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Capítulo 40: Sala Vermelha

Eu senti meu corpo perder totalmente as forças assim que a adrenalina passou. Eu estava exausta, pois eu nunca usei tanto os meus poderes quanto nesses dias. Pensei em como eu não cheguei a desmaiar por tanto esforço físico, mas eu simplesmente me recusava a entregar a batalha como uma fraca patética. Felipe e Roberta voltaram comigo, pois Felipe também precisava recuperar suas energias.

— Eles estão planejando fechar a parede do sobrenatural. — Felipe começa contando, enquanto me olha com os braços cruzados. — Para acabar de vez com os seres sobrenaturais.

— Isso inclui eu, você, os deuses, as lendas urbanas e absolutamente tudo o que seja fora do comum. — Concluo, olhando para Roberta. — Roberta, você tem alguma ideia de como eles querem fazer isso?

— Tem um ritual milenar, o ritual dos ancestrais de vocês. — Ela responde pensativa. — Mas ele foi usado apenas para deter o Altharion, não para fechar a parede. Precisamos investigar mais.

— Nós vamos tentar descobrir mais sobre os planos dos caçadores, enquanto isso, você pode investigar mais sobre o Altharion e tudo o que ele pretende fazer, e algum feitiço para reverter essa maldição que está aterrorizando Três Luas. — Felipe diz, se referindo aos demônios que ainda cercavam Três Luas.

Quando saímos do hospital, Vanessa decidiu voltar para o Instituto. Segundo ela, havia crianças e adolescentes lá, os quais ela estava protegendo. Vejo Gustavo se aproximar e se sentar no sofá, ao meu lado.

— Eu posso ajudar vocês? — Ele pede, mas Felipe nega imediatamente.

— Nem pensar. Estamos correndo riscos demais, e você nem concluiu seu ciclo.

— Quem disse que precisa ser lobisomem para ajudar? — Pergunto, e Felipe me encara afrontado. — Ele pode botar a cachola para funcionar. Você pode me ajudar sim, Gustavo.

— Tudo bem, mas eu não quero que o leve para a luta. — Felipe diz, por fim, se levantando do sofá. — Vou ver como a Liz está e descansar um pouco. Descanse também, Stefany. Você precisa.

— Não se preocupe.

Felipe logo se retira, deixando apenas Roberta, Gustavo e eu. Estava de noite em horas, apesar da noite estar sendo longa, então as crianças já estavam dormindo.

— Vocês querem comer alguma coisa? — Roberta pergunta.

— Não, obrigada. — Respondo, e logo meu estômago começa a roncar alto. — Ahh...

— Acho melhor você comer, se não, não irá recarregar suas energias. — Roberta conclui e se levanta, indo até a cozinha.

— O que aconteceu? Você pode me contar como se eu não fosse uma criança de cinco anos que não entende nada? — Gustavo pergunta baixo e eu olho para ele. — Eu sei que tem isso do culto do medo, dos caçadores, sei que minha irmã mais velha morreu e minha outra irmã mais velha está morrendo, mas... qual o sentido disso tudo?

— Poder. — Respondo com uma única palavra. — Tudo só acontece por poder. Os cultistas querem poder e usam o medo para isso, e os caçadores têm medo do que somos, por isso querem poder para nos deter. No final, sempre é uma guerra sem fim.

• • •

Quase não consegui dormir direito, principalmente por estar sozinha no quarto da Clarissa sabendo que na noite anterior ela estava bem e dormindo comigo. Roberta preparou um chá para mim, o que me ajudou a pegar no sono mais rápido. Fiquei feliz em saber que eles sabiam se virar sozinhos, pois, Jaciara e Moacir decidiram continuar no hospital e acompanhar as cirurgias que Clarissa estava fazendo.

Ouço leves batidas na porta e logo a vejo abrir. Percebo que é Ana Clara, a irmã mais nova dos lobisomens, usando um pijama de unicórnio e segurando um ursinho meio velho no colo.

— Té, eu tô com medo dos demônios. — Ela diz e eu me sento na cama, um pouco surpresa por ela procurar a mim e não a algum dos irmãos mais velhos.

— Pode ficar aqui comigo se quiser. — Respondo, e logo a vejo subir na cama e deitar do meu lado. — Eu não vou deixar os demônios te pegarem.

Volto a deitar ao lado da garotinha, que decide me abraçar até pegar no sono. Assim que meus olhos finalmente pesam, meu consciente voltava e vagava pelas memórias com a Clarissa, incontáveis vezes. Perdi a conta de quantas vezes eu acordei durante a noite no susto, pois minha alma estava perturbada. A cena do acidente repetia na minha mente toda hora, acompanhada de momentos em que Clarissa estava feliz comigo. Meu coração doía em angústia, ansiedade e medo. Quando "amanheceu", levantei e fui até o banheiro, sentindo meu corpo pesado e cansado. Mesmo tendo tido uma noite de sono ruim, eu senti que parte da minha energia havia sido recuperada.

