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Capítulo 36: Noite dos Demônios

Me abaixei no carro quando notei balas acertando a parte de trás do carro. Liz estava no banco de trás, chorando, porém, presa por um cinto de segurança. Roberta continuou com os olhos focados na estrada de terra, cercada pelo enorme campo.

Sinto o impacto da minha cabeça no vidro da janela quando Roberta faz uma curva brusca, adentrando no campo e cortando caminho. Havia uma enorme plantação de milho, a qual foi destruída conforme o carro passava por cima. Olho para trás e vejo que os tiros haviam cessado e que os faróis inimigos estavam cada vez mais distantes.

— Para onde iremos? — Pergunto ofegante e assustada, pois sabia que eles não iriam parar até nos encontrar.

— Para a casa dos Oliveira. — Ela diz, se referindo à casa da família da Clarissa. — É o lugar mais seguro para vocês por enquanto, pela proteção mágica.

— Eu lembro que a Clarissa contou dessa proteção mágica que tinha na casa dela, mas espera aí, como você sabe? — Pergunto desconfiada, mas Roberta para o carro em frente ao rio.

Ela desce do carro e abre a porta de trás, tirando Liz de lá. Saio do carro também e a vejo caminhar apressadamente a um pequeno barco a motor. De longe, ouço os carros e caminhonetes dos Castellani se aproximarem, e logo os tiros voltam a voar na nossa direção. Entro no barco e vejo Roberta tentar ligar o motor, mas ele falha algumas vezes. Os caçadores estavam cada vez mais perto.

— Anda logo! — Roberta grita em desespero, quando percebe que provavelmente o motor estava sem gasolina.

Me concentro na água e faço com que ela nos empurre para trás. O barco começa a navegar com rapidez pelo rio escuro, enquanto os caçadores mais uma vez são deixados para trás. Eu não sabia para onde esse caminho nos levava, mas no momento, qualquer lugar era refúgio. Vejo Roberta pegar o celular do bolso e jogar na água.

— Por que você fez isso? — Pergunto confusa.

— Para não me rastrearem. Você precisa fazer isso também. — Ela diz.

— Eles não vão me rastrear. Não tem como.

— Stefany, agora eles têm o Rodrigo e a Xaiane. Eu sei que eles são seus amigos, mas os dois sofreram uma bela lavagem cerebral naquele celeiro, e mesmo que eles se neguem a ajudar a família, eles podem conseguir qualquer informação sua em um estalar de dedos. Então, no momento, queima de arquivo é a melhor coisa para despistar eles. — Roberta explica calmamente, enquanto Liz fica encolhida no canto do barco.

Pego meu celular, ainda pensando no que eu me meti. Definitivamente minha vida não seria mais a mesma, e em nenhuma realidade eu imaginaria que a família dos meus melhores amigos iriam me caçar. Abro o WhatsApp e clico no chat com minha irmã Rafaela, enviando uma última mensagem antes de sumir por completo.

Rafaela, aconteceu umas coisas e nossa família está em perigo. Por favor, tire nossa mãe, Lucas e Cecília de casa e leve-os para bem longe. Inventa alguma desculpa, mas faça isso o mais rápido possível, e vá também com o Walace. Não esqueça de levar Shakira e Wandinha juntas, por favor. Obrigada, amo vocês.

Ao enviar a mensagem e me certificar que ela chegou, desliguei o telefone e o joguei longe, no meio da água. Vejo Roberta se aproximar de Liz e a abraçar, como se quisesse protegê-la, e vejo a menininha se encolher no abraço da mais velha, enquanto choramingava e coçava os olhos, provavelmente sem nem ideia do que aconteceu.

— O que aconteceu com o pai dela? — Pergunto, me lembrando que Clarissa disse que Lívia havia viajado com a Liz e com o namorado.

— Meu pai descobriu que Lívia estava de férias em um hotel aqui perto, hotel em que os donos são amigos dos meus pais. Ele foi caçar, e no meio da caçada, acertou o noivo de Lívia e o matou. Por isso Lívia, com raiva, o atacou estando na sua forma de lobo e tentou fugir com a Liz, mas foi pega pelos outros da nossa família. — Ouço Roberta falar e sinto um misto de tristeza e raiva ao ouvir aquela história. — E o resto você já sabe.

— Ela não merecia aquilo. — Digo baixo, sentindo meu estômago revirar. — Por que você não é como eles? Por que está me ajudando?

