Capítulo 41
Bromo
Adentrei a sala de treinamento extremamente apressado para ter uma reunião com os capitães, já que a vida de quem amo e das pessoas do meu reino se encontra em risco. Assim, ao entrar na sala, observo todos a minha espera.
— Senhor, qual será a estratégia armada para o campo de batalha? – Perguntou Laios, o chefe dos meus capitães.
Ele foi o braço direito do meu pai, mesmo com sua aparência rústica, isso não impede o senso de confiança que ele transmite em todos.
— A estratégia será simples, morte a todos os inimigos sem exceção, sentem com seus saldados e armem táticas de guerra, pois, não quero nenhum dos nossos morrendo. Dispensados. – Falei sucinto. – Desejo apenas Laios na sala. – Ele retornou e parou em minha frente. – Kaito falou com você? – Assentiu. – Sabe que lugar minha companheira e filha pode estar?
— Sim senhor, rastreamos e tudo indica que elas devem estar na colina azul, no território do reino do Leste, já escolhemos os melhores soldados para a missão, só estamos esperando o senhor para atacar. – Disse sem reservas.
— Ótimo, iremos hoje mesmo.
Após a conclusão da breve conversa, todos já estavam nos aguardando, para damos partida. Sem perda de tempo fomos para o reino Leste, logo em forma de lobos para garantir o sucesso da missão. Depois de algumas horas de caminhada, finalmente chegamos.
Os melhores saldados de todos os reinos aliados, já estão presentes e os outros estão em pontos estratégicos para qualquer precisão, agora é tudo ou nada.
— Vieram rápido, as armadilhas estão prontas, agora é com você. – Falou quando chegou perto de mim.
— Ótimo, você e Laios venham comigo. Os restantes fiquem preparados, a qualquer momento iremos precisar.
Entramos no castelo facilmente, não houve nenhum tipo de impedimento por parte deles. Isso é estranho com certeza estão tramando uma.
Quando chegamos no saguão do castelo, fomos recebidos pelo meu famoso tio.
— Bromo, como está crescido, finalmente virou um homem. Pena que não deu tanto orgulho ao seu pai como ele gostaria.
— Não vim aqui falar com você Ragos, onde está Selena? – Pronunciei sem rodeios, sei que ele está aqui para me atrasar, então, só preciso saber o motivo.
— Pelo visto não mudou nada. Qual é o motivo da sua presença?
Com certeza ele está querendo me enrolar.
Sem precisar expor mais nenhum argumento, olhei para Laios que entendeu o recado, avançando de encontro a mim na tática de guerra, em sua forma de lobo. Em controvérsia, Ragos foi rápido na sacada impedindo o ataque do inimigo facilmente.
Não tenho tempo para assistir essa briga — pensei com exatidão. Apressei-me em subir as escadas a caminho dos alojamentos do castelo.
Abri todas as portas que encontrei com a ajuda de Kaito, mas ela não está em nenhum desses quartos, como? Se estou sentido o cheiro dela por esse ambiente.
— Barreira mágica. – falei olhando para Kaito.
— Outra dimensão, só precisamos achar a porta que nos levará a esse lugar. – Falou tentando farejar o ar, para ver se sentia alguma coisa.
Enquanto ele tentava descobrir a passagem pelo cheiro, olhei para o chão me deparando com um pedaço de pano.
Peguei o pano e levei ao nariz, sentindo o seu odor.
Achei, essa é a roupa que Rosa estava usando, tem o seu cheiro impregnado no tecido.
Olhei para onde achei o pano, no local tem uma pequena fissura no chão. Coloquei minha mão no lugar e imediatamente uma porta abriu na parede, com uma luz iluminando o caminho. Kaito veio em minha direção e seguimos o caminho direcionado.
Quando passamos pela porta chegamos a uma espécie de praia rodeada por rios, que está sendo iluminada pela lua. É uma Superlua, o fenômeno ocasionado quando a lua fica cheia perto da órbita da terra. Dando uma visão magnifica da sua dimensão.
Agucei a minha visão, me deparando com uma Rosa no meio do lago sendo iluminada pela lua, com sua mãe e irmã. Sendo que em volta delas a muitos saldados e rebeldes como expectorares do ritual de poder.
Olhei para Kaito que entendeu o meu recado, pegando o medalhão que está no bolso e jogando no chão, que imediatamente se partiu no meio soltando um odor, que servirá como localização para os soldados do nosso paradeiro, afirmando a hora do ataque.