Faço minha higiene básica e tomo um banho gelado, deixando a água curar todo o meu corpo. Os ferimentos eram apenas cicatrizes, mas com recordações que me davam ânsia. Quando terminei o banho, procurei alguma roupa no guarda-roupa de Clarissa que me serviria. Eu esqueci que minhas roupas estavam todas na minha casa, então precisava ir lá buscar. Encontrei uma calça jeans o qual nunca vi Clarissa usar, e imediatamente imaginei que ela nunca usou porque ficaria muito justa no corpo dela e ela não gostava. Procuro rapidamente uma blusa e encontro uma que eu sempre a via usar, verde musgo e com desenhos de flores verdes escuras na frente. Depois que terminei de me vestir, ajeitei meu cabelo e o prendi em um coque, pois iria facilitar meu dia.

— Bom dia, dormiu bem? — Ouço Roberta falar comigo assim que chego na cozinha, vendo que todos estavam tomando café da manhã.

— Não. — Respondo com sinceridade. — Meu corpo está doendo, minha cabeça está latejando e eu estou cansada.

— Você precisa descansar mais. — Roberta responde, pegando uma xícara, colocando um líquido dentro e me entregando.

— Chá de novo? — Pergunto, pegando a xícara e tomando um pouco do líquido quente e amargo, mas que imediatamente fazia meu corpo se aliviar. — Você daria uma ótima bruxa.

— Ou um ótimo lobisomem. — Felipe diz brincando, chegando na cozinha. — Tudo, menos caçadora.

— Ainda acho um rolê muito aleatório vocês dois. Roberta tem quantos anos? Vocês se conheceram como? — Pergunto intrigada e Roberta e Felipe se olham.

— Felipe fez vinte, eu tenho vinte e seis. — Ela responde, e eu fico boquiaberta por ela não aparentar nem um pouco ter a idade que tinha. — Ele me salvou de um acidente de carro no final do ano passado, e depois nos reencontramos em uma caçada e eu não deixei minha família o matar por gratidão.

— Mentira, você se apaixonou pela minha beleza e pela minha carisma irresistível. — Felipe diz em um tom de brincadeira e Roberta sorri. — Depois disso, começamos a nos encontrar sempre. Ela me ajudou a encontrar Clarissa quando a Hanna a sequestrou.

— Eu nunca concordei com as coisas que minha família fazia. Caçar lendas urbanas e espíritos? Tudo bem, perfeito, mas caçar pessoas inocentes por serem diferentes? Não, não concordo com isso. — Ela diz, tomando um pouco do café da sua xícara. — Agora que oficialmente fui expulsa da minha família, não acho mais que eu seja uma caçadora.

— É, eu também acho que não sou mais uma caça lenda. — Respondo pensativa, terminando de beber o chá e pegando uma fatia de bolo.

— Olha, eu sei que eu sou exceção da minha família de loucos e lunáticos. — Roberta começa a falar e eu até já imaginava onde aquela conversa nos levaria. — Rodrigo e Xaiane não são pessoas más. Vai por mim, minha família fez a mesma lavagem cerebral comigo quando eu era jovem.

— Mas eles sabiam o que eu era, sabiam o que a família deles faziam com pessoas como eu. — Digo, ainda me sentindo magoada pelos dois. — E eles estão do lado de lá, não do nosso.

— Você jogou seu celular no lago, como tem certeza se eles não tentaram falar com você? — Roberta questiona e eu ergo uma das sobrancelhas. — Eu conheço meus sobrinhos, eles te amavam independente do quão sobrenatural você ou a Clarissa sejam. Algumas vezes, nós também precisamos ser salvos do ambiente em que vivemos. Felipe me salvou daquela loucura, mas quem vai salvar os seus amigos?

Fico em silêncio, absorvendo cada palavra de Roberta. No fundo, eu sentia falta deles, mas era compreensível o porquê deles não terem me defendido durante a fuga na fazenda. Rodrigo acabara de descobrir que sua mãe morreu nas mãos de uma bruxa, e Xaiane descobriu que seu irmão foi uma das vítimas das muitas tragédias causadas pelo sobrenatural. Porém, eu não teria feito o mesmo com eles, essa é a nossa diferença.

— Os pais vão voltar para casa e o Leonardo vai ficar no hospital. — Gustavo chega até nós, nos avisando com um celular na mão.

— Quem é Leonardo? — Pergunto confusa.

— É o nosso irmão mais velho. O primogênito, mas ele não mora em Três Luas. Você o conheceu naquele dia. — Felipe diz, e só então me recordo de um homem quando Clarissa me trouxe pela primeira vez. — Ele trabalha no Exército, então está sempre em outro Estado.

— Gustavo. — Chamo o garoto. — Me empresta seu celular para eu fazer uma ligação?

— Claro. — Ele me entrega o telefone dele e eu rapidamente disquei o número da minha mãe e esperei chamar.

Alô? — Sinto um alívio ao ouvir sua voz do outro lado e sorrio.

— Mãe? — Falo emocionada, contendo as lágrimas.

Stefany? Graças a Deus, menina! Onde você está? Está tudo bem? Meu amor, estamos vivendo o apocalipse! — Ela diz nervosa e eu rio fraco com a sua reação.

