Capítulo 69
Raoni (Humanimal Rei Leão)
"A floresta está pegando fogo, e está se aproximando de nós.", avisei a Agatha rapidamente quando olhei em volta ao lado de fora da caverna.
"O que vamos fazer?", perguntou Agatha apavorada.
"Tem uma trilha livre que podemos fugir, mas temos que ser rápidos.", falei preocupado por causa da perna dela.
"Vamos...", disse Agatha se esforçando a se levantar.
"Não, não podemos..."
"Eu vou... Consegui.", disse firme.
"Agatha, tem certeza?", perguntei sério.
"Sim, por favor, quero continua vivendo ao seu lado."
Aproximei e lambi sua testa.
"Tudo bem, mas se sentir muita dor, me avise."
Fiquei ao lado da Agatha se por acaso ela cair. Olhei procurando um caminho livre, finalmente consegui achar e nós andamos mais rápido possível enquanto o fogo foi aumentando aos nossos lados. Agatha mesmo gemendo de dor, se esforçou muito pra andar sem se importar com o ferido na perna traseira.
Andamos e andamos até que chegamos numa canteiro livre, na frente tem outro caminho livre.
"Estamos quase.", falei pra Agatha.
De repente ela parou e ficou queita.
"O que foi, está doendo muito?", perguntei.
"Precisamos correr."
Do nada na nossa frente apareceram dois homens segurando tochas e colocaram no chão bloqueando a trilha depois do canteiro.
- Pegamos eles. - gritou os homens.
Atrás de nós apareceram caçadores segurando suas armas, nós corremos mais muitos caçadores foram nos cercando, nos levantando até o centro do canteiro. Fiquei na frente da Agatha, a protegendo enquanto os homens apontaram lanças pra nós.
O caçador mais alto se aproximou na minha frente e apontou seu rife pra atirar em mim, mas antes consegui ir ao lado dele e pulei em cima dele. Outro caçador tentou me bater com sua lança, até que Agatha levou o golpe por mim, depois ela pulou e mordeu bem no pescoço dele.
Atrás dela vi o outro caçador se aproximando e segurando um facão.
"Agatha", gritei e pulei em cima do caçador.
Senti uma grande dor no meu tórax, e já soube que é o facão. Depois veio três dores na minha coluna por causa dos tiros dos caçadores, outros cinco tiros não era pra mim e ouvi grito de dor da Agatha.
"Não."
A faca foi mais profundo e mordi forte o pescoço do caçador, só soltei quando ele deu suspiro final.
- Idiotas, não eram pra matar a tigresa. - gritou um dos caçadores.
- Viva ou morta, nos dará um bom dinheiro pela pele dela.
- Matar o leão, chefe.
- Deixo-o, com os tiros e a facada, ele não durará muito tempo.
Tem razão, já estou sentindo fraqueza. Virei a cabeça e vi a Agatha deitada no chão. Me esforcei muito e fui mancando em direção dela, deitei na frente dela e encostei meu focinho no dela.
"Obrigada...", disse Agatha bem fraca.
"Por... Me dar... Liberdade...
"E... Está ao meu lado."
"Eu...", falei com muito esforço.
"Queria está mais tempo... No seu lado."
Olhamos nos olhos um no outro.
"Meliodas"
"Agatha"
Ficamos parados vendo um ao outro, até a escuridão nos afastar.
Abri meus olhos vendo estrelas, sentei e notei que estou no meu corpo humano, mas está meio transparente. Me levantei devagar e assustei vendo corpos mortos dos caçadores, aproximei e vi todos os olhos deles estão brancos.
O brilho forte chamou minha atenção e virei de costas vendo um grande leão branco ao lado do corpo do Meliodas, e uma tigresa branca ao lado do corpo da Agatha. Leão Branco encostrou focinho na cabeça do Meliodas, a alma dourada saiu do corpo e se formou na forma transparente do Meliodas.
"O que aconteceu?", perguntou Meliodas e ficou parado olhando no corpo da Agatha.
