Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Cap. VII - A Um Passo do Abismo


O fim da tarde chegou e o ocorrido logo ficou sendo de conhecimento do conselho do hospital, que imediatamente chamou Lívia e Meryan para prestarem esclarecimentos. A cavaleira permaneceu em silêncio durante todo o interrogatório dos diretores, então, foi pedido para que ela deixasse a sala. Do lado de fora, Lívia ouviu as reclamações exaltadas dos membros do conselho, de como mais uma vez suas ações iam contra qualquer conduta ética daquele hospital. A dra. Kalla se desculpava a todo momento e pedia que confiassem mais uma vez em seu julgamento sobre sua aprendiz.

Foi quando a fala de um dos diretores chamou a atenção de Lívia. Ele disse para Meryan: "Desculpe, dra. Kalla, mas começo a questionar não só seu julgamento, mas sua própria integridade. Manter alguém como ela em sua equipe, sendo quem ela é, é uma afronta a todos deste conselho! Se isto vier a público, o que acha que os jornais e todos dessa cidade iram falar de nossa instituição? Lívia Valentine não deveria nem mesmo ser uma cavaleira, tão pouco deveria estar tratando de pacientes neste hospital. Ela é um perigo para todos a sua volta mais do que para ela mesma. Mas enquanto houverem pessoas como a senhorita e o general Blackfeather, dando benevolência a ela, situações como essa vão acontecer mais e mais vezes!"

Cabisbaixa, a cavaleira seguiu lentamente pela galeria, em direção ao elevador.

O sol começava a desaparecer atrás das muralhas, dando lugar às primeiras estrelas no céu azul escuro. Lívia estava debruçada, com as mãos enfaixadas, sobre o guarda corpo no terraço do hospital, onde havia um pequeno jardim com diversas floreiras e até uma pequena horta de ervas medicinais. A sombra dos muros crescia lentamente sobre a cidade com o cair do sol. Lívia mantinha o olhar vazio no horizonte, com as palavras de Meryan ditas mais cedo, após o ocorrido, e o que ela ouviu a pouco dos diretores no conselho, ainda ecoando fortemente em seus pensamentos.

"Isso foi uma fatalidade..."

"Lívia Valentine não deveria nem mesmo ser uma cavaleira!..."

A garota segurou firme seu antebraço direito e apertou com força as unhas contra a pele sob a manga branca de suas vestes.

"Você deu o seu melhor para salvá-lo..."

"Ela é um perigo para todos a sua volta!..."

A sombra da muralha já quase engolia por completo toda a extensão da cidade que se via do terraço.

"Não foi culpa sua..."

"...Vão se repetir mais e mais vezes!"

O jardim se tornava cada vez mais escuro com o fim do dia, com uma opaca penumbra tomando todo o lugar.

"Não foi culpa sua..."

Lívia continuava a pressionar com força as unhas em seu antebraço.

"Você falhou... De novo..." disse uma voz em sua mente ao mesmo tempo que quatro pequenas manchas vermelhas surgiram no tecido branco sob seus dedos.

Lívia ergueu os olhos vazios, e apoiou suas mãos sobre o guarda corpo.

Ela tomou um pequeno impulso e pôs o joelho sobre a pedra cinzenta, e devagar, ficou de pé sobre ela.

Diante de Lívia a vista da cidade tomada pelas sobras parecia um enorme abismo sem fundo.

Uma brisa morna sobrou no rosto da cavaleira.

Lívia abriu levemente os braços, e o vento esvoaçou seu cabelo para trás com força. Ela ergueu o pé direito, e o estendeu-se para fora da pedra.

Sua mente silenciou.

Os olhos ela fechou.

E seu corpo para frente se inclinou.

— Olha, se não soubesse que você pode voar, eu ficaria preocupado em te ver aí — disse uma voz surgindo repentinamente em meio ao silêncio, fazendo Lívia congelar. Uma mão com um bracelete prateado repousou sobre o guarda corpo de pedra ao lado da cavaleira. — Hmmm... Não, mentira, ficaria não.

Haru saltou e sentou sobre a pedra acinzentada, deixando Lívia sem reação alguma ao ver o lycan ali ao seu lado.

— O que... faz aqui? — perguntou a jovem apática.

— Bem, eu fiquei naquela sala esperando até agora e ninguém apareceu, então pensei em andar um pouco, e a July me sugeriu o terraço. Aliás, uma menina super simpática e divertida, diferente de uma certa residente/cavaleira loira com problemas de sobrepeso... Enfim, quando o elevador abriu e eu vi você, quis dar uma olhada. E olha, July tinha razão, aqui é muito bom para relaxar, tem uma bela vista. Pena já estar escurecendo.

Apesar da ironia em sua fala, nem toda a história de Haru era verdade. Após conquistar a confiança da enfermeira, ela de fato o havia aconselhado ir até o terraço para espairecer até os médicos retornarem. Mas por um mero acaso, ou por pura desatenção do lycan, ele acabou descendo no andar errado, e viu Lívia andando abatida pelo corredor. Movido pela curiosidade, ele decidiu segui-la.

