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Capítulo 33: Descanse em Paz

Quando recebemos a notícia que o avô de Rodrigo e Xaiane havia falecido, fiquei muito sem saber o que fazer. Consolei os dois, claro, pois sabia que eles eram apegados ao avô. Rodrigo começou a chorar, enquanto Xaiane se manteve estática. Eu não sabia como dividir esse sentimento, pois nunca conheci nem meu avô materno e nem meu avô paterno, mas talvez seja tão ruim quanto se minha avó morresse.

— Será que a vó Nilza está bem? — Xaiane questiona baixo, sentada no chão ao canto da loja, enquanto olhava para o nada.

— Ela deve estar acabada. Ela e o avô Chico eram casados desde bem jovens, e diferentes dos relacionamentos da época, eles realmente se amavam. — Rodrigo diz secando as lágrimas que escorriam no seu rosto.

— Se vocês quiserem, eu vou até Miguel Pereira com vocês. — Digo para os dois, olhando-os piedosamente.

— Não precisa, Ste. A gente vai ficar bem, aliás, nossos outros parentes vão estar lá também. — Xaiane responde e me dá um sorriso fraco e agradecido.

— Tem certeza? Por mim não seria um incômodo. — Pergunto novamente, e Rodrigo funga e me olha.

— Eu quero que você vá. Será legal você conhecer a cidade e a nossa família, mesmo que esse não seja um momento muito bom, mas... você é praticamente da família, para mim.

Sinto meu coração aquecer com essa frase e sorrio com seu gesto, me sentando ao lado dele e o deixando chorar no meu ombro.

• • •

Quando cheguei em casa, expliquei à minha mãe detalhadamente tudo o que aconteceu. Ela concordou em eu acompanhar Rodrigo e Xaiane até Miguel Pereira para o enterro do avô, então logo comecei a fazer uma pequena mala de mão, pois sabia que o lugar era longe. Vanessa já havia ido embora e voltado para o orfanato, mas me mandou mensagem falando que descobriu algo e que precisava conversar urgentemente comigo. Com a agitação do dia, acabei esquecendo de retornar à mensagem.

Ouço duas batidas leves na porta e vejo Clarissa entrar, usando um casaco marrom de aviação e se aproximando de mim, encarando confusa a mala que eu estava fazendo e jogando minhas roupas dentro.

— Vai aonde? — Ela pergunta confusa.

— O avô do Rodrigo e da Xaiane faleceu. Vou acompanhá-los até Miguel Pereira para o funeral. — Respondo explicativa. — Mas até quarta-feira eu devo voltar.

— Tudo bem, mas cuidado, viu? E me mande mensagem quando chegar lá. — Clarissa diz, sentando-se na ponta da minha cama e seu olhar parecia cabisbaixo.

— Aconteceu alguma coisa? — Pergunto preocupada, sentando ao seu lado.

— É que a Lívia foi viajar com o namorado dela e com a Liz, só que faz dois dias que nenhum dos dois nos respondem. — Ela desabafa, balançando o pé ansiosamente enquanto encara a tela do celular.

— Para onde ela foi? — Pergunto.

— Um hotel-fazenda em Lagoinha.

— Ah, talvez eles estejam sem sinal. É normal. — Tento tranquilizá-la e seguro sua mão. — Sua irmã e sua sobrinha devem estar aproveitando bastante, relaxa.

— É, você tem razão. — Clarissa sorri para mim.

Me aproximo mais dela e a abraço, ficando por alguns longos minutos assim. Aproveitei a tarde que tinha para me despedir da minha namorada, assistindo propositalmente Teen Wolf com ela e a zombando com algumas referências. Depois, tomamos café e logo ela se foi assim que o sol se pôs.

Eu já estava com tudo pronto, então, me despedi da minha mãe e da Cecília e me encontrei com Rodrigo e Xaiane na casa deles. Nos dividimos em dois grupos: Rodrigo, Xaiane, tia Roberta e eu fomos em um carro, enquanto a mãe de Rodrigo e o pai de Xaiane foram em outro carro com o tio Jonathan. Estava de noite, e a previsão que tínhamos para chegar era durante a manhã.

