Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 4: O Homem do Saco

Abro a porta do mercadinho que havia em frente à pracinha. Rodrigo e Xaiane estavam ao meu lado, e Rodrigo carregava a mochila com os itens necessários para a nossa casa. Eu estava me sentindo uma Winchester, só que as chances de dar tudo errado eram grandes.

— Com licença. Boa noite! — Cumprimento a única caixa que estava lá, e ela quase não me deu ideia. Estava assistindo reels no Instagram. — Minha cachorra desapareceu esta tarde aqui perto. Tem problema se eu dar uma olhada na câmera de segurança para ver para onde ela pode ter ido?

— Cesar! — A mulher grita, fazendo um homem sair dos fundos do mercado e se aproximar. — A cachorra dela sumiu, ela quer ver as câmeras. Pode ajudá-la?

— Claro! Venham comigo. — Ele diz gentilmente, e logo nós três o seguimos para dentro de uma sala que havia perto do depósito que ficava lá nos fundos.

Ele acende a luz e nos aponta para o computador que havia em cima de uma mesa velha. Nele, haviam oito divisões das câmeras de segurança que tinham no mercadinho.

— Quando sua cachorrinha sumiu? — Ele pergunta, puxando os arquivos recentes.

— Hoje, por volta das seis e meia ou sete da noite. Foi na pracinha. — Explico, vendo ele puxar as gravações de hoje mais cedo e dar replay na imagem.

— Você é o dono daqui? — Rodrigo pergunta para o homem, que sorri gentilmente enquanto Xaiane e eu olhávamos para o vídeo.

— Sou sim. Eu e minha esposa cuidamos deste mercado há vinte anos! — Ele diz orgulho, e Rodrigo continua puxando assunto na tentativa de distrair o homem de qualquer coisa fora do padrão que veríamos nas imagens.

Xaiane aperta algumas teclas do computador, ampliando a imagem para o momento que eu cheguei com a Shakira no parquinho. Observo as crianças no escorregador, no momento em que o homem do saco se aproxima e que eu falo com os pais delas. Logo, em questão de segundos, ele ergue o saco e cobre a menina completamente, em seguida desaparecendo no ar e deixando uma fumaça verde fraca no lugar. Este foi o momento em que percebemos o desaparecimento da menina e que as duas outras crianças no parquinho começaram a gritar.

— Agora eu acredito em você. — Xaiane diz estática, enquanto minha boca fica meio aberta, ainda tentando assimilar o que havia acontecido. — Espera.

— Ah, que legal. Eu tenho dois gatos e uma prima chamada Hanna que estuda em Goiás. Minha mãe já trabalhou em um mercado também, mas foi mandada embora porque agrediu um cliente que ficou perseguindo ela uma semana seguida. — Rodrigo diz aleatoriamente, enquanto inventava conversas para distrair Cesar, que parecia bem entretido no assunto e quase não nos notava ali.

Xaiane puxa um cabo USB da pequena bolsa de ombro transversal que carregava, logo inserindo o cabo na entrada do computador, e a outra parte no próprio celular. Em questão de segundos, ela copia o vídeo e o transfere para o celular, desfazendo todo o processo para que Cesar não notasse a invasão. Xaiane corta o vídeo do segundo em que o homem do saco apareceu até o segundo em que ele sumiu, apagando este trecho dos arquivos do mercado.

— Por que você fez isso? — Perguntei assustada e confusa, sussurrando para que só ela ouvisse.

— A polícia vai vir aqui uma hora ou outra checar as imagens. Acha que vão levar a sério quando virem o homem do saco? — Ela sussurra de volta, fazendo finalmente Cesar voltar sua atenção para nós.

— E então, menina? Achou sua cachorra?

— Eu consegui ver para onde ela foi. Muito obrigada pela ajuda, agora procurá-la pelo caminho em que ela seguiu. — Afirmo com um sorriso forçado, me levantando com pressa e puxando Xaiane e Rodrigo pelo pulso.

— Tchau, seu Cesar! Boa sorte na pesca! — Rodrigo se despede, antes de ser puxado para fora do mercadinho. — E aí, o que acharam?

— Isso. — Xaiane puxa as imagens que copiou para o celular e mostra para Rodrigo, que assiste o vídeo em silêncio e arregala os olhos quando vê o homem do saco desaparecer.

