Animal ancestral
Com a ajuda da Briana, a Valéria corta o cabelo do Lorenzo na zero. Era triste mas era necessário. Se não fizesse isso, todo mundo iria saber imediatamente onde ele morava e trabalhava, pois o seu cabelo o entregava facilmente.
Ao cortar o cabelo, Lorenzo vai no espelho para ver como ele ficou, e com um suspiro ele sente que vai desabar a qualquer momento. O cabelo que ele deixou crescer por dois anos e meio era importante para ele.
Tinha um significado muito forte para o Lorenzo, pois foi com esse cabelo que começou a se ver no espelho com outros olhos.
Ele se amava e se cuidava muito mais quando deixou seus cachinhos crescerem. E se olhando no espelho, o seu cabelo não estava mais ali.
— Você está lindo filho — fala a Valéria olhando ele na porta do banheiro, junto com a Briana.
Com essas palavras da mãe, Lorenzo teve o ponto de partida para desabar. Abaixando a cabeça ele começa a chorar, fazendo as lágrimas caírem dentro da pia. Soluçando ele fala. — Sim! Eu estou, eu não preciso do meu cabelo para se sentir bonito!
— Isso filho! Você é lindo do jeito que você é — Valéria acaba se emocionando, mas continuava firme.
— Gente, assim eu vou chorar também. Na verdade eu já estou — fala a Briana passando a mão no rosto para enxugar suas lágrimas.
Chegando na porta do banheiro, onde a Valéria e a Briana estavam, o Lorenzo abraça as duas. — Obrigado por vocês estarem aqui nesse momento tão difícil!
— Eu vou está do seu lado no que der e vier, aliás eu sou sua mãe— Valéria fala apertando o Lorenzo no abraço.
— Eu te amo muito mãe! — Lorenzo dá uma pausa e continua. — E amo você também Bri.
Briana também aperta o Rey, dando conforto para ele superar aquilo tudo.
Se desprendendo do abraço, enquanto chorava, o Lorenzo fala. — Agora só falta as lentes.
— Ah é, toma — entrega na mão de Lorenzo, a Valéria.
Indo novamente para frente do espelho, o Lorenzo coloca as lentes de contato. A cor da lente era castanho escuro. — Perfeito, agora só fazer o que eu devo fazer para acabar com esses boatos sobre mim.
— O que você vai fazer? — pergunta a Valéria curiosa.
— Eu quero contar do meu plano para todos que estão aqui. Vamos para a sala a onde o meu pai está? — fala Lorenzo com um sorriso no rosto.
— Vamos logo então — fala a Briana ainda chorando.
— Isso! A melhor coisa a se fazer é contar para todos — fala a Valéria orgulhosa do filho.
Saindo do banheiro, e indo para a sala, os três veem o Jordan apreensivo e chorando, antes mesmo de ver o Lorenzo sem cabelo.
Ao ver ele, o Jordan sai da sua cadeira e vai dá um abraço em Lorenzo.
Lorenzo abre seus braços para encaixar com o abraço do pai. Jordan estava chorando por que sabia o significado que tinha o cabelo do Lorenzo, pois os dois conversavam dos seus problemas. E na época que o Lorenzo decidiu deixar crescer o cabelo, ele estava passando por uma fase sombria.
— Filho! Você é corajoso e valente, e não é o seu cabelo que vai te definir. Isso está dentro de você! — Jordan fala, antes mesmo do Lorenzo dizer alguma coisa.
Lorenzo acaba chorando outra vez. Não estava querendo chorar, mas era inevitável, estava guardando tantas coisas para ele mesmo que acabava ficando triste e sozinho, trancado em seu quarto. E ceder uma única vez não ia matar ele.
Se recompondo do abraço de Jordan, ele fala. — Pai! Agora eu estou bem mais parecido com você — ele rir, e Jordan rir também, fazendo eles saírem do abraço lentamente. — Você é careca, eu também, tem olhos castanhos, eu também, só falta a barba feita. Uma coisa que eu não tenho.
