Capítulo 1

Liadan

- Liadan, hora de... - grito do César me acordou junto com um forte peso nas minhas costas - ACORDA.

- CÉSAR. - gritei irritada - De novo, não... Agora te pego, seu moleque.

- Não me pegar. - mostrou a língua e saiu de cima de mim.

- Venha aqui. - gritei tentando pegá-lo enquanto ele estava correndo e mostrando a língua.

- Chegar, tem gente dormindo. - gritou Jurandir meio sonolento.

- O que é que está acontecendo aqui? - perguntou a mamãe entrando no nosso quarto.

- Mamãe. - disse César indo atrás dela - Liadan está querendo me bater.

- Você que começou pulando em cima de mim. - gritei quase rosnando.

- Crianças, chega de briga. - disse bem séria - Parem e desculpem um por outro.

- Foi ele que começou. - falei o encarando. - Ele tem que pedir desculpas primeiro.

- Não vou, não. - disse César - Você é mais velha que eu, tem que dizer desculpa primeiro.

- Ora seu...

- Liadan e César. - grito do papai nos paralisou e apareceu atrás da mamãe - Pedem desculpa agora, entenderam?

- Desculpa. - César e eu falamos ao mesmo tempo.

- Isso mesmo. - disse papai e gritou - Jurandir, levante logo pra estudar e hoje você ajudará as crianças mais novas pois estudos.

- O quê? - perguntou Jurandir levantando rapidamente da cama. - Mas você prometeu que me levaria pra patrulha da tarde.

- Tenho assunto importante pra fazer, seus estudos são mais importantes e já falei que levarei quando...

- Quando minha alma animal se manifestar, já sei disso. - disse Jurandir cruzando os braços.

- Filho, alma animal não manifestar na hora que você quer, ele aparece quando estiverem prontos e preparados para serem Humanimais. - olhou para Jurandir e olhou sorrindo pra mim - E tenho impressão que suas almas animais se manifestaram a qualquer momento.

- Minha alma animal será poderosa igual a do papai. - disse César bem animado.

- Pode ser, filhote. - disse mamãe acariciando os cabelos cacheados dele - Agora, Jurandir e Liadan, comerão café da manhã e se preparem para a aula, e César ficará com as outras crianças.

- Amor. - papai beijou o pescoço dela e tocou na barriga de gravidez - Não achar melhor descansar mais um pouco.

- Não, está tudo bem. - disse sorrindo - Parece que se acalmou de tanto chutar à noite.

- Quando meu irmãozinho vai chegar? - perguntou César tocando na barriga.

- Espero que seja menina, não vou aguentar mais um menino chato. - falei em voz alta.

- Mamãe, olhar ela. - reclamou César.

- Liadan... - suspirou e os olhos dela ficaram dourados.

Pronto, sempre que brigamos ou fazemos algo que não deveríamos, aparece Mamãe Agatha.

- Desculpe. - falei quase suspirando.

- Assim está melhor. - disse e os olhos voltaram ao normal. - Vamos.

- Essa foi por pouco. - sussurrou Jurandir rindo.

Ri dando soco fraco no ombro dele.

Continua...