Quando o medalhão partiu todos olharam em nossa direção. Encarei Rosalho vendo seu rosto de desespero mudar para um semblante de alívio.
Rosalho
Quando abri os olhos, reparei que estou em um quarto. Levantei da cama e corri até a porta de madeira, mas está trancada.
Estranhamente esse quarto não tem janelas.
Claro que não tem janelas Rosalho, eles não seriam burros o suficiente dando oportunidade para você fugir — pensei comigo mesma.
Estou tão inerte em meus pensamentos que nem percebi a porta ser aberta.
— A bela adormecida já está acorda. Aqui está, coma, que a pouco temos compromisso, hoje é a grande noite, até irmãzinha. – Falando isso Selena deixou uma bandeja de comida e saiu do quarto.
Fui até a bandeja e olhei para a comida — não vou comer essa gororoba, não sei o que elas colocaram nisso.
Sentei perto da porta e comecei a pensar sobre a sede de poder delas. Elas mataram tantas pessoas e destruíram famílias só por causa do poder e vingança.
Suspirei e apoiei a minha cabeça na parede, fechando os olhos.
Após algum tempo, não sei ao certo, ouvi a porta sendo destrancada e levantei.
Selena e alguns guardas entraram, ela olhou para o meu prato, vendo que não comi nada.
— O que foi Luna? Não está com fome? – Perguntou irônica.
— O que você quer? – Pronunciei altiva.
— Peguem ela.
Depois das suas palavras, os brutamontes vieram ao meu encontro, enquanto me sacudia na intenção de fugir, porém, fui arrastada por estes.
Já no corredor, em um gesto desesperado consigo me saltar, mas ainda não tenho a oportunidade de fugir, contudo, caio com força no chão frio, tendo por consequência, um pedaço da minha roupa rasgada em algo pontiagudo que não deu tempo de identificar.
Eles me levantaram e me jogaram em uma espécie de porta luminosa. Reparando mais do local, observo a similaridade de uma praia comum aos humanos.
Quando chegamos, Rafi já está a nossa espera. Selena recitou um encanto e aparecemos no meio do lago, com a luz da lua apontada para mim. Os soldados não estão mais me segurando, porém, não consigo sair do local e isso está me apavorando.
Em fração de segundos o local se enche de soldados do reino Leste e rebeldes, consigo identificar pelos emblemas nas suas armaduras.
Após algum tempo, Rafi começou a recitar alguma espécie de encanto, não sei ao certo. Enquanto Selena parou ao meu lado.
Quando isso acabou, todos ficaram calados e quando Selena estava prestes a falar o encanto do poder, presumir que seria isso. Todos olharam para frente, quando também direcionei minha atenção para a mesma direção, me deparei com os lindos olhos azuis de Bromo, automaticamente uma sensação de alívio me atingiu.
Tentei me aproxima dele, conquanto, não obtive sucesso, já que estou impossibilitada de me movimentar.
— Hum, o que temos aqui. – Afirmou fitando Bromo com um sorriso torto em seus lábios.
— Não sei o motivo da surpresa, pois, você sabe da minha chegada. – Falou entrando na água.
Ela deu uma risada histérica, me assustando. Ela está totalmente transtornada.
— Agora você vai pagar por tudo que me causou. – Enunciou se preparando para falar o encanto.
— Pena que serei a bota no seu sapato. – Depois das suas palavras os lobos entraram de forma desenfreada, atacando tudo que vinha pela frente.
Kaito se transformou em lobo e atacou Rafi a pegando de surpresa, enquanto Selena conjurou um feitiço de proteção sobre nós, para poder pronunciar o encanto da transferência de poder sem interrupção.
— Pare Selena, ainda a tempo de voltar.
— Só se estive-se louca, jamais. – Deu um sorriso assustador, enquanto começou a conjura o encanto.
— Rai...
Me desesperei, está acontecendo uma guerra ao meu redor e não posso fazer nada, pessoas estão morrendo e estou com as mãos atadas.
Foi quando ouvir uma voz suave sussurra na minha mente.
— Conjure o encanto, não esqueça você tem o poder.
O encanto, é mesmo, aquele encanto do livrinho.
Esvaziei a minha mente, foi quando os meus olhos pararam em Bromo e este me encerrou com os olhos indecifráveis, mesmo estando banhado em sangue.
Abri a boca com ousadia, pronunciando tais palavras, calmante, na intenção em não cometer nenhum erro.
— Majuris Cai. Horaco Treides. – Após pronunciar estas ditas, senti uma forte energia emanando meu corpo, algo totalmente sobrenatural se apossando de mim.
