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Cap. II - Bons Tempos...


O sereno vento matinal sibilava por entre as altas torres do Castelo de Gladsheim ao mesmo tempo que orquestrava a doce valsa das flores que inundavam os jardins do palácio. Lá entro, os três generais de exército aguardavam pelo rei e o marechal na sala do trono. Um enorme salão branco marmorizado; as grandes janelas arqueadas que o rodeavam tinham vitrais com imagens que retratavam momentos históricos do reino de Arannör em cada um deles. Nas laterais, seguindo o extenso tapete vermelho no centro da sala, nove elevadas colunas com tapeçarias que iam do teto ao chão reluzente — cada uma delas com o nome e a bandeira de uma província do reino. — À frente dos generais, havia uma plataforma onde estavam dois majestosos tronos dourados, que reluziam com a luz que adentrava pela claraboia de cristal no teto da sala. Atrás dos esplendorosos assentos, o vento tremulava as cortinas de uma varanda com vista para toda a parte frontal do castelo. De repente, as pesadas portas de madeira do salão abriram-se com um forte impacto, quebrando a placidez que tomava o lugar.

— QUE BRICANDEIRA É ESSA?! — Esbravejou o marechal adentrando à sala.

— Um bom dia para você também, Ford — respondeu, irônico, o general Blackfeather.

— Não me venha com piadas, Ravian! Quero saber que história absurda é essa que circula pelas ruas da cidade!

— As pessoas falam de muitas coisas, Marechal. A quê exatamente o senhor se refere? — perguntou a general Prince.

— Você sabe muito bem, Arkadia! Um Elemental de fogo atacou nossa cidade exatamente no momento em que o lycan seria executado. Como se não fosse absurdo o bastante, ainda descubro que minha sentença não foi cumprida e aquela aberração continua viva! Se isso não é uma piada de extremo mau gosto, então acho que alguém me deve explicações!

— Bem, está quase tudo correto, senhor — disse o general Yondur. — Exceto pelo fato de que não cumprimos sua ordem.

— O quê?! — indagou o marechal, enquanto os generais se entreolhavam.

— Sua sentença foi revogada! O julgamento foi anulado e o lycan deverá ficar sob a tutela da Knight Heart até segunda ordem — disse Arkadia.

— Que história é essa? Meu julgamento foi anulado e essa aberração vai ficar sob os cuidados da ordem?

— A aberração tem um nome, Ford — interrompeu o general Ravian — O nome dele é Haru, como você bem sabe.

— E quem se importa? Ele continua sendo um monstro, com ou sem um nome!

— Ele não é um monstro, Ford! Ele ajudou a salvar dezenas de pessoas naquela noite. Ouso dizer que ele salvou toda a cidade destruindo o Elemental quando nem mesmo nós conseguimos.

— Hahaha! Um lycan ajudando pessoas e matando um Elemental? A batalha deve ter afetado seus pensamentos, Ravian. A fumaça ainda deve estar turvando suas memórias. Diga-me como um mero e insignificante lycan poderia subjugar um Elemental?

Era chegada a hora de revelar a verdade. O general Blackfeather respirou fundo, e juntou com cuidado as palavras que sairiam de sua boca.

— É simples. Porque Haru não é um lycan qualquer. — As sobrancelhas do marechal apertaram-se ainda mais uma à outra. — Nós descobrimos que, diferente dos outros, ele possui... habilidades únicas para a espécie.

— Habilidades? Que habilidades aquela coisa poderia ter?

E mais uma vez, Ravian respirou fundo, e concluiu:

— Ele possui habilidades de dobra de Éden, Ford. Ao que tudo indica, esse lycan, pode usar o drive, e até pode possuir um ringaldrar.

Ao ouvir aquelas palavras, Ford petrificou. Suas pálpebras e seu lábio superior tremiam com a tensão, e as palavras pareciam entalar em sua garganta.

— I-Isso é... impossível!

— Todos achávamos isso, Marechal — disse o general Yondur. — Mas vimos com nossos próprios olhos o que aconteceu naquela noite. O rapaz pode sim usar o Éden como um humano comum.

O semblante de Ford se tornou ainda mais raivoso, como se a fúria tomasse o lugar do sangue em suas veias.

— E... E por que... Por que essa coisa ainda está viva? Por que ele ainda respira?! Como podem ainda deixá-lo existir por mais um mísero segundo?! — O ar parecia ferver ao redor do militar. — Onde está o incompetente do Halzer? Ele tinha ordem diretas vigiar aquela coisa!

— O tenente Laurence infelizmente morreu durante o ataque — respondeu Arkadia. — Encontramos o seu corpo nos escombros de uma pensão ao norte da cidade. Ele deve ter entrado para tirar os sobreviventes do fogo, mas o prédio ruiu sobre ele. Sinto muito.

