Capítulo 41
Clarisse (Humanimal Tigresa)
Sinto-me machucada, sozinha, fraca e vazia.
É assim que é morte?
Meu corpo está dentro do rio e não consigo me mexer.
Posso imagina meu pai tentando me procura por todas as cidades, voltando pra casa suspirando, quando olhava pra mamãe chorando e olhando pra minha foto com esperança da minha volta. Estou triste que não consegui dizer que não posso mais volta pra casa.
A queimação do veneno está se espalhando por meu corpo, estava esperando minha morte até que do nada apareceu uma figura nadando na minha frente e tocou no meu rosto enquanto senti meu corpo ficar leve.
Uma forte luz me fez abri os olhos devagar, vendo que é de manhã e estou deitada na margem no rio. Levantei bem devagar e olhando em minha volta, nada além de árvores. Olhei todo meu corpo, estranhei que as cicatrizes sumiram, minha pele estava tão macia que parecia de um bebê recém nascido e principalmente na minha cintura, não tem nenhuma ferida e parece que nunca recebi golpe do veneno de escorpião.
Será que morri?
- Agatha, consegue me ouvir? - perguntei desesperada - Está bem?
"Estou estou te ouvindo e estou bem"
- Que bom - falei soltando longo alívio - Será que estamos vivas?
"Sim, estamos vivas"
Toquei no meu rosto e lembrei do pano de couro que estava amarrado na minha boca. Estranhei que não lembro se o tirei ou não.
Ouvindo passos se aproximando me deixou alertada e aliviei pelo cheiro que não é um Sombrio, no meio das árvores apareceu uma moça muito linda me encarando.
A pele dela é tão branca, cabelos pretos e longos, olhos na cor de esmeralda, lábios lindos e o corpo é como de uma modelo famosa. Ela sorriu e vi nas mãos dela que está segurando uma cesta de garrafas com água e um bolo de morango.
- Finalmente acordou - até a voz dela é como de um anjo.
- Quem é você? - perguntei.
- Desculpa, meu nome é Laila, é prazer conhece uma Humanimal que salvei.
- Muito obrigada... - assustei pensando como ela saber que sou Humanimal, ela não tem cauda e ela tem mais cheiro da cidade, gaguejei e me afastando um pouco - Como você...?
- Em primeiro lugar, a cauda - apontou pra minha cauda.
Droga, mas se ela é uma cidadã, como saber o que sou eu?
- Não se preocupa - disse me olhando pra cima e pra baixo - Pensando bem, que tipo de Humanimal você é? Não reconheço animal que tenha esse tipo de cauda.
- Sou Humanimal Tigresa.
Laila agiu como uma gatinha assustada que acabou de ver um cachorro grande.
- Eu pensei que os Humanimal Tigres não existissem.
- Não se precisar ficar com medo.
- Não estou com medo, estou surpresa. - disse como criança animada - Você é como uma heroína que saiu de um conto de fadas, estou falando com a própria Humanimal Tigresa.
- Eu tenho nome... - pare de falar como se eu fosse uma personagem mitológica - É Clarisse.
- Clarisse, que lindo nome - me elogiou e senti relaxada ouvindo a voz dela.
- Se você saber que sou uma Humanimal, então quer dizer que você é também, não é? - perguntei adivinhando.
- Exatamente - sorriu e foi entrando na água. - Vai ser fácil mostrar do que explicar, quando eu mostrar, sei que você vai ficar bem surpresa.
Quando ela entrou na água até cintura, na água apareceu uma grande cauda de peixe com cor roxo com tons de azul.
Ela é... SE - RE - IA.
- Você é uma Sereia! - gritei surpreendida.
- É que cidadãos chamam - nadou em círculos - Antigamente éramos chamadas de Humanimais Marinhos ou Humanimais Peixes, mas hoje prefiro sereia.
- Até as sereias são Humanimais?!
- Sim, eu sou que tem alma de peixe. Humanimais como no passado foram chamadas de sereias depois que um cidadão viu uma no lago e... A história foi se espalhando, criou uma regra pra nos escondemos da sociedade e dos outros Humanimais pela proteção.
