Capítulo 37
Clarisse (Humanimal Tigresa)
Dois dias seguintes de viagem, está quase anoitecendo e nós paramos num mato deserto pra passar noite.
- Que alívio. – Rocket se esticou todo. - Finalmente posso esticar as pernas.
- Garotas. – reuni todas e sentaram enquanto mostrei o mapa que peguei no porta-luvas – Agora nós estamos em Coari, agora temos dois baques de gasolina cheios e três vazios, precisamos ir num posto de gasolina.
- Tudo bem – disse Luna e perguntou – E depois?
- Vamos ir a Santa Maria dos Marmelos pra pegamos uma comida e mais água, depois seguiremos para Canutama, Pauini e Envida pra ir direto para Acre.
- Ok, vai ser uma longa jornada, melhor descansamos. – disse entregando sacolas de comida e água que elas tinham pegado – Vamos comer.
Rocket pegou sua parte e se afastou pra fazer vigia, enquanto nós comemos. Azula me entregou uma garrafa de água.
- Obrigada. - agradeci.
Depois do pequeno jantar, Luna substituiu Rocket pra fazer vigia em cima do caminhão. Rocket se deitou na cabine do motorista e as garotas e eu dormimos na carga deitadas nos sofás.
Depois que acordamos, enchemos o caminhão de combustível e voltamos para estrada. Duas horas depois chegamos Santa Maria dos Marmelos, estacionamos junto com outros caminhões ao lado do posto de gasolina. Vestimos com as minhas roupas de cidade, reunimos e falei pra todas:
- Tudo bem, nós vamos separa em dois grupos. Rocket e Luna vão ao posto de gasolina pra abastecer o caminhão, encher as garrafas e vigia o caminhão.
- Certo. – Luna assentiu.
- Uma pergunta. - Rocket levantou a mão e perguntou - Quem disse que está no comando?
- Rocket. - disse Tara e o encarou bem séria - Agora não é hora pra isso, Clarisse tem mais conhecimento na cidade e ninguém está no comando, entendeu?
- Entendi - resmungou Rocket.
- Aqui. - Tara o entregou 150 reais por Rocket - Abastecer o caminhão.
No meu bolso peguei 60 reais que tinha guardado por muito tempo e entreguei por Rocket.
- Minha parte.
- Ok. - assentiu Rocket
- Tara, Azula e eu vamos pegar comida e água. Nós voltamos no caminhão em 1 hora.
Separamos e nós vamos à feira da cidade. Tara trouxe dinheiro, disse que ela e outras mulheres se disfarçam nas cidades pequenas ganhando dinheiro nas vendas de cestas, vasos, vegetais e verduras. Compramos bastante comida e água pra uma semana e Azula parou em frente numa pet shop olhando nos pássaros presos na gaiola.
- Eles estão tristes – sussurrou Azula, olhando pois pássaros dentro das gaiolas, maioria são araras vermelhos e verdes. Com cuidado pra ninguém olhasse, olhei que não tem câmera de segurança de fora. Chutei forte nas entradas das gaiolas e os pássaros voaram.
Corremos mais rápido possível.
- Coração mole. – gargalhando Tara.
Voltamos no caminhão, Rocket dentro da cabine e Luna estava nos esperando.
- O que aconteceu? – Luna desconfiou vendo nós correndo.
- Pergunta pra Clarisse. – Tara olhando pra mim.
- Ela libertou os pássaros. – disse Azula antes e na mão dela estava um papagaio verde. Olhou sorrindo pra mim. – Ele está muito agradecido.
- Que coração mole. – Luna riu e outros riram juntos.
- Vamos logo. - gritou Rocket buzinando - Antes que os Cidadãos desconfiarem de nós.
Entremos no caminhão e voltamos na estrada. Azula deitada no sofá fazendo carinho no papagaio, Rocket dirigindo, Luna e Tara olhando no mapa e eu olhando tudo em ordem. No almoço entreguei comida e água, nós comemos poucos para economizar. Na noite paramos perto de um rio, com varetas, linha e isca, nós pescamos peixes e fizemos peixes assados na fogueira.
***
Passaram três dias, passamos nas cidades Canutama e Pauini e agora estamos indo para Envida. Estava tudo tranquilo até Rocket gritando na janela:
- Tem um carro de policia atrás de nós.
- Parem o caminhão e se abaixasse. – falei e olhei para as garotas – Escondemos nos sofás e não fazem barulho.
Escondemos nos sofás, Rocket parou o caminhão. No lado de fora, nós ouvimos um dos policiais falando:
- Bom dia senhor, onde está indo?
- Para Acre. – disse Rocket.
- O que está levando?
- Sofás, senhor.
- Se importa se a gente olhar.
Arrepiou minha coluna.