— Aquele imbecil... Sendo assim, irei eu mesmo terminar o que devia ter feito naquela audiência, e dar um jeito nessa maldita aberração!

Ravian agarrou Ford pelo ombro no momento em que ele se virou em direção a porta.

— O que pensa que vai fazer? — indagou o general.

— Essa coisa precisa ser eliminada!

— Ford, tenha calma... — clamou Arkadia.

— Marechal, seja consciente — disse Yondur. — Nós temos o dever de entendê-lo e não o matar! Ele pode ser o único da espécie!

Nesse momento, Ford cerrou os dentes e os punhos com força, e sua presença elevou se exponencialmente.

— Vocês estão... LOUCOS?! — Runas vind acenderam nos olhos do marechal e uma forte rajada de vento sacodiu todo o salão, farfalhando as tapeçarias. Era como estar no centro de um feroz tornado. — Querem deixar essa maldita aberração dentro de nossos muros?! A simples existência dele já é uma desonra à nossa ordem e a todos que nela confiam!

— Acalme-se, Marechal, por favor! — A general Prince suplicou.

— Me acalmar?! O que acha que dirão sobre nós, Arkadia?! Que agora vamos abrigar todo tipo de monstruosidade sob a proteção de nossa ordem? Que vamos jogar nosso código de honra aos porcos?

— Ford, isso não foi uma decisão arbitrária! Foi decidido que...

— QUEM DECIDIU ISSO?! — A força dos ventos aumentou, interrompendo a general, e chamando a atenção até mesmo dos guardas do lado de fora do castelo. — A Knight Heart já caminha para a ruína e agora temos que lidar com isso?! Me diga, Arkadia, de quem foi essa "brilhante" ideia, afinal?

O lento rangido do abrir das maciças portas do salão ressoou atrás de Ford.

— A brilhante ideia foi minha, Marechal — disse uma voz trovejante.

Imediatamente, as runas verdes cintilantes sumiram dos olhos de Ford, e os fortes ventos que sacudiam toda a sala do trono desapareceram por completo. O marechal continuava atônito enquanto Ravian e os outros generais ajoelhavam-se em reverência.

— M-Majestade... — gaguejou Ford, ainda sem reação alguma.

Os passos pesados do rei ecoavam por todo o salão à medida que avançava por ele. Thor, deus-rei de toda Arannör, era forte; mais robusto e mais alto do que todos os outros presentes na sala. Tinha dois metros de altura e pesava facilmente mais de cem quilos. O monarca aesir tinha uma aparência jovial, apesar de seus mais de 6.000 anos de idade. Seus cabelos loiros escuros balançavam ao vento junto com a longa capa rubra em suas costas. A trança em sua barba descia do queixo até o peito, encobrindo parte do símbolo de Arannör, talhado no peitoral de sua armadura. No lugar de sua mão direita, estava uma grande manopla de metal e pedra, que ele repousou suavemente sobre o ombro do marechal.

— Quando fui informado das desventuras que se sucederam em minha ausência, voltei imediatamente para a capital. Por sorte, nossos bravos generais coordenaram com maestria a situação, minimizando os danos e o número de vítimas.

— Obrigado, vossa majestade! — agradeceram os três generais, ainda em reverência.

— Isso está fugindo de nosso controle... — Depois de um leve aperto no ombro do marechal, o rei começou a caminhar enquanto falava. — Mais um Elemental invadiu nossos muros, e assim como os outros, ele simplesmente surgiu em nossos domínios num piscar de olhos. Já é o quinto ataque em poucos meses. Como se isso não fosse o bastante, soube de novas ações do Vazio em nossa província. — O rei caminhou até o trono e se sentou.

— Novas ações, Majestade? — perguntou Ravian, se levantando com os outros generais, e virando-se de frente para o trono.

— Infelizmente, sim. Um vilarejo foi destruído perto de nossa fronteira com Muspelheim há algumas noites, e um porto foi atacado em Clifftown, às margens do rio Ván. Quase não houve sobreviventes. — Thor apoiou o cotovelo sobre o braço do trono e ponderou. — Eles estão se aproximando de nós... Saindo das sombras. Malditos rebeldes! Seguidores da distopia ideológica de Ragnard! A cada dia que se passa o Vazio aumenta seu poder militar e avança suas fronteiras sobre nossas províncias. — Um olhar pesado se abateu sobre o rosto do rei. — Me pergunto se estamos mandando soldados para a batalha, ou porcos para o abate... Todo o sangue derramado nesta guerra está em minhas mãos tanto quanto está nas de Ragnard. Talvez até mais... — Thor encarou o vitral em uma das janelas a esquerda do salão. Ele continha uma representação de seu falecido irmão Loki segurando duas espadas cruzadas. Raios percorreram brevemente as órbitas dos olhos do rei. — Por hora, no entanto, vamos nos ater aos fatos dentro de nossos próprios muros. Soube de um caso bastante peculiar que foi trazido a nós.