Tigresa Branca encostou focinho na cabeça da Agatha e a alma laranja saiu do corpo se formando na Agatha.
"Agatha", disse Meliodas se aproximando.
Mas foi impedido pelo leão branco, Meliodas gritou o nome dela, mas Agatha só prestou atenção na tigresa branca.
"Ma... Mamãe, é você?", sussurrou Agatha.
"Venha, minha filha.", a chamou tigresa branca indo embora.
Agatha a seguiu e as duas sumiram.
"Não, Agatha", gritou Meliodas.
"Não adiantar chama-la, ela está no além e já vai ser renascida, mas dentro de um corpo humana.", disse leão branco.
"Por favor, me leve até ela.", implorou Meliodas.
"Infelizmente, não posso realizar seu pedido."
"Por favor, eu faço qualquer coisa."
"Qualquer coisa... Então o que achar de ser meu guerreiro?!"
"Guerreiro?!"
"Sempre renascerá dentro de um humano, que é escolhido pra liderar os Humanimais, será como rei pra eles, Humanimal Rei Leão.", explicou leão branco.
"Olhei toda sua vida, é forte, sábio e protetor para muitos tipos de animais, merece muito ser um dos meus guerreiros Humanimais Reis Leões."
"Encontrarei a Agatha?", perguntou Meliodas.
"Terá mais chances, já que ela e a humana serão Humanimal Tigresa."
"Aceito ser seu guerreiro.", disse Meliodas firme.
"Ótimo", leão branco encostrou seu focinho no Meliodas e os dois sumiram.
Depois todo cenário ficou transparente e meu corpo voltou ao normal.
"Raoni, finalmente te achei.", ouvi a voz do Meliodas na minha mente.
- Meliodas, você está dentro de mim? - perguntei vendo minha cauda se mexendo.
"Sim, mas antes não."
"Seu corpo sumiu do nada e eu fiquei na escuridão."
- Sério?! - olhei pra todo cenário - O que acabou de acontecer?
- Perdão por não avisá-lo. - atrás de mim está aquele Sagrado que desapareceu junto com a Clarisse - Tive que fazer isso, foi pedido dela.
- Pedido de quem? - perguntei ansioso - Cadê a Clarisse?
- Bem, você encontrou a tigresa dela. - disse Pombo Branco, segurando um brilho laranja em uma das mãos.
- Que isso?
Ele se aproximou de mim e o brilho laranja entrou dentro do meu corpo.
- Agora tem que entregar isso pra humana. - disse enquanto foi desaparecendo - Siga o tucano, assim que as memórias voltarem, vocês dois voltaram juntos e lutaram lado a lado pra grande batalha que os esperam.
Um forte vento me empurrou e cai num vazio escuro.
Acordei sentindo gotas de água no meu rosto, sentei vendo que estou deitando num campo de batalha. No chão estão vários corpos de Sombrios, andei sem saber o que fazer, até algo no céu chamou minha atenção.
Está um tucanos voando em círculo em cima de mim e voou em frente.
Siga o tucano...
Corri seguindo o tucano e me levou onde está mais corpos dos Sombrios. De longe vi alguém lutando contra um Sombrio Serpente, mas perto notei que é uma Humanimal Tigresa lutando, mas a diferença é que... Na forma transformada, é Tigresa Branca Humana.
Ela agarrou o pescoço do Sombrio e bem rapidamente, arrancou o coração dele com muita força. Tigresa Branca soltou o corpo e soltou grande grito forte que ecoou junto com som dos trovões, depois se ajoelhou no chão e voltou na forma humana.
Me aproximei mais um pouco e quando meu ouviu, ela fez posição de ataque e rosnou pra mim. Fiquei parado em choque sem acreditar, que estou vendo rosto bem familiar, mesmo pouco diferente e aqueles olhos me deram certeza pra quem estou vendo na minha frente.
- Clarisse.
