Epílogo
8 meses depois
Sábio (Onça-Pintada)
Isso mesmo, você leu certo.
De longe eu fui os observando enquanto andavam na floresta e segurando suas armas.
- Tem certeza que esse é o local certo? - perguntou o caçador mais alto.
- Claro, ele disse que é aqui. - respondeu o caçador mais velho.
- Não acredito que você está mesmo acreditando que aquele bêbado falou. - resmungou o caçador alto.
- Então explicar que ultimamente os caçadores estão dizendo que viram um tigre andando na floresta.
- Um tigre na Amazônia?! - riu caçador alto. - Dessa vez exageram muito na bebida, meses atrás um homem disse que viu uma mulher tigresa.
- Essa parte da mulher é bobagem, mas acredito no tigre. - disse caçador velho - Pare de reclamar e vamos logo procurá-lo.
- Depois não diga que não avisei, mas bobagem é um tigre vivendo aqui na Amazônia.
Eles estão quase no limite, está na hora.
Chamei atenção deles correndo e fazendo barulhos de galhos quebrando.
- Venha tigrinho. - riu caçador velho preparando sua arma.
Sai do meu esconderijo e apareci na frente deles, os ameacei rosnando.
- É só uma onça. - riu caçador alto.
- Droga... - resmungou caçador velho. - Ele é todo seu.
- Com certeza. - riu o caçador alto apontando rifle pra mim.
- Eu não faria isso se fosse vocês.
A voz feminina assustou eles e viraram a dona da voz.
Puxa, de novo não.
- Quem é você? - perguntou o caçador velho - Uma índia ou alguém da vila?
- Nenhuma delas. - disse Clarisse se aproximando, usando um vestido simples e tocando na sua barriga de gravidez.
- Então vai embora se não quiser virar comida de onça. - disse o caçador alto ainda apontando o rifle.
- Desculpe... Mas vocês que vão virar comida se não saírem da minha floresta. - disse Clarisse bem séria.
- O quê? - caçador velho riu como louco - Mocinha, vai lá por seu marido sujo e comer as formigas.
- Isso mesmo, vai embora se não quiser confusão. - disse o caçador alto rindo também - Nem é para você está aqui.
- Nem vocês.
Eles pararam de rir quando viram cinco onças-pintadas aparecendo atrás dela. Mais dois apareceram atrás de mim e rosnando para os caçadores.
- Droga, o que é isso? - perguntou o caçador alto não sabendo quem aponta a arma.
Clarisse se aproximou rapidamente dele e segurou a ponta do rifle.
- Quer levar um tiro, maluca? - perguntou o caçador alto.
A mão dela se transformou e quebrou o rifle ao meio. Que fez o caçador alto cair no chão bem assustado.
- Ora sua... - resmungou o caçador velho apontando a pistola pra ela.
- Piper. - gritou Clarisse.
No braço esquerdo dela saiu uma grande leoa meio transparente e rugiu atacando o caçador. Ele atirou na leoa e a bala a atravessou sem feri-la.
A leoa pulou pra cima dele e deu um grande de garras no rosto dele. Se afastou gritando e tocou no ferimento e saiu muito sangue, as onças aproveitaram e pularam em cima dele e preparados para mordê-lo.
- Não. - gritou Clarisse, fazendo as onças se afastem dele.
Ela agarrou a blusa do caçador alto e disse bem séria.
- Vou dar mais uma chance pra vocês, mas se voltarem na floresta e continua matando os animais... Serão alimentado por muitas onças-pintadas.
- Quem... Quem é você? - perguntou o caçador alto e gaguejando de medo.
Clarisse sorriu e mostrou sua forma tigresa humana.
- Eu sou a Rainha dos Felinos e essa floresta está sob muita proteção.
Ela voltou na forma humana e jogou o homem para cima do caçador velho.
- Levem eles para a estrada. - disse Clarisse para cinco onças-pintadas.
Eles foram se aproximando e rosnando para os caçadores. Bem assustadores, os caçadores correram gritando e sendo seguidos por cinco onças-pintadas.
- Sábio, você está bem? - perguntou Clarisse preocupada.
"Sua... Tigresa idiota, não era pra você está descansando?", gritei quase rugindo.
- Eu estava entediada e queria andar um pouco. - suspirou Clarisse e a alma leoa voltou no braço dela.
"Mesmo grávida, você não ficar quieta.", suspirei.
- Agradeça por salvar sua pele e... - soltou longo suspiro - Agatha, dessa vez você exagerou um pouco.
- Exagerou mesmo. - a voz em cima de nós, assustou Clarisse - O que a esposa de um grande líder está fazendo sozinha?
- Jasiri, pode parar com essa mania de aparecer do nada? - perguntou Clarisse.
- Esqueceu que seu querido marido mandou todos nós ficamos de olho em você? - disse Jasiri pousou ao lado dela - Também, pelo tamanho da sua barriga, o bebê pode nascer a qualquer momento.
- Tenho que concorda. - riu Clarisse tocando na barriga dela.
- Vamos, tigresa. - disse Jasiri - Vai que Raoni aparece do nada e queria tirar nosso couro.
Raoni viajou dias atrás indo ao Conselho do Leão, e está causando muito trabalho pra nós, Clarisse sempre saindo pra espera-lo na floresta.
- Ok, va... - de repente Clarisse caiu de joelhos e gritou de dor.
- O que foi? - perguntou Jasiri muito preocupada - O que aconteceu?
- A bolsa... - sussurrou Clarisse e gritou de novo - Estourou.
- Minha nossa, meus ancestrais. - gritou Jasiri entrando em pânico - Não acredito que o danado já quer nascer.
- Sábio. - Clarisse me chamou - Chame ajuda.
