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Cap. I - Um Lycan Incomoda Muita Gente...


Longe dali, no posto avançado de Bunnylair, enquanto lá fora as ruas se tornavam cada vez mais barulhentas, Haru ainda dormia profundamente; deitado em sua cama, roncando, e com um fio de saliva escorrendo pela boca, molhando o travesseiro no qual se agarrava.

— Não... Não... — resmungava o lycan. — Eu não sou um bolinho... Não... Não me coma...

Logo atrás, Lívia, que observava a tudo encostada ao portão aberto da cela, acumulou um pouco de energia em sua mão e a estalou entre os dedos, causando um pequeno estouro. Atordoado com o susto, Haru tentou rolar sobre a cama, mas acabou caindo no chão.

— Bom dia — disse Lívia, com desdém. — Bons sonhos?

— Aí... — Massageando a testa, Haru se sentou próximo à cama. — Claro que foi, você estava nele! Eu estava minúsculo e você tentava me comer! Foi o pior pesadelo que já tive!

— Mas que... — A cavaleira bufou, enrugando as sobrancelhas. — Você deveria ao menos aprender a ter bons modos, sabia? Está em meio a pessoas civilizadas agora, e não mais em uma tribo de selvagens!

Olhando para os lados e torcendo os lábios, o lycan respondeu:

— Olha, se você não fala, eu nem teria percebido. — Com um sorriso irônico, Haru ficou de pé com um salto. — E o que você faz aqui? Não vai me dizer que além de comer você também gosta de ver pessoas dormindo?

— Me poupe do seu senso de humor a essa hora da manhã. Não quero vomitar meu dejejum.

— Ah, eu odiaria isso. A gente ia acabar se afogando em tanta comida vomitada. — Haru fitou Lívia dos pés à cabeça, reparando em suas vestes. — Mas e essa roupa? Eles deixam os cavaleiros vestirem qualquer coisa além das armaduras quando bem quiserem?

A cavaleira estava com os longos cabelos loiros penteados e caídos sobre o ombro esquerdo em uma mecha única; uma camisa de linho branca, frouxa e pouco decotada, com mangas longas e bufantes que iam até os pulsos; uma camiseta trançada de couro, que delineava suas curvas; e uma calça preta e justa de couro, com botas marrons que chegavam até próximo às panturrilhas, encobertas por uma longa saia com abertura lateral de mesma cor das botas.

— Não estou aqui como cavaleira, estou aqui como uma civil. Vim porque preciso que você vá... — Lívia percebeu que Haru olhava embasbacado para sua perna, marcada pela calça apertada que se mostrava na abertura da saia, e furiosa, tentou encobri-la puxando o tecido. — O que está olhando?!

— Parece... ainda maior! — O lycan mal terminou de falar e um soco acertou em cheio seu rosto, o jogando para trás.

— Qual o seu problema? Além de idiota é um pervertido também?!

— Aai!... Sua bruxa maluca, quase quebrou meu nariz!

— Mesmo? Ah, que pena! Eu deveria quebrar você por inteiro!

— Ah, você acha que consegue? Vamô lá então, loirinha!

— Olha aqui, eu juro que...

— Atrapalho alguma coisa? — disse uma voz calma vinda do corredor, seguida por tilintares metálicos.

Era o general Blackfeather, que caminhou até parar em frente à cela. Ele trajava uma bela e imponente armadura negra com detalhes dourados; as ombreiras tinham forma de asas curvadas pra cima, ostentando trevos dourados em cada uma delas; e uma longa capa de plumas negras caia por suas costas. A discussão entre os dois dentro da cela cessou imediatamente.

— N-Não... — balbuciou Lívia, desfazendo a aura flamejante que encobria seu punho esquerdo — P-Perdão, General Blackfeather, mas esse lycan desprezível parece ter um grande apreço por testar minha paciência.

— Ah, pode ter certeza que eu tenho sim! — afirmou Haru, retraindo suas garras. — Seja lá o que isso for...

A gargalhada de Ravian ecoou pela cela inteira.

— É bom ver que estão bem depois de tudo o que aconteceu. O que fizeram com aquele Elemental, a estratégia de resgate... Aquilo foi surpreendente! Pessoas dos quatro cantos da cidade não falam em outra coisa! — O general entregou um jornal dobrado nas mãos de Haru. — Parabéns, rapaz! Você é uma celebridade agora!