Jordan contínua rindo enquanto olhava o rosto de Valéria e Briana, que estavam sorrindo de emoção também.
— Tá gente, vamos para de choro? Eu preciso falar do plano que contei para Cleiton. — o Lorenzo olha para todos.
— Plano? Ah sim. Ele me contou, e eu aprovo o que você vai fazer! Amanhã ele me falou que você não vai para o trabalho para fazer isso — fala o Jordan voltando para o sofá.
Briana e Valéria vão sentar também, cada um em um lugar diferente da casa, que era cheia de bancos fofos e sofás acolchoados.
No centro, em pé na frente dos três, o Lorenzo fala. — Sim, esse plano não tem erro, e espero que meu poder de hipnotizar mais de uma pessoa esteja funcionando ainda.
— Tomara, mas qual é o plano? — pergunta a Valéria olhando fixamente para o Lorenzo.
— As emissoras de jornais já sabem onde é minha casa, né? — Pergunta o Lorenzo.
— Sim! Esses carrapatos estavam aqui antes de vocês chegarem, perguntando se você estava. Eu disse que não conhecia a pessoa que eles estavam procurando, mas vão vim de novo amanhã — Valéria fala indignada.
— Pois meu plano é com eles mesmo — Lorenzo dá uma pausa, dando suspense na sala. Com os olhares atentos para ele, Lorenzo continua. — Da próxima vez que eles aparecerem aqui, eu vou hipnotizar todos para que eles parem de vim gravar aqui! E também dizer que as imagens que estão na internet são fake news. Já que a televisão acaba sendo a maior rede de informação mundial. Passando na televisão, as coisas, tipo site de fofocas, jornalismo e vlogs vão parar de falar sobre isso. E se continuarem vão ser esquecidos depois de algumas semanas...
Ele foi interrompido com o grito da Briana. — Genial! — ao ver que interrompeu o Lorenzo ela se cala.
— Enfim, eu não irei amanhã para o trabalho, para ficar aqui esperando cada ratinhos de emissora vier para eu hipnotizar, eu espero que venha mais de um, em vez de um por um — finaliza o Lorenzo.
— Eu achei o plano muito bom, mas não é um pouco arriscado não? — pergunta a Valéria preocupada.
— Não mãe. Se for preocupação, de alguém ver eu fazendo isso, fique despreocupada. Eu vou trazer todos para dentro de casa, assim ninguém no lado de fora vai ver.
— Lorenzo! Você é muito inteligente, eu apoio! — fala a Briana com um sorriso. — Pena que não vou poder ajudar nisso. — ela não poderia ajudar porque amanhã ela estaria no trabalho.
— Sem problemas! Mas dúvidas?
Valéria olha para o Jordan, para ver se ele tinha dúvida, ele então fala. — Como eu disse, tem meu total apoio, isso não tem erro, eu até falei com o Cleiton.
A Valéria fica mais calma. — Se você diz... eu vou dá um voto de confiança.
Era isso o que o Lorenzo queria, pois assim seria um fardo a menos nas costas dele, tinha a bruxa do apocalipse, o Fabrício que era assassino e estava morrendo de medo de falar com a Michele, ainda mas com o cabelo cortado. — Perfeito, é isso o que vou fazer amanhã!
Depois de uma longa conversa com sua família, o Lorenzo e Briana vão para o quarto. Briana poderia dormir no quarto de visitas, mas decidiu dormir com Lorenzo, para por as coisas em ordem.
No quarto, a Briana fala primeiro. — Lorenzo, você não falou do Fabrício para sua família. O que você está planejando?
— Eu vou contar amanhã a noite, já que você vai ter que dormir aqui de novo.
— Ah sim, isso é verdade. Mas por que não contou logo hoje?
— Eu preciso resolver um de cada vez. Não consigo resolver tudo de uma só vez. E aliás, seria muita informação para processar, não acha?