— Vai, senta aí, sabe que eu não mordo — Com as leves palmadas do lycan sobre a pedra, a cavaleira, ainda estática, encolheu-se e sentou sobre o guarda corpo, sentido dor ao se apoiar com o braço machucado. — O que foi? — perguntou Haru.

— Nada... — disse Lívia num sussurro, desviando o olhar, e escondendo as mãos e a manga manchada de sangue, mas o lycan já havia percebido.

— Nada, é?... Então tá.

Haru deu de ombros e voltou a observar a cidade em silêncio, vendo as primeiras luzes se acenderem e começarem a iluminar as ruas, enquanto Lívia mantinha o rosto virado na direção oposta do lycan.

— Parece cansada — comentou ele.

— Um pouco... — Ela sussurrou de novo.

— Sei... Entendo porque veio aqui, é um ótimo lugar para refletir um pouco. Ouvir os próprios pensamentos...

Um pássaro solitário cantava acima de um grande reservatório de água no terraço. Mas em meio a melancolia, uma segunda ave pousou ao seu lado, e juntou-se a ele em um canto alegre. Sentindo o estranho peso que pairava no ar, Haru olhou para a cavaleira ao seu lado. Ela estava cabisbaixa, reclusa, distante... Tudo o que ele via de seu rosto era a enorme trança loira que recaia sobre o ombro da jovem. Ele apoiou-se sobre a pedra e disse:

— É, acho que você precisa mesmo ficar um pouco sozinha. É melhor eu voltar pra...

— Não! — Lívia ergueu a cabeça e virou-se para Haru, com sua mão ficando a poucos centímetros de tocar a dele sobre a pedra. Ao perceber, ela rapidamente a tirou de lá. — Não... Não me importo... P-Pode ficar, se quiser... — a jovem arrumou o cabelo pondo-o para trás da orelha, e retornou sua visão para o lado, escondendo o rosto com a mão.

Podia parecer loucura, mas Haru poderia jurar que viu um sutil tom corado surgir sobre as bochechas de Lívia, antes que ela escondesse o rosto. A bipolaridade daquela garota voltava a confundir o lycan, quando mais uma vez, por um breve momento, ele não conseguiu ver a cavaleira apática e rancorosa que o acompanhou por todo o dia, mas sim, uma pessoa totalmente diferente. Alguém triste e tímida..., mas ao mesmo tempo, assustada e sufocada. Quase que implorando por socorro...

Por hora, no entanto, ele deu de ombros outra vez, e esboçou um pequeno sorriso de canto de boca, espalhando seus braços para se sentar mais confortável sobre o guarda corpo.

— Tá bom... Já que você insiste, então eu fico.

Com os dois sentados sobre o improvisado banco de pedra cinzenta, o último raio de sol sumiu por trás das muralhas ao oeste. Mas ao leste, a enorme lua crescente surgiu, dando nova luz ao céu noturno, enquanto as primeiras pétalas das Damas da Noite no terraço, começavam a se abrir lentamente.

Já era noite quando, após a liberação dos médicos, Haru e Lívia deixavam o hospital. A cavaleira deixaria o lycan de volta aos seus aposentos no posto avançado de Bunnylair e depois estava autorizada a ir para casa depois do dia tão turbulento. Os dois saiam pelo hall de entrada do prédio, em silêncio, quando uma voz alegre chamou a atenção de ambos.

— Oi! Lívia! Haru!

Era Ivan, correndo até a escadaria, após ter amarrado seu cavalo num poste perto dali.

— Ivan?! — a cavaleira petrificou ao ver o irmão aparecer naquele momento. Ela ainda não estava pronta para encará-lo.

— Eu não acredito! Que bom poder encontrar vocês por aqui, e juntos... Hahaha! O que faz ainda no hospital? Achei que já teria ido para casa a essa hora. Nossa, o que houve com suas mãos? Ah, já sei, foi aquele acidente em Ironfalls não foi? Eu sabia! — Lívia e Haru olhavam apreensivos para Ivan, ali tão feliz. A cavaleira então abaixou a cabeça e cerrou seus punhos trêmulos. — Deve ter sido um dia bem agitado hoje por aqui, não é? Deve estar cansada! Vá para casa, e descanse, logo estarei lá. Eu só foi ver como o Marko está e...

Lívia saltou sobre seu irmão e o abraçou com toda a firmeza que podia. Ivan, confuso e estático com a súbita reação de sua irmã, se perguntava o que estava acontecendo, já que Lívia não era de demonstrar afeição e sentimentos daquele jeito Ele nem mesmo lembrava a última vez que ela o abraçara assim.

— L-Lívia, p-por que...

— Me perdoe — sussurrou a cavaleira. — Por favor, me perdoe...

— O que? M-Mas o que está dizendo? — Ivan olhou para Haru, mas o lycan desviou o olhar para baixo.