— Isso é realmente um evento sobrenatural. — Ele diz surpreso, olhando na direção da pracinha que fica do outro lado da rua. — Vamos lá.

Atravessamos a rua e caminhamos até o centro da pracinha. Não havia ninguém lá, apenas alguns cones da polícia que cercavam o lugar. Rodrigo apoia a mochila no chão, e de lá tira uma câmera de imagem noturna, a lanterna ultravioleta e um aparelho de medição eletromagnética. Ele entrega a câmera para Xaiane, que logo liga e aponta para nós. Rodrigo entrega a lanterna na minha mão e também liga o aparelho.

— Como nos casos paranormais que vimos nas mídias, seres sobrenaturais alteram o espaço físico. Isso quer dizer que as ondas eletromagnéticas vão oscilar, a temperatura vai cair e eles vão deixar algum tipo de rastro. — Rodrigo explica, mas eu tenho quase certeza que ele diz isso para a câmera nas mãos de Xaiane.

Aponto a luz roxa para o chão, bem onde o homem do saco estava, e vejo que haviam resquícios da fumaça verde que o cercou quando ele desapareceu. Miro a lanterna mais para frente, vendo que havia uma trilha daquele fragmento fantasmagórico.

— O homem do saco é um fantasma ou algo do tipo? — Pergunto.

— Fantasmas são criaturas sobrenaturais, e as lendas também. Então, é, pode-se dizer que sim. — Rodrigo responde, caminhando com o detector pela pracinha.

— Acho que tem um rastro do homem do saco. — Aviso, fazendo Xaiane apontar a câmera na minha direção.

— Vamos seguir. Tem algo estranho na frequência magnética daqui também. — Rodrigo diz, seguindo meus passos enquanto o rastro verde nos levava até uma rua estranha e vazia.

Havia um esgoto a céu aberto perto de nós, e nessa área as paredes eram pichadas. Era uma parte de Três Luas que eu nunca esperaria ver, totalmente desigual das demais. Alguns moradores de rua passaram por nós, outros víamos deitados no chão com cobertores velhos.

— Tem certeza que é por aqui? — Xaiane pergunta desconfortável, enquanto prosseguimos.

— Sim. O campo magnético daqui está instável, as partículas bem mais aceleradas que o normal. — Rodrigo explica, seguindo logo atrás de mim.

— Sem contar o frio. — Afirmo, me segurando para não bater os dentes. — O rastro termina ali.

Na nossa frente havia uma espécie de túnel escuro com um montante de lixo ao redor. O cheiro era insuportável, e eu jurei ter visto um gato morto jogando em meio à podridão.

— Que lugar horrível! — Xaiane exclama, apontando a câmera para o redor, logo, focando na entrada do túnel.

— Stefany, prepare o celular caso precise chamar a polícia. — Rodrigo alerta, e logo eu deixo o número do 190 discado, sem clicar na chamada.

Rodrigo puxa duas lanternas comuns da mochila e coloca uma na minha mão. Logo, tomo coragem e entro no túnel, dando de cara com uma espécie de cabana feita de papelão e pedaços velhos de pano. Fiquei com receio de assustar algum morador de rua inocente, mas o detector apontava diretamente para lá.

Quando abri a cortina, vi as três crianças amarradas jogadas em cima de algumas almofadas velhas e rasgadas, junto com garrafas de plástico vazias ao seu lado. Elas me encaram assustadas, mas não conseguem gritar pelas suas bocas estarem amordaçadas.

— O que é isso? — Rodrigo se assusta com um vulto passando ao seu lado, e logo me arrepio quando sinto aquela presença maléfica.

— Deixem minhas crianças! — Ouço a voz do velho, e logo vejo sua silhueta na minha frente.

Aperto o símbolo do telefone no meu celular, enquanto o velho vinha para cima de nós. Eu nunca tinha lutado antes, que dirá com uma lenda urbana, então não fazia ideia do que fazer.

— Alô, eu encontrei as crianças desaparecidas! Elas estão em um túnel escuro perto da Avenida Montes, onde tem um monte de lixo. Venham o mais rápido que puderem! — Aviso, logo desligando a ligação e torcendo para não acharem ser trote. Preferi não perder muito tempo no telefone, já que sabia que só fariam perguntas desnecessárias, coisa que eu estava sem tempo para responder simplesmente pelo homem do saco estar me atacando.