Confuso, o lycan desdobrou a longa folha, e com Lívia espiando entre olhos semicerrados por cima das páginas amareladas, ele viu a enorme ilustração que tomava quase toda a capa. Era a imagem de um lobo gigantesco, devorando o Elemental sobre a cidade, enquanto era desafiado por um cavaleiro igualmente grandioso, com uma espada em mãos. Acima do desenho estampava-se a manchete em letras gritantes: UIVOS NA NOITE EM CHAMAS! – GUERRA DE MONSTROS ASSOLA A CAPITAL!

— Tsc... Gente, quanto exagero... — disse Haru, amassando e jogando o jornal nos braços de Lívia. — Não foi nada demais.

— Bom, acho que os jornalistas que estão lá fora descordariam disso, mesmo eles não sabendo nem metade da história real. Sem falar de todos aqueles que ambos salvaram das chamas. — Afirmou o general.

— Eu não fiz nada, pode dar todo o crédito aos seus cavaleiros, se quiser. Eu sou apenas um lycan que, por sorte, escapou da morte em praça pública.

— Mas esta é exatamente a questão. Você não é um simples lycan. Você, Haru, é o primeiro lycan que se tem registro na história a conseguir dobrar o Éden. Faz ideia do quanto isso o torna especial?

— Especial não bem é a palavra que eu usaria... — resmungou a cavaleira encostada na porta da cela.

— Lívia... — advertiu o general, enquanto Haru mostrava o dedo do meio a ela.

— Desculpe, senhor.

— Mas sim, Haru, você é muito especial — retomou Ravian. — Por definição, nenhum lycan deveria possuir um ringaldrar para manipular o drive, mas por algum motivo, você foi abençoado com este dom.

— Ha! Vai por mim, velhote, não há nenhum 'dom' em mim — Haru deu meia volta e sentou-se na cama. — Isto — disse apontando para o peito direito — é uma maldição! Uma maldição com que eu sou obrigado a conviver todos os dias, só esperando o mínimo descuido para assumir o controle. Acha que eu uso isso aqui só porque parece bonitinho? — Haru mostrou sua silverfang.

— Bem — O general engoliu seco —, como disse antes, acho que as pessoas que você e Lívia salvaram diriam o contrário. Foi graças à sua maldição que todos conseguiram contemplar mais um nascer do sol.

— Mas muitos outros não podem... — murmurou Haru para si.

Ravian percebeu o olhar do lycan se tornar distante por um breve momento. Ele, então, aproximou-se devagar de Haru, e sentou-se ao seu lado na cama suspensa.

— Escute, só posso imaginar o quanto deve ter sido difícil sua jornada até aqui, e entendo que você possa ter receio em usar seus poderes — disse Ravian, pondo a mão sobre o ombro do lycan. — Mas, se me permite dizer, creio que você só os teme porque não os conhece. Se soubesse o que de fato há em você...

— Eu sei exatamente o que tem dentro de mim, velhote. E tudo o que eu mais quero não é aprender sobre isso, e sim deixar essa coisa presa o mais fundo possível, onde não possa fazer mal a mais ninguém.

— Você não é um monstro, Haru — insistiu o general. — Não precisa tratar a si mesmo como um.

— Preciso sim! — disse o lycan, fitando com raiva os olhos de Ravian, e empurrando a mão para longe de seu ombro. — Tem razão, posso não parecer um monstro, mas sei existe um dentro de mim. Acredite, eu já o vi bem de perto e ele não é algo racional, não é controlável. É apenas fúria, e fome... Eu não quero ver ele de novo... Nunca mais...

Haru se levantou e foi até um dos cantos da cela. Lívia, de braços cruzados, o acompanhou com os olhos, enquanto Ravian ainda o encarava, sentindo o peso nas palavras do lycan, mas ao mesmo tempo, confuso sobre o tal monstro a que Haru se referia. Apesar da curiosidade, o general achou que ainda não era o momento certo para questionar o lycan sobre isto.

— Eu... Bem, a escolha é sua. — O general respirou fundo e ficou de pé. — Mas, mesmo assim, quero pedir para que nos deixe ajudá-lo.