— Eu sei separar o certo do errado. Minha família sente repulsa por qualquer ser sobrenatural e criou todos assim. Acham que o sobrenatural é o mal da humanidade e que, se forem destruídos, o mundo ficará em paz. Eles acreditam em seitas satânicas, algo do tipo, entre os grandes líderes mundiais. Parece teoria da conspiração, eu sei, mas os Castellani vêem o sobrenatural como o grande pilar maligno do universo. — Ela conta, fazendo-me erguer uma das sobrancelhas. — Eu não sei se é verdade, mas meu pai disse que já deu de cara com uma vampira uma vez. Não era exatamente uma vampira, mas sim uma espécie de seita sanguinária com milhares de membros. Havia também uma hierarquia nessa seita, eles se alimentavam de sangue mágico, e meu pai disse que vários famosos faziam parte. Isso os tornava imortais. Tentaram recrutá-lo, mas se ele se recusou a fazer parte daquilo e matou muitos deles.

— Que bizarro. — Comento, vendo o barco chegar em terra firme e finalmente descermos.

Roberta segura Liz no colo e desce do barco. Estava tudo muito escuro, mas havia um carro parado a poucos metros do rio. Olho para trás, e minha mente ainda repetia sons de tiro como se eu ainda estivesse no meio do confronto, apesar de não estar mais. Meu coração acelera com a possibilidade de ser um caçador no esperando, e logo me preparo para a luta, concentrando energia em plasma nas minhas mãos.

Vejo Felipe sair de dentro do carro, usando uma calça jeans e uma blusa branca de manga cumprida. Ele se aproxima apressadamente de nós e abraça Liz, que rapidamente se prende à ele.

— Cadê a Lívia? — Ele pergunta olhando para Roberta, mas logo entende o olhar silencioso da mulher. — Merda!

— Eles estão vindo e não vão parar até nos encontrar. Precisamos ir logo! — Roberta avisa, abrindo a porta do outro carro e entrando.

— Sinto muito. — Foi a única coisa que consegui dizer para Felipe, que parecia ainda não ter acreditado na morte da irmã mais velha.

Entramos no carro e eu me sentei no banco de trás, junto de Liz, colocando-a sentada no meu colo e a abraçando. Por um momento sinto como se estivéssemos temporariamente em paz. Dessa vez, Felipe assumiu o volante enquanto dirigiu pela estrada, levando algumas horas até estarmos próximos de Três Luas. No caminho, Liz acabou adormecendo e a única coisa que eu pensava era em rever a Clarissa. Roberta e Felipe conversaram sobre tudo o que ocorreu no celeiro e eu ouvi Felipe proferir alguns palavrões contra os Castellani. Me questionei de onde eles se conheciam e se ele era o motivo de Roberta estar do nosso lado, não no da própria família. Afinal, ela realmente era confiável ou apenas um bode expiatório?

— Eles não vão parar até matar cada um de nós. — Felipe diz, mas mais especificamente para mim, me encarando rapidamente pelo retrovisor.

— Eu descobri isso hoje. — Respondo, vendo que ainda estava bastante escuro, apesar de termos passado horas no carro.  — O que a gente faz? Matamos todos eles?

— Eu apoio. — Ele responde. — Feitiço não funciona muito com eles por causa do óleo.

— Aquele óleo é o que, hein? — Questiono curiosa. — Vocês têm um igual.

— Na verdade, é uma poção. Uma poção anti-magia feita por alquimistas. Eles só descobriram isso quando sequestraram a Clarissa, e desde então é quase impossível detê-los. — Roberta responde. — Não tem como parar a guerra.

— Então nós vamos lutar. — Digo confiante.

Assim que nos aproximamos da divisa de Três Luas, vejo alguns carros parados cobrindo a estrada. Homens e mulheres descem deles, segurando armas e apontando na nossa direção. Também eram caçadores à nossa espera, provavelmente à mando dos Castellani.

— São os caçadores mais próximos de Três Luas, minha mãe provavelmente os avisou. — Roberta diz e Felipe freia imediatamente o carro. — Stefany, quando eu der o sinal, corra o mais rápido possível com a Liz e tente ir até a casa do Moacir.

— Aquela Granny maldita! — Resmungo frustrada, me referindo à dona Nilza, senhorinha que achei ser um amor no começo, mas que descobri ser o capeta encarnado.

Vejo Roberta sacar uma pistola do porta luvas e se preparar para sair do carro, mas Felipe o tranca, enquanto os caçadores se aproximam de nós.

— Você vai com elas. — Felipe diz encarando Roberta, que o encara confusa.

— O que você pensa que vai fazer? — Roberta questiona assustada, e Felipe logo começa a dar ré.

Os caçadores percebem nossos movimentos e começam a atirar na nossa direção, fazendo-me cobrir o corpo de Liz com o meu. Ele vira o carro e começa a dirigir pelo retorno, e não demora muito para os caçadores começarem a nos seguir. Mais a frente, Felipe destranca a porta do carro e alterna o olhar entre Roberta e eu.

— Se eu não voltar em vinte e quatro horas, não me procurem. — Ele avisa, se jogando do carro e se transformando em lobo assim que pisa na estrada.

