Capítulo 44
Clarisse (Humanimal Tigresa)
Dia Atual
- É agora? - sussurrou Íaça ao meu lado.
- Ainda não - sussurrei vendo de longe o porco do mato, se aproximando do rio e abaixou a cabeça pra beber água - É agora, se prepare.
- Ok - disse antes de se afastar.
Fui rastrejando nos arbustos e indo pouco longe ao lado do porco do mato, parei esperando o sinal. Quando porco levantou a cabeça, Íaça na sua forma gata humana o assustou e correu na minha direção. Com força e impulso, pulei em cima dele e o segurei pelo pescoço, soltei alívio conseguindo pegá-lo, olhei pra ele tentando se soltar.
O cheiro de porco, aproximei com uma grande vontade de...
- Uau, Clarisse - gritou Íaça bem animada e me tirando dos pensamentos - Conseguimos pegá-lo.
- Parabéns pra duas - disse Marcus, é mentor da Íaça e Humanimal Gato.
Marcus está com Ursão pra nossa avaliação de caçada.
- Vamos, mate o porco antes que ele escape - disse Marcus bocejando.
- Não precisa, eu cuido disso - disse Ursão segurando sua faca.
- Pode deixar que eu... - falei, mas mesmo assim ele matou o porco rapidamente.
- Está tudo bem - disse dando meio sorriso e pegou o porco.
- Bem... - Marcus foi falando - Dois porcos e cinco peixes. Íaça, está indo bem na pescaria usando só as mãos, mas ainda precisar melhorar na pegada do porco, não pode ser distração tempo todo.
- Sim, senhor - disse Íaça meio resmungando, o primeiro porco que tentamos pegar, eu que o assustei o porco e Íaça quase não conseguiu pegá-lo.
- Clarisse - disse Ursão na minha vez - Está indo muito bem nas caçadas e se continuar assim, vai melhorar ainda mais.
- Obrigada. - agradeci.
- Ok, então - Marcus deu uma pausa antes de falar - Hoje a Íaça acompanhará a patrulha da tarde, melhor se preparar depois do almoço.
- Epa, participarei em uma patrulha - gritou Íaça de alegria.
- E eu? - levantei a mão perguntando.
- Hoje não - respondeu Ursão - Ajudará as mulheres com os alimentos, entendeu?
- S... Sim, senhor - falei porque sabia que não podia negar.
- Ótimo, vamos volta pra aldeia.
Eles foram na frente enquanto Íaça carregava os peixes e eu carregando o porco.
Já se passaram nove dias desde que salvamos as crianças e outros que foram vítimas do parasita, como meu castigo por sair escondida, fui proibida de sair da aldeia sem acompanhante, Ursão me deu mais horas extras de treinamentos e ainda não posso ir numa patrulha.
Claro que não posso reclamar porque eu meio que mereço, mas sinto que estou sendo mais vigiada que antes, ultimamente a Tara ou uma das garotas ficar muito mais tempo comigo e Ursão me dando qualquer tarefa dentro da aldeia.
E estranhei a sensação que tive quando olhei por porco, com certeza é a fome da Agatha. Ultimamente tenho ficando mais faminta, principalmente de carne.
Entrando na aldeia, Ursão nos acompanhou pra entregar a caça pra Dona Alice.
- Que boas caçadas de hoje - disse Dona Alice sorrindo e muito mais por Ursão - Vocês estão criando ótimas caçadoras.
- Esse é nosso objetivo - riu Ursão - E hoje a Clarisse ajudará vocês.
- Perfeito, estávamos precisando mesmo de muito ajuda, algumas mulheres foram vender vegetais na cidade.
- Íaça, descanse um pouco - disse Ursão antes de ir - E bom trabalho, Clarisse.
- Vamos, querida - Dona Alice pegou minha mão e foi me puxando leve, fomos até as mulheres que estão cortando os legumes e vegetais - Hoje ajudará prepará o almoço, tudo bem cortar as cenouras e as batatas?
- Tudo bem - assenti.
- Perfeito, também vai está ajudando muito a Laila - disse apontando Laila cortando as cenouras - Qualquer coisa, pode me ajudar.
- Oi Laila - acenei sentando ao lado dela.
- Oi Clarisse - sorriu - Que bom que veio me ajudar, não sou muito de cortar.
- Eu ajudarei e observe - falei pegando uma das facas e a ensinando como cortar corretamente a cenoura e a batata - Cuidado com a mão e não muito rápido.
- Legal, foi sua mãe que te ensinou?
- Sim, nos fins de semanas ela sempre mandava pra eu ajudá-la no almoço e jantar, com aquele sermão de sempre... - imitei a voz da minha mãe - "Minha filha, vai me agradecer muito quando virar uma boa esposa."
- E você tinha algum namoradinho na cidade? - perguntou dando sorrisinho.
- Não, primeiro porque queria focar mais nos estudos - suspirei - Segundo, tinha só garotos tontos que gostam de zombar de mim, até soquei em um deles.
- Garota, assim ficará solteira pra sempre. - disse dando tapa leve no meu ombro - Você é bonita e gentil, merecer um homem ao seu lado.
- Não sei não - falei meio rindo.
De repente Laila me encarou bem séria e se aproximando.
- O que foi? - perguntei meio nervosa.
- Não acredito - sorriu ainda mais - Você está interessa em alguém.
- O quê?! - falei quase gritando - É claro que não.
- Sou uma sereia, conheço muito bem cara de alguém que está apaixonada.
- Então você está muito enganada.
- Deixa eu adivinha... É alguém na aldeia? - adivinhando enquanto fui cortando as batatas - É o Léo?
- Não, somos só amigos - neguei.
- Itambé, Victor, Rocket... - foi falando nomes dos homem, esperando minha reação - Então será que... Raoni?
- NÃO - gritei.
- Acertei, seu rosto está bem vermelho - sorriu apontando na minha cara. - Sua gata safada, está apaixonada pelo líder da aldeia.
- Não é, e não estou interessada por ninguém. - falei meio grossa - Lembre disso, Raoni está comprometido pela Ellen.
- É uma pena - suspirou Laila - Ela é bem grossa e se achar toda, ainda não entendo por que ele está com ela, mesmo não a amando.
- Como assim?
- Ontem á noite, depois que aquela leoa irritante foi zombar de mim achando que quero ficar com todos os homens da aldeia - foi cortando as cenouras bem nervosa, com certeza está imaginando a Ellen - Raoni me defendeu e os dois foram na cabana, foi que não senti nenhuma energia romântica entre ele.
Nenhuma romance neles, será que Raoni...
Me tirei dos pensamentos bem nervosa e brava comigo mesma.
Não posso me envolver justo com o Raoni. Lembre-se garota, comprometido, líder da aldeia, é dois anos mais velho que eu e vou embora quando estive pronta pra ir para casa.
Na nossa frente apareceu Juliano, é Humanimal Coelho, tem mesma idade que eu e é aprendiz, veio com muitas flores coloridas.
- Eu estava patrulhando e encontrei essas flores - disse dando uma cantada pra Laila - Foi que pensei em você e quis entregá-las nas suas mãos.
- Muito obrigada, é muito gentil da sua parte - agradeceu Laila sorrindo.
- O que você está fazendo aqui? - gritou Dona Alice com uma vara na mão - Vai embora e não perturbe as garotas.
- Calma... - disse nervoso até que parou olhando por céu, vimos também por curiosidade, vimos tucano voando e indo na cabana do Raoni.
- Eles estão vindo pra cá? - perguntou Juliano.
- Garoto, vai avisar os guerreiros - gritou Dona Alice e ele já embora bem rápido e gritou pra nós - Os índios estão vindo cá, por isso que as crianças vão ficar nas cabanas, jovens e adultos fiquem na forma animal humano, ou seja, nada de forma humana, entenderem?
- Sim - Laila e eu falamos ao mesmo tempo.
- Ótimo e continuem trabalhando mocinhas.
- Oba, vamos conhece os índios, os aliados dos Humanimais. - disse Laila - Estou bem ansiosa pra conhecê-lo.
- Melhor ficar na cabana então - falei brincando - Se eles agirem como Juliano, não vou conseguir segurar meu vômito de tanta cantada ridícula.
- Ora, sua gata insensível - disse Laila cruzando os braços - Se Raoni falasse assim com você, ficaria toda feliz e sorrindo como boba, não é?
- Falar sobre Raoni e eu, de novo - resmunguei mostrando a faca - Que teremos peixe frito no almoço.
- Calma, tigresa linda - disse levantando as mãos - Só estava brincando.
***
Dona Alice mandou as mulheres já se transformarem, três mulheres e Laila foram responsáveis vigiando as crianças na cabana, enquanto nós fomos no centro da aldeia esperando os índios. Fiquei bem ansiosa pra conhecer os índios, os únicos humanos comuns que sabem sobre Humanimais.
Todas as pessoas já estão na sua forma animal humano, assumi minha forma tigresa humana e Raoni na sua forma leão humano, cabelos loiros, corpo bem forte e pelos dourados por todo corpo.
Barulho forte me tirou dos pensamentos e todos olharam em direção do barulho.
No meio das árvores apareceram três homens indígenas, o homem na frente é bem alto, está com rosto pintado de listras vermelhos e pretos e usando cocar de penas pretas e brancos. Segundo homem aparece ter meia idade e cocar dele é amarelo e preto. Terceiro homem é jovem e segurando uma lança.
Os dois foram na frente do Raoni e se curvaram.
- Eu sou novo cacique da minha tribo - disse o homem alto - Eu trouxe nosso pajé e meu filho mais velho com uma honra de conhecer os guardiões da floresta.
- É um prazer em conhecê-los - disse Raoni com duas vozes masculinas - O que trazem pra essa visita?
- Temos notícias ruins - foi falando o cacique - Há duas noites, nossos dois melhores guerreiros sumiram. Ontem à noite tentando encontrá-los, mas encontrá-los três pessoas mortas, e eram pessoas da cidade.
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