- Essa sereia que cidadão achou era Iara, estou certa?
- Ela é minha tatataravó - Laila voltou na forma humana e foi na margem - Você é primeira Humanimais que vi na minha vida.
- É uma honra conhece a neta da sereia mais famosa das águas - ri alegremente.
- Ela merece essa fama, não só porque ela é sereia e sim como atraia os homens por causa da sua beleza.
- E você com certeza... - com essa beleza com certeza muitos homens se apaixonaram loucamente por ela.
- Exatamente - riu sentando no meu lado - Todas as sereias tem dom da beleza. Você sabia que a maioria das atrizes famosas no mundo dos cidadãos... São sereias.
- Verdade?! - falei quase gritando.
Laila dividiu o bolo de morango e entregou pra mim, nem lembro da última vez que comi um bolo.
- Então, você é daqui? - perguntou pra mim.
- Não, é uma longa história - agradeci - Muito obrigada, por salvar minha vida.
- De nada, fico muito feliz por isso. - disse acariciando meus cabelos - Você é linda demais pra morrer e nunca tinha visto uma Humanimal mulher que não seja como eu.
- Espere - falei olhando pra minha cintura - O veneno... Você tirou?
- Sim - respondeu explicando - Nós sereias temos poderes de cura quando estamos na água, você teve muito sorte, pela quantidade de veneno, aparece que foi picada por 50 escorpiões.
Foi que senti, que bom que Luna foi salva disso...
É mesmo, eu tenho que encontrar a Luna e os outros, será que eles estão bem?
- Preciso ir. - falei me levantando e indo pra mata.
- Espera... - disse Laila me seguindo - Pode me contar a sua longa história?
Nós andamos à manhã toda, enquanto eu contava pra Laila sobre a aldeia e as crianças doentes, ela riu quando falei que fui buscar os remédios sem permissão do líder.
- Essa aldeia parece bem legal - disse Laila - Como uma família grande.
- Você tem família? - perguntei percebendo a reação do rosto quando disse família.
- Essa palavra é meio complicada na minha vida - suspirou - Desde que nasci, vivia só com a minha mãe. Nunca conheci meu pai, e minha mãe tinha muitos namorados para nos sustentar. Quanto fiz 15 anos, manisfestou minha alma peixe junto com dom do charme e então os namorados da minha mãe começaram se apaixonando por mim. Ela ficou tão irritada e uma noite ela me deixou sozinha e fugiu com um homem casado.
- Que mãe sem coração - falei furiosa.
- Tudo bem, eu nunca a considerei como a melhor mãe - foi continuando - Depois disso, comecei trabalhar como vendedora e ganhei muito dinheiro por causa da minha beleza. Passo a noite nos hotéis, aproveitei esse dom sem pagar cada noite que fico.
- Parece que nem todas as sereias tem sorte com esse dom.
- Depende da mulher, minha mãe só usava esse dom pra namorar e eu o uso só quando é necessário.
- Quando descobriu sobre Humanimais?
- Quando ela ficava bêbada, sempre contava as histórias sobre Humanimais de todas as espécies e reclamando que uns se acham bem melhor que os outros. - sorriu olhando pra mim - E que os Humanimais Tigres eram tão malucos que por isso estão em extinção.
Agatha sentiu a presença de alguém perto de nós. Fiz sinal e Laila ficou quieta, respirei fundo e pelo cheiro não é Sombrio... É de Humanimal. Falei pra Laila que estamos seguras e nós seguimos a direção do cheiro, depois um tempo cheguei o local e uma voz conhecida me fez sorri.
- Clarisse - Léo gritou.
Junto com Itambé, Rômulo e Victor aparecendo no meio das árvores. No meio deles apareceu Luna correndo e me abraçou bem forte.
- Sua gatinha de gente maluca - disse chorando - Você está viva, graças aos ancestrais.
- Eu sabia que não estava morta - sorriu Léo me tirando da Luna e me deu abraço.
- Fico feliz que vocês estão bem. - sorri vendo cada um deles.
- Mas, você está bem? - perguntou Luna olhando pra minha cintura - Tenho certeza que vi aquele nojento perfurando o veneno em você.
