Capítulo 40
Ainda parecia surreal que a mesma mulher que aparecia em meus sonhos, estava naquele momento diante de mim. Lentamente, ela se aproximou de mim, ficando a minha frente.
— Você é tão burra que não percebeu nada até agora. – Disse Selena sorrindo satisfeita com a minha desgraça.
Confusa, a olhei sem entender. O que eu preciso saber? O que está tão explícito que não consigo enxergar?
— Não sei do que está falando.
— Sério que você não sabe? – Questionou. – Pense um pouco, afinal de contas, porquê a senhorita está aqui? – Acrescentou Selena rindo.
Comecei a pensar em todos os sonhos que tive com ela, e em todos eles, ela me dava fórmulas para sair desse mundo e segredos a serem descobertos como a guerra que ela me informou. Estava claro que tudo foi um plano, entretanto por quê?
— Não consigo entender o motivo. – Confessei olhando para o chão da cela.
— Deixe-me ajudá-la. – disse Selena abaixando-se. – Você não acha que veio para esse mundo por uma simples coincidência do destino, acha? – inquiriu e então prosseguiu com sua "explicação". – Vou ajudar a refrescar sua memória. Quem te ajudou quando chegou aqui? Será que tudo foi apenas uma coincidência? De quem era o livro e o diário que você encontrou? Novamente, pensas que tudo foi apenas uma coincidência? Quem foi a bruxa que te ajudou? Outra coincidência? Não acho. – declarou. – Não esqueça que controlo a sua vida, até mesmo quando você acha que está no controle dela.
À medida que ela explicava tudo, fiquei boquiaberta com o que ela me dizia. Então foi tudo um plano? Mas, como pode tudo ser apenas um plano?
— Rafi... Como? – Perguntei-me entre os meus pensamentos.
— Está falando da minha mãe. – Proferiu Selena.
Mãe?
— Mãe? – questionei.
— Bobinha, tudo está no meu alcance. – Levantando o meu queixo, a mesma falou enquanto olhava diretamente em meus olhos. – Tenho um segredo. – Sussurrou em meu ouvido. – Para eu continuar viva nesse mundo, você precisa morrer irmãzinha.
Dito isto, a olhei assustada e com o cenho franzido.
Viva? Irmã?
— Irmã, esqueci de te contar sobre isso. – Começou como se estivesse a tratar de um assunto banal. – Afinal de contas, preciso da sua morte para todo o seu poder ser meu, como era para ser desde sempre. Era para eu herdar o poder da família. Não você! Eu sou a filha legítima, você é apenas uma bastarda que não tem direito a nada. – Contou Selena com o olhar carregado de ódio e raiva, se levantando. – Não precisa ficar tão assustada, a sua morte será rápida, amanhã acontecera a Superlua, época propícia para o transporte de toda energia e poder do seu corpo para o meu. Até amanhã, mana. – Após isso, ela saiu da cela.
Assim que ela saiu, curvei a minha cabeça sobre os meus joelhos.
Agora entendo o motivo de todo esse furação na minha vida.
Rafi é a mãe que já considero, mas ela não merece o meu amor. Nunca mereceu, e nunca terá. Tenho uma irmã sedenta por poder, e capaz de matar qualquer um que se coloque em seu caminho. E como se isso já não bastasse, descobri que tudo na minha vida foi manipulado, e a minha própria família é a principal culpada de tudo isso.
Não, agora tenho que tomar as rédeas da minha vida. Chega de ser uma menininha, agora tenho que ser uma mulher. Já basta de chorar, como se isso fosse mudar alguma coisa, acabou a época de ficar choramingando pelos cantos. De mim não sairá uma lágrima se quer por elas.
— Encontre a magia que está dentro de você. – Ouvir essa voz falando no meu subconsciente.
Tenho que me levantar, não vai adiantar ficar chorando, é hora de agir.
Me concentrei e fechei os olhos, tenho que sair daqui.
Tentei uma, duas, três vezes e, na quarta tentativa as correntes se quebraram com um estalo. Rapidamente, levantei e fui até a porta, que para a minha surpresa está destrancada, abri a porta e sai. Ao sair da cela em que estava, a primeira coisa que notei, foi o corredor escuro. Fui andando pelo mesmo, com o objetivo de achar algo que fosse útil para a minha fuga, até que finalmente encontrei uma porta no final do corredor e ao abri-la, me deparei com um imenso salão de vidro. Não há tempo para reparar em nada, apenas corri pelo salão procurando por alguma possível escapatória.
— Você é mesmo burra! – A voz de Selena soou pelo salão. – Acha mesmo que escaparia assim tão fácil? – Indagou.
Olhai para trás e pude ver Selena caminhar em minha direção.
— Estou ciente de que não será fácil, porém estou preparada para qualquer coisa. – Rebati a encarando, baixar a guarda naquele momento, estava fora de questão.
— Agora a maninha virou mulher. – Afirmou sorrindo, o que me fez pensar que ela estaria se divertindo com a minha atitude. – Vamos ver até quando você aguenta. – Enunciou se aproximando de mim.
Recuei, seus olhos estão brilhando de uma forma diferente e tenho a absoluta certeza de que não estou preparada para isso.
— Pare Selena! Não será proveitoso que ela se machuque, pelo menos não agora.
Olhei em direção da voz conhecida me deparando com Rafi.
— Tu?
— Oi filha, está diferente da última vez que nos vimos. – Disse se aproximando.
— Afaste-se de mim, sua...
— Não insulte sua mãe, Rosa. – Me repreendeu já perto de mim.
— A senhora... – A olhei irônica. – Não é, e nunca será a minha mãe.
Ela não respondeu ao meu comentário, apenas me encarou com um sorriso de lado.
Ela está diferente com seus cabelos soltos e roupas elegantes, mas uma coisa que não muda é a sua frieza.
— Você me lembra tanto o seu pai, aquele inútil. – Afirmou Rafi.
— A senhora não tem o direito de falar assim dele. Sua assassina! Por sua causa ele morreu. Te odeio me ouviu, te odeio. – As minhas ditas eram proferidas pausadamente, enquanto eu chegava perto dela. – A senhora roubou tudo de bom que poderia ter existido entre mim e meu pai, isso nunca esquecerei.
— Criança insolente! Amanhã você sofrerá a consequência. – Ameaçou.
E pelo olhar que ela me deu, estava claro que as minhas palavras a afetaram.
— Tirem ela daqui! – Ordenou, e dois guardas se aproximaram.
— Espere! Deixe-me ver a minha filha. – Pedi.
— Não se preocupe aquela peste está sendo bem cuidada. Até amanhã filha. – Respondeu Rafi.
— Não! Quero ver a minha filha!!! – Gritei desesperadamente.
Mas os soldados me seguraram, enquanto tento me soltar dos seus apertos.
— Até filha, bons sonhos. – Quando ela falou isso, senti o vento frio passa por mim me deixando fraca.
Não vi mais nada, apenas tudo escuro.
Aqui mais um, espero que gostem até aproxima. Não esqueçam de votar e comenta. Tchau, tchau.👋👋👋👋👋👋😘😘
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