Ainda sem entender o que estava acontecendo, Ivan notou uma estranha movimentação pelas portas de vidro do hospital, e viu o pai de Marko conversando com a dra. Kalla próximos ao balcão da recepção. O Sr. Korvic parecia exaltado e gesticulava a todo momento. Foi então que a médica lhe disse algo e balançou a cabeça de um lado para o outro. O Sr. Korvic, visivelmente transtornado, deu dois passos para trás, levou as mãos à cabeça e agachou-se aos prantos, sendo confortado pela médica logo em seguida.

Com o vagaroso desaparecer de seu sorriso, infelizmente, Ivan entendeu o que havia acontecido.

— Não... não... não... — os olhos de Ivan encheram-se de lágrimas e ele enterrou o rosto no ombro da irmã, a abraçando com força.

Os dois lentamente foram de joelhos ao chão, com Ivan chorando nos braços de Lívia, enquanto ela o segurava.

Haru, que apenas observava o antes sorridente cavaleiro, agora em prantos, ser amparado pela irmã, não sabia o que dizer, nem achava que tivesse algo a ser dito. Era estranho, mas, talvez já estivesse tão acostumado com aquele sentimento, que havia parado de ter empatia com o mesmo a muito tempo. A morte já era algo natural para o lycan. Haru então, tendo o choro desolador de Ivan como trilha, simplesmente olhou para o céu, aceso pelo brilho azul e intenso de Augað, e contemplou as estrelas do manto da noite. Quase como se, falasse com elas.

A noite avançou depressa e logo a madrugada chegou. No portão norte da capital um guarda bocejava vigiando a estrada escura que se estendia da guarita até a entrada da floresta mais ao longe. Tudo estava tranquilo como sempre e o cavaleiro, enfadado pela calmaria, quase cochilava apoiado em sua lança. Foi quando um bramar longínquo o fez despertar. Chegando mais perto do parapeito da guarita, o guarda apertou os olhos e avistou saírem da floresta quatro pequenos focos de luz. O som do trotar de cascos e o ranger de rodas de madeira crescia vindo da escuridão. O cavaleiro ficou em alerta, e com a ajuda de um binóculo, ele pôde finalmente ver que se tratava de um pequeno destacamento vindo em direção a entrada norte da cidade.

O capitão da noite, cavaleiro responsável por supervisionar a guarda noturna das fronteiras, saiu pelo portão seguido por outros dois guardas de tochas em punho, para recepcionar os inesperados visitantes.

— Alto! Quem se aproxima? — perguntou o capitão com firmeza, pondo a mão sobre o cabo de sua espada.

Eram ao todo quatro homens mais o condutor de uma carroça de transporte. Eles vestiam armaduras douradas e foscas, e montavam em Slipháris — grandes cervos com 8 patas, tão fortes quanto cavalos. — Os forasteiros tinham olhos brilhantes que refletiam o cintilar dos cristais de luz amarrados aos chifres de suas montarias. O capitão logo deduziu se tratar de um grupo de soldados élficos, e o símbolo em suas armaduras mostrava que eram do reino do leste.

— Saudações, guardião da noite — disse o guerreiro elfo, manobrando o grande cervo, logo afrente do cavaleiro. — Me chamo Eororn e este é meu esquadrão.

O homem ainda olhava com desconfiança para o grupo.

— Fizeram uma viagem bem longa, não é? Pode me dizer o que um esquadrão de elfos do Leste faz aqui? Não recebi nenhuma informação sobre sua chegada.

— Peço perdão pelo incômodo — a voz do elfo era pesada —, mas nossa vinda deveria se manter em total sigilo — ele saltou de sua enorme montaria. — Temos algo que acredito ser de interesse do rei Thor. É um assunto de extrema urgência.

— Interesse do o rei?? — o cavaleiro não pôde deixar de esboçar um riso involuntário ao ouvir aquilo. — Acha que pode simplesmente vir aqui e falar com vossa majestade tão fácil assim? Que tal assunto urgente seria este?

— Segurança nacional — frisou o elfo fazendo os cavaleiros darem um pequeno passo para trás. — A dois dias, nossos batedores encontraram um grupo de mercenários mortos próximos a uma de nossas trilhas na Floresta das Almas, assim como um acampamento de cavaleiros totalmente destruído em Elsfair.

— O que!?

— Seguindo mais adiante, encontraram os destroços de um colosso com o símbolo de Asgárdia, e uma mulher, uma cavaleira. Ela estava ferida e vagando desorientada pela estrada. Por sorte, conseguiram levá-la a tempo para um de nossos assentamentos. Ela esteve sobre nossos cuidados desde então.

O elfo apontou para a carroça puxada por dois Tauratus — criaturas quadrupedes fortes e com dois chifres cilíndricos enormes. — O veículo carregava os restos de um colosso, aparentemente classe Hunter, e um passageiro: uma mulher de cabelos longos e com um dos braços enfaixados.

— Espere, m-mas ela é... — mesmo em meio a escuridão, o capitão da noite espantou-se a reconhecer a mulher sobre a carroça, arregalando os olhos e engolindo seco enquanto suava frio. —Abram o portão imediatamente!!

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro