Capítulo 5
"Estava com minha irmã, e estávamos felizes. Ela comia um sanduíche enquanto eu, bebia meu suco de laranja. Não havia dívidas, problemas com meus irmãos..."
— Rosalho, acorde. – senti ser balançada levemente – Rô...
Grunhi irritada, odiava ser acordada antes do tempo.
— Rô!
— Uhm...! – abri os olhos.
— Irei à cidade buscar alguns alimentos, e ver se consigo informações sobre o cadastro, preciso saber o que está acontecendo realmente.
— Entendi... – balancei a cabeça, ainda confusa – Estar por dentro... – bocejei – dos assuntos.
Sua silhueta estava embaçada pela névoa do sono, e acredito que tenha caído no sono novamente.
Rafi sorriu para a menina, pensando em quão cansada a jovem poderia estar depois deste dia, com certeza confuso para ela.
Uma hora e meia depois, acordei pouco disposta.
Levantei da cama, cambaleando de sono. Usei os móveis do quarto para criar um caminho até o armário. Sacudi a cabeça, na intensão de acordar um pouco mais.
O abri.
Procurei rapidamente por alguma roupa, e logo encontrei um vestido de mangas curtas, com a cintura justa e em tom pastel salmão.
Concordei contente.
Estava fechando o armário, quando algo reluziu no fundo, em uma bela cor azul. Me agachei um pouco e afastei as roupas penduradas. O peguei, constando ser um diário antigo, e o brilho se devia à pedra em formato de gota no centro da capa.
Devo abri-lo? Pode ser da filha de Rafi...
Dei de ombros, se fosse dela, deveria ter escondido melhor.
O abri, entretanto, estranhamente estava limpo, com as folhas de tom amarelado completamente sem ter algo escrito.
Isto é... incomum, então não pode ser dela. Quem esconde algo em branco?
Uma pulga surgiu atrás de minha orelha. Decidida, levei comigo o diário para a sala, obstinada a confrontar Rafi quando chegasse.
Não muito depois, ela chegou.
— Ah... – suspirou – Boas novas! O cadastro já está sendo feito, logo poderemos nos livra um pouco desta tensão. – ela fechou a porta e olhou para mim – O que é isso?
Ergui o diário.
— Isto? O encontrei no fundo do armário.
A mulher deixou as coisas sobre o balcão da cozinha e voltou até mim.
Rafi pegou o diário, tão confusa e intrigada quanto Rosalho. Ela não se recordava de tal objeto em sua casa, principalmente escondido entre as coisas de sua filha.
Ela o virou, girou novamente, abriu e folheou. Por fim, percebeu haver um forte encantamento que impedia outras pessoas de lê-lo.
— Bem, a única coisa que posso lhe dizer sobre isso... É que está encantado. – Me encarou sem dá o mínimo credito.
— Por que é a única coisa?
— Porque não faço ideia do que está escrito, há quem pertence ou de onde veio. – Olhei para o objeto em suas mãos.
— E o quer dizer com encantado? Não foi difícil de abrir e nem estava camuflado.
— Interessante ter pensado diretamente nessas possibilidades. Mas ele não foi encantado para isso, e sim para impedir que outras pessoas fossem capaz de lê-lo.
Me surpreendeu com sua indagação.
— Estou confusa e curiosa... Por que alguém faria isso? Não é, simplesmente, mais fácil deixá-lo invisível ou algo parecido?
Não estou entendendo nada, na minha opinião tem muito mistério envolvido para um simples diário.
Rafi deu de ombros.
— Quero lê-lo. Quero saber de onde ele veio... – admiti.
— Infelizmente, você continuará querendo, pois não sei quebrar tal encanto, e seria suspeito se eu saísse por aí pedindo que outras pessoas o fizessem. – ela levou a mão ao queixo.
— Não há realmente algum modo?
— Talvez... Se a pessoa que o colocou, o tirasse, acredito que isso seja possível. Até porque, quem o colocou, com certeza sabe como tirar... – Admitiu com cautela.
— Que droga! – reclamei.
Me estiquei lenta e preguiçosamente no sofá, sob os olhos de Rafi.
— Pode ter certeza de que há um motivo para você tê-lo encontrado, caso o contrário, ele permaneceria onde estava. – Deu um pequeno sorriso, como se tivesse admirada com suas palavras.
— O que quer dizer?
— Exatamente isso. Porque de uma coisa eu tenho certeza: este diário não estava aqui em casa antes. – ela me entregou.
O analisei novamente, desta vez, ainda mais curiosa e ansiosa para poder ler algo, qualquer coisa, até mesmo o nome. Entretanto, nada apareceu ou mudou, me fazendo ter de deixá-lo para outro momento. Havia coisas mais importantes no presente.
Rafi olhou para a menina, pensando que talvez, as coisas sejam ainda mais complicadas do que aparentam.
Uma queria saber os motivos de estar ali, outra, o por quê de tudo isso acontecer.
Às vezes, o Destino encontra joias raras e as lapida, mesmo que à força.
§
À noite, já deitada, peguei novamente o diário, o observando de todos os ângulos possíveis.
Mesmo com sua moldura rústica e tosca, possui um deslumbre clássico, para o objeto, e totalmente medieval. Porém, sinto algo diferente quando toco na peça antiquária, algo que não consigo explicar. Contudo, a aparência não importar, o que é realmente relevante é o conteúdo, algo que preciso descobrir.
Ele não me parecia mágico como Rafi tanto afirmou, tampouco aparentava ser diferente de outro tipo de livro comum.
Não tem nada de importante neste diário. Por que continuo mexendo nisso?
Algo me fazia querer descobrir seus segredos, submersos em águas profundas e sombrias.
Como sempre, são em noites de mar calmo, que as maiores surpresas surgem.
ESPERO QUE TENHAM GOSTADO DESSE CAPÍTULO, VOTEM E COMENTEM. QUERO SABER A OPINIÃO DOS SENHORES.
📖 Recomendação para revisão: 📖
Beta/Revisor: @BeatrixHeloise
,com os agradecimentos.
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