Laila (Humanimal Sereia)
Sétimo Crepúsculo
Finalmente chegou o dia, no almoço foi bem silencioso pra todos nós e vimos aos poucos o sol descendo. Os guerreiros se preparam arrumando suas armas, fazendo últimos treinamentos e passando mais tempo com suas famílias, sabendo que estão com medo que pode ser a última vez que verão eles.
Ursão, Lionel, Shiva, Luna e Cacique estão na cabana do Raoni, fazendo mais um último plano pra batalha. Enquanto as mulheres e eu arrumando tudo pra ficamos na aldeia quando chegar na hora da batalha, as Protetoras ficaram com ajudar dos aprendizes pra cuidarem das mulheres, crianças e anciões.
Eu fui ajudando as mulheres arrumando proteção se houve em ataque. Fátima também está ajudando, mas está mais pensando na Clarisse.
- Será que ela virá mesmo? - perguntou suspirando.
- Clarisse é a garota mais teimosa que já conheci. - falei com calma - Com certeza ela não perderia essa batalha por nada.
- Verdade. - disse meio sorriso.
Ao nosso se aproximou Aparecido junto com Rômulo.
- Para um cidadão, você é mesmo cheio de coragem. - disse Rômulo por Aparecido - Ficará aqui pra proteger sua esposa, espero que eu não o tenha treinado à toa.
- Certo, muito obrigado. - agradeceu Aparecido.
- Laila - ouvi Tara me chamando - Você viu o Léo?
- Não - neguei.
- Os guerreiros já estão se preparando pra procurem um local pra batalha que seja perto do território dos Sombrios, e muitos estão loucos procurando por Léo.
- Acho que sei onde ele está. - falei sabendo muito bem.
- Tara - pouco longe de nós, Luna a chamou pra elas fiquem mais tempo juntas antes da batalha. Já que Tara é protetora, ela tem que ficar na aldeia pra proteger.
- Irei procurá-lo.
- Obrigada - agradeceu Tara e foi correndo até Luna.
Corri diretamente por campo de treinamento, onde já encontrei Léo treinado corpo a corpo com um boneco de madeira.
- Léo - parou quando o chamei - Estão te procurando.
- Parece que está na hora - suspirou Léo olhando por céu e limpando seu suor.
Vamos lá Laila, é tudo ou nada.
- Léo, eu quero dizer que... - respirei fundo - Antes de ir na batalha, te desejo boa sorte e que os espíritos dos ancestrais protegem você.
- Obrigado, Laila - agradeceu Léo - E também dese...
- E também... Léo. - o interrompi e falei com todas suas forças - Tenho que dizer que... Eu amo você.
- Laila... - gaguejou Léo e suspirou - Obrigado, mas...
- Sei que amar a Clarisse. - falei m aproximando dele - Soube desde conheci você, homens completamente apaixonados não sentem minha tentação. Mas mesmo assim, queria dizer isso antes da batalha, pra eu nunca me arrepender por não dizer meus sentimentos por você.
Rapidamente segurei seu rosto e dei selinho nos seus lábios.
- Por favor, volte com vida. - falei antes de correr.
Não queria ver reação do Léo, por isso corri limpando minhas lágimas e bem aliviada que dessa vez consegui dizer meus sentimentos.
***
O dia está está quase acabando, os guerreiros Humanimais, Clã dos Lobos, grupo do Shiva, povo indígena e os Sagrados se preparando pra grande. Ursão abraçou a Tara antes de dar as palavras pois guerreiros:
- Essa batalha, pode resultar o destino da floresta e pode até que podemos perder nossos guerreiros. Mas nunca podemos esquecer que estamos lutar pela nossa floresta, nosso lar, nossas famílias e nossa crianças com futuras gerações. - gritou Ursão - Por isso, mesmo que sejamos poucos, lutaremos com toda força e nossa maior vontade de viver... Pela vida.
- Pela vida. - gritou todos os guerreiros.