— Me ajudar? — indagou Haru, voltando sua atenção por cima dos ombros ao homem de armadura majestosa. — Ajudar com o quê?

— Ora, com o seu monstro interior! — O lycan virou-se por completo em direção a Ravian. — Se nós pudermos descobrir como funcionam exatamente seus poderes, a origem deles, acho que poderíamos ajudar você a enterrar este monstro de uma vez por todas — Haru e Lívia olhavam confusos para o general. — Mas para isso, precisa vir conosco até o Hospital de Asgárdia. Lá poderemos fazer alguns testes para descobrirmos mais sobre sua habilidade de drive.

— Testes? — O lycan foi em direção ao general, exaltado. — O que eu sou agora? Um rato de laboratório? Tentar arrancar minha cabeça em praça pública já não foi o bastante?

— Acalme-se, não é nada disso! — respondeu Ravian. — Além do mais, sua sentença foi anulada até segunda ordem, você não é mais um prisioneiro.

— Ótimo! Então eu vou embora!

— Bom... — O general pareceu constrangido. — Você não é mais um prisioneiro, mas, ainda não pode deixar a cidade.

— AHAHAHAHA! — A gargalha falsa do lycan reverberou nas paredes. — Isso só pode ser uma piada! Quer dizer que não estou preso, mas, eu estou preso? Isso é hilário.

Ravian procurava as palavras certas a dizer, já Lívia, apenas assistia a tudo de braços cruzados ainda encostada na treliça.

— Escute, Haru — O general tentava tranquilizá-lo. — Eu entendo como se sente. E acredite, se fosse apenas de minha vontade, eu permitiria que deixasse esta cela agora mesmo, mas infelizmente não posso fazer isso. Você é um acontecimento histórico que não podemos ignorar com tanta facilidade. Se entendermos de onde vem seus poderes, poderemos descobrir alguma forma de inibi-los. É isso que você quer, não é?

O lycan respirou fundo e voltou a se sentar na cama, bufando, ainda irritado.

— É sim... Mas e vocês? Querem apenas neutralizar meus poderes porque me veem como um ameaça, não por boa vontade. Ou estou errado?

— Vamos lá, Haru! — Insistiu o general. — Nós só queremos ajudar você!

— MUITOS já me disseram isso antes! E olhe onde eu estou! Sinto muito, velhote, mas eu não confio em pessoas, muito menos em cavaleiros.

— Ora, que se dane sua confiança! — disse Lívia chamando a atenção de Haru e Ravian. — Não me importo com ela.

O lycan olhou fixamente para a cavaleira. Ela mantinha o mesmo semblante indiferente para com ele. Mesmo ainda com um forte receio, Haru esboçou um pequeno sorriso irônico.

— Ha! Que seja... Afinal, que outra escolha eu tenho. Podem fazer os testes que quiseres, mas estejam avisados. Quando tudo isso acabar, eu vou embora dessa cidade, vocês queiram, ou não.

Animado e com um grande sorriso no rosto, o general falou:

— Obrigado, Haru — Ravian colocou as mãos sobre os ombros do rapaz. — E eu prometo a você que quando tudo acabar, eu mesmo o levarei em segurança até os portões, tem a minha palavra! Mesmo você não acreditando nela. Hahaha! — O lycan desviou o olhar. — Lívia vai acompanhá-lo até o hospital e ajudará com os testes.

— Sim senhor... — A cavaleira revirou os olhos e bufou desdenhosa.

— Muito bem! Agora eu preciso ir! — disse Ravian soltando Haru e indo até o centro da cela. — Adoraria acompanhá-los, mas tenho uma reunião com o rei e os outros generais no castelo dentro de uma hora. Com um novo ataque de Elemental em tão pouco tempo precisamos pensar em uma melhor estratégia de defesa. Deixo nosso convidado em suas hábeis mãos, Srta. Valentine! — Ravian já deixava o recinto quando parou e retornou. — Ah, e antes que eu me esqueça... Tentem não matar um ao outro no caminho... — O general sorriu para os dois e foi em direção à porta na saída do corredor.

— Sim senhor... — disse Lívia em um longo suspiro desanimado. Ela voltou a visão para o interior da cela; o lycan a encarava com um sorriso malicioso e irônico.