O rei voltou seu olhar para Ford, que se aproximou rapidamente do trono.

— Majestade, se me permite...

— Um lycan que pode usar drive... Quando ouvi isso, achei que se tratava de alguma piada. Mas depois que Ravian me explicou tudo, fiquei não apenas surpreso, mas também curioso para conhecer tal indivíduo. Foi quando soube que isso não seria possível, já que ele havia sido sentenciado à morte pelo conselho, em uma sessão extremamente arbitrária conduzida por nosso excelentíssimo marechal. Diga-me, Ford, por que fez isso?

— Vossa majestade, trata-se de um assassino! — respondeu o militar. — Essa coisa não merece sua atenção. Ele matou dois de nossos homens e sabem-se lá quantos mais de nosso povo em Svalthia e por onde mais ele passou! É um monstro que precisa ser erradicado imediatamente, não podemos confiar nele! Os deuses sabem os perigos que essa coisa pode nos trazer!

— Isso não cabe a você decidir — frisou o rei. — Algo deste nível está muito além de sua jurisdição, marechal, por isso anulei sua sentença dada a ele. Como bem colocou o general Yondur, esse rapaz deve ser estudado, não eliminado.

— Com todo o respeito, majestade — Ford ainda insistia —, mas estamos cometendo um grande erro! Esse lycan é uma ameaça para todos nós. Como cavaleiro, meu dever é manter as pessoas dessa cidade a salvo, e não as condenar a morte só porque o senhor e seus generais querem apiedar-se de uma maldita aberração! — Ao elevar o tom de sua voz, as runas vind voltaram a piscar nos olhos de Ford.

A seriedade possuiu o rosto do rei.

— Deixe-me lhe fazer uma pergunta, marechal... — Com raios ramificando em seus olhos cerrados, Thor se ergueu devagar, com faíscas correndo por todo o seu corpo. Uma sufocante presença de mana preencheu todo o salão. — Alguém que estava prestes a ser executado diante de uma multidão eufórica, e mesmo assim, arriscou a própria vida para salvar essas mesmas pessoas de um Elemental, parece um monstro para você? — A cada passo do rei em direção a Ford, maior a pressão de sua presença se tornava, deixando pequenas rachaduras no chão de pedra maciça. — Talvez a raiva e o preconceito encubram seus olhos e o façam vê-lo como um monstro. Mas o que eu vejo é alguém que, por hora, merece um voto de nossa confiança por suas atitudes. Se ele esconde seus próprios interesses ou não, isto só o tempo dirá. Se realmente houver algo de perigoso nele, você mesmo poderá dar cabo do lycan como quiser, mas até lá, ele ficará aqui em Asgárdia sob nossa supervisão, e não lhe será feito mal algum. Eu fui claro?

O rei parecia agigantar-se diante de todos, tamanho era o seu poder. Enquanto os generais apenas observavam, impressionados e acuados, Ford, impotente e diminuído, apenas abaixou sua cabeça e falou por entre dentes:

— Sim...

— Sim, o que? — Um trovão pareceu ecoar no fundo da garganta de Thor.

— Sim... Majestade! — O rei ainda encarava com raiva o marechal cabisbaixo.

— Ótimo! — As faíscas em volta do rei desapareceram, e sua presença diminuiu, acabando com a absurda pressão que dominava todo o ambiente. O rei deu meia volta e retornou ao trono sem dizer mais nenhuma palavra. Quando se sentou, ele então disse: — Agora que tudo está devidamente esclarecido, podemos tratar dos reais assuntos desta reunião. — Enquanto o rei falava, Ford virou-se e dirigiu-se até a saída. — Vai a algum lugar, Marechal?

Já com a mão direita sobre uma das portas arqueadas de madeira, Ford interrompeu seus passos e respondeu:

— Peço que me perdoe, Majestade, mas assuntos urgentes requerem minha atenção neste exato momento. Com sua licença, meu senhor. — Sem olhar para trás, Ford continuou seu caminho e deixou o salão.

Ravian o seguiu com os olhos até que ele sumisse além das portas. Ao ver o marechal sair daquela forma, o general decidiu segui-lo.

— Me dê licença por um minuto, Majestade — Ravian cruzou o salão até a saída.

— General! — exclamou Thor. — Acho que seria sábio deixá-lo sozinho por um tempo, para que esclareça seus pensamentos.

— Não se preocupe, majestade, voltarei logo. — Ravian abriu as grandes portas de madeira e também deixou o salão.