— Verdade, para mim já é muita informação — Briana fala no cobertor, vendo o insta de Fabrício. — Eu ainda não estou acreditando que é ele. Nos pôsteres mais recentes ele não estava com cabelo loiro, isso é um pouco esquisito.
Lorenzo vai para perto de Briana para ver seu celular. — Realmente, bem esquisito, amanhã me atualiza se caso ele postar outra foto.
— Viu, eu aviso sim! — ela se ajeita na cama e com um suspiro lembra de mais outra coisa pendente. — O Patrique! Você disse que ia me mostrar o vídeo.
— Ah é! Quase ia me esquecendo — Lorenzo pega seu celular, e acaba dando de cara com as mensagens do Rogério, que tinha respondido o oi dele ( finalmente está parando de me ignorar ), ( podemos conversar agora. ) — Ah depois eu respondo — o Lorenzo pensa procurando o vídeo no YouTube.
Abrindo o vídeo, e parando no momento em que Patrique fica de olhos brancos, ele mostra para Briana. — O pior que é verdade.
— Mas como é possível?
— Não sei, nunca aconteceu isso. Tenho certeza que tem algo bem errado nele.
— Sim, talvez ele seja especial, um feiticeiro também.
— Mas feiticeiros também ficam com os olhos roxos no meu encanto... Mas sabe de uma coisa, eu vou investigar isso!
— Sim, acho bom fazer isso — fala a Briana desligando o celular. — Vou está dormindo para acordar amanhã no horário, eu não posso chegar atrasada.
— Ok, vou demorar um pouco antes de dormir, irei conversar com o Rogério.
— Uhhhhh o Rogério! Será que ele vai gostar da sua careca? — ela zomba o Lorenzo.
— Se ele não gostar, aí vai ser problema dele, porque eu já estou gostando — o Lorenzo rir, fazendo a Briana rir também.
— Tá bom, até amanhã! E boa conversa para vocês dois — Briana fala se virando para o lado contrário do Lorenzo e colocando seu cobertor por cima da sua cabeça.
— Até amanhã! — concentrando sua atenção no celular, ele vai para o chat do Rogério, que tinha mais mensagem amém daquela.
— Lorenzo?
— Você está aí?
— Se você não gosta mais de mim, me fala, pois assim você não me dar falsas esperanças.
— Tá, e lá vamos nós — fala para si mesmo o Rogério, digitando ele envia. — Boa noite, eu gosto de você sim, mas eu estou só me protegendo.
Ele visualiza automaticamente.
— Está se protegendo de mim?
— Você acha que vou te matar?
— Não.
— Não sei — Lorenzo demostra a incerteza dele.
— Lorenzo! Eu não ia te matar! Eu te amo!
— Para de pensar besteira, eu só quero namorar com você, e você nem ai.
— Acabou até me ignorando com a declaração que fiz para você lá no refeitório.
— Eu fiquei bem triste, sabia?
— Nem um tchau você me deu
Lorenzo não fica chocado com o “namorar”, ele fica chocado porque olhando para esse lado, ele seria uma pessoa totalmente empática e sem coração, parecia que ele estava só iludindo o Rogério. Mas entretanto ele sabia o porquê ele fez isso, e foi por conta do maromba do hospital, então sem pensar duas vezes ele digita.
— Eu vi
— Viu o que?
— Está me deixando ansioso.
— Eu vi o maromba que você brigou.
— Lá no hospital a onde eu estava.
— O que você fez com ele?
Ao finalizar a frase, o Lorenzo ver o Rogério demorar de digitar. Isso deixava ele mais suspeito, ele poderia ser o segundo assassino, junto com o Fabrício.