— É, acho que somos só nós dois de novo, bruxa loira — disse Haru ficando de pé e juntando as mãos em direção a Lívia. — Vai, vamos logo com isso.

— O que está fazendo?

— Ué, nós não vamos sair daqui? Estou esperando... você sabe, o pacote da felicidade completo. Feitiços, correntes, algemas...

— E por que eu faria isso? Vi o que você fez contra aquele monstro, sei que você pode se livrar do feitiço, se quiser.

— Sério? Sem correntes? Nada? Show de bola! Então, partiu!

— Espera. — A jovem deteve Haru antes que ele passasse por ela para a saída. — Antes, eu lhe quero perguntar uma coisa.

— Não, eu não uivo pra lua; não faço xixi com a perna levantada; a lua cheia me afeta, mas não do jeito que todos pensam; e não, você não faz o meu tipo.

— O quê?... Aff... Não é nada disso! Pode falar sério por um minuto, por favor?

— Nossa, você é muito chata!... — Haru voltou e se sentou novamente na cama, encostando-se na parede com as mãos atrás da cabeça. — Certo... Pergunte o que quiser, senhorita.

Mesmo irritada com o sarcasmo do lycan, Lívia perguntou:

— Eu quero saber, se você podia usar o drive e se livrar do feitiço o tempo todo, por que não fez isso antes? Por que aceitou passar por tudo isso?

Já esperando essa pergunta, Haru respirou fundo, fechou os olhos e respondeu:

— Fácil! Se qualquer cavaleiro tivesse sentido minha presença de mana antes, eu nem sequer estaria aqui para responder sua pergunta. Vocês já matam lycans normais por qualquer motivo, imagine alguém como eu.

— Nós não matamos lycans sem motivo, nós... — O olhar sério de Haru a fez parar em meio a fala. — De fato, você é diferente de qualquer outro lycan que já vi até hoje. Todos os outros pareciam ser tão bestiais, mas você é só...

— Burro. É, eu me lembro. Mas vai por mim, você teve os piores exemplos possíveis.

— O que quer dizer? — O olhar sério de Lívia ganhou um ínfimo traço de curiosidade.

— Lycans não são os monstros que contam nas histórias para assustar as crianças, pelo menos não a maioria, e não o tempo todo. Mas infelizmente a história que o nome "lycan" carrega está manchada de sangue... Muito sangue. Já perdi a conta de quantas pessoas boas vi serem mortas por simplesmente ser o que elas eram. Homens, mulheres, crianças... Todos mortos apenas por terem olhos de uma cor diferente, presas mais longas e sentidos apurados. Ha! — Haru sorriu com o canto da boca e olhou para o teto da cela. — Sabe, uma vez conheci homem que era louco por números. E ele me disse que, desde seu início até aquele dia, haviam morrido mais lycans em Arannör do que soldados, rebeldes, elfos e centauros, somados, nas batalhas de Alfheim.

— O que? Isso é impossível! — disse a cavaleira, agora afrouxando os braços cruzados.

— Infelizmente não é... Quando se é um lycan, é preciso ter cuidado com suas ações para não chamar atenção desnecessária. Se não, você acaba linchado, com uma espada atravessada seu peito, e sua cabeça cravada em uma estaca como um troféu na entrada da cidade. Ou, você vira comida para os peixes do rio mais próximo...

— Eu... Entendo — Lívia desviou o olhar para o lado, retomando a postura rígida e séria. — Mas e quanto a você? É um lycan, mas pode usar o drive. Poderia esconder facilmente sua real natureza graças ao uso do Éden.

Haru respirou fundo mais uma vez e olhou para o teto de tijolos acima dele.

— Na verdade, é exatamente o contrário. No começo, eu também achei que poderia ser uma coisa boa, que poder usar o drive me ajudaria. Mas ele só me deixa ainda mais instável. Os impulsos, as sensações, os desejos... Tudo se torna muito mais intenso.

— Então, esse é o monstro que há dentro de você? Seus impulsos? — Com os braços cruzados, a cavaleira deixou o seu posto junto ao portão da cela, e deu dois passos em direção ao centro do recinto.

Ainda olhando para o teto, Haru ergueu seu braço direito e contemplou a silverfang em seu pulso.