Conversamos muito pouco durante a viagem. Tia Roberta ficou contando algumas das histórias dos seus pais e da sua infância, relembrando tristemente o falecido pai. Foram algumas horas de viagem e paramos algumas vezes para irmos ao banheiro, abastecer o carro e comer alguma coisa. Acabei dormindo uma boa parte do tempo, e quando acordei, o sol já estávamos nascendo e já estávamos na cidade de Miguel Pereira.

Assim que finalmente chegamos, pude perceber um enorme campo ao lado da estrada. Eu nunca tinha ido a Miguel Pereira, e fiquei bastante impressionada pela vasta vegetação do lugar. Eu sentia a magia aqui, uma forte fonte de poder e me questionei se haviam outras bruxas por ali. Desço do carro com um pouco de câimbra no pé e puxo minha mala até uma casa bem isolada. Estávamos em uma fazenda, onde haviam algumas vacas, porcos, cavalos e dois cachorros que vieram correndo na nossa direção, tinha um lago bem perto, onde vi um homem pescando, e também um celeiro a alguns metros da casa.

— Que bom que vocês vieram! — Uma mulher idosa, mas que parecia muito bem conservada para a idade, se aproxima dos filhos e os abraça.

Rodrigo e Xaiane a abraçam em seguida, e logo a mulher nota minha presença ali, se aproximando de mim e estendendo a mão como gesto de cumprimento.

— Muito prazer, você deve ser a Stefany. Ouvi falar muito de você. — Ela diz dando uma risada fraca. — Eu sou Nilza, avó do Rodrigo e da Xai.

— Muito prazer, dona Nilza. E meus pêsames pelo seu marido.

— O enterro vai ser que horas? — O pai do Rodrigo pergunta para a mãe.

— Vai ser às quatro da tarde. Ainda está cedo, vão comer alguma coisa e descansar. Vocês fizeram uma longa viagem. — A mulher diz gentilmente, segurando minha mão e me levando para dentro da casa. — Vem, filha. Vou te apresentar minha casa e depois vou te mostrar a fazenda da família.

Dona Nilza me levou até dentro da casa, e de fora já pude ver uma varanda com o piso de madeira e uma pequena mesa redonda com quatro cadeiras. A casa era repleta de decoração e cor, o que deixava o ambiente totalmente acolhedor. A sala de estar era grande, totalmente do sítio pequeno que eu esperava. Devia ter uns cinco quartos, parecia mais uma pousada. A família do Rodrigo tem mais dinheiro do que eu imaginava, e tenho certeza que lucram muito mais com a fazenda e o negócio. Peguei-me pensando se apenas tio Jonathan e tia Roberta eram caçadores de lendas ou se o resto da família também conhecia este segredo.

Apesar de eu ser um ser sobrenatural, eu também caçava o paranormal. Isso não me torna uma caçadora, e sim alguém que luta para manter a cidade segura. Eu sabia que podia confiar meu segredo a Rodrigo e Xaiane, pois são meus amigos, mas para a família deles, prefiro ser apenas humana.

— É uma bela casa. — Digo para a senhora, até que enfim ela me leva até o quarto de hóspedes.

— Você pode descansar aqui. Tem duas beliches, para você, Xaiane, Rodrigo e para minha neta Hanna. — A mulher diz gentilmente. — Pode deixar suas coisas naquele armário.

Ela diz, apontando para um enorme armário embutido na parede. Além das duas beliches, havia uma enorme janela que dava visão bem de frente para o campo e uma televisão pequena na parede, além de duas prateleiras com alguns livros. Vejo Rodrigo e Xaiane entrarem no quarto e guardarem suas coisas, e Xaiane se joga na cama, parecendo um panda com tantas olheiras.

— Vamos tomar café da manhã e descansar. A viagem foi bastante cansativa. — Tia Roberta chama da porta, e logo começamos a segui-la até a cozinha.

O lugar era grande, como o resto da casa, e havia uma grande mesa feita de madeira no centro. A mesa estava repleta de coisas, desde pães, queijos, até bolos e patês. Também havia leite, uma garrafa de café e suco natural de acerola. Me sento na mesa e começo a comer, sem perceber que eu também estava morrendo de fome. Pego meu celular e envio uma mensagem para minha mãe e uma para Clarissa, avisando que eu havia chegado, porém, a internet estava bastante fraca. Por sorte, a mensagem chegou para as duas após alguns segundos.