Enquanto Rodrigo tentava distrair o homem do saco, peguei um canivete que preferi deixar guardado no bolso caso entrasse em perigo, logo cortando as amarras que prendiam as crianças. Elas saem da cabana desesperadas, se escondendo atrás de mim. Xaiane gravava tudo, e quando o velho do saco tentou atacá-la, Rodrigo o atingiu com um pedaço de ferro.

Olho para dentro da cabana e encontro um saquinho estranho. Assim que o toco, sinto uma energia forte e ruim de dentro dele, e vejo um símbolo de um globo ocular cercado por raízes que se juntam formando uma espécie de espiral. Abro o saquinho e vejo apenas um pó cinza estranho, o qual fiquei com medo de tocar. Eu ainda não sabia qual era a conexão desse elemento com o homem do saco, mas sabia que estavam conectados como um tipo de feitiço ou ritual satânico de maluco.

Tiro uma foto rápida e tremida do símbolo do saquinho, e logo pego um isqueiro e incendeio o objeto. Imediatamente ouço o grito do homem do saco e o vejo se desfazer em pó, junto com uma fumaça esverdeada que o cerca.

— Vocês estão bem? — Pergunto ofegante para as crianças, que ainda estavam assustadas com tudo aquilo.

Elas confirmam com a cabeça, e logo Rodrigo e Xaiane se encaram perplexos.

— A gente conseguiu! — Rodrigo comemora, vendo que o homem do saco não iria sequestrar mais nenhuma criança. Eu acho.

Não demorou muito para ouvirmos as sirenes das viaturas se aproximando. Os policiais se aproximam e logo ajudam as crianças, enquanto outro deles nós interroga. Rodrigo fez o favor de explicar que estávamos gravando um vlog de terror, e que acabamos indo gravar ali por ser um ambiente aparentemente fantasmagórico. Completei dizendo que não vimos o homem ou um suspeito, apenas que ouvimos os grunhidos das crianças e decidimos olhar. Foi uma história bem boba, mas o suficiente para convencer os policiais que as encontramos por acaso.

Obviamente as crianças levariam a sério toda a ideia do homem do saco, mas eu sabia que era um segredo que elas guardariam conosco. Apenas nos chamaram de heróis algumas vezes, coisa que eu não considerava até então. Eles estavam com vida, e era isso o que importava. Fazer parte do Caça Lendas havia se tornado algo essencial para mim.

— Eu ainda estou incrédulo com tudo isso de lenda urbana. Por quê? Como? Quem está fazendo isso? — Rodrigo questiona inúmeras vezes, enquanto caminhamos pelas ruas escuras a caminho de casa.

— Não sei. Vou pesquisar sobre o símbolo que achei naquele saquinho. Mas sei que aquele objeto estava fazendo a lenda do saco se tornar algo real. — Afirmo com total certeza, assim que chego no portão de casa. — Pode ter mais, mas não sabemos quando.

— Vai ter mais, e vamos lidar com isso até entender a motivação de tudo. — Xaiane responde olhando para mim. — Aliás... a gente quer falar uma coisa.

— O quê? — Pergunto confusa, vendo ela e Rodrigo em silêncio.

— Já que somos oficialmente os Caça Lendas, queremos que você se junte ao nosso podcast Histórias para Boi Dormir. Sabe, mérito e tudo mais. — Rodrigo diz, fazendo eu abrir um enorme sorriso.

— E também a gente quer falar para o nosso tio para te contratar na Geek Store, assim passamos mais tempo juntos para organizar tudo mais. — Xaiane completa, fazendo meus olhos brilharem.

— Ele vai me pagar? — Pergunto, só para me certificar.

— Sim, relaxa.

— Eu aceito! — Respondo empolgada, puxando os dois para um abraço. — Vamos arrasar sendo os Caça Lendas!

Nenhum dos dois retribui o abraço, mas pude perceber que eles estavam felizes tanto quanto eu. Me despeço deles mais uma vez, feliz pela vitória e feliz pela conquista. Eu encontrei algo que me fez realmente sentir pertecente a algo.

O mundo sobrenatural, de algum jeito, me chamava e eu estava pronta para segui-lo, para cumprir o meu destino, seja lá qual ele fosse.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro