medo de ela me acusar de assassino.

E não era mentira, ele estava morrendo de medo de manter contato com a Michele, a mãe do Guilherme.

Jordan fica calado por alguns segundos, reformulando as palavras certas para passar ao filho. — Assassino? Como assim assassino? Você não matou ninguém, ele se suicidou.

O Jordan não sabia de nada, assim como a Briana também não. Os dois estavam confusos.

O medo do Lorenzo estava fora do radar na mente dele. Talvez seja o efeito do frasco. — Desculpa, eu estou me culpando pela morte dele, e estou pensando demais nisso.

Jordan compreende e fala. — Não se culpe, você não fez nada, não sei o que aconteceu, mas tenho certeza que nunca ia fazer isso!

Lorenzo vira seu rosto novamente para ver a paisagem da rua.

E a conversa parou aí, até eles chegarem em casa.

Estacionando o carro no lado de dentro da garagem, todos saem e vão para dentro de casa.

Lá dentro ver a Valéria com algumas coisas na mão.

— Até que enfim vocês chegaram, já estou pronta para cortar seu cabelo Lorenzo, e por a sua lente que comprei. — fala a Valéria com uma máquina de cortar cabelo na mão.