Capítulo 11
Estava deitada na cama novamente, aguardando a resposta da carta que mandei para Rafi. Roía as unhas em ansiedade.
Com certeza ela vai brigar comigo por desobedecer sua ordem.
E então, eu percebi algo triste referente desde a minha chegada, e senti raiva de mim mesma por isso.
§
— Você não pode controlá-los para sempre, em algum momento, esta guerra acontecerá.
— Não, eu me recuso a isso! Eles são o meu povo, e não deixarei que aquele clã imundo pense que possui algum direito sobre essas pessoas ou a estas terras! – Bromo indagou irritado.
Fazia mais de uma hora que Bromo e seus subordinados estavam em reunião, discutindo sobre as decisões a respeito da iminente guerra e as pequenas rebeliões pela cidade.
Como Alpha da Alcatéia do Sul, Bromo precisa resolver os problemas que, não as pessoas deste mundo, mas as vindas de outro, estão causando. Como líder, ele tomou o que achou ser a melhor decisão: se unir à Alcatéia do Norte, e agora com os outros dois Reinos.
Havia muita confusão e desordem para todos os lados. Desde sempre, é normal que dentre cem companheiros predestinados, um seja do mesmo mundo de Rosalho. Entretanto, agora, além desses companheiros estarem vindo para cá, pessoas que não possuem elo algum estão chegando também. Eram essas mesmas pessoas que estavam causando desordem e rebeliões pelas outras cidades, e agora, a possível guerra que se aproxima.
— Bromo, humanos foram avistados. Há rumores dizendo que moram em uma pequena aldeia. O que faremos?
Ele encarou seu líder militar, correu a língua pelos dentes, antes de responder:
— Mate todos que não possuem companheiros. – vociferou – É assim que acabaremos com esta praga!
— Você acha isso certo? – perguntou Kaito – Acha correto, matar humanos inocentes que sequer fazem ideia de como vieram parar aqui?
— Não é o momento para certo ou errado, e sim a salvação da nossa espécie e extinção das doenças estrangeiras.
Kaito andou até ele, sem desviar o olhar. Todos os outros presentes se calaram, pois apenas Kaito tinha a coragem – ou falta de sensatez – para discordar das ordens do Alpha e falarem como iguais.
— Não se esqueça, Bromo, que sua companheira é humana. Eles podem matá-la.
Seus olhos se tornaram ferinos e perigosos, um pequeno rosnado escapou de sua garganta. Bromo se elevou sobre Kaito, com uma expressão assassina em sua face.
— Qualquer um que ousar tocar em Rosalho, morrerá. – sua voz era feral – E isso inclui a você, Kaito.
— Encare minhas palavras seguintes da forma que quiser. – disse Kaito, um pouco submisso – Mas você e Rosalho ainda não estão ligados, não há resquícios do cheiro dela em você, e aposto que o contrário também não acontece. Podem vir atrás dela, Bromo, porque da mesma forma que você não aceita humanos aqui, um dos nossos pode também não aceitá-la. Ela não será capaz de lhe dar herdeiros, não enquanto não for sua totalmente, e não sabemos o quanto esta jovem viverá até que isso aconteça.
Bromo elevou-se ainda mais, dessa vez, não apenas perante Kaito, mas aos outros. Olhou cada um minimamente, procurando em seus corpos, a verdade por trás das palavras de Kaito. Voltou-se a ele, quase perdendo a razão.
— Eu lido com a minha companheira, não precisa se preocupar com isso. Ninguém ousará chegar perto dela. Enquanto isso, vocês lidam com os outros. – Manteve uma postura imponente.
— Ah, mais uma coisa: não a deixe descobrir o que está fazendo com seus iguais.
Bromo olhou para o outro lado, com uma postura verdadeira de tirano. Ele não se importava se ela descobrisse ou não que estava matando humanos indesejados.
Ele tinha planos para ela, e começaria com sua execução esta noite, de um jeito ou de outro.
Porém, as palavras de Kaito soaram como um aviso amigável para ele. Bromo sabia que o homem tinha razão.
Sem mais palavras, Kaito e os outros saíram. Aquele sem querer seguir as ordens de seu Alpha, mas era necessário. Como no dia em que encontrou Rosalho e lhe informou seu paradeiro.
§
Em algum momento eu acabei por cair em sono profundo, e vim a acordar apenas ao anoitecer.
Me sentei e olhei em volta, não havia sinal algum da carta de Rafi, o que só podia significar que Flora não a trouxe ou sequer conseguiu levá-la.
Amuada e desanimada, levantei-me completamente e segui em direção ao closet. Peguei uma camisola branca e segui para o banheiro.
Flora, por favor, não me deixe na mão...
Em todo momento durante o banho, não consegui parar de pensar na situação atual que minha irmã deve estar vivendo. Mas eu não poderia transformar meus irmãos em demônios, ao menos não com ela. Talvez as coisas sejam diferentes, talvez ela seja tratada de uma maneira melhor do que eu fui. Era nisso que eu preferia acreditar, enquanto estivesse presa no maldito mundo.
Ao sair do banheiro, vestida com a camisola, me controlei para não gritar ao reparar na figura de Bromo. Ele estava parado em frente à janela, de costas para mim; como antes, com as mãos unidas para trás, postura ereta e belo além do comum.
Sacudi a cabeça com tais pensamentos, eu não deveria vê-lo como nada além de meu sequestrador. Ele era meu inimigo. E era extremamente belo.