Rapidamente já fui correndo em direção da aldeia, poucos minutos depois finalmente chegando tentando encontrar Íaça, já que ela também me entendia.
A encontrei treinando com os outros aprendizes.
- Você não me derrubar. - zombou Íaça treinando luta com a Lisa.
Parou quando Lisa desviou o ataque e pulou em cima da Íaça.
- Droga, assim não vale. - disse Íaça empurrada - Já que a mestra Clarisse é sua mentora.
Fui na frente delas e rugi.
- Mestra Clarisse o quê? - disse Íaça se levantando - O bebê vai nascer.
- Raoni chegou. - gritou Nicolas apontando o Raoni que chegou da aldeia.
- Raoni. - correu Íaça e foi pulando em volta dele - Clarisse... Estourou... Está Chegando...
- Calma, Íaça. - disse Raoni segurando os ombros dela - O que está acontecendo?
- O bebê está chegando. - gritou rapidamente.
- Clarisse... O bebê... - gaguejou Raoni segurando os cabelos.
O grito agudo da Jasiri chamou atenção para toda a aldeia e está vindo da floresta.
- É a Jasiri. - disse Azula.
- O bebê está chegando. - gritou Raoni indo rapidamente em direção do grito.
Até que no meio das árvores apareceu Jasiri correndo ao lado de uma grande loba preta, e nas costas da loba está Clarisse gritando.
- Azula, prepare tudo e chame as mulheres. - gritou Tara ajudando Clarisse desmontando da Luna.
- Cer... Certo. - disse Azula correndo.
- Clarisse, meu amor. - Raoni correu ao lado dela e foi ao lado dela - Está tudo bem, estou aqui.
- Raoni, chegou a tempo. - disse Clarisse sorrindo.
- Mulheres mais velhas vão ajudar no parto. - gritou Dona Alice dando ordens para mulheres - Tara, leve Clarisse pra cabana, mulheres mais jovens vão buscar toalhas limpas e água limpa.
- Vamos, Clarisse. - disse Tara levando Clarisse pra cabana do Raoni.
- Mocinho. - gritou Dona Alice para o Raoni - Pode ser nosso líder, mas precisa ficar fora da cabana e esperar, entendeu?
- Entendi. - suspirou Raoni.
- Trouxe toalhas. - gritou Laila carregando toalhas limpas e entrando na cabana.
- Água limpa. - gritou Azula em seguida carregando balde com água.
- Jasiri, ficar aqui vigiando. - mandou Dona Alice antes de entrar na cabana.
- Sim, senhora. - disse Jasiri ficando ao lado da porta.
Enquanto as mulheres entraram na cabana, Raoni ficou sentado e muito nervoso. Homens e crianças foram se reunindo e esperando.
- Calma, Raoni. - disse Ursão andando de lado para outro - Não precisa se preocupar, vai ficar tudo bem, tudo bem, tudo bem...
- Você é que está mais nervoso. - disse Rômulo batendo nas costas dele.
- Será que vai ser menino? - perguntou João.
- Ou será menina? - perguntou Nani.
- Não se preocupe, Clarisse é bem forte. - disse Luna tentando consolar Raoni.
Mas o grito forte da Clarisse arrepiou nossas colunas. Deixando todos em pânico e mais nervosos.
O tempo foi passando e Raoni ficando muito nervoso que as unhas dele foram sumindo de tanto morder.
Aproximei e dei lambida no braço dele, ele parou de morder e suspirou.
- Obrigado. - me agradeceu acariciando minha cabeça.
Outro grito chamou nossa atenção, mas esse grito veio com um choro de bebê.
- Nasceu... Meu filho nasceu. - gritou Raoni e os homens gritaram juntos.
Pararam quando ouviram outro choro, mas esse é um pouco diferente do anterior.
As mulheres saíram comemorando e gritando:
- Nasceram e a Clarisse está bem.
Espere...
Nasceram?!
- Raoni. - veio Tara e o abraçou - Parabéns... Em dobro.
- Dobro?! - gaguejou Raoni.
- Vai lá ver... Papai. - riu Tara o empurrando para dentro da cabana.
Corri indo em uma das janelas da cabana, vendo Clarisse deitada. Raoni entrou e foi se aproximando bem devagar, Clarisse riu e disse com uma voz meio fraca:
- Pode vir, eles não mordem.
Raoni ao lado dela e vendo dois bebês nos braços da Clarisse.
- Meus ancestrais... - chorou Raoni pegando o primeiro bebê bem devagar, sorriu o segurando - É um menino.
- E uma menina. - disse Clarisse acariciando o outro bebê no colo dela.
- Casal de gêmeos. - Raoni chorou mais ainda, olhando para outro bebê - Nossos lindos filhos.
Raoni sentou ao lado da Clarisse e beijou os cabelos dela.
- Obrigado, que bom que cheguei a tempo.
- Também estou muito feliz. - sorriu Clarisse - Vivendo ao seu lado e tendo esses lindos filhos.
- Ela é muito linda. - disse Raoni olhando pra bebê menina - Com certeza será igualzinha a mamãe.
- E ele será igualzinho ao papai. - sorriu Clarisse acariciando o bebê menino.
- Cuidaremos muito bem deles. - Raoni sorriu por bebê menino - Jurandir, ele ganhará esse nome que era do meu vovô, o líder sábio.
- Liadan. - disse Clarisse falando pra bebê menina - Ganhará esse nome que era de uma grande mulher que cuidou Raoni e o Léo.
Raoni e a Clarisse se beijaram e segurando seus filhos, enquanto eu fiquei olhando de felicidade. Vendo para a próxima geração e o futuro que esses bebês serão para a floresta.
Minha nossa.
Agora tem duas crianças pra eu cuidar.
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