- Estou com pressa, senhor. – disse Rocket.
- Não vai demorar.
Fiz sinal de silêncio pras garotas e a porta abriu. Entraram dois policias, um foi se aproximando perto de mim e senti o cheiro dele.
Não são policiais.
- Sombrios. – gritou Luna e se transformou na grande loba.
- Ora, então estão aqui. - riu o policial perto de mim.
Rapidamente pulei em cima dele e peguei sua arma e apontei por outro policial.
- Mãos pra cima. - gritei forte - Se não ficar quieto, ganhará essa bala no meio da sua cabeça ou prefere mordidas dela.
Policial magro se transformou num Sombrio Rato, levantou as mãos e ficou assustado vendo eu apontando a arma e Luna rosnando pra ele.
Ele tentou rapidamente pegar a arma até Rocket agarrá-lo por trás. Policia que agarrei se soltou e se transformou num Sombrio Hiena.
- Humanimal Tigresa. - disse rindo como louco - Está indo resgatar seus amiguinhos, não estava nos nossos planos, mas...
Não esperei e dei tiro em uma das suas pernas, ele gritou ajoelhado e Luna aproveitou pra enterrar seus dentes no pescoço dele. O soltou só depois que ele parou de grita, corremos pra ajudar o Rocket, mas ele já cuidou do Sombrio Rato, batendo sem parar a cabeça do Sombrio no chão e parou o deixando imóvel.
- Malditos Sombrios. – Luna voltou na forma humana e olhou os corpos dos Sombrios.
- Sombrios disfarçados de policiais. - falei resmungando.
- Com certeza foram mandados pra vigia se teria um grupo de resgate indo atrás da equipe. - disse Rocket limpando sangue preto nas mãos deles e perguntou olhando por carro de polícia - O que vamos fazer com isso?
- Boa pergunta. - concordou Luna vestindo suas roupas - As pessoas vão suspeitar vendo um carro de policia no meio da estrada e vai atrair mais Sombrios.
- Rocket. - o chamei indo por carro - Consegue erguer a parte de frente do carro?
- Claro. - Rocket se transformou na forma gorila humano e ergueu a parte de frente do carro.
Me abaixei indo debaixo do carro.
- Achei. - tirei o rastreador e sai de debaixo do carro.
- O que é isso? - perguntou Rocket.
- Um rastreador. - respondi o destruí gravando minhas garras e fazendo vários pedaços do rastreador - Assim os Sombrios não vão saber a localização e se tiverem mais deles na delegacia.
- Como sabia desse rastreador? - perguntou Tara curiosa.
- Meu pai... - falei meio nervosa pensando na reação deles - É um policial.
- O quê? - todos gritaram chocados.
- Por que você nunca disse isso? - gritou Tara perguntando.
- Vocês nunca perguntaram sobre meus pais - respondi. - Nos dias de folga, meu pai sempre me levava pra conhecer os amigos deles na delegacia, e aprendi umas coisas com eles, como me defende, cuidava dos cachorros deles e sempre brincavam falando que eu seguiria os passos do meu pai.
- Então você usando uma arma... - disse Rocket apontando pra arma que eu estava segurando.
- Ele nunca me ensinou a usar uma arma. - falei deixando a arma no chão - Mas eu sempre observava o jeito que ele e outros policias usam a arma, depois minha mãe o proibiu de me levar na delegacia.
- Cidadã e agora filha queridinha de um policial. - disse Rocket rindo - Agora só falta falar que sua mãe é uma detetive.
- Não, só uma dona de casa.
Enterramos os corpos dos Sombrios no meio do mato cheio de árvores grandes e sumimos o carro bem longe da estrada e pegamos as chaves. Voltamos na estrada e continuamos com a viagem, Tara limpou o sangue e Azula ainda está paralisada o que aconteceu. Pegamos as duas armas com uma caixa cheia de balas, por precaução de aparecerem mais Sombrios.
***
Chegamos à Envida a noite e estacionamos junto com os caminhões, nós ficamos no vagão de carga. Acendi a lanterna e mostrei o mapa.
- Agora assim que chegamos ao Feijó, no Rio Envira tem uma floresta. É onde a equipe está junto com os remédios. – expliquei - Eles estão em algum lugar nessa floresta.
- Sombrios. – resmungou Tara – Como vamos nessa floresta cercada de Sombrios?
- Eu mataria todos os Sombrios que encontra. – disse Luna.
- O problema é que: quantos Sombrios têm? – disse Rocket – Dever ter uns 50.
Respirei fundo e levantei.
- Vamos pensar no jeito quando chegamos a Feijó, deixaremos o caminhão e ir para floresta. – suspirei – Agora, melhor descansar.
Todas dormiram e pensei mais sobre o que vamos fazer quando chegamos à floresta.
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