Bromo deve ter notado minha presença, pois seu corpo virou na minha direção. Seus olhos correram por todo o meu corpo, me sondando, fazendo sentir-me despida por seus belos olhos gélidos.
Estremeci interna e externamente, e ele com certeza percebeu, pois um sorriso estranho pintou em seus lábios.
Com isso, ajeitei minha postura e tentei não correr em direção à cama. Falhei miseravelmente.
Ergui os lençóis e me enfiei em seu meio logo depois, me escondendo da cabeça aos pés.
§
A reação de Rosalho não poderia ter sido pior para ela, pois, seu medo e sua recusa apenas aumentaram o desejo em Bromo de fazê-la sua.
— Por que correu em direção à cama? – perguntou com falsa inocência – Eu não mordo... sempre.
— Eu não corri! – sua voz foi levemente abafada – Estou apenas cansada, vá embora do meu quarto. Quero dormir.
Ela sentiu a cama afundar próximo aos seus pés, ele estava subindo em sua direção.
— Talvez você tenha esquecido, mas este quarto não é apenas seu.
Com as suas palavras, o coração de Rosalho pareceu parar; isso a preocupou.
Não... Desde que cheguei aqui, ele nunca... nunca veio dormir comigo, pensou Rosalho.
Sua mente decidiu criar imagens das piores coisas que poderiam acontecer com ela, e todas as assustaram.
Mas para a sua surpresa ele sentou na cama ao seu lado, colocando uma mão em sua perna que estava cruzada.
— O que vai fazer? – perguntou temerosa – Por favor, Bromo, me solta.
Rosalho se remexeu abaixo, o que fez parte dos lençóis revelarem sua pele sob a camisola branca.
— Calma, – levantou as mãos como sinal de rendição – apenas quero conversar, posso? – cravou os seus olhos azuis nos dela.
Assentiu silenciosamente com a cabeça, em sinal de temor.
— ótimo, acho que nunca tivemos a oportunidade de ter uma conversar civilizada como todo casal. – Passeou com sua mão pela perna dela.
— Não somos um casal. – As palavras tropeçaram de sua boca.
— Ainda, o futuro não te pertence. – Deu um sorriso trincado.
— Jamais me apaixonaria por alguém como você. – O encarou com altivez.
— Isso é o que vamos ver. – sentiu os seus lábios chocarem contra os seus.
Era como se algum tipo de encanto tivesse entrado no seu corpo, como uma permutação de um contrato, onde a troca não pode ser o dinheiro. Se sentiu ser invadida, onde sua mente entrou em colapso mudando drasticamente os seus pensamentos sobre ele.
Ódio, por que não existe mais ódio? Por qual motivo não consigo mais sentir repulsa por ele? O que está acontecendo? – pensou em desespero.
A cada beijo o puxava mais para se, como se seus copos conectassem.
Rosalho não conseguia entender os seus impulsos, era desesperador para sua consciência ingênua.
Porém... o enlace teve seu momento de fraqueza, quando rosa enxergou nos olhos de Bromo algum tipo de... encanto? Ela não sabia, mas de uma coisa é certa, a sua pessoa jamais se atracaria com Bromo por vontade própria.
Contudo, já era tarde demais para voltar. Um já estava nos braços do outro, no fogo da paixão.
§
Durante a madrugada Rosalho acordou, se sentindo abraçada por aquele que menos desejava. A pior parte foi a repulsa e o desespero de fazer aquilo que não imaginava.
Como pude estar com ele? Isso não pode ser verdade? Onde estava a minha cabeça? – questionou-se com pesar. Contudo, mesmo longe dos enlaces de bromo, ainda podia sentir o seu cheiro por todo o seu corpo, e por incrível que pareça era bom, mas lhe trazia rancor, raiva e decepção.
Ainda com pensamentos questionadores, Rosalho perguntou-se:
— Como pude me deitar com ele tão de repente? – Expressou em um tom baixo.
Conquanto, para a sua surpresa, uma voz bem suave como de uma brisa soprou no seu ouvido.
— Encanto... você está sobe o efeito da porção do amor.
Assustada com a súbita voz Rosalho olhou de um lado para o outro, porém teve a certeza que só havia ela e bromo no quarto, para a sua infelicidade.
— Deve ser coisa da minha cabeça, tenho certeza que essa noite mexeu com as minhas ideias. – Falou para se mesma, como sinal tranquilizador.
— Encanto, ele a violou, não existe amor. – Ouviu uma voz estridente surge do seu interior, como um sussurro desesperado.
Mas as seguintes palavras foram como estacas em seu coração, só nessa hora que ela teve a certeza que tudo não passou de um jogo, Bromo apenas a usou por status.
Sentiu as lágrimas correrem por seu rosto, como sinal de amargura e tristeza jamais sentida. Porém nãoabaixaria a cabeça, ele pagaria por tudo.
Deitou-se no canto da cama bem afastada da fonte de sua dor, curvando-se em posição fetal como sinal de agonia.
Em pensamento questionou-se: — Agora o que me falta acontecer?
‼️ATENÇÃO‼️
Quero lembrá-los que essa estória é pura ficção, nada que se assemelhe a ela na vida real esta correto. Se caso tiverem alguma dúvida sobre o enrredo não deixem de perguntar. Beijos até a próxima. Espero que continuem gostando, vem muita coisa pela frente.
📖 Recomendação para revisão: 📖
Beta/Revisor: @BeatrixHeloise
DarTaLivros,com os agradecimentos.
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