Assim que terminamos de comer, voltei para o quarto e deitei em uma das camas e apaguei imediatamente.

Quando acordei, Xaiane estava me dando alguns empurrões. Me levanto da cama e vejo que estava no início da tarde. Sentindo uma leve dor de cabeça, acompanho os dois até a cozinha, onde o almoço estava sendo servido para, finalmente, irmos ao enterro do vô Francisco. Todos estavam tristes, mas estranhamente eles pareciam seguir uma rotina fixa e agradável. Com certeza, em outro momento, eu iria estar muito empolgada neste lugar. É praticamente o paraíso.

— Tia Sônia! — Ouço Xaiane cumprimentar uma mulher assim que ela chega à casa.

Ela era alta, tinha cabelos castanhos claros e olhos castanhos escuros. A mulher cumprimenta cada um presente na cozinha e abre um enorme sorriso para mim, me puxando para um forte abraço.

— Oi, querida! Você é namorada do Rodrigo? Finalmente meu sobrinho desencalhou! — Ela diz empolgada, mas coitada, mal sabia.

— Na verdade, ela é só minha amiga e da Xaiane. Trabalha com a gente na Geek Store. — Rodrigo diz constrangido, separando a tia dele de mim.

— Ah, sim. Eu sou a Sônia, mas pode me chamar de tia Sônia. — Ela diz e eu concordo com a cabeça. — Sou ex mulher do Jailson, um dos filhos da Nilza e do Chico. Infelizmente ele faleceu bem cedo, um pouco depois da minha filha Hanna nascer.

— Então você é a mãe da Hanna? — Pergunto, pois Rodrigo e Xaiane costumavam falar bastante da prima que mora em Goiás.

— Sim, ela parou lá fora para cumprimentar os cachorros, mas já está entrando.  — Pouco depois de Sônia avisar, vejo uma garota aproximadamente da nossa idade entrar pela cozinha.

— Oi, vovó! — Ela diz abraçando sua avó, e logo depois os tios, os primos, até que por fim, vem na minha direção. — Prazer, Hanna.

— Stefany. — Cumprimento de volta, estendendo a mão, mas a garota apenas me abraça assim como fez com o resto dos familiares.

— Seja bem-vinda à Miguel Pereira. Sei que é um momento meio ruim, mas sinta-se em casa. — Hanna diz gentilmente, se afastando de mim.

Ela parecia sua mãe, Sônia. Era um pouco mais alta que eu, tinha cabelos longos e castanhos, um pouco mais claros que o de Sônia, e seus olhos eram mais puxados para o verde, assim como de Xaiane e da dona Nilza. Hanna tinha a pele bronzeada e notei uma tatuagem na sua clavícula, coberta por uma regata branca.

Após nos arrumarmos, fomos de carro até o cemitério da cidade. Ficava a uns trinta minutos de distância, e assim que chegamos, vi várias pessoas de preto ao redor da capela. Achei que seria um enterro apenas para os familiares, mas aparentemente, vários amigos de Chico foram homenageá-lo.

O enterro foi bem triste, mas estranhamente ninguém da família (exceto Rodrigo) chorou, o que me fez questionar se era costume familiar ou se Francisco não era tão admirável e merecedor de lágrimas assim. Alguns homens se juntaram e levaram o caixão até uma parte do cemitério em que havia um buraco esperando para ser preenchido.

— Hoje nos despedimos com muita honra ao nosso patriarca. Sempre disposto a salvar quem quer que fosse e nos treinou para seguir seu legado. Somos todos uma grande família e levaremos conosco todos os ensinamentos que meu pai nos passou. — Jonathan começa a falar, enquanto o caixão descia pelo túmulo.

Vejo os familiares se aproximarem e deixarem flores antes do buraco ser coberto novamente. Faço o mesmo com a flor que Sônia havia nos distribuído, me aproximando do túmulo e jogando uma rosa vermelha.

— A morte do meu marido não ficará impune, sabemos disso. Vamos honrar seu nome até o fim! — Nilza anuncia, parecendo estar com as palavras engasgadas na garganta.

— Do que seu avô faleceu mesmo? — Pergunto para a pessoa mais próxima de mim, Hanna.

— Ele foi assassinado. — Ela respondeu friamente, olhando fixamente para o caixão. — Por uma criatura sobrenatural.

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