Então os guerreiros andaram e sumindo entre as florestas, junto com o sol sumindo no céu.
Depois de um tempo, pelo ar até pra senti cheiro dos nossos guerreiros e a energia maligna pouco longe da floresta. Fiquei sentada junto com as crianças, Fátima e Aparecido sentados juntos e rezando, de longe vi Tara olhando por céu.
Estava tudo em silêncio até alguém caiu no cedo da aldeia, corremos e vimos uma mulher Humanimal Arara-Vermelha, gritou com duas vozes:
- Tem um grupo de Sombrios se aproximando da aldeia.
- Droga, parece que terem aproveitar quando os guerreiros estão na batalha. - rosnou Tara e gritou - Anciões e crianças fiquem nas cabanas, aprendizes cuidam deles. Protetoras, se preparam pra qualquer ataque.
- Aparecido e Fátima, fiquem. - gritei os chamando pra entraram na cabana das crianças, menos o Aparecido.
- Querido - gritou Fátima.
- Cansei que ficar escondido - sorriu Aparecido e fechou a porta na nossa cara.
Abracei a Fátima quando ouvimos sons de ataques, as crianças choraram de medo e abraçando uma as outras.
- Quero minha mãe - gritou Nani.
Barulho no teto nos assustou e vimos que alguém está abrindo o buraco no teto.
Essa não, não podemos sair por causa do ataque e não sei o que fazer.
- Ora, lindas crianças aqui - disse duas vozes uma Sombria Rata - Vou adorar brincar com vocês.
Fui na frente das crianças e gritei:
- Tem que passar por mim primeiro.
- Tudo bem - disse antes de chutar minhas pernas e cai no chão.
Lisa foi na minha frente e se transformou rosnando pra Sombria Rata.
- Amiga, mais espinhos irritantes. - disse Sombria Rata.
- Então seremos rápidas - gritou uma Sombria Jacaré abrindo um buraco na parede.
Fátima gritou de medo chamando atenção da Sombria.
- Uma cidadã, quem diria. - riu Sombria Jacaré.
- Fica longe da minha esposa. - gritou Aparecido a batendo com uma lança, que a quebrou em pedaços.
- Que chatinhos vocês são. - disse Sombria Jacaré pronta pra atacar.
Até que apareceu uma Sombria Morcega e a atacou, olhei com atenção pra ver que é Jasiri na sua forma morcega humana.
- Sua impura - rosnou Sombria Rata pegando seu facão e ergueu pra golpeá-la.
Tentei impedi-la, até do nada um grande animal pulou em cima dela, cai assustada vendo que é um tigre atacando a Sombria Rata.
Um tigre?!
Aqui na Amazônia?!
O tigre mordeu forte no pescoço da Sombria, dando fim nela. Jasiri foi arremessada ao meu lado e Sombria Jacaré rosnou:
- Vou acabar com todas vocês.
O tigre entrou na nossa frente e rosnou pra Sombria, ao invés de ficar com medo, a Sombria ergueu seu braço pra socá-la. Foi ai que o tigre rugiu, e a Sombria foi atacada por três onças-pintadas pulando em cima.
O tigre aproveitou e gravou as garras no pescoço dela, ficou em cima até a Sombria ficar em imóvel.
- Ufa - Jasiri soltou longo alívio e disse com uma voz feminina e outra masculina - Valeu, tigresa.
- Então é tigresa?! - falei meio surpreendida.
A tigresa nos encarou e se aproximou de nós, afastei com medo de ser a próxima comida dela. Até vi algo que me congelou, os olhos da tigresa...
São humanos.
A tigresa parou na minha frente e seu corpo foi mudando, os pelos desapareceram, seu corpo se esticou, patas viraram mãos, pernas viraram braços e pernas humanos, se formando belo corpo feminino, ficando só a cauda de tigresa.
- Desculpa, parece que cheguei um pouco atrasada. - disse rindo.
Fiquei boquiaberta e gaguejei bem apavorada:
- Clarisse?!
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