— Não... Os impulsos é que o fazem despertar. Ele fica em silêncio quase o tempo todo, dormindo. Mas eu sei que ele está lá. Bem no fundo, se alimentando de cada gota de mana que corre pelo meu corpo. Mas quando acorda, ele quer muito mais do que Éden. Ele quer tudo! E a fome dele é, insaciável.

Um semblante de curiosidade voltou a se misturar ao olhar sério de Lívia, mas dessa vez, veio acompanhado de também de um certo tom aflito.

— Você disse que já o viu de perto antes. Você o deixou sair? Para se alimentar?

O lycan demorou alguns poucos segundos para responder.

— Ele saiu uma vez... — O olhar de Haru se tornou distante e vazio — e desde então eu luto para que isso jamais aconteça de novo. Por isso eu coloquei essa coisa no meu pulso. Ela me ajuda a conhecer meus limites, saber até onde eu posso ir, sem deixar de ser eu mesmo. Sei que pode parecer loucura, mas, esse bracelete, essa pequena peça de prata que pode me matar a qualquer momento, acabou se tornando a melhor companhia que eu poderia ter em todos esses anos solitários.

As sobrancelhas de Lívia se curvaram, desmontando o ar de fúria que a circulava. Ela segurou uma pequena porção do tecido de suas mangas entre o polegar e o indicador de sua mão direita, apertando com força.

— Então, você se afastou de tudo e de todos ao seu redor, e decidiu sofrer sozinho só para não machucar mais ninguém?

Haru abaixou o braço e apertou firme o bracelete, o colocando a frente de seu rost0.

— Foi uma escolha. A melhor maneira que encontrei de manter todos a minha volta e que um dia eu chamei de família seguros. O problema é que, quando se desce tão fundo na solidão, é difícil voltar. Você acaba se tornando refém dos seus medos, das suas inseguranças. É como... ficar preso dentro de si mesmo.

Nesse momento, parecendo apreensiva, Lívia tentou falar algo, mas desistiu logo em seguida. Ela ergueu os olhos e olhou para a janela gradeada acima da cama, e viu um pássaro passar voando pelo lado de fora.

— Entendo... — Apertando ainda mais forte o tecido entre os dedos, ela voltou seu olhar para o lycan e disse: — Eu... Bem, já que não tenho escolha a não ser acompanhar você em sua estadia prolongada nesta cidade, e não que isso sirva de alguma coisa, mas... pelo menos enquanto eu estiver aqui, você não está sozinho.

Ao ouvir aquelas estranhas palavras, Haru encarou Lívia e viu a sombra das barras da janela se projetarem na parede atrás dela, encarcerando a sombra da garota. Ela estava com os ombros ligeiramente encolhidos, e o olhar frio e indiferente de antes estava disperso em um semblante amistoso, quase solidário. Por um ínfimo segundo, foi como se outra pessoa estivesse diante do lycan, não mais a mesma cavaleira carrancuda e áspera de antes, mas alguém...

— Haha! — O lycan riu balançando a cabeça para os lados. — Quando eu acho que nada pode piorar...

— Hã?!

— Dispenso sua falsa compaixão, bruxa loira. Tudo o que eu quero é dar o fora daqui o mais rápido possível e nunca mais ter que voltar a essa cidade. E, não me leve a mal, mas já estou com náusea só de ficar olhando pra essa sua cara redonda e enjoada por tanto tempo — Haru inflava as bochechas para imitar em exagero o rosto de Lívia.

Cerrando os dentes, trêmula e tomada pela raiva, a cavaleira explodiu:

— Você... Francamente, por que eu ainda perco meu tempo com um logo sarnento como você?! Vamos logo! Quanto mais cedo terminarmos, mais cedo eu me livro de você! — Lívia saiu furiosa da cela, seguindo pelo corredor até a porta.

Haru seguiu a jovem com os olhos, e sorriu com um sentimento de vitória por sua reação agressiva.

— Ehehe! Bruxinha idiota... — Ele se levantou e acompanhou a cavaleira pelo corredor. — A gente pode parar pra comer alguma coisa?

— CALA A BOCA! — A voz da cavaleira ecoou furiosa pelas paredes do corredor. 

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