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Capítulo 20: Sabbath Mabon

— Eu tirei nove e meio no teste, e vocês? — Rodrigo pergunta, enquanto seguramos nossos testes de física e saímos da sala de aula.

— Nove. Achei que ia ser menos. — Xaiane diz, dando de ombros. — E você, Stefany?

— Dois. — Digo frustrada, preocupada com meu desempenho escolar que no momento estava pior do que nunca. — Preciso recuperar a nota para a prova, senão vou ficar de recuperação!

Caminhamos até a quadra esportiva, logo quando o sinal tocou para o intervalo. Subimos as arquibancadas e sentamos no último banco, enquanto as meninas do handebol estavam treinando para as Olimpíadas Estudantis que aconteceriam na próxima semana.

— Você falou com aquela Francis depois da festa? —Rodrigo pergunta, sentando ao meu lado. — Ainda acho essa menina muito estranha. Não a vi até hoje, ela não estuda aqui?

— Estuda, mas também não a vi ontem e nem hoje. — Falo pensativa, tentando entender o porquê Francis foi embora correndo da festa, justamente ao ouvir o surto sobre a lenda da desgraça. — A Vanessa falou uma coisa que me deixou pensativa.

— O que foi? — Xaiane questiona.

— Caçadores. Clarissa havia me alertado da chegada de caçadores em Três Luas, justamente quando a Francis chegou. Eu não fazia ideia de como a Francis conhecia a Vanessa, mas a Vanessa disse que ano passado fez a Clarissa se apaixonar por uma caçadora, que sequestrou e torturou ela. — Digo, tentando nao parecer muito louca, e nem demonstrar minha decepção antecipada pela suposição da uma pessoa que me interessei desde que cheguei em Três Luas.

— E se essa caçadora em questão for a Francis? — Rodrigo pergunta, parecendo sério e analítico. — Você já tentou falar com a Clarissa?

— Eu não a vejo desde... — Tento me recordar, e apesar de fazer dias que não vejo a Clarissa e que ela não vem para a escola, eu ainda sentia sua presença e seu olhar sobre mim durante alguns momentos. — Acho que desde domingo. Hoje já é sexta.

— Quase uma semana. — Xaiane comenta, mas era óbvio. — Achei que vocês fossem amigas e mantivessem contato.

— Eu não sei exatamente o que a gente é. Talvez amigas. — Suspiro pensativa e dou de ombros, sentindo um leve desconforto no peito. — Eu tentei ligar para ela depois de novo, mas ela não atendeu. Acho que vou na casa dela hoje.

— É um pouco estranho ela faltar tanto logo na última semana de treino antes das olimpíadas. — Diz Rodrigo. — Ainda é meio estranho saber essas coisas de lobos e tudo mais.

Acabou que com um tempo eu contei toda a verdade para Rodrigo e Xaiane. Agora eles faziam parte disso, não tinha o porquê esconder. Os dias passaram tão rápido que eu me esqueci completamente de tudo, mas a culpa ainda me afligia por ter esquecido da Clarissa, minha protetora. Pego meu celular e envio algumas mensagens para ela, mas nenhuma chega. Seu visto por último era de domingo à noite, o último dia que havíamos nos visto. Mas, se ela foi à festa de Vanessa, por que não falou comigo?

— Olha ela ali. — Xaiane me cutuca, me fazendo sair do transe.

Olho para a entrada do ginásio e vejo Clarissa, vestindo seu típico uniforme de treino e com um olhar cansado. Ela parecia bem, sem ferimentos ou algo do tipo, mas havia algo nela o qual eu não sabia explicar. Levanto da arquibancada e corro descendo, indo até onde Clarissa estava, antes dela adentrar na quadra.

— Ei, oi. — Respiro ofegante pela pequena corrida que fiz, e encaro Clarissa preocupada. — Você está bem?

— Estou. — Ela respondeu bem seca, e parecia que estava mentindo.

Clarissa tenta passar por mim para entrar na quadra, mas eu paro na sua frente, impedindo seu caminho.

— Onde você estava? Por que não está recebendo mensagens? O que aconteceu? Vanessa falou que você foi na festa dela, mas que você foi embora. Eu não te vi lá, por que você foi embora? — Faço várias perguntas de uma vez, e Clarissa me olha confusa.

— Eu estava em casa. Meu celular quebrou. Não aconteceu nada. Eu também não te vi na festa da Vanessa. — Clarissa responde cada pergunta com calma, porém, monótona. — E fui embora por que não te vi.

— Ah. — Falo baixo. — Eu estava com a Francis. Você a conhece, não conhece?

— Francis? — Clarissa ergue uma das sobrancelhas. — É, eu a vi na festa também.

— CLARISSA, QUADRA! — Ouço o grito do treinador, e logo uma bola é jogada na direção de Clarissa, que a segura firmemente.

— Eu fiquei preocupada. — Admito, quase em um sussurro.

Clarissa me ignora e corre para a quadra, cumprimentando suas colegas de equipe e logo começando a jogar. Vejo Rodrigo e Xaiane virem na minha direção e suspiro preocupada. Clarissa estava mais estranha que o normal, e o jeito que ela estava agindo me deixava mal. Será que ela estava chateada por eu não ter a procurado esses dias? Ou por eu estar saindo com a garota que supostamente a caçou e a torturou?

• • •

Assim que saio da escola, vejo uma figura familiar. Estranho Rafaela estar ali, mas me aproximo mesmo assim, temendo ter acontecido algo.

— O que você está fazendo aqui? — Pergunto, e a mais velha logo me encara com raiva.

— Por que você não me contou, hein?! — Rafaela me dá um puxão na orelha e um leve tapa na cabeça.

— Ai! — Me afasto dela e deixo minha bicicleta no chão. — Ah... foi por causa do seu creme importado que eu roubei? Bom, eu ia...

— Espera, foi você quem pegou meu creme? — Ela pergunta confusa e me dá outro tapa bem atrás da cabeça. — Sua pilantra, por isso ele sumiu! Pode devolver meu creme!

— Ué, não veio aqui por isso? — Pergunto confusa.

— Você vai embora comigo. — Rafaela pega minha bicicleta e sobe, pronta para pedalar. — Anda logo, sobe!

Subo na garupa sem questionar, e Rafaela logo começa a pedalar.

Rafaela trabalhava em hospital, fazia residência. Eu a via normalmente aos finais de semana ou nas sessões de RPG que participamos, mas ela nunca me buscou na escola desde que se casou. Conversamos poucas vezes no whatsapp, mas mesmo assim somos bem próximas.

Assim que Rafaela parou, após alguns minutos pedalando, me vejo na frente da sua casa. Era algo pequeno, familiar, e tinha um quintal grande e totalmente gramado. Desço da bicicleta e Rafaela logo abre o portão, entrando com a minha bicicleta.

— Por que me trouxe aqui? Vai me dar almoço? — Pergunto desconfiada e ouço minha barriga roncar.

— Hécate falou comigo. — Ela diz assim que entra na sala, e me encara com um olhar mortal enquanto olho confusa.

— Quem é Hécate mesmo? — Pergunto.

— Hécate, Stefany. A deusa da magia e das bruxas. — Ela diz, e só então eu me recordo de que era uma bruxa de linhagem que servia a uma deusa. — É muito importante que você leve isso a sério! Nossa família tem uma linhagem muito forte e poderosa na magia, nossas mulheres cultuam Hécate há gerações. E agora você, sendo escolhida para cumprir um destino e levando tudo na piada! Tá achando que a vida é brincadeira?

— Eu nem conhecia essa mulher! — Digo irritada com o jeito que Rafaela estava falando comigo. — Ela não me escolheu para nada, eu simplesmente fui jogada ao universo por ter o azar de ser a mais nova da família Lobos. Eu não sou obrigada a rezar, orar, ou sei lá o que para ela! Se ela é uma deusa tão importante, por que não resolve os problemas sozinha? Por que eu devo adorar ela como suprema se eu nunca a vi? Por que ela não nos ajudou quando o Luiz colocou fogo na nossa casa? Por que ela não ajudou nossa mãe, já que essa tal deusa protege as mulheres da família Lobos?

Eu estava claramente irritada, não só pelo jeito como Rafaela jogou tudo aquilo em mim como se eu tivesse escolhido ter poderes. Era claro que eu queria os meus poderes, que eu queria ser forte. Precisava ser, mais do que nunca, e sabia que dependia dessa deusa, mas eu não sentia conexão nenhuma com ela. Diversos cenários passaram na minha cabeça e nenhum deles foi um motivo plausível para adorar essa deusa.

— Tudo bem, eu entendo seus motivos. — Rafaela se dá por convencida e caminha até os fundos da casa, onde havia uma outra área aberta com um gramado verde natural e uma árvore.

Havia uma espécie de altar, com um cesto de vime com alguns romãs dentro. Tinha pinhas, nozes e uvas roxas espalhadas pelo altar, e também uma vela marrom acesa. Notei um incenso de mirra aromatizando todo o ambiente, e alguns cristais lilás decorando o altar.

— Que tipo de macumba é essa? — Pergunto desconfiada.

— Não é macumba, aliás, não use esse termo. — Rafaela me corrige e se senta no chão. — Sente-se comigo.

— E o almoço? — Pergunto com fome, jogando a mochila em um cantor qualquer e sentando ao seu lado.

— Daqui a pouco. — Rafaela conclui, pegando uma espécie de livrinho com a capa toda marrom e o símbolo da lua tríplice, me entregando. — Este agora é o seu grimório. Ele serve para você anotar todo seu conhecimento adquirido sobre a magia, rituais, feitiços e encantamentos.

— Eu não sei nenhum feitiço. — Aviso, pegando o livro e o abrindo. — Ah, tem alguns.

— São feitiços simples, não mágicos. Os mágicos você precisa simplesmente da sua aura, ou, você utiliza algum encantamento. Normalmente eles são em latim. — Rafaela explica calmamente, mexendo e completando o altar com alguns outros elementos. — A religião a qual as bruxas pagãs costumam seguir é a Wicca. Nela, adoramos ao deus e a deusa. É importante você saber que Hécate não é a deusa mãe, apenas uma representação dela.

— Não entendi, mas compreendi.

— Há treze princípios básicos da Wicca: conhecer a si mesmo, saber sua arte, aprender, usar o que você aprendeu, manter o balanço de todas as coisas, manter sua palavra verdadeira, manter seus pensamentos verdadeiros, celebrar a vida, alinhar a si mesma aos ciclos da Terra, manter seu corpo correto, exercitar seu corpo e sua mente, meditar e honrar ao Deus e à deusa. — Rafaela explica, e eu anoto mentalmente cada coisa. — Você precisa se conectar com Hécate, Teté. Tenha certeza que ela irá te ouvir, pois ela nunca deixa seus filhos.

— Eu não sei se vou conseguir me conectar com ela. Não tenho certeza se me sinto protegida com essa deusa. — Falo um pouco insegura.

— Quer uma prova disso? — Rafaela questiona e eu ergo meu olhar para a mesma. — Quem você acha que te enviou uma protetora?

— A Clarissa? — Pergunto confusa.

— Hécate lhe enviou Clarissa, a loba. E não foi simplesmente por escolha aleatória; tudo o que Hécate faz há um propósito. — Rafaela diz, acendendo uma vela amarela. — Este é o Sabbath Mabon, o nosso equinócio de outono. Durante o Mabon, o dia e a noite têm a mesma duração, simbolizando o equilíbrio perfeito entre a luz e a escuridão. Este equinócio representa um momento de transição, quando passamos do calor e abundância do verão para os dias mais frescos e reflexivos do outono. É um momento para reconhecer as dualidades nas nossas vidas e encontrar harmonia dentro delas.

Ajudei Rafaela a montar o altar, e em seguida ela fez uma oração para a deusa. Eu me sentia estranha, um pouco desconfortável, mas prossegui. Se foi Hécate quem me enviou Clarissa, então valia à pena adorá-la. Era a forma como eu podia expressar meu gesto de gratidão.

Pensar na Clarissa estava me deixando mal, incomodada, e eu não sabia o porquê. Talvez fosse um sentimento de culpa, por não ter lhe dado atenção nos dias em que ela sumiu. O tão pouco que a conheço, sei que ela não se importaria comigo, afinal, ela é minha protetora. Porém, eu sentia que estava na hora de protegê-la também.

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