— Majuris Cai. Horaco Treides. – Repeti com mais intensidade.
Assim que proferi essas palavras, encarei o rosto de Bromo, tendo o mesmo gesto dele, esquecemos de tudo ao nosso redor. Enquanto uma lágrima solitária escorreu em meu rosto, senti como se um peso se esvaia de mim, finalmente estava livre. Contudo, essa foi a única palavra de despedida que ousou sair da minha boca.
— Adeus!
Quando disse isso tudo se iluminou, enquanto observei Rafi ser presa por Kaito e Selena ser pega pelo esplendor da luz, gritando em agonia, porém, foi tarde demais para ela, pois, segundos depois explodiu em uma bola de luz.
Ela queria poder, teve o poder que quis. Bem feito — pensei sem pena, estranhado a minha reação, afinal, ela era a minha irmã.
Observei Bromo que aparentava procurar por mim, enquanto todos os rebeldes foram desaparecendo, olhei para as minhas mãos, vendo o meu corpo sumir aos poucos, me deixando angustiada por não entender o acontecido. Tentei chamar por ele, mas era quase impossível, portanto, concluir que a minha inexistência se afirmou em seu mundo.
Contudo, mesmo que meu desejo estivesse se tornando realidade, senti como se uma parte de mim estivesse faltando, minha filha, meu amor, agora apenas passariam de lembranças esquecidas de algo que nunca existiu, mesmo sendo sublime, ao meu ver.
Após esses monólogos confusos, ouvi uma voz falar em um tom tão calmo como o balançar das águas em pleno verão:
— Parabéns, sua missão está comprida. Você pode voltar para o seu mundo.
— Espera, quero ficar! – Disse desesperada, pois, minha visão está borrando.
— É tarde demais para essa decisão, o seu pedido foi atendido. — Falou sem delongas, como se qualquer pronunciamento meu fosse como palavras levadas ao vento.
Logo após suas palavras, minha visão foi escurecendo aos poucos, até se tornar a noite sem fim.
***
Escutei um PI de alguma maquina de hospital, ao qual conhecia bem.
Tentei abrir os olhos uma, duas, três, quatro vezes, só na quinta consegui obter sucesso. Porém, me deparei com um teto branco, tentei me levantar, mas senti fortes dores. Parece que o meu corpo está todo latejando.
Com esforço conseguir mover a minha cabeça, quando olhei para o lado visualizei a máquina de entubação, ao que parece de acordo com meu conhecimento.
Olhei para a porta e vi alguém abrir a porta, observei para a pessoa que entrou, avistando Vivian.
Ao que parece ela se assustou quando me viu, me deixando preocupada pelo meu estado.
— Finalmente. — Pronunciou e saiu correndo do quarto, como se fosse chamar alguém, logo, presumir que foi o médico.
Encarei essa reação sem entender, ainda confusa por não ter nenhuma lembrança, porém, confusa como se algo de estrema importância tivesse acontecido. Mas o quê? Tem algo de estrema relevância na minha vida que não consigo me recordar? Presumo que não seja nada de importante, e que esse algo não seja alguma parte de mim, mas como posso tira esse vazio do meu peito? Sinceramente não sei, afinal, nada pode ser importante se não há lembrança envolvida na questão.
Sinceramente nem eu estou me entendo, devo ter batido a cabeça com força, contudo, uma extrema escuridão me abateu, e os meus sentidos foram se esvaindo aos poucos. Sem entender ainda sinto alguém que chamava por mim, mesmo que seja imperceptível. Contudo, senti como se minha escolha foi atendida, logo, ela se tornou a melhor decisão.
Continuação no próximo capítulo.
ATENÇÃO!!! LEIAM!!!
AVISO
Olá a todos, espero que tenham gostado dessa historia. Não dei para revisar por completo, por isso ainda ficou alguns errinhos, mas espero que isso não tenha atrapalhado a vossa leitura.
Assim, esse final não foi o meu planejamento, mas depois da releitura que fiz na história achei esse o melhor final para Rosalho, um recomeço. Ela sofreu tanto, que penso que não deveria ficar naquele mundo e nem com Bromo. E sobre a filha deles é outros quinhentos, então, não me xingue. Com isso, espero que vocês realmente tenham gostado da história, e quem não gostou desse coloquei outro final.
PS: A minha próxima historia será um conto, então, vão lá deem uma olhadinha na sinopse e se gostarem guardem na biblioteca. Nome: Rei Bode — Perfeito para as sonhadoras de plantão.
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