— Inacreditável! — disse a general Arkadia, indignada com a atitude de do marechal. — Não consigo sequer olhar para o Ford agindo assim hoje em dia. É quase impossível acreditar que um rapaz tão nobre e justo se transformou em um homem tão rancoroso e cheio de ódio.

— Não subestime o poder devastador do desejo de vingança, Lady Arkadia — disse o rei, olhando para a manopla em seu braço. — Entendo a dor de nosso marechal, mas infelizmente, isso se torna pequeno perto do momento que estamos passando. Sei que é um tanto rude de minha parte dizer isso, mas, por hora, temos prioridades maiores do que respeitar o luto interminável de Ford...

Do lado de fora, o marechal passava por uma grande passarela com uma ampla e bela vista lateral dos jardins do castelo. Sendo consumido pela frustração, ele deteve os passos rápidos e pesados, e apoiou-se no guarda corpo de pedra escura que se estendia por todo o caminho. Ford tentou respirar fundo para manter a calma, mas as palavras do rei ainda remoíam em sua mente, e isso só fazia sua raiva aumentar ainda mais. O marechal cerrou os dentes, e numa explosão de fúria, esmurrou o guarda corpo, fazendo um poderoso impacto de vento soprar sobre o jardim. Apesar da força, a breve tormenta apenas sacudiu as flores, árvores e o mar de grama verde, levantando uma gigantesca nuvem de pétalas rosadas.

— Olha, acho que a rainha Freya não iria gostar nem um pouco de ver o que fez com as flores dela — disse Ravian, num tom descontraído, apoiando-se no guarda corpo, próximo a Ford. Ofegante, o marechal o encarou rapidamente e lhe deu as costas. — Ford, espere, eu só quero conversar!

— Não temos nada para conversar, Ravian. Todos esses anos lutando para me livrar dessas coisas, e agora, vocês me apunhalam pelas costas trazendo um deles, o pior possível, para dentro de nossa própria casa!

— Por favor, Ford, não precisa ser assim! Tenha ao menos um pouco de racionalidade acima da raiva — Ravian seguia logo atrás do marechal.

— Volte para o salão! O rei está esperando.

— Ford...

— É uma ordem, general! Obedeça!

— Se ainda não percebeu, eu não estou falando com o marechal de Asgard, estou falando com meu amigo... Dom! — Ford parou, mas permaneceu de costas para Ravian. O general aproximou-se alguns poucos passos. — Escuta, eu sei o quanto toda esta situação deve ser difícil para você, e nem estou pedindo para que a aceite de bom grado. Mas olhe para o que está acontecendo. Esse rapaz pode ser-

— O quê, Ravian? A oportunidade para assinarmos de vez a sentença morte da Knight Heart? Ele é um monstro, e apenas isso! Você pode enxergar o que quiser nele, mas sua visão não vai mudar a natureza dele.

Ao ouvir aquilo, as palavras que Haru disse em sua cela mais cedo, pairaram brevemente nos pensamentos de Ravian. Ainda assim, o general continuou:

— Por favor, Dom. Precisa parar de alimentar esse sentimento terrível dentro de você. Sei que é difícil, mas...

— Você não sabe de nada!...

— Não sei? Acha que eu também não sinto a falta dela? Não tem sequer um único dia que eu não me recorde de tudo o que passamos; os tempos de academia; os treinos de seleção; as risadas nas noites em claro de estudo... Mas também sinto falta do meu melhor amigo, do meu irmão em batalha; do nobre cavaleiro que por tantas vezes me estendeu a mão e salvou minha vida... Por favor, Dom... Tenho certeza de que se Allana estivesse aqui, ela jamais...

Por sobre o ombro, Ford encarou Ravian direto nos olhos, e toda a passarela começou a ranger e trepidar. O piso e o guarda corpo de pedra se retorciam em pequenas e afiadas pontas metálicas que emergiam por toda parte ao redor do general. Com a voz pesada e profunda, Ford falou:

— Nunca... Nunca mais, usar o nome dela assim! — A íris do marechal parecia incendiar envolta em uma aura vermelha incandescente.

Vendo os espinhos de metal crescerem ao seu redor, Ravian apenas pôde suspirar desapontado e dizer:

— Tudo bem... Me desculpe.

O brilho ameaçador sumiu do olho de Ford e ele seguiu pela passarela, que logo voltou ao normal. Abatido e vendo seu amigo se distanciar, Ravian virou-se a lentos passos, e se apoiou sobre o guarda corpo. Tomado pelos pensamentos, ele contemplou o horizonte e o jardim abaixo dele, onde algumas pétalas ainda choviam sobre a grama verde que ondulava ao vento. Uma visão tão serena que fez a mente do general se perder em antigas memórias...

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