Ele era um pouco maior que a Clarissa e sua pelagem era quase a mesma, marrom com muitos fios brancos e cinzas. Ouço seu uivo, completamente carregado por dor e luto, e logo o vejo correr na direção dos caçadores. Ele desvia dos tiros e se lança em cima de homens armados, arrancando seus membros sem nenhuma piedade. O chão começa a ficar coberto de sangue e os carros que tentavam vir atrás de nós, começam a dar a volta pela estrada. Felipe é ágil e mortal, mesmo os caçadores tendo anos de experiência, ele parecia saber lidar muito bem.

Desço do carro ao lado de Roberta e começo a correr para dentro da floresta ao nosso lado, que fazia ligação com a de Três Luas. Começamos a correr e Roberta se mantém atenta com a arma na mão, enquanto eu tentava enxergar a trilha na nossa frente. Eu sabia que era um pouco improvável alguém se arriscar tanto assim, pois não era a primeira história de um caçador se envolvendo com um ser sobrenatural. Só que, no caso da Clarissa, foi tudo um plano, mas com Roberta, tenho a impressão que Felipe confia nela. Ele não seria tolo de estar com alguém da mesma família que torturou sua irmã, sabendo que a história poderia se repetir.

— Não deveria ter amanhecido? — Questiono confusa com o horário, principalmente sem ter meu celular para checar o horário.

— Deveria, são oito da manhã e nem sinal do Sol. — Ela responde ofegante, atravessando uma árvore caída.

— Quanto tempo você acha que vamos levar para chegar?

— Umas duas horas, eu acho. — Ela responde incerta e eu paro de andar.

— Eu vou tentar uma coisa. Não sei se vai dar certo. — Roberta para de andar e me olha confusa.

Entrego Liz no colo dela e respiro fundo, apesar de cansada, ainda tinha força. Sinto as moléculas ao meu redor se agitarem e tento transformar aquilo em uma passagem por meio das sombras, usando a umbracinese para nos teletransportar até pelo menos perto da casa da Clarissa. Eu nunca usei essa função do meu poder, mas precisava tentar, apesar de não ter certeza para onde as sombras levariam. Sinto minha visão turva por alguns segundos, e quando ela volta ao normal, vejo que estava bem na entrada da subida da casa da família lobisomem.

— Isso foi ótimo! — Roberta diz impressionada e eu sinto todo meu corpo tremer por exaustão, mas me forço a manter de pé.

Sinto um arrepio estranho percorrer meu corpo e a sensação de que havia alguém me olhando. Olho ao redor e encaro um par de olhos vermelhos me encarando, e imediatamente percebo que era Dante. Ele estava em cima de uma árvore, sentado com os pés balançando, e o garoto acena para mim com um sorriso no rosto. Eu sabia o que aquilo significava, que o caos e o medo estava maior do que nunca. Vejo algumas pessoas saírem das sombras da floresta e caminharem na nossa direção enquanto começamos a subir a trilha.

— São demônios, não os encare. — Roberta avisa e eu sinto um medo indescritível me atingir.

Eu já ouvi muito falar de demônios, mas não sabia como eram. Para mim, demônios não passavam de seres místicos da mitologia cristã, mas ao vê-los pessoalmente, vi que eram pior. Eles estavam no corpo de pessoas normais, mas seus olhares eram mórbidos e malignos, e eles não hesitariam em tentar se aproximar lentamente. Roberta e eu tentamos correr pela subida, mas era um pouco difícil com a Liz no colo. Eu estava sem energia para outro teletransporte, mas junto todo o meu resto de poder e lanço rajadas de energia cósmica neles, afastando-os temporariamente.

— Como mata demônio? Exorcismo? — Pergunto cansada, vendo que já estávamos na metade do caminho.

Me assusto quando ouço um grito humano na floresta. Os demônios se viram na direção do som e sorriem.

— Merda, merda, merda! — Roberta resmunga, sem parar de andar. — É, exorcismo, água benta, essas coisas.

— O que foi isso? — Pergunto me referindo ao grito. — Era uma pessoa?

— Eu não sei. — Ela responde, se aproximando do topo da montanha, onde finalmente dava para ver a casa.

Meu corpo estava fraco, eu estava com medo e prestes a desligar. Assim que subo o último degrau e finalmente piso na área dos lobos, meu corpo fraqueja totalmente e cai no chão. Aos poucos minha visão vai escurecendo, mas eu pisco algumas vezes tentando me manter acordada. Eu precisava resistir mais. Minha audição começa a ouvir apenas ecos, sons de voz e mais gritos vindos da floresta.

— Está tudo bem, eu estou aqui. — Ouço a voz da Clarissa e vejo vagamente sua silhueta agachada ao meu lado, sentindo seu toque suave no meu rosto, poucos segundos antes de apagar totalmente.

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