- Estou bem - falei olhando pra Laila - Ela me salvou.
- Clarisse... - perguntou Léo olhando pra Laila - Quem é ela?
Laila olhava por Léo como se estivesse olhando por próprio deus grego. Ela disse com uma voz suave e jogando seu charme:
- Prazer, meu nome é Laila.
Léo fez cara de nervoso e se afastou um passo pra trás.
O Léo não ficou hipnotizado?!
Até Victor e Itambé estão encantados pela beleza dela.
- Bela moça - disse Luna segurando a mão dela - Muito obrigada por salvá-la, principalmente sendo salva por uma mulher bem bonita como você.
Fui ao lado da Luna e dei um soco fraco na cabeça dela.
- Por que fez isso? - perguntou confusa.
- Foi pela Tara, sua loba tarada.
- Só estava brincando.
- Nós estamos muitos agradecidos - Rômulo foi à frente da Laila e se ajoelhou.
Até você, Rômulo.
- Não precisava disso, querido - na hora que Laila falou, Rômulo ficou todo bobo.
- Você é uma sereia?! É bem raro a gente ver uma. - disse Léo - Muito obrigado por salva-la.
Laila ficou toda boba e ficou toda vermelha, deu sorriso longo e disse gaguejando:
- De... Na... da.
Quando chegou à noite, nós montamos um acampamento e amanhã bem cedo a gente vai o mais rápido possível pra aldeia. Itambé pescou peixes para jantar, Victor fazendo vigia no céu e Rômulo pegou madeira e fez uma fogueira.
- Todos os Sombrios foram embora da floresta. - disse Rômulo - Mas é melhor ficamos mais um pouco.
Luna ficou com a guarda da bolsa com os remédios, enquanto eu limpava os peixes por jantar, Laila sentou ao meu lado e me encarou séria.
- Por que você não disse que tem homens bonitos da sua aldeia? - disse Laila como uma menininha animada - Principalmente esse bonitão Humanimal Leão.
- Está falando do Léo?!
- Meu coração acelerar cada vez que escuto o nome dele.
Agora ela está exagerando, acabou de conhecê-lo.
- Você e Léo, estão namorando? - perguntou meio nervosa.
- Não, somos só amigos.
- Decidi - disse quase gritando - Eu vou com vocês para aldeia.
- O quê?! - aquilo me pegou de surpresa.
- Fiquei emocionada quando você falou da aldeia - Laila ficou vermelha - Agora que vi esse bonitão, eu tenho que segui-lo, não acredito que perdi meu tempo na cidade sem saber dele.
- Você não está exagerando? - falei quase rindo - Mas eu ficaria muito feliz se você for conosco. Eu realmente estou muito agradecida por me salvar.
- Eu vou - Laila deitou com sorriso. - Estou bem animada.
Ri por dentro pensando na alegria dela. Ela nunca teve uma família de verdade, fico feliz pensando ela viver na aldeia, isso vai mudar à vida dela pra melhor.
***
No dia seguinte, acordamos cedo, os rapazes aceitaram Laila ir conosco, ela não parava de encarar o Léo e perdi a conta de tantos tapas que dei pra Luna por chamá-la de linda, mesmo que seja por brincadeira.
Saímos na mata e do nada vimos Coração Brilhante, estava na nossa frente como se ele tivesse esperando.
- Coração Brilhante - o abracei e acariciei sua cabeça - Como chegou aqui?
Coração Brilhante me empurrou e atrás dele estão quatro cavalos.
- Temos uma carona - falei e Laila, Itambé, Léo, Luna e Rômulo montaram nos cavalos.
Luna montou no Coração Brilhante comigo, rapazes brigaram pra quem ficaria no cavalo com Laila e resultado foi Léo de tanto ela implorar.
- Vamos pra casa. - gritou Rômulo no seu cavalo.
Coração Brilhante correu na frente e outros atrás de nós. Correram muito rápido e no céu vi um papagaio verde que Azula soltou. Voando na nossa frente como se mostrasse o caminho, nos guiando para as estradas desertas
Estou voltando à aldeia, com os remédios e a equipe toda.
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