Depois de 1 minuto, o Rogério manda um textao
—Está desconfiado de mim, por conta disso, né? Eu vou explicar tudo então. Eu não sei se te contei, mas gosto de malhar na academia a noite, e aqueles três me encurralaram no lado de fora, com aquele carro Ônix. Como você falou, eles poderiam ser os três assassinos que estão sequestrando as pessoas, eu tive que me defender. E eu tenho uma habilidade a mais do que só ler mentes, eu posso colocar lembranças horríveis das pessoas a qualquer momento, então foi isso que fiz, acabei vendo muita drogas, armas, mortes e etc... Um até tinha uma arma com ele, o mesmo que acho que você viu, pois os outros fugiram, e eu dei uma lição nele é claro, além de apanhar também. A história é essa, eu só não contei.
— Colocar lembranças nas pessoas? Mas não é impossível ter mais de dois poderes?
— Sim, mas isso que você aprendeu é tudo mentira. Aliás, você já está conseguindo desbloquear seu secundário poder.
— Como você sabe?
— O seu vídeo diz isso! Seu animal ancestral falou com você.
Lorenzo lembra da voz que falou com ele, quando estava fora de si, será que era aquilo que o Rogério estava falando?
— Eu tenho animal ancestral?
— Esse papo está muito estranho.
— Tem, todos os feiticeiros tem, só que não sabemos, porque eles foram aprisionados a milhares de anos, e até agora eles estão. Mas eu vejo meu animal ancestral em sonhos.
— Sério? E qual é o seu animal ancestral?
— Um leão, majestoso e lindo!
— Eu não acredito nisso!
— Mas voltando no assunto do maromba.
— Eu me assustei com ele falando que eu fiz isso com ele, e o que tem a dizer sobre isso?
Lorenzo pergunta. Isso era o ponto principal daquela conversa.
— Eu não sei o porquê ele falou isso, quem bateu nele foi eu.
— A não ser que... As lembranças dele. Acho que ele viu algo relacionado a você.
— Eu vi ele segurando a porta de alguma sala, vendo seus amigos serem empurrados de uma janela, em um lugar alto, que parecia o segundo andar. Ele estava com uma força absurda, não deixando ninguém entrar na sala. Até que uma pessoa forte que trabalhava no local, consegue empurrar a sala e tirar ele do transe. A pessoa que estava fazendo isso fica surpresa e começa a chorar. Eu vi quem era, mas não me pareceu você, a pessoa que estava empurrando os meninos era você? Pois foi aquele trauma que passou na cabeça dele.
Lorenzo fica paralisado, era praticamente impossível o Rogério saber daquilo, ele não tinha contado. Lorenzo então não responde, ele fica ali só olhando as mensagens. Até que chega outra mensagem, e era da Michele.
— Lorenzo? Boa noite.
Lorenzo sai da conversa do Rogério e vai conversar com a Michele. Dando mais um vácuo no Rogério, ele sai do chat.
— Oi. Tudo bem Michele, você está bem?
— Não muito, estou chorando bastante, perdendo sono, pensei que não ia me responder esse horário, mas vim avisar que o velório do meu filho é depois de três dias.
— Acho importante você comparecer
— Mesmo as pessoas falando coisas horríveis de você.
Lorenzo fica tenso, era agora que a Michele ia chamar ele de assassino, e ia dizer que ia chamar a polícia. Vendo ela digitar e enviar todas as mensagens em seguidas, ele ler atentamente.
— Estão dizendo que você matou o Guilherme, eu vi os vídeos, e eu estava quase absorvendo tudo o que estavam falando para mim.
— Mas eu não pôde fazer isso, eu queria saber de você, o que aconteceu naquele dia?
— Eu tenho certeza que você não matou ele. E os jornais estão publicando mentiras em cima de mentiras.
— Não foi um suicídio, e sim um assassinato.
— Lorenzo? Me responde.
Lorenzo olha para o lado, e a Briana já estava dormindo, só tinha ele ali acordado com uma bomba relógio em suas mãos. Qualquer coisa que o Lorenzo digitasse, ela acabaria tendo uma reação diferente. Em sua mente, ele tinha a culpa da morte do Guilherme, mas não sabia se era ele totalmente.