— Eu sei, mãe. — Respondo. — Eu estou bem, não se preocupe. Estou com a família da Clarissa.

Fico aliviada em saber isso! O que houve com o seu telefone? Você não estava em Miguel Pereira? — Ela dá uma pausa e logo continua. — Estamos todos na casa da sua tia Helena!

Eu tive que voltar para Três Luas. Deixei meu telefone cair no lago. — Respiro fundo. — A Clarissa sofreu um acidente.

Ai meu Deus! — Ela exclama nervosa. — O que houve? Onde ela está?

— Está fora da cidade, não sei o estado dela ainda. — Digo preocupada. — Mãe, fique bem, tudo bem? Prometo que ainda essa semana nos veremos. Se cuida, amo vocês.

Cuidado com essas coisas na rua, minha filha! Espero que a Clarissa se recupere, ai meu Deus, pobrezinha! — Ela diz, ainda ressentida pelo o que eu contei. — Eu também te amo, minha bebezinha! Não fique sem falar comigo. Seus irmãos e sua tia te mandaram um beijo.

Mande outro por mim. — Respondo, antes de encerrar a chamada e devolver o celular de Gustavo. — Preciso de uma carona até o hospital.

— Eu te levo. — Felipe imediatamente se oferece e pega os capacetes. — É melhor você nem ficar usando teletransporte mesmo. Também quero ver como Clarissa está.

Me despeço do restante e vou até a saída com Felipe, colocando o capacete e subindo na moto. Ele pilota rapidamente pela descida escura, passando por vários demônios que parecem felizes em nos ver. Até pensei em usar meus poderes, mas não valia à pena gastar minha energia com isso. Assim que atravessamos o limite da outra cidade, vejo o sol nos iluminar e respiro fundo ao sentir o calor do sol sobre mim. Felipe para a moto em frente ao hospital, e logo caminhamos até a recepção.

Cumprimento Jaciara e Moacir, que estavam de saída, com olheiras e expressões cansadas no rosto.

— O médico vai contar melhor o que aconteceu. Leonardo está chegando, e nós vamos para casa descansar um pouco. — Jaciara diz, abraçando Felipe firme. — Que bom que você está bem, meu filho.

— Você também, Stefany. Fico feliz em saber que você está se recuperando. — Moacir diz gentilmente, repousando a mão sobre meu ombro. — Bom, a visita à Clarissa está permitida, mas apenas um de cada vez.

Suspiro aliviada em saber que pelo menos eu iria conseguir vê-la. Assim que o casal foi embora, fomos até a recepção e passamos nossos dados. Felipe me deixou ir primeiro, e logo fui recebida por um médico que me acompanhou até a sala vermelha, que era onde Clarissa estava.

— Qual é o estado dela, doutor? — Pergunto antes de entrarmos na sala, pois eu estava sem coragem de ver Clarissa naquela situação.

— A situação da paciente evoluiu para um coma. Após uma avaliação detalhada, os médicos confirmaram que ela não responde a estímulos externos e sua atividade cerebral está drasticamente reduzida. Estamos monitorando sua condição de perto e mantendo a esperança de que possa recuperar a consciência, mas o prognóstico ainda é reservado. A equipe está fazendo tudo o que pode para cuidar dela. — Ele diz, e eu sinto meu coração ser destruído em mil pedaços. — As chances dela são baixas, mas se serve de consolo, ela está respondendo bem aos procedimentos. Qualquer outra pessoa não teria resistido ao impacto do acidente.

Tento ter fé que a parte sobrenatural de Clarissa iria salvá-la. Assim que o médico me dá espaço, entro e encontro Clarissa no centro da sala. A cama estava cercada por monitores que apitavam suavemente.  Ela estava pálida e havia ferimento por todo o seu corpo, e hematomas fortes no seu rosto. Não consegui aguentar e comecei a chorar, pois vê-la naquele estado era demais para mim. Eu queria que seus olhos abrissem, queria que ela magicamente se curasse e saísse daquele lugar, mas há limites até para o sobrenatural. O silêncio era pesado, quase ensurdecedor, interrompido apenas pelos filhos eletrônicos que marcavam seu pulso.

— Oi, meu bem. — Me aproximo dela, ficando meu ao lado da sua cama. — Dizem que quando alguém está em coma, ela pode ouvir tudo o que acontece. Se você estiver me ouvindo, saiba que eu estou aqui e vou fazer de tudo para você ficar bem.

Toco suavemente sua mão, com medo de acabar fazendo algo de errado. Tento segurar o choro, mas era impossível. Seco as lágrimas que escorriam no meu rosto, e logo volto a falar novamente.

— Eu sinto que eu deveria ter te protegido tanto quanto você me protegeu. Eu não vou deixar isso barato, Clarissa. Hanna vai pagar por tudo o que fez com você, e vai pagar pelas minhas próprias mãos. Eu espero que você consiga se recuperar, coisa que ninguém acredita que vai acontecer. — Falo melancólica, pois eu me recusava a acreditar do contrário. — Mas eu acredito. Você é a pessoa mais forte que eu conheço, você vai sair dessa. Eu amo demais você, e absolutamente nada vai me fazer sair do seu lado.

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