— Oi, eu estou aqui
— desculpa a demora de responder
— Aí que alívio, eu pensei que você ia me dá vácuo. — O Lorenzo pensou nisso. E pensou em contar a “verdade” também. De que ele matou o Guilherme. Mas ele releu as mensagens de Michele, e viu que ela falou de assassinato.
— Eu nunca ia fazer isso!
— Nunca ia matar o Guilherme, eu amava ele! Não tem o porquê eu fazer isso... — Lorenzo estava lacrimejando enquanto escrevia, mas não chora.
— Essas pessoas que estão falando mal de mim, são mentirosas.
— Eu sei disso! Pois eu vi o rosto da pessoa que fez isso, não foi nítido mas eu vi! Foram duas pessoas.
— O quê? Ela viu? — Lorenzo pensa surpreso.
— Viu?
— Você tem a descrição deles?
— Eu só lembro de um. Uma mulher, era loira e alta, a cor dos olhos dela eram castanhos.
Automaticamente o Lorenzo lembra da Roberta. — Será que era ela? — Lorenzo pensa.
— Michele, eu acho que sei quem é — ele não pensou no peso da mensagem que enviou.
— Sabe? Quem é?
— vou enviar uma foto, e você me diz se é ela.
— Ok
Rapidamente o Lorenzo tira print da Roberta no Instagram, e envia para Michele. Ao enviar ele tem uma surpresa.
— Não, não é ela
— A pessoa tinha uma pele negra.
— Ah sim — Lorenzo fica mas calmo.
— Mas por que você achou que era ela?
— Fiquei curiosa.
— Michele, você é minha amiga, então eu vou contar
— Tem pessoas perigosas atrás de mim também, e eu serei o próximo a morrer se eu não me proteger — Lorenzo quis falar isso a ela, para mostrar que ele confia nela. E isso seria justo a se fazer, já que ela está muito mal. A verdade, mesmo que seja só a metade dela, já era o suficiente para pegar a confiança dela.
— Meu deus Lorenzo! Quer conversar comigo sobre isso?
O Lorenzo conversa com a Michele por horas, até chegar o momento de dormir. Na verdade já tinha passado a hora de dormir, era de madrugada. Ele se ajeita na cama e fecha seus olhos, que estava pedindo descanso urgentemente
Abrindo seus olhos, ele ver a continuação do seu sonho. Aquele que ele estava enfiando sua espada na barriga de Guilherme, e que os olhos dele estavam pretos olhando para ele.
Os pés do Guilherme estavam fora do chão, por conta do Lorenzo que estava suspendendo ele pela espada.
— VOCÊ É O ASSASSINO! — Ele lança um grito agoniante.
O ouvido de Lorenzo arde, mas ele não conseguia gritar.
Ao redor do ser aterrorizante, e o Lorenzo, nasce um cenário novo. Lorenzo agora estava na sua antiga escola, arrodeado de crianças, e todas elas estavam gritando — ASSASSINO —, sem parar, em um círculo de briga.
Lorenzo fica aterrorizado, e parecia que seu tamanho tinha diminuído, ou ele agora era um menino de quinze anos que empurrou todos os seus colegas do segundo andar, pois todas as pessoas que estavam lá ele já tinha conhecido.
Olhando para frente ele ver o menino que está encostado na porta, ele se chamava Renan, o irmão de Paulo, que perdeu uma perna na queda, e amigo de Gabriel que perdeu o braço. — Você é uma pessoa horrível!
A mesma sensação ruim daquele dia é dominada pelo Lorenzo, ele não queria chorar, mas era algo que ele não controlava.
O menino Renan se transforma no homem adulto que ele encontrou a primeira vez na academia. — Você acha que eu mereço isso? Com tudo aquilo que passei?
Lorenzo não fala nada. E o Renan continua andando para a frente dele e grita. — RESPONDE!
Dessa vez o Lorenzo conseguia falar. — Eu não queria fazer isso... — ele fala baixo, fechando seus olhos.
O silêncio brota em seus ouvidos, e curioso, Lorenzo abre novamente seus olhos, e o rosto do adulto estava na sua frente! — MAS VOCÊ FEZ! — o mesmo grito agoniante do Guilherme com os olhos pretos estava no rosto do Renan. Ao finalizar a frase ele dá uma gargalhada maligna, e o povo a sua volta continua falando — ASSASSINO! — repetidas vezes.
Se abaixando, e colocando suas mãos em seus ouvidos, o Lorenzo fecha seus olhos. Ele sentia cada grito o chamando de assassino sangrar seus ouvidos, enquanto ele chorava para parar. Juntando suas últimas forças, o Lorenzo grita. — CHEGA!
Um silêncio agoniante paira sobre esse lugar. Uma leve brisa de vento bate em seu rosto.
Abrindo seus olhos, ele se encontrava em um local totalmente diferente. Era um bosque enorme, cheio de flores diversas. Ele olha de um lado para o outro, mas não ver exatamente nada, só se via árvores e arbustos, além da linha da imensidão daquele bosque.
Andando um pouco para frente, ele ver sobre os matos, uma borboleta em forma de caveira. — Espera um pouco! Essa borboleta não é o que o Rogério tem tatuado no seu peito? — Lorenzo pensava, enquanto via ela voar agitada, para lá e para cá.
Algo abaixo da borboleta assusta ele. Ao ver o que era, ele percebe que era um gato preto pulando para tentar pegar a borboleta. E o mais importante é que aquele gato tinha os olhos da mesma cor que o do Lorenzo, eram roxos.
Ao perceber que não estava sozinho, o gato da uma olhada no Lorenzo e fala. — Até que enfim! — era a mesma voz de quando ele ficou em coma.
— O que você está esperando Lorenzo! Venha me ajudar! Essa praga agora está solta, temos que prender! — ele se referia a borboleta de caveira.
— Como assim? — depois disso ele fica tonto e vai de encontro ao chão. No chão ele via o gato em seu rosto falando algo que ele não podia ouvir, fechando seus olhos ele volta ao mundo real.
Acordando em seu quarto, ele vira seu rosto para o lado, mas não ver a Briana.
Pegando seu celular, que estava próximo dele, ele ver as horas, já eram 10 horas da manhã. A essa hora, a Briana tinha ido trabalhar.
As primeiras mensagens no WhatsApp, eram dela, ela falava; ( Eu tive que ir para o trabalho, tentei te acordar, mas você não acordava, parecia estar em transe. Eu contei para Valéria e Jordan, porque você não parava de chorar e falar coisas enquanto dormia ) e na outra mensagem dizia ( o Fabrício postou uma foto hoje de manhã, ele está ainda com o cabelo preto )
— Meu deus, eu preciso falar com o Rogério — pensa Lorenzo, pois a única coisa que ele imaginava agora era sobre o seu animal ancestral está tentando falar com ele, e ele estava pedindo ajuda.
Antes de levantar da cama, ele vai no Instagram de Fabrício. e ele realmente estava com o cabelo preto. Isso era muito estranho.
Depois do questionamento, ele se levanta da cama. Estava se sentindo culpado pela morte do Guilherme, e pelo acontecimento com o Renan. Estava na cara que ele era realmente o assassino, como as crianças estavam falando dele.
Tenso ele pensa o que poderia fazer para melhorar aquilo, eram tantas informações. — Caderno! — ele fala alto a procura de um caderno para anotar tudo o que estava acontecendo.
Vasculhando aquele quarto, o Lorenzo deixa um rastro imenso de bagunça, mas consegue encontrar um caderno e uma caneta. — Preciso anotar!
Em primeiro lugar ele anota.
1 – Animal ancestral (ajuda)
2 – Que borboleta era aquela?
Depois do segundo item da lista, ele ver que ter a ajuda do Rogério seria essencial. E só um pouco arriscado.
A conversa que ele teve com o Rogério ontem, sobre o Renan, ele sentiu mais confiança do Rogério. Pois ele pensou em outras coisas, tipo: um disfarce, alguém se disfarçar dele e bater no Renan.
— É isso! — ele lembra de uma amiga da mãe. Ela tinha o poder de disfarçar das pessoas. E talvez isso tenha sentido, já que o Fabrício como a Briana disse estava com o cabelo preto ainda.
Conectando os pontos, ele desconfia que a pessoa que matou o Guilherme possa ser a mesma pessoa que talvez tenha se disfarçado de Fabrício, pois a própria Michele falou que era um assassino. — Bingo!
3 – Desvendar quem é a pessoa que matou o Guilherme e se disfarçou do Fabrício.
Outra coisa se passa na cabeça dele, que ele já estava esquecendo. — Ah sim!
4 – Apocalipse, e a Bridget Bishop.
5 – investigar o Patrique
6 – Por em prática meu plano!
— Isso! Eu preciso primeiro focar no hoje! — ele fala saindo do quarto, com seu caderno na mão. Ele Estava determinado a acabar logo com aquela agonia toda.
Na sala de estar já se via batidas na porta. Só podiam ser os repórteres, os ratos das televisões.
— Vou cuidar logo deles! Depois eu tomo meu café da manhã.
Chegando na porta de madeira gigante, ele abre a porta com a chave.
De repente se escuta um grito de decepção dos repórteres. — Ahhh, não é ele gente! Acho que a informação sobre a casa do diabo não é aqui! — o primeiro repórter de uma emissora fala.
Logo em segundo repórter de outro emissora grita. — FICAMOS DOIS DIAS AQUI, PARA DEPOIS VER QUE AQUI NÃO É A CASA DO FEITICEIRO?!
Lorenzo sorrir, o disfarce dele de cabelo raspado e lente de contato, estava dando certo. Nesse momento ele estava com o seu pijama que usa para dormir a noite.
Sem mais distrações, ele começa a deixar seus olhos castanhos completamente roxo. Estava se concentrando em pegar todas as pessoas que estavam no lado de fora, já que eram mas de 10 emissoras.
Conseguindo hipnotizar todos, o Lorenzo percebe que alguém o observava no outro lado da pista.
Era o Gael, ele se vira para o lado contrário assustado, e aumenta seus paços. — Merda! Mas uma coisa para resolver... — Lorenzo pensava enquanto via o Gael desaparecer da calçada.
Com uma ordem, o Lorenzo fala. — Entrem! — rapidamente todos entram na casa, que ficou bem cheia.
— Tá, vamos acabar com isso logo. — o Lorenzo pensa, enquanto reformulava a ordem que ele ia mandar.
— Vocês todos vão mentir sobre o vídeo da internet. Dizer que foi montagem bem feita! Mostrem para todos que isso só foi engano, e que não se passa de uma fake news! – todos estavam com olhares roxo, e com um simples balançar de cabeça eles confirmam a ordem do Lorenzo.
— Perfeito! Agora peço que saiam da minha casa, e esqueçam que essa conversa aconteceu! — manda novamente o Lorenzo.
Como se fossem zumbis, todos saem lentamente da casa do Lorenzo, ao saírem cada um vai se despertando do transe.
O primeiro repórter que chamou Lorenzo de demônio fala — O que aconteceu?
— Vocês disseram que iam parar de me atentar! Eu já disse que não conheço esse tal cara que tá no vídeo — fala o Lorenzo sério.
— Ah! Certo senhor! Obrigado pela atenção — ele fala se retirando com o seu câmera do lado. Assim fazem os outros.
Lorenzo vibra de alegria em sua mente, mas antes de fechar a porta, ver novamente o Gael. Só que dessa vez ele estava entrando dentro da casa dele, que era de frente da de Lorenzo.
Assustado ele entra, dá uma olhada para o Lorenzo de relance e fecha a porta.
Fechando a porta, o Lorenzo faz o mesmo. — Merda!
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